EMBALAGEM COMO ATRATIVO DE VENDA PARA ALFACE MINIMAMENTE PROCESSADA

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Transcrição:

EMBALAGEM COMO ATRATIVO DE VENDA PARA ALFACE MINIMAMENTE PROCESSADA Natália Bérgamo Teles da Mata natbtm@hotmail.com Bruno Thomaz Cavalcanti Climeni Jessica Ivanov de Goes Ademir Diniz Neve Flavia Cristina Cavalini Fatec Itapetininga - SP 1 INTRODUÇÃO As mudanças no mundo cotidiano familiar, como a inserção da mulher no mercado de trabalho, o maior tempo gasto nos deslocamentos no trânsito e alterações no hábito de consumo de frutas e verduras, levou a população a utilizar produtos prontos ou semi-prontos. O mercado de hortaliças também precisou sofrer algumas alterações para atender à essa nova demanda, o que fez com que surgissem os produtos minimamente processados. Frutas e hortaliças minimamente processadas são vegetais que passaram por alterações físicas, sendo descascados e/ou picados, e/ou torneados, e/ou ralados, dentre outros processos, mas mantidos em estado fresco e metabolicamente ativos. O sucesso da técnica deve-se à agregação de valor aos produtos primários colhidos e ao fato de serem comercializados prontos para o consumo. Dentre os fatores indispensáveis para assegurar a qualidade dos produtos minimamente processados, destacam-se a embalagem e a temperatura de armazenamento (MORETTI,2007). Jacomino et al. (2004) destacaram ainda que as vantagens desta técnica

estão relacionadas à conveniência, qualidade e frescor, além de contribuir para aumentar o valor agregado. Muitos tipos de filme e embalagem estão disponíveis no mercado, para uso em produtos minimamente processados. As embalagens podem ser bandejas de plástico ou poliestireno (isopor), com tampa ou envoltas em filmes de plástico, e sacos de plástico de diferentes composições (SOARES; GERALDINE, 2007). Entre as hortaliças, a alface (Lactuca sativa) é a mais cultivada e consumida no mundo (FILGUEIRA, 2007), possui baixo valor calórico, e é rica em vitamina A, C, cálcio, ferro, fósforoe compostos anti-ansiolíticos (TORRES; TORRES, 2009). Estima-se que no Brasil esta hortaliça seja consumida por 75% das pessoas que se alimentam regularmente com saladas (TORRES; TORRES, 2009). Sendo assim, este trabalho busca avaliar a percepção de qualidade e valoração de alface minimamente processada em diferentes tipos de embalagens, bem como avaliar quais são as principais informações que resultam nessa decisão. 2 MATERIAL E MÉTODOS O método de pesquisa utilizado nesse trabalho é definido como pesquisa exploratória ou descritiva, pois tem objetivo de definir melhor o problema e classificar os fatos e as variáveis envolvidas. Como instrumento de coleta de dados foi realizada a revisão bibliográfica em artigos e livros e um teste de mercado, buscando obter dados complementares ao trabalho. O teste de mercado foi realizado com 33 avaliadores, cujo objetivo foi verificar a tendência de mercado relacionada à preços, embalagens e aparência de alface minimamente processada. Para tanto, foram utilizados três tipos de embalagens de alface americana A) alface picada em uma embalagem de polipropileno de baixa densidade (saco plástico), selado; B) a cabeça inteira embalada com filme plástico; e C) a cabeça inteira embalada em uma bandeja de isopor com filme plástico. Para iniciar o teste os três produtos foram retirados das embalagens e apresentados aos avaliadores pedindo que escolhessem apenas um dos produtos como opção de compra e justificando tal escolha. Posteriormente pediu-se para relacionar cada um dos três produtos apresentados a três preços que foram expostos aleatoriame, visando verificar a noção do avaliador sobre o valor agregado do produto. Em uma segunda etapa apresentaram-se apenas as embalagens, pedindo ao avaliador que escolhesse aquela que o deixaria mais confortável quanto à compra do produto e qual motivo o levaria a essa escolha.

Por fim, o produto embalado foi apresentado aos avaliadores e solicitou-se aos mesmos novamente que escolhessem apenas um como opção de compra e que justificassem a mesma. Logo após, pediuse que relacionassem os três produtos apresentados a três preços que foram expostos aleatoriame, para verificar se houve alguma alteração em relação à primeira escolha, o que mostraria a influência da embalagem na opção de compra. Ressalta-se que em todos os testes os produtos foram apresentados em sequências aleatórias diferentes e sempre codificados evitando assim, qualquer tipo de influência.os dados obtidos foram tabelados e usados para a elaboração de gráficos. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Na figura 1 observa-se a escolha do produto em si, sem a embalagem, ou seja, os produtos embalados de formas diferentes foram expostos sem apresentar a embalagem. Tal procedimento visa eliminar a influenciada embalagem sobre a forma de apresentação do produto. Dessa forma foi possível verificar que o produto B foi o mais escolhido, e dentre os motivos para a escolha constam o tamanho maior que os demais e a aparência, mencionando inclusive o aspecto de frescor do produto. Das pessoas que optaram pelo produto A, o fator decisório, como já era de se esperar, foi a praticidade. Já no caso do produto C, a preferência de apenas 9% dos avaliadores se deu principalmente pelo tamanho do produto, menor que os demais. Figura 1: Preferência dos avaliadores quanto aos produtos apresentados sem a embalagem. 9% 30% A) Alface processada, embalada em saco plástico e selada B) Cabeça embalada com filme plástico 61% C) Cabeça embalada em bandeja de isopor e filme plástico Fonte: Elaboração Própria.

% de entrevistados Revista Perspectiva em Educação, Gestão & Tecnologia, Ao relacionar os produtos com os preços verificou-se que os avaliadores ficaram em duvida na hora de optar o produto B e não apresntava nenhum tipo de processamento, o que não agregaria valor ao mesmo. Entretanto, pelo preço do produto A, seja pela apenas 13 % dos avaliadores praticidade imposta pelo conseguiram correlacionar processamento ou a qualidade do corretamente o produto ao preço produto em si (Figura 2). praticado no mercado, sendo que 55% Já quanto ao produto B é julgaram o produto favorito como sendo possível afirmar que a maioria dos avaliadores (53%) acreditam que este é o produto de maior valor comercial, principalmente devido ao tamanho do mesmo, associando assim quantidade e preço. O produto C foi considerado o que deveria ser comercializado com o o mais caro, independente do tipo de apresentação. Esse fato demonstra que esses avaliadores não consideram o processamento mínimo como um fator imprescindível para agregar valor ao produto, mas consideraram bastante o tamanho do produto. menor valor (56%), pois era menor que Figura 2 - Correlação entre produtos e preços da alface sem embalagem 60 50 40 30 20 10 0 A B C 3,79 3,65 3,19. Fonte: Elaboração Própria. A figura 3mostra a escolha dos provadores pela embalagem sem o produto.como não havia produto para conduzir a escolha pelo hábito de consumo, os entrevistados acabaram escolhendo a embalagem 3 (saco plástico selado), que era a embalagem utilizada no produto A. Essa escolha foi baseada no baixo resíduo gerado, na praticidade e na higiene, o que passou ao entrevistado maior confiança na embalagem.

A embalagem 2 (apenas filme plástico com rótulo) apresentou 30% da processo realizado da colheita até o transporte do produto. preferência dos entrevistados. A A embalagem 1, foi pouco quantidade de informação apresentada escolhida, pois não apresentou na mesma foi o principal motivo diferencial entre as demais e alguns norteador para esse resultado, visto que no rótulo desta embalagem, além entrevistados apontaram o uso do isopor como um problema ambiental, de todos os itens obrigatórios por lei, optando dessa forma, por outra trouxe o QRcode, código contendo embalagem. informações do produto com todo o Figura 3 - Preferência dos avaliadores quanto às embalagens apresentadas. 3% 30% 1 - filme plástico + bandeja de isopor 2 - apenas filme plástico 67% 3 - saco plástico vedado Fonte: Elaboração Própria. Na figura 4 pode-se observar os produtos e sua embalagem. Diferentemente do que foi observado para a escolha do produto sem a embalagem, no conjunto produto mais embalagem o mais escolhido (49%) foi aquele que sofreu todas as modificações de um produto minimamente processado tais como higienização, corte, e sua embalagem constava de saco plástico selado, o rótulo continha informações como rastreabilidade, nome do produto, informações da empresa e peso. O segundo produto mais escolhido foi aquele que apresenta embalagem simples apenas de filme plástico, mas no seu rótulo continha o código de rastreabilidade, informações da empresa e peso do produto, o que levou os entrevistados a mensionarem a confiança no produto. E novamente em terceiro lugar ficou o produto que apresenta bandeja

de isopor e filme plástico, mas seu código de barras. rótulo só tinha o nome da empresa e Figura 4 - Preferência dos avaliadores quanto ao produto embalado. [PORCENTAGEM] 1 - alface picada em uma embalagem selada [PORCENTAGEM] [PORCENTAGEM] 2 - cabeça inteira embalada com filme plástico 3 - cabeça inteira embalada em uma bandeja de isopor com filme plástico Fonte: Elaboração Própria. Quando questionados sobre o preço compatível com o produto mais embalagem as opiniões ficaram bastante divididas (Figura 5). Para o produto A (minimamente processado) observa-se que a maioria dos preços atribuídos variou entre 3,79 e 3,65, ou seja, 70% dos entrevistados atribuíram os maiores preços a esse produto, diferente de quando avaliou-se apenas o produto. Logo, a embalagem teve bastante influência na precificação do produto, servindo não apenas como material de proteção da alface, mas também como meio de informação e marketing do produto. O produto B apresentou uma divergência de preço, pois 39% acreditam que este está correlacionado ao maior valor, enquanto outros 39% atribuíram o menor valor ao alface embalado apenas com filme plástico. Bastante diferente do observado na figura 2, na qual o produto foi correlacionado ao maior preço devido à qualidade do produto. Nesse caso o tipo de embalagem utilizada pode ter sido o principal fator para ter reduzido o número de entrevistados que julgaramno com um produto de alto valor comercial. O produto C (filme plástico em bandeja de isopor) apresentou o maior número de escolhas para o preço 3,65, novamente diferente ao que foi observado na figura 2 quando este produto, sem embalagem, foi tido como o de menor valor. Nesse caso a

% de Entrevistados Revista Perspectiva em Educação, Gestão & Tecnologia, embalagem, assim como para o agregar valor ao produto. produto A, foi um fator importante para Figura 5 - Correlação entre produtos e preços da alface embalada. 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 A B C 3,79 3,65 3,19 Fonte: Elaboração Própria. Dessa forma, a influência da embalagem na decisão de compra de produtos com vida útil reduzida torna-se fundamental para os setores de marketing e P&D, que juntos são responsáveis por definir como o produto deve ser apresentado ao consumidor. Essa definição pode ser a diferença entre um produto que é vendido praticamente de imediato ao ser colocado na gondola e aquele que passa dias até ser levado pelo consumidor ou tirado de mercado. 4 CONCLUSÕES A preferência de escolha foi o conjunto produto mais embalagem a alface minimamente processado em embalagem de polipropileno de baixa densidade (saco plástico) selado. Não há uma grande percepção de valor sobre os produtos. O motivo alegado pela escolha foi à praticidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 3. ed. rev. e ampl. Viçosa: UFV, 2007. JACOMINO, A.P.; ARRUDA, M.C. de; MOREIRA,R.C.; KLUGE, R.A. Processamento Mínimo de frutasno Brasil. In: Symposium Estado Actual Del Mercados De Frutos y Vegetales Cortados en Iberoamérica, 2004, SanJosé Costa Rica. Resumos... p.79-86 MORETTI, C. L. Panorama do processamento mínimo de frutas e hortaliças. In: MORETTI, C. L. (Ed.). Manual de processamento

mínimo de frutas e hortaliças. 2. ed. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças/Sebrae, 2007. p. 25-40. SOARES, N. F. F.; GERALDINE, R. M. Embalagens. In: MORETTI, C. L. (Ed.). Manualde processamento mínimo de frutas e hortaliças. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças, 2007. p. 153-171. TORRES, M.A.; TORRES, P.G.V. Guia do Horticultor. Porto Alegre: Editora Rígel, 2009. 200p.