Reforma da Fiscalidade Verde 16 de outubro 2014
OBJETIVOS: Reduzir a dependência energética do exterior Induzir padrões de produção e de consumo mais sustentáveis, reforçando a liberdade e responsabilidade dos cidadãos e das empresas. Promover a eficiência na utilização de recursos, nomeadamente, água, energia e materiais (alteração de paradigma da economia linear para a economia circular) Fomentar o empreendedorismo e a criação de emprego Diversificar fontes de receita, num contexto de neutralidade do sistema fiscal e de competitividade económica.
PRESSUPOSTOS DA REFORMA: 1. Neutralidade fiscal: O aumento líquido da receita tem de ser utilizado para diminuir outros impostos, nomeadamente, sobre o rendimento. 2. Triplo dividendo: Proteger o ambiente e reduzir a dependência energética do exterior; Fomentar o crescimento e emprego; Contribuir para a responsabilidade orçamental e para a redução dos desequilíbrios externos.
SOBRE O PROCESSO: 29 de Janeiro: início de funções da Comissão da Reforma da Fiscalidade Verde, presidida pelo Prof. Jorge Vasconcelos; 30 de Junho: entrega do Anteprojeto de Reforma; Consulta e Discussão pública das propostas da Comissão num amplo processo com a participação de mais de 100 entidades e particulares 15 de Setembro: apresentação, pela Comissão, do Projeto de Reforma 16 de Outubro: aprovação pelo CM...: discussão e aprovação na AR AVALIAÇÃO DE IMPACTO: a Comissão utilizou 4 modelos tecnológicos e económicos aplicados à economia portuguesa TIMES, DGEP, MODEM e GEM.
ENERGIA E TRANSPORTES 1. Taxa de Carbono Incidirá sobre os setores não incluídos no sistema europeu de comércio de emissões (CELE). A taxa anual será indexada à cotação de carbono apurada no leilão CELE do ano anterior. Atualmente, 5. Impacto em 2015: + 95 M Receita estimada 2020 + 153 M 2025 + 284 M 2030 + 419 M 2035 + 453 M 2040 + 471 M 2045 + 490 M 2050 + 510 M 2. Reforço das Taxas de ISV em função das emissões de CO2 Agravamento das taxas de ISV em função das emissões de CO2, bem como a revisão do limite de CO2 dos táxis para efeitos da concessão do benefício em sede de ISV. Impacto: + 28 M
ENERGIA E TRANSPORTES 3. Incentivos aos carros elétricos, híbridos plug-in, GPL e GNV (através dos montantes elegíveis para gasto fiscal e da tributação autónoma IRS e IRC) Impacto: - 8 M /ano 4. Dedução do IVA em viaturas de turismo eléctricas ou híbridas plug-in Benefício aplicado à aquisição, ao fabrico, à importação, à locação, à utilização, à transformação e à reparação das viaturas Impacto: - 1 M /ano 5. Incentivo à criação de sistemas de bike-sharing e car-sharing nas empresas A aquisição de frotas de bicicletas beneficiará do tratamento fiscal equivalente àquele que é conferido às despesas com transportes públicos suportados pela entidade patronal.
ENERGIA E TRANSPORTES 6. Incentivo fiscal ao abate de veículos em fim de vida: Incentivo fiscal sob a forma de devolução de ISV ou de atribuição de subsídio, mediante a compra de nova viatura. Subsídios atribuídos Veículo elétrico novo 4500 Veículo híbrido plug-in 3250
ÁGUA e RESÍDUOS 7. Revisão da Taxa de Recursos Hídricos (criada em 2008) O objetivo é promover a simplificação, a eficiência na adução, na distribuição e na utilização e a proteção dos recursos hídricos da taxa. Medida a aplicar em 2016. Impacto: + 4,09 M /ano 8. Revisão da Taxa de Gestão de Resíduos Com o valor de referência de 5,5 /ton em 2015 e 11 /ton em 2020 para desincentivar o depósito em aterro. Impacto em 2015: + 2,5 M
ÁGUA e RESÍDUOS 9. Taxa sobre os Sacos de Plástico Leves No valor de 8 cêntimos por saco, com o objetivo de reduzir a sua utilização para um nível máximo de 50 sacos per capita/ano em 2015, e de 35 sacos per capita/ano em 2016, quando atualmente cada português utiliza em média 466 sacos por ano. Impacto: + 40 M
TERRITÓRIO, BIODIVERSIDADE E FLORESTA 10. Redução do IMI Redução, em 50%, da coleta de IMI nos prédios destinados à produção de energias renováveis Redução, em 50%, sob proposta das freguesias, do IMI de prédios rústicos integrados em áreas classificadas, que proporcionem serviços de ecossistema Isenção de IMI para prédios afetos ao abastecimento público de água às populações, de saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de resíduos urbanos e para os prédios utilizados para fins florestais ou integrados na bolsa de terras Desoneração fiscal da propriedade com uso florestal sustentável
TERRITÓRIO, BIODIVERSIDADE E FLORESTA 11. Atribuição da receita da derrama das empresas atendendo ao impacto da exploração de recursos naturais ou do tratamento de resíduos. Se o volume de negócios da empresa for resultante, em mais de 50%, da exploração de recursos naturais ou do tratamento de resíduos, a derrama é atribuída ao respetivo município. 12. Reforço das atividades do Fundo de Conservação da Natureza Reforço do Fundo de Conservação da Natureza, através de 15% da receita proveniente da tributação dos sacos plásticos, para financiar projetos nos municípios que integram áreas classificadas, nomeadamente, através do programa NATURAL.PT. Impacto em 2015: - 6M
OUTRAS ALTERAÇÕES: Reconhecimento das provisões para reparação de danos ambientais como fiscalmente dedutíveis. Adoção de um prazo máximo de vida útil de 25 anos, a que corresponderá um prazo mínimo de vida útil de 12,5 anos de período de amortização, de equipamentos eólicos e fotovoltaicos para efeitos de IRC. Majoração para efeitos fiscais do custo com eletricidade, GPL e GNV utilizados em transportes públicos de passageiros e mercadorias. Revogação da taxa aplicável à conversão de veículos a combustão para veículos elétricos. Desoneração dos rendimentos gerados pela exploração sustentável dos recursos florestais em função do investimento efetuado em IRS e IRC Criação de um regime de benefícios fiscais específicos, designadamente se aderente à zona de intervenção florestal
ESTRATÉGIA DA NEUTRALIDADE FISCAL PARA 2015: RECEITA FISCAL 2015 DESPESA FISCAL 2015 RECEITA LÍQUIDA A RECICLAR 2015 desagravamento do IRS através do quociente familiar +165,5 M * -17,5M 148 M * A proposta da Comissão de Reforma da Fiscalidade Verde previa uma receita de 198 M De futuro, a estratégia de reciclagem da receita gerada a partir da fiscalidade verde, deverá contribuir não apenas, como em 2015, para o desagravamento dos impostos sobre o rendimento do trabalho e das famílias, mas também, como analisou a Comissão de Reforma, para a atribuição de créditos fiscais às empresas em investimentos em eficiência energética.
Reforma da Fiscalidade Verde 16 de outubro 2014