RECEPÇÃO DE HIPER (TEXTOS) NO MSN: MUDANÇA NOS ESQUEMAS MENTAIS!? Ana Márcia de Lima (FAMASUL) RESUMO Diante do uso demasiado e da rapidez, na comunicação do MSN, ao ponto de enviar respostas meio incoerentes com o que foi perguntado / comentado, questiona se: não está desaparecendo a organização dos esquemas mentais, nas redações e debates de temáticas diversas? Para respondê la, faremos uma pesquisa de campo, com alunos do Projeto TRAVESSIA e análise de duas conversas. PALAVRAS CHAVE: Hiper (textos); MSN; Esquemas Mentais. ABSTRACT Before the too much use and of the speed, in the communication of MSN, to the point of sending "half incoherent answers" with what was asked / commented on, it questions if: is not the organization of the mental outlines disappearing, in the compositions and debates of several themes? To answer it, we will make a field research, with students of the Project TRAVESSIA and analysis of two conversations. KEY WORDS: Hiper (texts); MSN; Mental outlines. 0. INTRODUÇÃO O surgimento e, conseqüentemente o avanço das novas tecnologias da informação e comunicação têm provocado inúmeras mudanças em todos os setores da sociedade. Assim, a informática, cada vez mais, está presente nas atividades sociais, acadêmicas e profissionais e, como não poderia deixar de ser, também na Educação. O computador e a internet, como novos suportes da escrita, possibilitaram o surgimento de novos textos, tais como o msn, chat, o blog, o e mail e o hipertexto. Estes, por sua vez, nos fazem repensar as nossas concepções de texto, de leitura e de produção de texto. Dessa forma, nós, Professores, ficamos preocupados com o uso demasiado no MSN, por adolescentes e jovens, de um modo geral, com a linguagem abreviada / fragmentada usada por eles, principalmente, no que se refere à leitura e produção de textos diversos, e, também, aos debates de inúmeras temáticas propostos por seus Educadores.
Nessa pesquisa, diante da nossa preocupação com a aprendizagem dos estudantes, de uma forma geral, buscamos apresentar não só todo o seu processo mais também os resultados diversos apreendidos. 1. CONCEITUAÇÃO Para discutir sobre a recepção de (Hiper) textos no MSN, é interessante, primeiramente, apresentar a conceituação do nosso objeto de estudo. O Hipertexto, Segundo Lévy (1993:33), é definido como: um conjunto de nós ligados por conexões. Os nós podem ser palavras, páginas, imagens, gráficas ou parte de gráficos, seqüências sonoras, documentos complexos que podem ser eles mesmos hipertextos. Os itens de informação não são ligados linearmente, como uma corda com nós, mas cada um deles, ou a maioria deles, estende suas conexões em estrela, de modo reticular. Bolter (1991), por sua vez, afirma que o: hipertexto constitui um texto aberto ou um texto múltiplo, caracterizado pelos princípios da nãolinearidade, interatividade, multicentramento e virtualidade. 2. CARACTERÍSTICAS DO HIPERTEXTO Aqui, acreditamos ser viável, apresentar as características fundamentas que vêm sendo apontadas para o hipertexto. 2.1. não linearidade (característica central) o hipertexto estrutura se reticularmente, não pressupondo uma leitura seqüenciada, com começo e fim previamente definidos. Segundo Marcuschi (1999:33), o hipertexto rompe a ordem de construção ao propiciar um conjunto de possibilidades de constituição textual plurilinearizada, condicionada por interesses e conhecimentos do leitor co produtor (grifos do autor); 2.2. volatilidade que é devida à própria natureza do suporte; 2.3. espacialidade topográfica trata se de um espaço não hierarquizado de escritura / leitura, de limites indefinidos; 2.4. fragmentariedade, já que não existe um centro regulador imanente; 2.5. multissemiose por viabilizar a absorção de diferentes aportes sígnicos e sensoriais (palavras, ícones, efeitos sonoros, diagramas, tabelas tridimensionais etc.) numa mesma superfície de leitura;
2.6. descentração ou multicentramento a descentração estaria ligada à não linearidade, à possibilidade de um deslocamento indefinido de tópicos; contudo, já que não se trata de um simples agregado aleatório de fragmentos textuais, há autores que contestam essa característica, preferindo falar em multicentramento, como é o caso, por exemplo, Bolter (1991) e Elias (2000, 2005); 2.7. interatividade possibilidade de o usuário interagir com a máquina e receber, em troca, a retroação da máquina; 2.8. intertextualidade o hipertexto é um texto múltiplo, que funde e sobrepõe inúmeros textos que se tornam simultaneamente acessíveis a um simples toque de mouse; 2.9. conectividade determinada pela conexão múltipla entre blocos de significado; 2.10. virtualidade outra característica essencial do hipertexto, que constitui uma matriz de textos potenciais (cf. Bairon, 1995). De acordo com essas características, concordamos com Marcuschi (1999:33), referido na 1ª, pois é nela que vemos as mudanças dos esquemas mentais dos alunos informantes. Inclusive, vemos que Ong (1989) tem razão ao refletir a respeito da segunda oralidade, quando busca explicitar as relações e diferenças que se estabelecem entre oralidade e sociedades letradas, ou entre oralidade e escrita. Ao abordar essas relações no contexto das sociedades informatizadas, ele fala de uma segunda oralidade, pois não se encontra, nos dias atuais, uma oralidade que já não tenha sido afetada pela escrita e pelo texto impresso. Assim, esse autor a apresenta: It is primary by contrast with the secondary orality of present day high technology culture, in which a new orality is sustained by telephone, radio, television, and other electronic devices that depend for their existence and functioning on writing and printing. Today primary oral culture in the strict sense hardly exists, since every culture knows of writing and has some experience of its effects. Não é assim que os alunos, de um modo geral, estão vivendo? Eles utilizam, na maior parte do seu tempo, só a oralidade, e no MSN, então, é uma oralidade jamais vista, como já refletimos. Essa segunda oralidade tem passado por questões conflitantes da sociedade tecnológica, como: a perda do hábito da leitura, principalmente por pessoas iletradas, a exclusão social e cultural tão vistas na nossa sociedade etc., se encaixa no nosso Corpus, pois os nossos informantes apresentaram nas suas conversas no MSN, uma oralidade bastante diferente daqui nós costumamos ver. E é essa oralidade que eles estão levando para os seus textos escritos, no seu mundo acadêmico. Assim, entendemos, também, que na forma como os jovens informantes estão se comunicando, e, muitas vezes, através do uso demasiado no MSN, eles têm colocado em risco o seu próprio desenvolvimento lingüístico oral e escrito, o que é tão necessário à construção de um pensamento crítico, reflexivo.
Dessa forma, caso continue com essa prática, deixarão de ser verdadeiros protagonistas no mundo profissional que os espera. Ong (1989: 8 9), também diz que: Enquanto a linguagem humana brota do inconsciente, a linguagem computacional é produto direto da consciência. A escrita, para ele, amplia a potencialidade da linguagem e reestrutura o pensamento, mas a palavra falada ainda ali se encontra, e vive. A escrita funcionaria como um sistema secundário de modelagem, dependente de um sistema primário anterior, a linguagem falada. Assim, concordamos com ele, pois é assim que vemos as escrituras dos nossos alunos, sem abordagens importantes, com as idéias desorganizadas e desprovidas de fundamentação pertinente. 3. MODELOS COGNITIVOS GLOBAIS (LEVINSON ET AL., 2004) Entendemos ser fundamental, refletirmos sobre os modelos cognitivos globais, termo atual, para esquemas mentais utilizados por nós, no título da nossa pesquisa, já que também fazem parte do nosso objeto de estudo. Aqui, utilizaremos o termo atual. Os modelos cognitivos globais são blocos de conhecimentos utilizados, intensamente, no processo de comunicação e que representam de forma organizada nosso conhecimento armazenado na memória. Dividem se em: 3.1. Frames são situações estereotipadas e sem ordenação em nossa memória como, por exemplo, elementos que se referem ao carnaval (serpentina, mascarado e samba) ou ao Natal (chaminé, presentes, ceia). 3.2. Esquemas são seqüências ordenadas previsíveis e fixas como, por exemplo, a situação de um casamento, um acidente ou aniversário. 3.3. Planos são possibilidades onde se pode perceber a intenção do escritor ou do falante como procedimentos para conseguir um emprego ou uma promoção. 3.4. Scripts é quando se pode especificar os papéis dos participantes de forma determinada como, por exemplo, características de crianças ou de adolescentes. 3.5. Cenário são situações que se estendem ao domínio da referência como a idéia de atos que acontecem num clube, numa escola ou num tribunal. Diante desses modelos cognitivos globais, entendemos que no texto conversacional deve haver coerência, e que o mesmo obedece a processos de ordem cognitiva. Então, vemos que, realmente, está complicada a conversação dos
jovens no MSN, pois, muitas vezes, torna se difícil detectar as marcas lingüísticas e discursivas nesse tipo de interação, pois ela nem sempre se dá com base nessas marcas, mas na relação entre os referentes. Desta forma, um texto conversacional pode ser considerado coerente se os referentes apresentados puderem ser organizados como pertencentes ao mesmo quadro. Será que os usuários do MSN estão assim fazendo? Além disso, esses referentes precisam fazer parte de um conjunto, isto é, os elementos presentes no co (n) texto devem ser pertinentes. Acreditamos que o contexto, dos estudantes informantes, nas conversas apresentadas pelos mesmos, deixa a desejar, mas é uma parte da pesquisa que poderá ser aprofundada em outra oportunidade. Pela pesquisa de campo e pelas inúmeras conversas no MSN que eles tiveram e nos repassaram, vemos que os seus modelos cognitivos globais estão sendo prejudicados devido à não procura, de uma forma geral, por informações necessárias ao desenvolvimento da sua aprendizagem para a sua realização profissional. 4. ASPECTOS METODOLÓGICOS Inicialmente, fizemos leituras principalmente em Bairon (1995), Bolter (1991), Levinsohn (2004), Lévy (1998) e Marcuschi (1999), Ong (1989) para fundamentar essa pesquisa. Também, fizemos a análise das respostas orais dadas nos debates, e o estudo analítico crítico das falas na conversação entre Emerson e Hevellyn, enfocando os dados pertinentes ao nosso objeto de estudo. 5. QUESTIONÁRIO UTILIZADO NESSA PESQUISA Pesquisa de campo Escola: Turma: Data de Nascimento: / / 1. Você é usuário do MSN? 2. Com que freqüência você o usa? 3. Geralmente, com quantos usuários, simultaneamente, você se comunica? 4. Há sempre uma comunicação completa com cada um? Como se dá? 5. Você acredita que poderá haver uma perda na organização das idéias fora do convívio do MSN? Por exemplo: nos textos redacionais, nos debates sobre algum assunto em sala de aula, etc.? Por quê? Na análise das respostas dadas nesse questionário, e, baseando nos, nos resultados detectados, percebemos que os nossos informantes escreveram de forma breve, fragmentada, sem explicações mais profundas, ou seja, só o essencial, segundo eles. Inclusive, concordam que estão com dificuldades de expandir as suas idéias por falta de leituras diversas e busca de informações necessárias ao seu crescimento acadêmico.
Esses resultados estão apresentados na tabela abaixo porque acreditamos que facilita a compreensão dos dados obtidos na nossa pesquisa de campo. Tabela de nº 01 SEXO MASCULINO FEMININO Nº. DE INFORMANTES 20 20 FREQÜÊNCIA NO MSN 13 02 X SEMANA 07 RARAMENTE 18 DIARIAMENTE 02 FINAIS DE SEMANA Nº. DE USUÁRIOS SIMULTANEAMENTE 12 02 A 04 08 01 A 02 12 03 A 05 08 02 A 12 COMUNICAÇÃO COMPLETA 15 SIM 05 NÃO 09 SIM 11 NÃO PERDA NA ORGANIZAÇÃO DAS IDÉIAS, FORA DO MSN. TODOS DISSERAM QUE SIM TODAS DISSERAM QUE SIM Através desses resultados, vimos que as meninas freqüentam mais o MSN, e, também, interagem, simultaneamente, com um número maior de amigos on line. No que se refere à comunicação completa, os meninos acreditam que completam mais que as meninas. Acreditamos que isso se dá pela quantidade de pessoas com quem elas interagem. Dessa forma, fica claro, conforme, eles mesmos disseram que estão transferindo essa forma de comunicação para os seus textos acadêmicos e os debates que os seus professores lhes propõem. 6. ANÁLISE CRÍTICO TEXTUAL Aqui, apresentamos uma conversa entre dois adolescentes, apresentação essa permitida por eles. Enumeramos cada fala para facilitar a compreensão da nossa viagem ao analisar algumas passagens pertinentes ao nosso objeto de estudo, e deixamos da forma original que as conversa se apresentam as cores, pois elas dão destaque a cada falante. 6.1. Nosso Corpus A conversa entre Emerson e Hevellyn: 1. emerson diz: vai xoverrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr 2. emerson diz: aleluiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa emerson acabou de pedir a sua atenção.
emerson acabou de pedir a sua atenção. 3. Hevellyn Janira diz: Oiiiiiiii 4. Hevellyn Janira diz: tava aqui não 5. emerson diz: e tava onde? 6. emerson diz: tu tá em ksa é? 7. Hevellyn Janira diz: nem sabia q tu tava online 8. Hevellyn Janira diz: é 9. Hevellyn Janira diz: tá em q lan house 10. emerson diz: na da dir 11. Hevellyn Janira diz: eu tava assistindo tv ai a minha tia me disse q tú tava conversando comigo 12. Hevellyn Janira diz: e eu tinha deixado o meu msn online 13. emerson diz: blz 14. Hevellyn Janira diz: faz tempo q tú tais aí???????? 15. Hevellyn Janira diz: tem emoticons mais não é?????? 16. emerson diz: tenho naum 17. emerson diz: faz 14 18. emerson diz: minuto 19. Hevellyn Janira diz: blz 20. emerson diz: tem muita gente no teu?
21. Hevellyn Janira diz: nam 22. Hevellyn Janira diz: eu nem sabia q tú tava online 23. emerson diz: danouse 24. emerson diz: eu pedi atencao q só 25. Hevellyn Janira diz: eu tava asistindo 26. Hevellyn Janira diz: e deixei o msn ativado 27. emerson diz: blzinha 28. Hevellyn Janira diz: depois a minha tia me disse 29. Hevellyn Janira diz: tirou essa foto com o celular ou a máquina??????? 30. emerson diz: certu 31. emerson diz: mas fazia um tempao q tu naum entrava naum foi 32. Hevellyn Janira diz: foi 33. emerson diz: camera digital 34. emerson diz: minha 35. Hevellyn Janira diz: eu tinha esquecido a minha senha 36. emerson diz: e foi 37. emerson diz: kkkkkkkkkkkkkkkk 38. emerson diz: como lembrou? 39. Hevellyn Janira diz: depois de muita tentativa foi que eu acertei
40. emerson diz: q resenha 41. Hevellyn Janira diz: eu botava cada besteira que nem eu sabia se tava certo ou naum 42. Hevellyn Janira diz: a do msn 43. emerson diz: kkkkkkk 44. emerson diz: e o tho tem falado com ele naum 45. Hevellyn Janira diz: tenho 46. Hevellyn Janira diz: ele naum veio esse final de semana por que tava participando dos jogos internos 47. emerson diz: um 48. Hevellyn Janira diz: eu tinha ficado de falar com ele de tarde mas ele naum entrou 49. emerson diz: o tho é doido 50. Hevellyn Janira diz: nos jogos da natação ele tinha ficado em terceiro lugar mas na final ele disse que perdeu prum guayzinho 51. emerson diz: kkkkkk 52. emerson diz: ta muito bom a vida dele 53. Hevellyn Janira diz: ele disse q tinha uns cavalos veio lá mas na final aconteceu 54. Hevellyn Janira diz: tem muita gente no teu??????????? 55. emerson diz: tem 4 56. Hevellyn Janira diz: e le ainda reclama que lá é ruim 57. Hevellyn Janira diz: tendo o que ele tem eu tava feliz da vida 58. emerson diz: é verdade
59. Hevellyn Janira diz: quase todo final de semana almoçando fora, indo a praias diferentes 60. Hevellyn Janira diz: naum tem de q reclama 61. emerson diz: ummmmmmmmmm 62. emerson diz: oia meu tempo acabou 63. emerson diz: fuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii 64. Hevellyn Janira diz: tchau 65. emerson diz: xau Como está nesse Corpus, esses adolescentes conversam, mas não completam a comunicação, pois a Hevellyn (Cf. Linhas 11, 12, 25, 26, 28 e 29) ao se justificar por não ter visto o pedido de atenção de Emerson, e, após inúmeras falas, recebe um certu (Linha 30), que se refere à aceitação das desculpas pedidas, de uma forma indireta, por ela. Ela, inclusive, é repetitiva nas suas colocações de ausência (Veja as linhas 35, 39, 41, e 42 (o complemento da 41)). Na linha 50, temos a fala... mas na final ele disse que perdeu prum guayzinho, onde encontramos nesses dois últimos signos lingüísticos uma interpretação duvidosa: encontrou uma pessoa mais preparada do que ele? Talvez, nós não entendemos porque não vivemos com esse tipo de linguagem, como diz Ong (1989), a segunda oralidade, mas será que de tanto usar essa nova modalidade oral refletida por esse autor, esses usuários de MSN, não vão levar para a sua sala de aula? Já, na linha 54, ela pergunta: tem muita gente no teu????????, o que nos faz entender que é a quantidade de pessoas que com ele está conversando. Notamos aí, talvez devido à rapidez da interação, no MSN, que ele já havia realizado essa questão na linha 20, mas ela só retorna a pergunta para ele, na 54. Isso é, de fato, válido nesse tipo de conversação, mas levar para as suas ações acadêmicas, é complicado, pois estão, de fato, fragmentando as suas colocações. Fazendo, assim, diariamente, e com inúmeros amigos, 02 (dois) a 12 (doze), conforme algumas informantes disseram na pesquisa de campo, não vão levar para o seu cotidiano nas suas salas de aula? Não é isso que já está acontecendo? Os nossos alunos interagem em debates com meias palavras, os seus textos redacionais, de uma forma geral, não têm fundamentação pertinente, mesmo com tantas informações na Internet etc. Inclusive, na última questão da nossa pesquisa de campo (Você acredita que poderá haver uma perda na organização das idéias, fora do convívio do MSN? Por exemplo: nos textos redacionais, nos debates sobre algum assunto em sala de aula, etc.? Por quê?), todos os 40 (quarenta) informantes declararam ter, realmente, uma queda na organização das suas idéias em diversas ocasiões que eles têm sido solicitado.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Verificamos, nesta pesquisa, que cada falante no MSN procurou se comunicar completamente, mas devido à própria forma que eles têm, fica a desejar, fora do MSN, quando solicitados em debates de temas diversificados e em escritura de redações diversas. Com relação às habilidades de compreensão, constatamos que, na maioria das falas analisadas, parece que os seus locutores (Utilizamos as aspas para diferenciar dos locutores face a face, já que a conversa no MSN também faz parte de oralidade) respondem aquilo que conseguem captar rapidamente, já que tem 04 usuários na comunicação com o Emerson. Também, essa falha acontece, geralmente, com os nossos informantes ao afirmarem, na pesquisa de campo que conversam, simultaneamente, com 04 a 12 usuários. Eles têm consciência que deixam de responder inúmeras perguntas e de confirmar / negar vários comentários, mas não percebem o prejuízo que estão tento no seu desenvolvimento lingüístico textual oral e escrito, já que vários fazem assim, quase diariamente. Em fim, vemos que o uso do MSN não só traz problemas aos nossos jovens, mas, no que se refere à relação interpessoal, eles estão de parabéns, pois se saem muito bem nas suas conversas diárias. Também, entendemos que, de certa forma, houve uma recuperação do discurso oral, da retórica, sem o seu caráter enganoso, permitindo resgatar a dinamicidade, espontaneidade, a facilidade e franqueza do diálogo interpessoal. É necessário, portanto, que eles tenham consciência que precisam buscar, não só essa relação, mais também informações diversas ao seu crescimento profissional. 8. REFERÊNCIAS BAIRON, S. Multimídia. São Paulo: Global, 1995. BOLTER, J. D. Writing Space. The computer, hypertext and the history of writing. Hillsdale N.J., Lawrence Erlbaum Associates, 1991. DOMINGUES, Diana (org). A Arte no Século XXI A humanização das Tecnologias. São Paulo: UNESP, 1997. KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. A produção de inferências e sua contribuição na construção do sentido. DELTA, v. 9, p. 399 416, 1993. (Número especial). LÉVY, Pierre. A ideografia dinâmica: rumo a uma inteligência artificial? São Paulo: Edições Loyola, 1998. LEVINSOHN, S.H. e DOOLEY, R.A. Análise do Discurso conceitos básicos em lingüística. 2ª Edição. Petrópolis: Editora Vozes, 2004. MARCUSCHI, L.A. Linearização, Cognição e Referência: o desafio do hipertexto. In: Línguas e Instrumentos Lingüísticos, n. 3, Campinas/SP: Pontes, 1999. ONG, Walter. Orality and Literacy The Technology of the Word. London and New York: Routledge, 1989.