COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Recomendação de DECISÃO DO CONSELHO
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2 COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS Recomendação de Bruxelas, COM(2009) 570 final 2009/0158 (CNB) DECISÃO DO CONSELHO sobre o parecer a adoptar pela Comunidade Europeia relativamente à renegociação da Convenção Monetária com o Estado da Cidade do Vaticano PT PT
3 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS As Convenções Monetárias foram assinadas entre a Comunidade Europeia e o Principado do Mónaco, a República de São Marinho e o Estado da Cidade do Vaticano para dar continuidade legal às disposições existentes entre estes países, por um lado, e a França e a Itália, por outro, antes da introdução do euro. Dez anos depois de o euro ter substituído as antigas moedas nacionais da Itália e da França usadas pelo Mónaco, por São Marinho e pelo Vaticano, o Conselho convidou a Comissão a rever o funcionamento das Convenções Monetárias 1. Os resultados dessa revisão constam da Comunicação da Comissão sobre o funcionamento das Convenções Monetárias com o Principado do Mónaco, a República de São Marinho e o Estado da Cidade do Vaticano 2. A Comissão concluiu que, na sua forma actual, as Convenções Monetárias deviam ser alteradas, de forma a garantir uma abordagem mais coerente nas relações entre a Comunidade e os países signatários dessas convenções. A presente proposta de recomendação de decisão do Conselho define a posição a adoptar pela Comunidade na renegociação da Convenção Monetária com o Estado da Cidade do Vaticano. A Comissão propõe renegociar e alterar as seguintes disposições: Transposição da legislação comunitária relevante As obrigações que incumbem ao Mónaco, a São Marinho e ao Vaticano por força das respectivas convenções monetárias com a Comunidade são muito desiguais. A Convenção Monetária com o Principado do Mónaco comporta o maior número de obrigações. Contrariamente à convenção celebrada com o Mónaco, as convenções com o Vaticano e com São Marinho não prevêem qualquer obrigação específica de transposição da legislação comunitária na área da protecção do euro contra a falsificação, nem formas de cooperação com a Comunidade neste domínio. Para criar condições equitativas e garantir uma protecção adequada contra a contrafacção das notas e moedas em euros, o Vaticano e São Marinho devem aplicar a legislação comunitária relevante. Dado que não existe um verdadeiro sector bancário no Vaticano, não há necessidade de transpor da legislação comunitária em matéria bancária e financeira. Mecanismos de acompanhamento Contrariamente ao procedimento estabelecido para a Convenção com o Mónaco, não foram previstos quaisquer procedimentos de acompanhamento nas Convenções assinadas com o Vaticano e São Marinho. Na ausência de um acompanhamento formal estabelecido, o Vaticano e São Marinho não comunicam regularmente dados sobre a aplicação das Convenções, nem estão devidamente informados sobre os desenvolvimentos legislativos nas áreas abrangidas pelas mesmas. Por conseguinte, a Comissão propõe a criação de dois comités conjuntos idênticos ao existente no caso do Mónaco com o Estado da Cidade do Vaticano e a República de São Marinho. 1 2 Conclusões do Conselho sobre «Orientações comuns para as faces nacionais e a emissão das moedas em euros destinadas à circulação», 2922.ª reunião do Conselho ECOFIN, de 10 de Fevereiro de COM (2009) 359, de 14 de Julho de PT 2 PT
4 O Comité Conjunto com o Estado da Cidade do Vaticano seria composto por representantes do Vaticano, da Itália, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu. Seria incumbido de facilitar a aplicação da Convenção e discutir possíveis alterações à lista da legislação comunitária a aplicar pelo Vaticano. Teria igualmente poderes decisórios relativamente ao número restrito de questões cuja competência lhe incumbe por força da Convenção Monetária (por exemplo, a aprovação da mudança de oficina de cunhagem para a produção das moedas em euros do Vaticano). Limites máximos à emissão de moedas em euros Por razões históricas, os limites máximos à emissão anual por parte do Mónaco, de São Marinho e do Vaticano foram determinados de duas formas diferentes (actualmente, o Mónaco é autorizado a emitir, no máximo, 1/500 da quantidade das moedas cunhadas em França, ao passo que o Vaticano e São Marinho têm quotas fixas), o que induz resultados muito diferentes. Para assegurar um tratamento equitativo a todos os países signatários das Convenções Monetárias, a Comissão propõe introduzir um novo método uniforme de cálculo dos limites máximos à emissão de moedas em euros (a ser também usado em todas as convenções futuras). A Comissão propõe igualmente aumentar os limites máximos à emissão dos países que assinaram Convenções Monetárias, de modo a permitir alguma circulação das respectivas moedas. As moedas cunhadas em poucas quantidades são muito procuradas por coleccionadores. Em consequência, as moedas não estão a cumprir o seu objectivo original enquanto instrumento de pagamento, sendo exclusivamente mantidas como peças de colecção. Os novos limites máximos seriam compostos por uma parte fixa e uma parte variável: (1) A parte fixa deveria visar a satisfação da procura de moedas de colecção. Segundo as estimativas comuns, um valor total de cerca de euros deve bastar para satisfazer a procura do mercado numismático 3. (2) A parte variável teria por base, no caso do Vaticano, a emissão média per capita da Itália. O número médio de moedas per capita emitidas na Itália em (n-1) seria multiplicado pelo número de habitantes do Estado da Cidade do Vaticano. Com este novo método, o limite máximo à emissão de moedas do Vaticano seria aproximadamente o dobro da actual quota. Regras para a cunhagem de moedas em euros As actuais Convenções Monetárias reservam o direito de produzir as moedas em euros do Vaticano e de São Marinho na Casa da Moeda da Itália. Esta regra foi introduzida por razões históricas, numa altura em que o euro não estava ainda em circulação e quase todos os países da zona euro estavam a cunhar moedas em euros apenas para satisfazer necessidades próprias. A situação evoluiu e alguns países da área do euro fazem hoje cunhar as suas moedas num outro país da área do euro. Por conseguinte, a Comissão propõe abrir ao Vaticano e a São Marinho a possibilidade de fazer produzir as suas moedas em euros numa outra oficina de 3 Por exemplo, São Marinho tem-se concentrado na emissão de certas moedas em euros com algum sucesso: essas moedas são agora utilizadas para as transacções ao seu valor nominal. PT 3 PT
5 cunhagem da UE experiente nessa produção. A mudança de oficina de cunhagem terá, porém, de ser aprovada pelo Comité Conjunto. Escolha de jurisdição As actuais Convenções Monetárias não dão à Comunidade qualquer margem de manobra no caso de os países signatários não cumprirem as respectivas obrigações (por exemplo, não transpondo a legislação comunitária relevante em tempo devido), à excepção da derradeira e como tal improvável possibilidade de rescindir unilateralmente a Convenção. Por conseguinte, a Comissão propõe eleger o Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias como o órgão jurisdicional competente para a resolução de litígios susceptíveis de surgir da aplicação das Convenções Monetárias. PT 4 PT
6 Recomendação de 2009/0158 (CNB) DECISÃO DO CONSELHO sobre o parecer a adoptar pela Comunidade Europeia relativamente à renegociação da Convenção Monetária com o Estado da Cidade do Vaticano O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA, Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o artigo 111.º, n.º 3, Tendo em conta a Recomendação da Comissão 4, Tendo em conta o parecer do Banco Central Europeu 5, Considerando o seguinte: (1) A partir da data da introdução do euro, cabe à Comunidade a competência em questões monetárias e cambiais; (2) O Conselho decide dos mecanismos para a negociação e a conclusão dos acordos relativos a regimes monetários ou cambiais; (3) A República da Itália, em nome da Comunidade, celebrou, em 29 Dezembro 2000, uma Convenção Monetária com o Estado da Cidade do Vaticano; (4) O Conselho concluiu, em 10 de Fevereiro de 2009, que a Comissão devia proceder à revisão do funcionamento das convenções vigentes e considerar possíveis aumentos dos limites máximos para a emissão de moeda; (5) Na sua Comunicação sobre o funcionamento das Convenções Monetárias com o Principado do Mónaco, a República de São Marinho e o Estado da Cidade do Vaticano 6, a Comissão concluiu que, na sua forma actual, a Convenção Monetária com o Estado da Cidade do Vaticano devia ser alterada, de forma a garantir uma abordagem mais coerente nas relações entre a Comunidade e os países signatários de convenções deste tipo; (6) A Convenção Monetária com o Estado da Cidade do Vaticano deve, em consequência, ser renegociada logo que possível, de forma a que o novo regime possa entrar em vigor em 1 de Janeiro de 2010, juntamente com as novas regras sobre as modalidades de introdução de moedas em euros, estabelecidas na Recomendação da Comissão, de JO C [ ] de [ ], p. [ ]. JO C [ ] de [ ], p. [ ]. COM(2009) 359. PT 5 PT
7 19 de Dezembro de 2008, sobre orientações comuns para as faces nacionais e a emissão de moedas em euros destinadas a circulação, aprovada pelo Conselho nas suas conclusões de 10 de Fevereiro de ADOPTOU A PRESENTE DECISÃO: Artigo 1.º A República da Itália notifica o Estado da Cidade do Vaticano da necessidade de alterar, o mais rapidamente possível, a Convenção Monetária vigente entre a República da Itália, em nome da Comunidade Europeia, e o Estado da Cidade do Vaticano e propõe a renegociação das disposições relevantes da convenção. Artigo 2.º A Comunidade vela por que sejam introduzidas as seguintes alterações na renegociação da Convenção com o Estado da Cidade do Vaticano: (a) (b) (c) (d) (e) A Convenção é celebrada entre a Comunidade e o Estado da Cidade do Vaticano. O texto da Convenção será um texto codificado da actual convenção com as alterações. O Estado da Cidade do Vaticano compromete-se a adoptar as medidas adequadas, através de transposições directas ou possíveis acções equivalentes, para a aplicação de toda a legislação comunitária relevante em matéria de prevenção de branqueamento de capitais, prevenção da fraude e da contrafacção de meios de pagamento em numerário e de outros meios de pagamento. O método de determinar o limite máximo da emissão de moedas em euros do Estado da Cidade do Vaticano será revisto. O novo limite máximo é calculado com base num método que combina uma parte fixa destinada a evitar a especulação numismática excessiva sobre as moedas do Estado da Cidade do Vaticano, ao satisfazer a procura do mercado de coleccionadores, e uma parte variável, calculada como a emissão média per capita na República da Itália no ano n-1 multiplicada pelo número de habitantes do Estado da Cidade do Vaticano. Sem prejuízo da emissão de moedas de colecção, o acordo limita a 51% a proporção mínima de moedas em euros que o Estado da Cidade do Vaticano pode emitir ao valor nominal. É criado um Comité Misto para acompanhar os progressos na aplicação da Convenção. O Comité é composto por representantes do Estado da Cidade do Vaticano, da República da Itália, da Comissão e do BCE. Terá a possibilidade de, anualmente, rever a parte fixa, a fim de ter em conta a inflação e a evolução do mercado de coleccionadores. O Comité adopta as suas decisões por unanimidade e aprova o seu regulamento interno. As moedas em euros do Estado da Cidade do Vaticano são cunhadas pelo Instituto Poligrafico e Zecca dello Stato. No entanto, o Estado da Cidade do Vaticano pode, com o acordo do Comité Misto, contratar outra oficina de PT 6 PT
8 cunhagem da UE que cunhe moedas em euros. Para efeitos da aprovação pelo BCE do volume total da emissão, o volume de moedas emitidas pelo Estado da Cidade do Vaticano é acrescentado ao volume emitido pelo país de origem da oficina de cunhagem que as produz. (f) O Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias é o órgão competente para a resolução de litígios que possam surgir aquando da aplicação da Convenção. Caso a Comunidade ou o Estado da Cidade do Vaticano considere que a outra Parte não cumpriu uma obrigação decorrente da Convenção Monetária, pode recorrer ao Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias. O acórdão deste último vincula as Partes, que tomarão as medidas necessárias para o cumprirem num prazo a decidir pelo Tribunal. Caso a Comunidade ou o Estado da Cidade do Vaticano não tome as medidas necessárias para cumprir os termos do acórdão no prazo fixado, a outra Parte pode terminar o acordo de imediato. Artigo 3.º As negociações com o Estado da Cidade do Vaticano são conduzidas pela República da Itália e pela Comissão, em nome da Comunidade. O Banco Central Europeu é plenamente associado às negociações nos domínios da sua competência. A República da Itália e a Comissão submetem o projecto de acordo ao Comité Económico e Financeiro para parecer. Artigo 4.º O Conselho celebra a Convenção. A República Italiana e a Comissão são destinatárias da presente decisão. Feito em Bruxelas, em Pelo Conselho O Presidente PT 7 PT
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