QUESTIONÁRIO Sobre o Sistema de Patentes na Europa RESPOSTAS
Secção 1 Princípios Gerais e Características do Sistema de Patente 1.1 Um dos princípios fundamentais em que se deve basear um bom sistema de patentes é o necessário equilíbrio que deverá existir entre os interesses dos titulares de patentes e os do público em geral, fundamentados no principio da livre concorrência. 1.2 Se, por outro lado, o titular deverá ser compensado, a fim de se estimular a inovação, por outro, o público em geral deverá poder beneficiar do direito exclusivo que foi conferido pela patente, através da sua divulgação, que constituirá um enriquecimento do património cultural e tecnológico dos Estados Membros. Nesse sentido, as patentes e respectivas tecnologias devem estar disponíveis para os cidadãos de tais países nos seus próprios idiomas. A fim de se melhorar a competitividade das empresas europeias com menor índice inovador, será necessário que as patentes e a informação nelas contidas sejam amplamente utilizadas pela sociedade em geral. É, portanto, imprescindível que as patentes sejam traduzidas integralmente. Se não se respeitar este principio elementar de não descriminação entre os cidadãos europeus, corre-se o sério risco da língua portuguesa, que é o idioma oficial de mais de 200 milhões de pessoas, se perder definitivamente como idioma tecnológico.
Dado que o tecido industrial português é essencialmente constituído por Pequenas e Médias Empresas e Empresários em Nome Individual, essa seria uma situação totalmente inaceitável. 1.3 A Comunidade Europeia deve promover a Investigação e Desenvolvimento e a Inovação assegurando nos Estados Membros as necessárias medidas. Secção 2 A Patente Comunitária: uma prioridade para a União Europeia 2.1. O Sistema Europeu de Patentes, que é bastante flexível tem demonstrado ser um sistema bastante eficiente de protecção das invenções e de enorme sucesso, como se pode verificar no numero crescente de pedidos anuais. Esta Confederação vê com bons olhos a criação de uma Patente Comunitária. No entanto, o acordo político de Março de 2003 não é a melhor solução para Portugal, país essencialmente importador de patentes. É fundamental, portanto, que para uma divulgação clara e completa das invenções, o texto integral completo das patentes seja traduzido em todos os idiomas da U.E de modo a poderem ser executadas por um perito na matéria. A não tradução das patentes, como atrás referido, originaria que esse encargo teria de ser suportado pelos industriais de cada país, o que é perfeitamente inaceitável.
Secção 3 O Sistema Europeu de Patentes e o Acordo Europeu sobre Litígios de Patentes 3.1. Vemos com grande apreensão a adopção de um sistema juridicional Centralizado que estabelece um Tribunal de Patente Europeia Este projecto viola o principio comunitário da garantia dos direitos de defesa. assim como o direito a um Juíz imparcial, que determinam a regra geral pela qual o Tribunal Competente é o da área do réu, por regra a parte mais débil neste tipo de litígios. Para garantia desses direitos é absolutamente necessário que o Réu possa entender no seu próprio idioma as infracções que lhe são imputadas e que o Tribunal entenda tudo o que o Réu deseje alegar em sua defesa. 3.2 Deviam ser designados em cada país Tribunais de 1ª. Instância e de Recurso, com a possibilidade de se recorrer para o Tribunal das Comunidades Europeias.
Secção 4 Harmonização e Reconhecimento Mutuo das Patentes Nacionais 4.1 Não cremos que existam, actualmente, diferenças importantes nas legislações dos Estados Membros nem em matéria de patentes, nem na sua aplicação prática. Deste modo, não existem riscos de entraves à livre circulação de bens ou serviços ou de distorções à concorrência. 4.2 As empresas portuguesas não são afectadas por diferenças entre direitos e práticas nacionais em matéria de patentes nos Estados Membros da UE, dado que essas diferenças são actualmente praticamente inexistentes. 4.3 Não aplicável. Secção 5 Generalidades 5.1 4 5.2 7 5.3 7 5.4 Não aplicável
5.5 É evidente que os países membros da União Europeia apresentam um grande desequilíbrio em termos de inovação. Este facto reflecte-se directamente na maioria de patentes requeridas anualmente. É, portanto, fundamental que as Pequenas e Médias Empresas e Empresários em Nome Individual tenham ao seu dispor, no seu idioma, o texto completo das patentes, de forma a poderem lê-lo e interpretá-lo sem problemas linguísticos, e deste modo progredirem mais rapidamente no estudo da técnica. 31 de Março de 2006