RELATÓRIO PARA A. SOCIEDADE informações sobre recomendações de incorporação de medicamentos e outras tecnologias no SUS

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Transcrição:

RELATÓRIO PARA A SOCIEDADE informações sobre recomendações de incorporação de medicamentos e outras tecnologias no SUS

RELATÓRIO PARA A SOCIEDADE Este relatório é uma versão resumida do relatório técnico da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS CONITEC e foi elaborado numa linguagem simples para facilitar o entendimento do público leigo e estimular sua participação no processo de avaliação de tecnologias em saúde que antecede a incorporação de medicamentos, produtos e procedimentos utilizados no SUS. A CONITEC tem como atribuição assessorar o Ministério da Saúde na incorporação, exclusão ou alteração de novos medicamentos, produtos e procedimentos no SUS. Para isso, a CONITEC realiza análise de estudos científicos sobre os efeitos positivos e negativos de medicamentos, produtos e procedimentos na saúde das pessoas, seus custos e sua comparação com o que já está sendo usado no SUS para tratamento de pacientes. A CONITEC possui treze membros, um representante de cada Secretaria do Ministério da Saúde e um representante de cada uma das seguintes instituições: Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA, Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, Conselho Nacional de Saúde - CNS, Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde - CONASEMS e Conselho Federal de Medicina - CFM. Todas as recomendações da CONITEC são submetidas à consulta pública pelo prazo de 20 dias. Após analisar as contribuições recebidas em cada consulta pública, a CONITEC emite a recomendação final, que pode ser contra ou a favor da incorporação da tecnologia analisada no SUS. A recomendação da CONITEC é encaminhada ao Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, que decide sobre a incorporação, a exclusão ou alteração de novos medicamentos, produtos e procedimentos no SUS.

O que á a doença? Câncer Colorretal O câncer colorretal afeta o intestino grosso (cólon e reto). Os fatores de risco mais relevantes que favorecem seu desenvolvimento são: história familiar de câncer colorretal (predisposição genética), o consumo excessivo de carne vermelha e bebidas alcoólicas, o tabagismo e a obesidade. O baixo risco de desenvolver o câncer do colorretal está relacionado a uma dieta com base em consumo de frutas, vegetais frescos, cereais e peixes, bem como à prática de atividade física. Os principais sintomas da doença são: constipação ou diarreia sem associação com o alimento ingerido, anemia, fraqueza, cólica abdominal, emagrecimento, sangramento pelo reto e sensação de evacuação incompleta. O diagnóstico do câncer pode ser realizado por meio de exames de fezes (que detectam a presença de sangue) e de endoscopia. A endoscopia é capaz de diagnosticar e remover pólipos, que são pequenas lesões que se desenvolvem no intestino e que podem evoluir para o câncer. Tanto homens como mulheres são igualmente afetados. A doença é tratável e frequentemente curável quando localizada apenas no intestino, sem comprometimento de outros órgãos. No entanto, quando o câncer colorretal é diagnosticado numa fase mais avançada, cerca de 50% dos pacientes desenvolvem metástases hepáticas (câncer no fígado) durante o curso da doença. emagrecimento/ fraqueza alguns sinais e sintomas cólica abdominal sangramento constipação ou diarreia anemia

COMO O SUS TRATA OS PACIENTES COM CÂNCER COLORRETAL O Ministério da Saúde atualiza frequentemente suas diretrizes de tratamento conforme novos medicamentos vão surgindo no mercado. Em setembro de 2014, o Ministério da Saúde publicou as Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do Câncer de Cólon e Reto para o tratamento de câncer colorretal. As diretrizes tem a finalidade de orientar médicos e gestores de saúde sobre quais os procedimentos cirurgicos, radioterapicos de de quimioterapia são recomendados para determinado tipo de cancer e estágio da doença. No entanto, a escolha do tratamento disponível depende também do quadro clínico do paciente e está a critério médico. Pode ser realizada cirurgia para a retirada do tumor por via laparoscópica ou cirurgia por via convencional; associada a quimioterapia adjuvante, que é administrada após um tratamento considerado definitivo, ou a quimioterapia paliativa, que está indicada para doentes que não podem ser operados. Os diferentes tratamentos dependem das características clínicas do doente e das condutas adotadas no hospital. Para o tratamento de pacientes com câncer, os hospitais credenciados no SUS são os responsáveis pelos procedimentos cirurgicos e de radioterapia, quando indicados, e também pelo fornecimento aos pacientes dos medicamentos oncológicos (para tratamento de câncer) que compõem a quimioterapia, que eles livremente selecionam, adquirem e administram aos doentes. Assim, a partir do momento em que um hospital é reconhecido pelo SUS para prestar assistência oncológica, a decisão pelo fornecimento dos medicamentos para o câncer é desse hospital, seja ele público ou privado, com ou sem fins lucrativos. O SUS reembolsa os procedimentos oncológicos conforme tabela acessivel em http://sigtap.datasus.gov.br/.

MEDICAMENTO ANALISADO CETUXIMABE Cetuximabe é um anticorpo monoclonal que possui a função de reconhecer as células com câncer, ligar-se a elas e idealmente evitar que se reproduzam novas. É usado em associação com outros medicamentos oncológicos em esquemas de quimioterapia, sendo os mais usados, o FOLFIRI e o FOLFOX. A avaliação do medicamento cetuximabe em associação com outros quimioterapicos para o tratamento do câncer colorretal metastático, ou seja, espalhado pelo organismo, foi proposta pela empresa Merck S.A. que produz o cetuximabe. Após a avaliação do medicamento para essa indicação, constatou-se que os resultados apresentados pelos estudos deixam dúvidas sobre o benefício do cetuximabe, pois seu efeito é pequeno e está relacionado apenas à diminuição de alguns dos sintomas da doença, por um curto periodo de tempo sem, contudo, curar a doença ou aumentar o tempo de vida dos doentes. Além disso, o remédio ainda pode acarretar eventos adversos sérios e agravar a qualidade de vida dos doentes. QUAL A RECOMENDAÇÃO INICIAL DA CONITEC Mediante as limitações encontradas nos estudos existentes, a CONITEC recomendou a não incorporação no SUS do cetuximabe para o tratamento do câncer colorretal metastático. Esta recomendação encontra-se agora em consulta pública para receber contribuições da sociedade (opiniões, sugestões e críticas) sobre o tema. Para participar, preencha o formulário eletrônico disponível em http://conitec.gov.br/index.php/consultas-publicas. O relatório técnico completo de recomendação da CONITEC está disponível em: http://conitec.gov.br/images/consultas/relatorios/2015/relatorio_cetuximabe_colorretal_cp.pdf

http://conitec.gov.br/