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Transcrição:

Mercado de adquirência no Brasil: Impactos da Circular 3.887/2018 Limitação do interchange dos cartões de débito 13 de Abril de 2018 1

Como as pessoas pagam pelo seu consumo? Consumo Privado Dinheiro Cartões/ Mobile Pré-pagos Cheque Outros Nãomonetário Débito Loja Uso restrito Transferências eletrônicas Débito automático Crédito Rede Uso amplo Boletos/ faturas Carnê Fiado e outros Principais fontes: Banco Central / ABECS / IBGE / Febraban / The Nilson Report Análises Boanerges & Cia. 2

Como as pessoas pagam pelo seu consumo? Consumo Privado Dinheiro Cartões/ Mobile Pré-pagos Cheque Outros Nãomonetário¹ Gastos não monetários: envolve aluguel não monetário*, plantio, pesca e caça para consumo próprio, fornecimento de cesta básica e/ou produtos de empresas para funcionários, programas de governo que provêm bens (remédios, alimentos, etc.) 1. IBGE POF * Valor estimado de aluguel, atribuído a domicílios cuja condição de ocupação é diferente de alugado. Principal componente, corresponde por 77% dos gastos não-monetários Principais fontes: Banco Central / ABECS / IBGE / Febraban / The Nilson Report Análises Boanerges & Cia. 3

Nos últimos 10 anos, os cartões (em todas suas formas) vêm crescendo de forma intensa Cartões cresceram inicialmente ocupando o espaço do cheque e se favorecendo também das melhorias nas condições de consumo Mesmo em cenário de crise, quando todos os gastos caem, independente do meio de pagamento, o Cartão cai menos e volta a crescer mais rápido 8% 10% 4% 15% Evolução dos principais meios de pagamento no Brasil Participação no consumo privado - % 18% 2007 Consumo privado R$ bi 2.738 Dinheiro 45% 1% 4% 8% 15% 33%* 2017 4.161 Cartões Pré-pago Cheque Outros 39% Valores a preços de 2017 Não monetário * 2017: Gastos com cartão R$ bi % Crédito (grandes bandeiras) 735 17,9% Débito (grandes bandeiras) 481 11,3% Rede (bandeiras domésticas) 47 1,1% Loja (Private Labels) 94 2,3% 1.356 32,6% Principais fontes: Bacen / ABECS / IBGE / Febraban Análises Boanerges & Cia. 4

Cartão de Débito foi o grande destaque em crescimento dentro do mercado de cartões 543 71 149 Mercado de Cartões no Brasil R$ bi Valores a preços de 2017 638 79 183 739 97 211 322 376 430 851 101 248 502 982 113 293 1.085 116 334 1.204 125 386 1.302 1.300 1.306 135 135 135 141 428 438 454 481 576 635 692 739 728 717 735 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Crédito Débito Loja e Rede 1.356 CAGR 2007-2017 9,6% 7,0% 12,4% 8,6% Em termos reais, o Cartão de Débito cresceu mais de 12% ao ano desde 2007 Mesmo no cenário de crise, Cartão de Débito continuou crescendo, mostrando que o processo de migração para meios eletrônicos de pagamento é irreversível Principais fontes: Bacen / ABECS / IBGE / Febraban Análises Boanerges & Cia. 5

Nos próximos anos, os cartões (em todas suas formas) devem se consolidar como o principal meio de pagamento Evolução dos principais meios de pagamento no Brasil Participação no consumo privado - % 2007 Consumo privado R$ bi 2.738 2017 4.161 2027 5.933 8% 10% 4% 15% 18% 45% 1% 4% 8% 15% 33%* 39% 0,4% 9% 5% 15% 22% 49% +16 pp -17 pp Cartões crescem daqui para frente ganhando participação em cima do Dinheiro Dinheiro Cartões Pré-pago Cheque Outros Não monetário Valores a preços de 2017 Principais fontes: Bacen / ABECS / IBGE / Febraban / The Nilson Report Análises Boanerges & Cia. 6

Nos próximos anos, os cartões (em todas suas formas) devem se consolidar como o principal meio de pagamento 8% 10% 15% 2007 Consumo privado R$ bi 2.738 Evolução dos principais meios de pagamento no Brasil Participação no consumo privado - % 45% 1.232-9 pp 1% 4% 8% 15% 2017 4.161 39% 1.624 +32% -6 pp 0,4% 9% 5% 2027 5.933 15% 22% -17 pp 1.305-20% 4% 18% 493 1.356 +179% 33%* +15 pp 49% +16 pp 2.907 +112% Dinheiro Cartões Pré-pago Cheque Outros Não monetário Valores a preços de 2017 Principais fontes: Bacen / ABECS / IBGE / Febraban / The Nilson Report Análises Boanerges & Cia. 7

Principais agentes envolvidos no mercado de cartões Bandeiras Adquirentes Processadoras Administradoras Regionais Com Bandeiras e Redes próprias Subadquirentes online (+-30 players) Diversas processadoras pequenas Subadquirentes mundo físico (+-70 players) Reguladores Bancos Mercado de Cartões Diversos bancos menores Gateways Varejistas (físico e online) Outros prestadores de serviços 8

Esquema da Indústria de Cartões tradicional Base de Portadores de cartão Bandeiras Aceitação Emissores Adquirentes Valor da Transação (-) Taxa de Intercâmbio (BACEN 2016: ~1,54% Crédito e 0,81% Débito) Fatura do Cartão $ Valor Da Transação $ Valor da Transação (-) Taxa de Administração (BACEN 2016: ~ 2,65% Crédito e 1,52% Débito) BACEN informou recentemente que a taxa média do débito fechou 2017 em 1,45%, e a taxa de intercâmbio (pedaço que fica com o emissor) em 0,82% Portadores de Cartão Bens e Serviços Estabelecimentos Comerciais Dados da Transação Pagamento com Cartões de Crédito e Débito Fonte: Dados do Bacen com ano base 2016, com esquemas e estimativas da Boanerges & Cia. 9

Principais números do setor no Brasil 467 milhões de cartões emitidos, sendo cerca de 185 milhões de cartões ativos* 84 MM cartões de crédito 101 MM cartões de débito BACEN, 2016 4,9 milhões de POS 670 mil PDV Crescendo a um ritmo anual de 7,2% a.a. BACEN, 2016 Faturamento anual de R$ 1,3 trilhão Mais de 13 bilhões de transações no ano ABECS, 2017 * Pelo menos uma transação nos últimos 12 meses Fonte: Bacen e ABECS com estimativas e análises da Boanerges & Cia. 10

Existem pelo menos 13* adquirentes já em operação ou em fase final de estruturação Adquirente Bancos/Sócios/Parceiros Adquirente Bancos/Sócios/Parceiros Diversos investidores institucionais e Falam em 12 adquirentes, sendo que na lista da CIP ainda não aparece o PagSeguro como participante do SLC * ABECS fala em 21 adquirentes, mas não mostra quem são 11

Market share adquirentes: desafiantes vêm ganhando share em cima dos líderes Cielo e Rede R$ 251 bi 20,8% 17,3 1,4% 7,7 0,6% 19,3 1,6% 108,0 9,0% 25,5 2,1% 7,3 0,6% 2016 1,1% 26,9 4,8% 2017 27,8 2,0% 2,1% 65,5 5,4% 35,0 2,6% 567,3 47,1% 22,5 1,7% 14,8 142,1 10,6% 2017 64,3 R$ 352 bi 25,9% 26,9 2,0% 22,5 1,7% 30,1 2,2% 35,0 2,6% 613,8 45,8% 142,1 10,5% 14,8 1,1% 80,3 5,9% 613,8 45,2% 387,0 32,1% 391,7 29,3% 391,7 28,9% Cielo Rede Santander FirstData (Bin, Sipag, PagueCom, Banestes) PagSeguro Stone Vero Global Payments Outros Estimativa de volume transacionado pelo PagSeguro exclui o que ainda é capturado como subadquirente Fonte: ABECS, CardMonitor, relatórios das empresas, com estimativas e análises da Boanerges & Cia. 12

Taxa de desconto (MDR): quedas relevantes após mudanças regulatórias Taxa de desconto média (%) Abertura de mercado, com fim da exclusividade Visa e MasterCard Fim da exclusividade das demais bandeiras 2,94 2,95-4% -4% 2,90 2,78 2,77 2,76 2,77 2,77 2,65 1,59 1,59 1,58 1,57 1,58 1,57 1,56 1,54 1,52 1,45-5% Informação divulgada de forma antecipada pelo BACEN, ainda fora do relatório oficial 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Cartão de Débito Cartão de Crédito MDR (Merchant discount rate): percentual cobrado do varejista Fonte: BACEN, com estimativas e análises da Boanerges & Cia. 13

Taxa de intercâmbio (interchange): crescimento após a abertura do mercado, pressionando margens dos adquirentes 1,30 Abertura de mercado, com fim da exclusividade Visa e MasterCard 1,35 1,36 1,36 1,37 Taxa de intercâmbio média (%) 1,50 1,57 1,58 1,58 Taxa de intercâmbio: definida pelas bandeiras, parte do MDR que remunera os emissores Grandes emissores Desde 2013 - emitir mais cartões premium (intercâmbio maior) Verticalização (são sócios/controladores dos grandes adquirentes) compensar a redução de margem na adquirência por conta da concorrência 0,79 0,79 0,75 0,73 0,72 0,77 0,78 0,80 0,80 0,82 Nova regra do BACEN define teto de 0,50 % para a taxa média de intercâmbio no débito, sendo 0,80% a taxa máxima, a partir de outubro de 2018 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Cartão de Débito Cartão de Crédito Fonte: BACEN, com estimativas e análises da Boanerges & Cia. 14

Circular 3.887/2017 motivadores do regulador 1. Falta de mecanismos de mercado que exerçam pressão sobre as bandeiras para redução do intercâmbio Vetor competitivo atual das bandeiras era justamente o contrário: busca aumentar a remuneração dos emissores 2. Intercâmbio atual e com perspectiva de crescimento limita a queda do MDR 3. Nível de intercâmbio no Brasil é muito superior ao de outros países, o que encarece o MDR 4. Efeito final é o desestímulo aos meios eletrônicos de pagamento, e por consequência estímulo de outros meios menos eficientes Dinheiro e cheque 5. Intercâmbio atual desincentiva a criação de modelos de negócio inovadores e mais eficientes Fonte: BACEN 15

Circular 3.887/2017 principais justificativas do regulador para limitar somente o débito Experiências internacionais neste sentido foram vistas como de sucesso União Europeia, Austrália, Estados Unidos, África do Sul, Argentina, Chile e Israel foram citados Dinâmica do Cartão de Crédito é muito mais complexa do que de Débito, e deve permanecer em estudo Há uma preferência do BACEN pelo estímulo ao cartão de débito como meio de pagamento Deixando o cartão de crédito como instrumento de crédito propriamente Já há cenário competitivo instalado no Brasil para o mercado de adquirência, o que leva a crer que redução do intercâmbio será repassada para o varejo MDR já vem caindo ao longo do tempo por competição, mas parece estar chegando no limite BACEN não espera regular o MDR diretamente neste momento Fonte: BACEN, com análises da Boanerges & Cia. 16

Circular 3.887/2017 o que está dentro e o que está fora Dentro Limitação máxima de 0,50% para a média da tarifa de intercâmbio, ponderada pelo valor das transações* 0,80% como valor máximo a ser aplicado em qualquer transação* Fora Vendas com cartão de débito nãopresente (e-commerce) Demandam maior investimento em prevenção à fraude e representam só 2,4% do valor transacionado Vendas com cartão de débito corporativo (PJ) Aplicados somente sobre vendas presenciais e PF no cartão de débito Representam 97,4% do valor transacionado 99,9% de todas as transações (ano base 2017) Estrutura de custos diferente do débito PF (acompanhamento, conciliação e prevenção à fraude) Representam só 0,2% do valor transacionado * Serão medidos trimestralmente Fonte: BACEN 17

Circular 3.887/2017 Que segmentos e faixas devem ser impactados, por bandeira? Tabela atual com taxas e tarifas de intercâmbio para cartão de débito MasterCard* Programa Transações à vista Taxa (%) Tarifa (R$) Segmento de Supermercados é um dos mais relevantes do mercado e já possui taxa de intercâmbio dentro dos novos limites na MC Existem vários segmentos que terão de sofrer reduções Transações Rápidas 0.50% n/a Pagamentos Mensais n/a 0.30 Pagamentos de utilidades 0.30% 0.06 (0.30 max) Supermercados 0.50% n/a Governo 0.20% n/a Atacadista 0.30% 0.05 (0.15 max) Companhias Aéreas 0.95% n/a Uso Diário 0.80% n/a Postos de Combustível 0.80% n/a Lojas de Departamento 0.85% n/a Viagens & Entretenimento 1.00% n/a Serviços Profissionais 0.95% n/a Recarga de celular 0.35% 0.03 (0.20 max) Carnê 0.0438% 0.07 (0.20 max) Segmentos que hoje são cobrados como tarifa (valor por transação) também precisarão ser reavaliados para que o custo final fique dentro dos limites estabelecidos pelo BACEN Demais Estabelecimentos 1.00% n/a * Intercâmbio doméstico pin débito Fonte: site bandeira MasterCard (11/04/2018) com análises da Boanerges & Cia. 18

Circular 3.887/2017 Que segmentos e faixas devem ser impactados, por bandeira? Tabela atual com taxas e tarifas de intercâmbio para cartão de débito Visa* Tarifa Base Ajustes à tarifa base (+ / -) À Vista CP Ajustes para Comércios (+ / - a tarifa base) Ajuste Captura CNP autenticado VbV Supermercados -0,27% No mundo Visa, todos os segmentos deverão passar por mudanças Débito 0,84% Postos, drogarias, lojas depto. Hotéis, aluguel carros, ag. turismo, joalherias, telemarketing -0,08% +0,26% Outros +0,13% N/A (sem ajustes por Captura) Mesmo Supermercados, que possui o menor intercâmbio Visa (0,57%), está atualmente acima da taxa média limitada pelo BACEN Nota do site da VISA: Certas transações envolvendo o governo são elegíveis para um ajuste de incentivo ao comércio de -0,66% para transações de débito, com um teto de R$0,20. Categorias elegíveis de comércio incluem os MCCs 9211 (Tribunais), 9222 (Multas), 9223 (Fianças), 9311 (Impostos) e 9399 (Outros serviços de governo). Existem outras tarifas adicionais para segmentos de nicho específicos e em desenvolvimento. As tarifas de intercâmbio especializadas e a informação para a qualificação às mesmas estão disponíveis para os clientes participantes. * Intercâmbio Doméstico Padrão para Transações de Pagamento Visa no Brasil - Pessoa Física Fonte: site bandeira Visa (11/04/2018) com análises da Boanerges & Cia. 19

Circular 3.887/2017 Qual o tamanho do impacto para os emissores? Compras com Cartões de Débito (R$ bi) Valores nominais 441 481 539 14% 614 Taxa de Intercâmbio média no Débito (%) 0,80% 0,82% 0,74% Receita de Intercâmbio dos emissores com Débito (R$ bi) Valores nominais Queda de receita estimada 0,43 1,96-39% 9% 12% 0,50% 3,53 12% 1% 3,94 3,99-23% 3,07 2016 2017 2018E 2019E 2016 2017 2018E 2019E 2016 2017 2018E 2019E Início das novas regras em 1º de outubro/2018 deve trazer impactos já neste ano Receitas dos emissores devem sofrer impactos relevantes a partir de 2019 Estimativas com base em média ponderada, considerando o topo da taxa média definida pelo BACEN aplicado sobre o último trimestre de 2018 Fonte: BACEN, com estimativas e análises da Boanerges & Cia. 20

Circular 3.887/2017 Expectativas do regulador Novos limites para intercâmbio sejam suficientes para... Suprir os custos dos emissores com processamento Remunerar adequadamente os emissores sem prejuízo à qualidade do serviço Aceleração do ritmo de crescimento das operações com cartão de débito Espera que os ganhos com aumento de escala compensem a redução de receitas Existência na prática de diferenciação de preços pelos varejistas Quer inclusive investir na comunicação para os estabelecimentos comerciais e órgãos de proteção ao consumidor sobre a importância de da diferenciação de preços Fonte: BACEN, com análises da Boanerges & Cia. 21

Circular 3.887/2017 Para o futuro, o que disse o BACEN Vai monitorar continuamente o mercado para se antecipar a consequências não esperadas com as mudanças atuais Inclusive aspectos não diretamente controlados pelo regulador que possam surgir Vai avaliar as possibilidades/oportunidades de... Reduções adicionais no intercâmbio de débito para compras presenciais Manutenção da excepcionalidade no intercâmbio de débito para compras não-presenciais e corporativas Limitação na tarifa de intercâmbio dos cartões de crédito Fonte: BACEN, com análises da Boanerges & Cia. 22

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