IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 888

Documentos relacionados
IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 455

PRODUÇÃO DE MAMONEIRA CV BRS 149 NORDESTINA ADUBADA COM NITROGÊNIO, FOSFÓRO E POTÁSSIO

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 486

EFEITO DE DIFERENTES QUANTIDADES DE HÚMUS DE MINHOCA CALIFÓRNIA VERMELHA INCORPORADOS AO SOLO E COM APLICAÇÕES DE BIOFERTILIZANTE NA CULTURA DO FEIJÃO

COMPONENTES DE CRESCIMENTO DA MAMONEIRA (Ricinus cumunnis L.) CULTIVAR BRS ENERGIA ADUBADA ORGANICAMENTE

EFEITO DE FERTILIZANTES FOSFATADOS SOBRE O CONSUMO DE ÁGUA E PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA DA MAMONEIRA (Ricinus communis L.)

INFLUÊNCIA DO USO DE ÁGUA RESIDUÁRIA E DOSES DE FÓSFORO NA ÁREA FOLIAR DO PINHÃO MANSO

FONTES E DOSES DE RESÍDUOS ORGÂNICOS NA RECUPERAÇÃO DE SOLO DEGRADADO SOB PASTAGENS DE Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

PRODUÇÃO DO ALGODÃO COLORIDO EM FUNÇÃO DA APLICAÇÃO FOLIAR DE N E B

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental II USO DE EFLUENTES DE LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO PARA

CALAGEM, GESSAGEM E AO MANEJO DA ADUBAÇÃO (SAFRAS 2011 E

RELATÓRIO FINAL. AVALIAÇÃO DO PRODUTO CELLERON-SEEDS e CELLERON-FOLHA NA CULTURA DO MILHO CULTIVADO EM SEGUNDA SAFRA

DENSIDADE DE SEMEADURA DE CULTIVARES DE MAMONA EM PELOTAS, RS 1

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO OPERACIONAL DE UM EQUIPAMENTO ITINERANTE PARA DESCASCAMENTO DE FRUTOS DE MAMONA DA CULTIVAR BRS PARAGUAÇU

CRESCIMENTO DE PINHÃO MANSO SOB IRRIGAÇÃO COM ÁGUA SUPERFICIAL POLUIDA 1

DESEMPENHO DE MUDAS CHRYSOPOGON ZIZANIOIDES (VETIVER) EM SUBSTRATO DE ESTÉRIL E DE REJEITO DA MINERAÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO

JOSILDA DE FRANÇA XAVIER

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 2139

EFEITO DO ARRANJO DE PLANTAS NO RENDIMENTO E QUALIDADE DA FIBRA DE NOVAS CULTIVARES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO AGRESTE DE ALAGOAS

PRODUTIVIDADE DA MAMONA HÍBRIDA SAVANA EM DIVERSAS POPULACÕES DE PLANTIO NO SUDOESTE DA BAHIA* 4 Embrapa Algodão

ENSAIOS DE ALGODOEIROS DE FIBRAS COLORIDAS NO VALE DO IUIU 1 INTRODUÇÃO

Analise de crescimento do algodão colorido sob os efeitos da aplicação de água residuária e biossólidos

PRODUTIVIDADE DO CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA EM INTEGRAÇÃO COM PECUÁRIA E FLORESTA DE EUCALIPTO

Efeito da colhedora, velocidade e ponto de coleta na qualidade física de sementes de milho

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTURAS IRRIGADAS COM ESGOTO TRATADO

10 AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA

RESUMO. Introdução. 1 Acadêmicos PVIC/UEG, graduandos do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.

Agricultura de Baixo Carbono e Bioenergia. Heitor Cantarella FAPESP: Programa BIOEN & Instituto Agronômico de Campinas(IAC)

MANEJO DE PRAGAS DO AMENDOINZEIRO COM PRODUTOS ALTENATIVOS E CONVENCIONAIS

Tecnologia 100% Nacional Transformação e Recuperação Energética de Resíduos Orgânicos

Doses de adubo para produção de mudas de tomate (Solanum lycopersicum)

AVALIAÇÃO DE PROGÊNIES DE MILHO NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE ADUBO

Referências Bibliográficas

CARACTERIZAÇÃO E TRATABILIDADE DO EFLUENTE DE LAVAGEM DE UMA RECICLADORA DE PLÁSTICOS

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

FERTILIDADE E MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO EM DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO

COMPARAÇÃO DE DIFERENTES FONTES DE CÁLCIO EM SOJA

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 410

ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MINERAL NA PRODUTIVIDADE DA CANA- SOCA

Eixo Temático ET Gestão Ambiental em Saneamento PROPOSTA DE SANEAMENTO BÁSICO NO MUNICÍPIO DE POMBAL-PB: EM BUSCA DE UMA SAÚDE EQUILIBRADA

UTILIZAÇÃO DO LODO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO PARA ADUBAÇÃO DO AÇAÍ (Euterpe oleracea)

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE UMA SEMEADORA-ADUBADORA DE PLANTIO DIRETO NA CULTURA DA SOJA

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE VINHAÇA NO SOLO ATRAVÉS DE MÉTODO DE PROSPEÇÃO GEOELÉTRICO

SANEAMENTO BÁSICO RURAL NO BRASIL: Uma análise de impacto e da proposta da fossa séptica biodigestora

Desempenho de sistemas de irrigação na produção ecológica de rabanete utilizando água residuária tratada em ambiente protegido

PARÂMETROS QUALITATIVOS DA ÁGUA EM CORPO HÍDRICO LOCALIZADO NA ZONA URBANA DE SANTA MARIA RS 1

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 528

IRRIGAÇÃO COM ÁGUA RESIDUÁRIA E DE ABASTECIMENTO SUBMETIDO À ADUBAÇÃO FOSFATADA EM PLANTAS DE PINHÃO MANSO

COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS ORGÂNICOS GERADOS NA EMBRAPA RORAIMA

INFLUÊNCIA DE PLANTAS DE COBERTURA DO SOLO NA OCORRÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS E NA PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE TRIGO

Sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) de Corte da Embrapa Milho e Sorgo

AVALIAÇÃO DA FITOMASSA E COMPRIMENTO DAS RAÍZES DA MAMONEIRA BRS NORDESTINA INFLUENCIADOS PELA FERTILIZAÇÃO ORGÂNICA

MODELAGEM MATEMÁTICA DA ABSORÇÃO DE ÁGUA EM SEMENTES DE FEIJÃO DURANTE O PROCESSAMENTO DE ENLATADOS.

Uso de húmus sólido e diferentes concentrações de húmus líquido em características agronômicas da alface

EFEITO DE DIFERENTES DOSAGENS DE LODO DE ESGOTO E FERTILIZAÇÃO QUÍMICA SOBRE A DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO NO SOLO

PRODUÇÃO DE MUDAS DE TOMATEIRO EM DIFERENTES SUBSTRATOS À BASE DE MATERIAIS REGIONAIS SOB ADUBAÇÃO FOLIAR 1 INTRODUÇÃO

UTILIZAÇÃO DO LODO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO PARA ADUBAÇÃO DA GOIABEIRA

VIII Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG- campus Bambuí VIII Jornada Científica

VII Reunião de Atualização em Eucalitptocultura

TITULO DO PROJETO: (Orientador DPPA/CCA). Para que se tenha sucesso em um sistema de plantio direto é imprescindível uma boa cobertura do solo.

Eixo Temático ET Recursos Hídricos DIAGNÓSTICO DA TURBIDEZ NA REDE DE ABASTECIMENTO NO MUNICÍPIO DE PRINCESA ISABEL-PB

Crescimento de milho fertilizado com manipueira aplicada via foliar

Agroecologia. Agroecossistema

Produção de feijão-fava em resposta ao emprego de doses de esterco bovino e presença e ausência de NPK

Aplicação de Reúso na Indústria Têxtil

LINEAMENTOS PARA MELHORAR A GESTÃO DAS ÁGUAS RESIDUAIS DOMÉSTICAS E FAZER MAIS SUSTENTÁVEL A PROTEÇÃO DA SAÚDE

SISTEMA DE REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA RESIDUAIS DE PROCESSOS INDUSTRIAL E ESGOTO RESIDENCIAIS POR MEIO DE TRANSFORMAÇÃO TÉRMICAS FÍSICO QUÍMICA N0.

DESSECAÇÃO DE BRAQUIÁRIA COM GLYPHOSATE SOB DIFERENTES VOLUMES DE CALDA RESUMO

PRODUÇÃO DE PORTA-ENXERTO DE MANGUEIRA EM SUBSTRATO COMPOSTO POR RESÍDUOS DA AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA

APLICAÇÃO FOLIAR DE ZINCO NO FEIJOEIRO COM EMPREGO DE DIFERENTES FONTES E DOSES

TAXA DE LOTAÇÃO EM PASTAGEM DE TIFTON 85 SOB MANEJO DE IRRIGAÇÃO E SEQUEIRO NO PERÍODO DA SECA*

CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL COM BASE NOS PARÂMETROS CURRICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO

"Água e os Desafios do. Setor Produtivo" EMPRESAS QUE DÃO ATENÇÃO AO VERDE DIFICILMENTE ENTRAM NO VERMELHO.

POPULAçÃO DE PLANTAS DE SOJA NO SISTEMA DE SEMEADURA DIRETA PARA O CENTRO-SUL DO ESTADO DO PARANÁ

Água - Recurso Natural

UFV Catálogo de Graduação ENGENHARIA AMBIENTAL. COORDENADORA Ann Honor Mounteer

Propriedades físicas de um Cambissolo submetido a períodos de pastejo rotacionado

Crescimento da mamoneira sob diferentes tipos de águas residuárias e níveis de água no solo (doi: /ambi-agua.112)

STATUS HÍDRICO DE PROGÊNIES DE CAFÉ COMO INDICADOR DE TOLERÂNCIA À SECA

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

REÚSO DE ÁGUA NO SISTEMA DE PRÉ-TRATAMENTO E CATAFORESE NO PROCESSO DE PINTURA AUTOMOTIVA

ENGENHARIA AMBIENTAL. COORDENADORA Ann Honor Mounteer

QUALIDADE DE FLORES DE GIRASSOIS ORNAMENTAIS IRRIGADOS COM ÁGUAS RESIDUÁRIA E DE ABASTECIMENTO EM CULTIVO ORGÂNICO

TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

Pesquisa da EPAMIG garante produção de azeitonas

Respostas das questões sobre as regiões do Brasil

OS CUIDADOS COM A ÁGUA NA ESCOLA FUNDAMENTAL PROFESSOR ADAILTON COELHO COSTA

USO RACIONAL DA ÁGUA NA AGRICULTURA

O uso de pó de rocha fosfática para o desenvolvimento da agricultura familiar no Semi-Árido brasileiro.

DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

CRESCIMENTO INICIAL DO GIRASSOL cv. Embrapa 122 / V 2000 SUBMETIDO A ESTRESSE SALINO NA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1066

1. Introdução. 3 gutembergue.13@gmail.com; 4 gabriel @hotmail.com; 5 carolinachiamulera10@gmail.com.

O papel da APROSOJA na promoção da sustentabilidade na cadeia produtiva da soja brasileira

FERTILIZANTES Fertilizante: Classificação Quanto a Natureza do Nutriente Contido Quanto ao Critério Químico Quanto ao Critério Físico

César Piccirelli Santos Plinio Barbosa de Camargo

COMPETIÇÃO DE PLANTAS DANINHAS E ADUBAÇÃO NITROGENADA NO CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis)

PRODUÇÃO DE MUDAS PRÉ BROTADAS (MPB) DE CANA-DE-AÇUCAR EM DIFERENTE ESTRATÉGIAS DE IRRIGAÇÃO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Transcrição:

Página 888 EFEITOS DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS DE INDÚSTRIAS DE CAMPINA GRANDE NA PRODUÇÃO DE FITOMASSA DA MAMONEIRA, CULTIVAR BRS NORDESTINA Josilda de F. Xavier 1 *. Carlos A. V. Azevedo 1*, Napoleão E. M. Beltrão 2* Renato S. de Albuquerque 3* 1* Centro de Ciências e Tecnologia Coordenação de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola UFCG. Av. Aprígio Veloso, 882 Bodocongó Campina Grande/PB josildaxavier@yahoo.com.br. 2* Centro Nacional de Pesquisa de Algodão (CNPA/EMBRAPA). 3* Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, Campus II Lagoa Seca RESUMO - O reuso e reciclo de águas servidas em indústrias vem ganhando espaço nos dias atuais, face a necessidade de redução dos custos finais de produção, numa época em que a economia globalizada condiciona as empresas a uma maior competitividade, sendo, portanto, de extrema necessidade, o aumento de produtividade com a conseqüente redução de custos. Objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito do uso da água residuária de indústrias de Campina Grande na produção de fitomassa da cultivar de mamoneira BRS Nordestina. De acordo com os resultados obtidos observou-se que na interação A2 x N1 (COTEMINAS 100%), ocorreu o melhor resultado em que as plantas apresentaram maior número de frutos, maior peso seco das folhas e maior peso seco do caule. A água residuária da COTEMINAS promoveu o maior crescimento e desenvolvimento das plantas além da produção de frutos, quando comparada às demais águas residuárias testadas, devido à maior concentração de nutrientes. Palavras-chaves: Reuso; Coteminas; Ipelsa; Lebom INTRODUÇÃO O reuso das águas residuárias tratadas é considerado um excelente instrumento para otimização dos recursos hídricos, cada vez mais ameaçados de escassez. Mais que isso, é uma forma de desenvolvimento sustentável, podendo os recursos hídricos serem aproveitados de forma permanente. Nas regiões áridas e semi-áridas do planeta, o reuso de efluentes de estação de tratamento de esgotos vem crescendo a cada dia, melhorando a qualidade de vida e as condições sócio-econômicas das populações do meio rural, com o aumento da produtividade agrícola,

Página 889 recuperação de áreas degradadas ou improdutivas, e, ainda, no que diz respeito ao meio ambiente, contribuindo para a conservação e preservação dos recursos hídricos, evitando a descarga de esgoto bruto nos mananciais. (MANCUSO, 2003). Um fator importante levado em consideração na reutilização das águas residuárias das indústrias, é a conscientização ambiental, que vem se destacando dia a dia, nos diversos setores da sociedade moderna. O uso do efluente de esgoto tratado como fonte de água para irrigação pode, resumidamente, diferir da água convencional, segundo Bouwer e Chaney (1974) e Feigin et al. (1991), em cinco aspectos básicos: apresentam uma variedade de compostos orgânicos naturais e sintéticos, geralmente não identificados individualmente. A cultura da mamona (Ricinus communis L) é de elevada importância para o semi-árido brasileiro por ser de fácil cultivo, resistente à seca, além de proporcionar ocupação e renda no meio rural, sendo bastante cultivada por pequenos produtores. No Brasil sua introdução se deu durante a colonização portuguesa, por ocasião da vinda dos escravos africanos, associada às condições favoráveis ao seu crescimento, que possibilitou tornar-se uma planta de grande dispersão no território nacional. (BELTRÃO et al., 2001). Objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito do uso da água residuária de indústrias de Campina Grande na produção de fitomassa da cultivar de mamoneira BRS Nordestina. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido, com a planta da mamoneira (Ricinus communis L.), cultivar BRS Nordestina, em condições de casa de vegetação do Centro Nacional de Pesquisa de Algodão (CNPA/EMBRAPA), localizado na cidade de Campina Grande, PB. O ambiente protegido apresentou elevadas temperaturas do ar na casa de vegetação, quando comparadas com valores de temperatura do ar fora do ambiente protegido, durante o ciclo da cultura da mamona chegando até 26,8 e 24,4 ºC durante o dia na casa de vegetação e fora dela, respectivamente (Figura 1). A amplitude da variação da temperatura do ar na casa de vegetação foi de 2,7 ºC, enquanto fora da casa de vegetação foi de 2,8 ºC O delineamento experimental foi em blocos inteiramente casualizados com esquema de análise fatorial adicional [(4 x 3) + 3] com três repetições, tendo os seguintes fatores: três tipos de águas residuárias tratadas e água de abastecimento (A1 = IPELSA; A2 = COTEMINAS; A3 = LEBOM; A4 = Água da rede de abastecimento público da cidade de Campina Grande-PB) três níveis de água

Página 890 disponível no solo (AD) (N1 = 100, N2 = 80 e N3 = 70% da água disponível) para as três testemunhas com água de abastecimento com fertilizante inorgânico na fundação (AF4), utilizando NPK onde as fontes de nutrientes foram, sulfato de amônio (20% N), superfosfato triplo (43% P2O5) e cloreto de potássio (60% K2O). Durante a pesquisa não foi realizada adubação quando se usou água de abastecimento. A principal atividade da indústria IPELSA é a fabricação de papel higiênico utilizando a reciclagem de jornais, revistas etc., enquanto que da indústria COTEMINAS é a fiação de algodão, que neste processo não utiliza água, tornando assim a característica do seu efluente como doméstico; já a indústria LEBOM tem como principal atividade a produção de Laticínios, onde pode se encontrar bastante matéria orgânica. Foram utilizadas sementes da cultivar BRS Nordestina, seu ciclo tem uma duração média de 150 dias, sua altura média é de 1,70 a 2,00 m de altura, apresenta uma semente de bom calibre, que varia entre 68 g por 100 sementes, dando uma produtividade entre 1.200 a 1.500 kg ha-1 em regime de sequeiro e de 3.500 a 4.000 kg ha-1 em regime de irrigação, com o teor de óleo na semente acima de 47% (Beltrão et al., 2001). O estudo estatístico das variáveis determinadas foi processado pelo programa SISVAR 4.3 (2003). As variáveis de produção e fitomassa analisadas foram: Número de frutos por planta, peso seco das folhas e do caule. As folhas, frutos e os caules foram secos em estufa (marca FABBE, modelo 119-A 50-CA 200-C FMBM-P-027) a uma temperatura de 50 ºC durante 72 horas, enquanto que a balança utilizada para pesar as folhas, frutos e caule foi a de marca Marte, modelo A 5000. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 1 apresenta as características químicas relativas aos macronutrientes das águas residuárias das indústrias utilizadas na pesquisa. Ao comparar os fatores tipos de águas (A) dentro dos níveis de água disponível no solo (N) para as variáveis, número de frutos por planta (NF), peso seco das folhas (PSF) e peso seco do caule (PSC), observou-se que na interação A2 x N1 (COTEMINAS 100%), ocorreu o melhor resultado em que as plantas apresentaram maior número de frutos, maior peso seco das folhas e maior peso seco do caule. (Tabela 2).

CONCLUSÕES Página 891 A água residuária da COTEMINAS promoveu o maior crescimento e desenvolvimento das plantas além da produção de frutos, quando comparada às demais águas residuárias testadas, devido a maior concentração de nutrientes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELTRÃO, N. E. DE M.; SILVA, L. C.; VASCONCELOS, O. L.; AZEVEDO, D. M. P.; VIEIRA, D. J. Fitologia. O agronegócio da Mamona no Brasil. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2001. cap. 2, p.37-59. BOUWER, H.; CHANEY, R.L. Land treatment of wastewater. Advances in Agronomy, v.26, p.133-176, 1974. COELHO, M.A.; SONCIN, N. B. Geografia do Brasil. São Paulo: Moderna. 1982. 368p. FEIGIN, A.; RAVINA, I.; SHALHEVET, J. Irrigation with treated sewage efluent. Advanced Series in Agricultural Science. V. 17, 1991. 216p. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Anuário Estatístico do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1991. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Anuário Estatístico do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. SILVA, S. A. OLIVEIRA R. Manual de Análises Físico-químicas de Água de Abastecimento e Residuárias. Campina Grande, Paraíba. 2001. 266p.

Página 892 Figura 1. Temperatura e evaporação do Tanque Classe A média, dentro e fora do ambiente protegido durante o ciclo da cultura Tabela 1. Análises dos macronutrientes das águas residuárias tratadas das indústrias: IPELSA, COTEMINAS e LEBOM Indústrias Datas K Ca Mg P N IPELSA 12/06/006 24,99 93,25 95,25 2,67 15,95 IPELSA 12/07/2006 24,27 168,25 46,65 1,73 10,30 IPELSA 11/08/2006 24,96 234,60 21,84 1,52 6,01 IPELSA 10/09/2006 26,13 196,60 56,52 * 7,71 COTEMINAS 12/06/2006 28,58 19,00 21,45 8,58 48,47 COTEMINAS 12/07/2006 25,71 20,00 21,6 8,90 37,29 COTEMINAS 11/08/2006 28,47 22,00 26,04 9,33 32,55 COTEMINAS 10/09/2006 31,98 18,20 29,40 * 40,22 LEBOM 12/06/2006 26,43 46,50 37,65 8,14 28,26 LEBOM 12/07/2006 14,23 27,25 33,75 9,05 27,92 LEBOM 11/08/2006 20,67 30,60 14,64 7,69 13,13 LEBOM 10/09/2006 12,48 31,00 25,20 8,20 30,69 As analisadas foram realizadas no laboratório da EXTRABES (Estação Experimental de Tratamento Biológica de Esgoto Sanitário) UFPB/UEPB. Metodologia (SILVA, 2001) Campina Grande, PB, 2006; DBO 1 - Demanda Bioquímica de Oxigênio e DQO 2 - Demanda Química de Oxigênio. *não houve leitura

Página 893 Tabela 2. Valores médios das interações significativas da análise de variância referente ao número de frutos por planta (NF), peso seco das folhas (PSF) e peso seco do caule (PSC) da mamoneira, submetido diferentes tipos de água (A) e níveis de água disponível no solo (N) ao final do cultivo Níveis de água disponível no solo Tipos de águas N 1 = 100% N 2 = 80% N 3 = 70% Número de frutos por planta (NF) A 1 IPELSA 4,00 a A 0,0 a A 0,0 a A A 2 COTEMINAS 49,33 c C 34,33 c B 19,0 b A A 3 LEBOM 26,67 b C 18,00 b B 0,0 a A A 4 Água Abastecimento 0,0 a A 0,0 a A 0,0 a A AF 4 Água Abastecimento com NPK na fundação 0,0 a A 0,0 a A 0,0 a A Peso seco das folhas (PSF) g A 1 IPELSA 16,52 b B 8,70 a AB 4,49 a A A 2 COTEMINAS 83,57 d C 46,01 c B 30,05 c A A 3 LEBOM 43,26 c C 31,80 b B 19,16 b A A 4 Água Abastecimento 3,12 a A 2,17 a A 2,24 a A AF 4 Água Abastecimento com NPK na fundação 7,78 a 8,51 a A 6,66 a A Peso seco do caule (PSC) g A 1 IPELSA 5,79 a A 2,55 a A 1,30 a A A 2 COTEMINAS 24,73 b B 21,25 b AB 15,75 b A A 3 LEBOM 19,22 b B 15,18 b B 6,50 a A A 4 Água Abastecimento 0,67 a A 0,57 a A 0,59 a A AF 4 Água Abastecimento com NPK na fundação 3,01 a A 4,049 a A 4,42 a A AF4= Água de Abastecimento com NPK na fundação médias seguidas da mesma letra, minúscula na linha (dentro dos diferentes tipos de água) e maiúscula na coluna (dentro dos percentuais de umidade), não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 1 e 5% de probabilidade.