Proposta do Programa Pós-graduação em Educação Profissional em Saúde da EPSJV/Fiocruz



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Transcrição:

Proposta do Programa Pós-graduação em Educação Profissional em Saúde da EPSJV/Fiocruz Relatório apresentado à CAPES sobre o desenvolvimento do mestrado no ano de 2009 Objetivos gerais do programa, perspectivas de evolução e tendências 1.1. Dos objetivos do programa: O programa tem como objetivo a formação teórico-prática de profissionais das áreas de Trabalho, Educação e Saúde, principalmente daqueles que atuam ou pretendem atuar em processos de formação de trabalhadores técnicos em saúde, em coerência com o objeto do programa, qual seja, a Educação Profissional em Saúde, de natureza interdisciplinar. Sendo assim, o programa privilegiou, como foco inicial, dirigentes e docentes das Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde, tendo ampliado o acesso de profissionais das referidas áreas interessados na Educação Profissional em Saúde por motivações construídas em outros ambientes de trabalho, tais como unidades de assistência em saúde de diversas complexidades, programas de atenção básica e de promoção à saúde, instâncias gestoras de educação e de saúde, instituições de ensino, dentre outras. A formação teórico-prática desses profissionais ocorre mediante o aprofundamento das bases teórico-metodológicas que fundamentam as políticas de educação e de trabalho em saúde, permitindo sua compreensão histórica e potencializando práticas transformadoras que contribuam para a consolidação do Sistema Único de Saúde - SUS. Os objetos de investigação dos estudantes são construídos a partir de problemas e necessidades da realidade das políticas e dos processos de trabalho e de educação em saúde enfrentados na atenção aos usuários dos serviços de saúde e na formação de seus trabalhadores.conceitualmente, a proposta do programa visa elaborar a crítica às concepções economicistas e pragmáticas da educação e das práticas de atenção e assistência em saúde. Nesse sentido, também o conceito de saúde como ausência de doença é confrontado com o conceito de saúde como qualidade de vida, buscando-se, assim, compreender a educação e a promoção da saúde como processos ontológicos de produção da existência humana. Esses, ainda que subsumidos ao modo de produção capitalista, configurando-se historicamente como meios de reprodução da força de trabalho, do ponto de vista das potencialidades humanas resistem a se converterem em mercadorias.desses preceitos decorrem uma forma de ação institucional, que se caracteriza por promover um comprometimento da pós-graduação com o conjunto de atividades da unidade (a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio) e da Instituição (a Fundação Oswaldo Cruz), desdobrando-as, ainda, para a esfera dos órgãos gestores da educação e da saúde, tais como as respectivas secretarias municipais e estaduais e ministérios, assim como para as instituições que realizam a educação profissional em saúde. Nesses termos, entendese o programa como uma célula em que as necessidades e produtos de seu metabolismo sejam alimentados e alimentadores da dinâmica social da qual ele faz parte. Tal postura não poderia deixar de ter fortes implicações acadêmicas, posto que nela se enraízam os princípios da interdisciplinaridade que caracterizam o programa, assim como a natureza interessada e comprometida dos problemas que levam ao delineamento de sua proposta pedagógica. Ou seja, esses, à medida que advêm das contradições do real, exigem buscar na teoria os fundamentos que as explicam e possibilitam sua superação. As disciplinas que estruturam o curso recorrem ao conhecimento já produzido a fim de serem apropriados

como fundamentos necessários à construção de novos conhecimentos. O desenvolvimento das investigações por professores e estudantes, por sua vez, enfrentam novas dimensões dos problemas, fornecendo, assim, explicações dos fenômenos e perspectivas de ação que, sistematizadas, possam se constituir em novos conhecimentos científicos socialmente necessários e historicamente coerentes. Assim, os objetivos específicos do programa foram elaborados de forma a orientar o desenvolvimento de sua proposta, fazendo-a cumprir com suas finalidades conceituais, institucionais e acadêmicas previamente descritas. Visando a caracterizar com maior consistência a proposta político-pedagógica do programa, em 2009 os objetivos específicos foram revistos em coerência com cada uma das linhas de pesquisa. Os objetivos específicos do programa passaram a ser enunciados como se segue: a) Analisar a configuração do Estado capitalista e suas funções em diferentes fases históricas, considerada a relação entre economia, política e cultura, possibilitando identificar o desenvolvimento histórico dessas políticas sociais, tendo como enfoque principal as concepções que embasam as políticas voltadas para a educação dos trabalhadores e a saúde da população. b) Analisar as tendências da educação profissional e da gestão do trabalho em saúde, à luz da complexa e contraditória relação entre reestruturação produtiva, qualificação do trabalho e do trabalhador e educação profissional. c) Analisar as concepções teórico-metodológicas que embasam projetos e práticas políticopedagógicas de educação de trabalhadores em saúde, buscando compreender as razões e as concepções que orientam o desenvolvimento dos projetos de educação profissional em saúde, bem como suas referências e características. d) Contribuir para que o conhecimento produzido na consecução dos objetivos anteriores orientem a ação política e pedagógica de diretores, técnicos e docentes na perspectiva transformadora de práticas educativas e de serviços em convergência com os princípios do SUS. 1.2. Da natureza interdisciplinar do programa: A natureza interdisciplinar do curso pode ser observada na sua caracterização curricular. Primeiro, este curso se fundamenta nos estudos das áreas de Educação e de Saúde, com a mediação do Trabalho, organizados na área de concentração do curso, Trabalho e Educação em Saúde, de tal modo que podemos afirmar que a "Educação Profissional em Saúde" tem se constituído como um objeto interdisciplinar. O trabalho, categoria forte na proposta curricular, por ser compreendida como mediação de primeira ordem das relações, e, assim, abordada nas suas dimensões ontológica e histórica, é o eixo articulador da interdisciplinaridade. A proposta curricular é apoiada em estudos da Economia, da Filosofia, da História, da Sociologia, da Psicologia, da Educação e da Saúde Coletiva. Visando a dar coerência epistemológica e pedagógica ao currículo, seus componentes foram organizados nesta mesma perspectiva, com seu conteúdo podendo estar enraizado em uma dessas áreas especificamente ou na interface entre elas. Neste mesmo sentido, o corpo docente é composto por professores formados nas áreas que estruturam o curso e, por

vezes, as disciplinas são ministradas por mais de um professor, de formações distintas, que organizam o trabalho em equipe, elaboram a programação da disciplina, discutem seu andamento e realizam a avaliação dos alunos de maneira coletiva. Isto possibilita a intercomplementaridade e a interdisciplinaridade da abordagem teórico-metodológica dos conteúdos.as disciplinas obrigatórias constituem o núcleo central da formação dos mestrandos, configurado pelos fundamentos teórico-metodológicos necessários à investigação e à compreensão dos fenômenos relativos à Educação Profissional em Saúde. Sendo assim, as três disciplinas obrigatórias formam a base epistemológica e histórica das linhas de pesquisa, quais sejam, Concepções e Práticas na Formação dos Trabalhadores em Saúde; Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde; Políticas Públicas, Planejamento e Gestão do Trabalho, da Educação e da Saúde. Outras duas atividades obrigatórias trazem os fundamentos epistemológicos e metodológicos da pesquisa, num enfoque interdisciplinar, também convergindo para as linhas de pesquisa e, essas, para a referida área de concentração, quais sejam, os Seminários Interdisciplinares I e II. Esses se voltam para a construção, discussão e análise coletiva da elaboração e do desenvolvimento dos projetos de pesquisa. O primeiro Seminário, partindo dos fundamentos conceptuais da produção do conhecimento em Ciências Sociais apresenta princípios, diretrizes e procedimentos para a construção dos projetos de pesquisa nessa área, desde a construção do objeto até os procedimentos metodológicos da pesquisa empírica. Por fim, o Seminário de Pesquisa II tem como finalidade proporcionar ao mestrando a oportunidade para compartilhar com professores, pesquisadores e colegas, o desenvolvimento de sua investigação, discutindo os objetivos, os referenciais teóricos, os procedimentos metodológicos, as características das fontes documentais e empíricas, o significado dos dados coletados, os resultados e as conclusões. Ambos os Seminários tratam-se, portanto, de processos de construção e de orientação coletivas, partindo-se de reflexões mais gerais da área de concentração, apoiado numa bibliografia de caráter epistemológico e metodológico, e focando-se, posteriormente, nos elementos de convergência dos objetos de investigação em cada uma das linhas de pesquisa e nas suas próprias especificidades. Sendo o Seminário Interdisciplinar de Pesquisa II um espaço propositalmente concebido para a abordagem interdisciplinar dos objetos de pesquisa, de maneira a incorporar as diferentes disciplinas e formações que compõem o Mestrado em Educação Profissional em Saúde, o desenvolvimento desta atividade levou à formação do Grupo de Estudos em Epistemologia. Este Grupo reúne-se regularmente com o objetivo de realizar estudos, organizar material didático, elaborar o programa da atividade e organizar a respectiva bibliografia e o material de apoio. Os professores do Programa que compõem este Grupo de Estudos são também responsáveis por conduzir os seminários. Sua programação se caracteriza pelo caráter interdisciplinar, cuja organização pretende ir além do mero agrupamento de áreas próximas ou afins, evitando-se, assim, ecletismos ou superposição de áreas sem uma elaboração teórica e metodológica consistente. Por essa razão, o Grupo de Pesquisa em Epistemologia, responsável por assegurar os trabalhos do Seminário, é composto por docentes com formações disciplinares distintas - Arte, Educação, Linguística, História e Filosofia, estando unificado num coletivo de pesquisa constituído a partir de sólidas bases teóricas comuns. O Seminário tem como objetivo consolidar fundamentos comuns de pesquisa (técnicos, metodológicos e teóricos), garantindo a expressão da diversidade constitutiva do curso e, ao mesmo tempo, contribuindo para a formulação de um campo próprio de pesquisas e docência em que se

situa a educação profissional em saúde, assim como para a definição das principais clivagens que o atravessam. No âmbito do Seminário de Pesquisa II os alunos têm apresentado os seus projetos de pesquisa, recebendo as contribuições dos professores responsáveis, do seu próprio orientador e dos colegas de turma. Esta atividade tem contribuído significativamente para a revisão e para o aprimoramento do projeto de pesquisa do aluno com vistas ao exame de qualificação, que tem se realizado em torno do décimo terceiro mês de curso. Finalmente, cabe dizer que as disciplinas eletivas apresentam objetivos, conteúdos e bibliografias específicas a temáticas que poderão fundamentar os projetos de investigação dos mestrandos. Nesse sentido, o mestrando, em diálogo com seu orientador científico, constrói uma trajetória de formação mediante a escolha de disciplinas eletivas que cumpram essa finalidade em coerência com seu objeto de estudo. 1.3. Perspectivas de Evolução e Tendências Com dois anos de funcionamento, a organicidade da proposta do curso pode ser constatada mediante avaliação realizada pelos alunos em reuniões com a coordenação e pelos professores, em reuniões do Colegiado. De fato, os temas dos projetos de pesquisa dos mestrandos são coerentes com os objetivos das respectivas linhas de pesquisa e guardam, por sua vez, afinidade com as áreas de pesquisa dos orientadores. A seqüência com que as disciplinas obrigatórias foram oferecidas deve ser observada, por buscar um desenvolvimento teórico que parte de fundamentos gerais e estruturantes da área de concentração, Trabalho e Educação em Saúde, chegando à especificidade do objeto do curso, a Educação Profissional em Saúde. Assim, as disciplinas obrigatórias Economia da Educação e Concepções de Formação em Saúde e Políticas de Educação e de Saúde tem sido oferecidas no primeiro semestre, juntamente com a atividade Seminários de Pesquisa I, sendo a primeira, a disciplina de base da área de concentração, e a segunda, disciplina de base das linhas de pesquisa Políticas Públicas, Planejamento e Gestão do Trabalho, da Educação e da Saúde e Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Já a disciplina Educação Profissional: Contexto e Questões Atuais, juntamente com a atividade Seminários de Pesquisa II tem sido oferecidas no segundo semestre, sabendo-se que essa disciplina tanto é base para a linha de pesquisa Concepções e práticas da formação dos trabalhadores de saúde, quanto é aquela que aborda diretamente a educação profissional em saúde, em termos epistemológicos, políticos e pedagógicos.portanto, mesmo estando os temas dos estudantes vinculados a uma linha de pesquisa, havendo, assim, uma das disciplinas obrigatórias a proporcionar fundamentos para sua abordagem, a construção do objeto implicará enraizá-lo nos fundamentos da Economia e da Política e contextualizá-lo no campo da Educação Profissional. Esse movimento proporciona ao estudante a construção do conhecimento de forma crescente e em espiral, partindo-se de questões mais gerais em direção àquelas mais particulares. Sendo assim, em coerência com o referencial teórico-metodológico do curso, pode-se, de fato, construir objetos interdisciplinares cuja unidade configura-se pela síntese de múltiplas determinações.. A bibliografia básica das disciplinas valem-se de obras clássicas e contemporâneas, cuja seleção é orientada pelo referencial teórico-metodológico do curso, dialogando-se, ainda, com outros referenciais, no sentido de contribuir para o desenvolvimento da capacidade analítica e crítica dos estudantes. Uma outra experiência que tem sido bastante interessante é a forma como a

disciplina de Educação Profissional: Contexto e Questões Atuais tem sido oferecida. A bibliografia básica consta de textos originais de autores convidados, elaborados sob encomenda para abordar as temáticas da disciplina, tendo-se proporcionado a discussão direta com os respectivos autores. A reunião dos textos elaborados para a disciplina no ano de 2009 deu origem a um número especial da Revista Trabalho, Educação e Saúde, periódico científico da EPSJV, publicado em 2009, que passou a constar da bibliografia básica do programa. No que diz respeito às disciplinas eletivas, as opções feitas mostraramse também adequadas. Fez-se a opção, primeiramente, pela oferta de disciplinas que proporcionam, simultaneamente, uma abordagem histórica e contemporânea da educação profissional em saúde, de maneira que também esses estudos se articulem organicamente com aqueles desenvolvidos no âmbito das disciplinas obrigatórias. As seguintes disciplinas eletivas foram ofertadas ao longo desses dois anos: Novos Modelos Produtivos, Educação Profissional e Trabalho em Saúde; Historicidade da Educação dos Trabalhadores em Saúde, Educação do Adulto Trabalhador, Concepções de currículo, trabalho docente e educação profissional. De muita relevância é a observação sobre a necessidade de se desdobrar a disciplina de Políticas de Educação e de Saúde, devido às características dos temas dos mestrandos e à riqueza de conteúdo que a mesma proporcionou e indicou, quando oferecida como disciplina obrigatória. Em face disto, e sob forte demanda dos estudantes, foram oferecidas, como disciplinas eletivas, Políticas de Educação e de Saúde II: aspectos organizacionais do SUS e suas interfaces com o trabalho e a formação em saúde e Políticas de Educação e de Saúde III: transformando práticas Política Nacional de Humanização e Política de Educação Permanente. Como resultado de um processo permanente de autoavaliação do programa, o colegiado decidiu por propor a ampliação do conjunto de disciplinas eletivas oferecidas, sendo uma delas destinada a contemplar essa demanda por estudos sobre as políticas de saúde. Assim, a partir de 2010, a disciplina Política Nacional de Saúde e interfaces com o trabalho e a formação em saúde, de caráter eletivo, passará a constar do currículo do curso, agregando o conteúdo ministrado na disciplina de Políticas de Educação e Saúde II, com a seguinte ementa: a formulação de políticas de saúde; processo saúde-doença; histórico das políticas de saúde no Brasil; organização e funcionamento do Sistema Único de Saúde; modelos de atenção à saúde; as políticas de saúde como indutoras para a formação e o trabalho das ocupações de nível médio em saúde. Além desta, outras necessidades foram percebidas pelos corpos docente e discente do programa. Trata-se de dispormos de duas disciplinas que pudessem abordar temas atuais e relevantes, bem como resultados de pesquisas que potencializem inovações e desenvolvimento científico-tecnológicos na área. Com isto, foi aprovada a inclusão, para 2010, de dois Tópicos Especiais em Educação Profissional em Saúde. Um deles como o objetivo de abordar temas, problemas e questões contemporâneas da educação profissional em saúde, bem como de projetos e resultados de pesquisa desenvolvidas nos laboratórios da EPSJV, na perspectiva de situar os estudantes no estado da arte do tópico abordado. O segundo, por sua vez, visa ao aprofundamento de temas, problemas e questões contemporâneas da educação profissional em saúde e à discussão crítica de projetos e resultados de pesquisa desenvolvidas nos laboratórios da EPSJV.O conteúdo ministrado na disciplina de Políticas de Educação e de Saúde II, por exemplo, será abordado neste sentido. Finalmente, os professores poderão oferecer, ainda, uma Atividade de Pesquisa como disciplina eletiva. Para o aluno isto implica a participação na execução de um projeto de pesquisa que privilegie a relação entre trabalho educação e saúde; a integração no debate

teórico sobre o tema estudado; a coleta e análise dos dados da pesquisa; e a participação na elaboração de relatório de pesquisa. Os Seminários de Pesquisa I e II mostraram ser uma proposta coerente com a natureza interdisciplinar do programa, tendo cumprido com seus objetivos de contribuir para que o mestrando consolide a construção de seu objeto de pesquisa, proporcionando a orientação coletiva de elaboração da dissertação. Para isto, as atividades constaram de análise coletiva do projeto de investigação e de seu desenvolvimento; discussão dos referenciais teóricometodológicos da linha de pesquisa e daqueles específicos ao objeto; discussão e acompanhamento do trabalho de campo; discussão coletiva dos resultados disponíveis da pesquisa. O envolvimento dos alunos com a pesquisa tem-se dado por alguns caminhos. Primeiramente, ao ser definido seu orientador, o mestrando passa a se inserir no respectivo projeto de pesquisa, mesmo que seu tema não tenha uma vinculação direta. A despeito disto, considera-se esse processo necessário, primeiramente porque existirá uma vinculação com a linha de pesquisa, de modo que as categorias gerais que embasam o projeto de pesquisa do orientador tendem a ser fundamentos também para os orientandos. Além disto, sendo a prática de pesquisa um processo que se apreende coletivamente, além dos Seminários de pesquisa II, com a inserção no projeto de pesquisa do orientador, o mestrando passa a ter um coletivo como referência, com o qual desenvolve identidade e aprimora o aprendizado teórico-metodológico para a sua formação acadêmica. Deve-se destacar, ainda, que o fato de a pesquisa na EPSJV/Fiocruz ter como núcleo os laboratórios que compõem a organização da unidade e esta dispor, ainda, de uma Câmara Técnica de Pesquisa, as linhas de pesquisa do programa constituem, com as demais linhas, o quadro de pesquisa da unidade. Assim, ao se inserirem no projeto de pesquisa dá-se, na verdade, uma inserção institucional do mestrando para além do programa, o que enriquece sua vivência institucional. Os professores do programa fazem parte, ainda, de grupos de pesquisa inscritos no diretório de pesquisa do CNPq, sendo que alguns deles articulam pesquisadores e pesquisas de outras instituições. Informações mais detalhadas a este respeito constam do item atividades complementares deste documento. Os grupos de pesquisa, além do seu valor acadêmico em si, representam importantes articulações institucionais, oportunizando aos mestrandos a realização de intercâmbios com estudantes de outros programas, além do contato com professores de outras instituições. Assim, os mestrandos compreenderem que tais articulações compõem a dinâmica de produção do conhecimento científico. A pertinência e a relevância acadêmica e política desse programa tem-se comprovado com as demandas recebidas das Escolas Técnicas de Saúde do país, no sentido tanto de recomendar seus professores e gestores com alunos, quanto de que o funcionamento do programa possa se ampliar para uma abrangência nacional. Nesse sentido, o programa se alinha com a política de expansão da Fiocruz na implantação de seus Centros Regionais, atualmente 6 (seis) (Amazônia, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná), de modo que esses sirvam como pólos para a implantação de turmas descentralizadas do curso, reunindo alunos advindos das Escolas Técnicas de Saúde da região. Conta-se, para este projeto, com o apoio tanto político quanto financeiro da própria Fiocruz, do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais de Saúde. Concretamente, está em curso a elaboração deste projeto para ser implantado, ainda em 2010, no Centro Regional da Fiocruz do Ceará.

No mesmo sentido tem se dado a atuação do programa na política de cooperação internacional. Desde a sua implantação, os países com quem a EPSJV tem mantido cooperação internacional para a formação de trabalhadores técnicos da saúde, especialmente os da África e da América Latina, tem-se referenciado na proposta do programa como meio de formação de seus profissionais. Disto tem decorrido articulações institucionais internacionais no sentido de que a proposta do programa seja multiplicada por suas instituições, e, também, de forma mais freqüente, de que seja implantado e coordenado pela EPSJV nesses países. Em estado avançado de negociação, encontra-se o projeto de realização do curso de especialização em educação profissional em saúde para profissionais de saúde dos países africanos, com a mediação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Este projeto foi apresentado aos representantes desses países e da CPLP na III Reunião da Rede Internacional de Técnicos em Saúde (RETS), realizada na EPSJV em novembro de 2009. No mês de abril de 2010 será realizada uma reunião com tais representantes em Portugal, com o objetivo precípuo de aprovar a proposta curricular do curso e de definir as condições de sua realização. A presença direta da Fiocruz no continente africano, por meio de seu Escritório Internacional em Maputo - Escritório Regional de Representação da Fiocruz na África (Fiocruz África) -, além do interesse político e do apoio financeiro da CPLP são mediações importantes para o êxito desse projeto. Tendência semelhante, ainda que em negociação, ocorre com os países da América Latina, considerando, inclusive, que a EPSJV já realiza processos de formação dos trabalhadores técnicos de saúde nesses países desde que se tornou Centro Colaborador para a Educação de Técnicos em Saúde da Organização Mundial da Saúde. Por esses caminhos, o programa se manifesta como uma importante mediação de fortalecimento da educação profissional em saúde em termos nacionais e internacionais, vindo a cumprir, como era nossa expectativa, uma função acadêmica, social e política fundamental para o fortalecimento do SUS no Brasil e dos sistemas públicos de saúde em outros países. Articulações e intercâmbios dessa natureza tendem, portanto, a se intensificar, constituindo-se numa importante perspectiva de evolução no seu desenvolvimento. Integração com a Graduação A Fundação Oswaldo Cruz consolidou sua atuação na pós-graduação por meio de uma forte vinculação com a pesquisa, não sendo sua tradição a oferta de cursos de graduação, experiência ainda não existente em nenhuma de suas unidades, incluindo a EPSJV, unidade que oferece o curso objeto deste documento. Não obstante, realiza-se a integração do curso de mestrado com as demais atividades de ensino desenvolvidas na unidade. Dentre essas atividades encontra-se os cursos destinados àqueles que já dispõem da graduação, como é o caso do curso de especialização em educação profissional em saúde, que faz parte do conjunto de ações da pós-graduação, no qual atuam os professores do programa. No ano de 2009, o Conselho Nacional de Educação, por meio do Parecer CNE/CP n. 07/2009, mediante consulta da EPSJV, aprovou que: "um curso de especialização em nível de pósgraduação, modalidade lato sensu, estruturado especialmente para o fim de propiciar adequada formação a docentes da educação profissional e tecnológica, como o proposto curso de Especialização em Educação Profissional em Saúde, pode habilitar professores

para a Docência em Educação Profissional e Tecnológica, obedecidas as Diretrizes Curriculares Nacionais definidas pelo Conselho Nacional de Educação para a formação inicial e continuada de professores". Assim, a partir do segundo semestre de 2010, o curso de especialização passará a habilitar professores para essa finalidade. Ainda que tal formação se dê na forma de um curso de pós-graduação, a formação pedagógica para fins da habilitação para a docência é uma atividade típica da graduação. Abrem-se, assim, perspectivas bastante interessantes de integração da pós-graduação com outros níveis de ensino. Destaque-se, ainda, que as vagas disponíveis das disciplinas dos cursos de especialização e de mestrado são oferecidas aos professores da unidade, como cursos de capacitação em serviço, aproveitando-se, assim, ao máximo, a potencialidade formativa da pós-graduação, no sentido de contribuir para a qualificação dos docentes da unidade. É importante, ainda, informar que os professores do programa atuam nos cursos de nível médio oferecidos pela EPSJ. Esses cursos se dividem em: a) cursos de ensino médio integrado às habilitações técnicas de nível médio; b) cursos de especialização técnica; e c) cursos de educação profissional de formação inicial e continuada.o exposto demonstra que a integração do programa de pós-graduação com as demais atividades de ensino ocorrem, principalmente, por meio de: a) atuação docente dos professores do programa nos diversos cursos oferecidos pela EPSJV; b) orientação de monografias de conclusão do curso de especialização em educação profissional em saúde; c) orientação de monografias de conclusão do curso de nível médio, desenvolvidas no âmbito do programa Trabalho, Ciência e Cultura, cuja finalidade é a iniciação científica de estudantes de ensino médio; d) orientação de estudantes de graduação de outras instituições, em Programas de Iniciação Científica (PIBIC); e) supervisão de estagiários de graduação de outras instituições; f) orientação de alunos de graduação para a realização de atividades acadêmicas no âmbito de seus projetos de pesquisa. Infra-estrutura Laboratórios Na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, unidade do curso de mestrado profissionalizante em Educação Profissional em Saúde, a infra-estrutura de pesquisa dispõe de nove laboratórios. Os laboratórios se constituem em espaços físicos com estações de trabalho devidamente equipadas, onde os pesquisadores/docentes desenvolvem suas atividades de pesquisa e de preparação das atividades de ensino e extensão. Também são espaços utilizados para a realização de orientações individuais e coletivas, bem como de reuniões acadêmicas e afins. Apresentamos a descrição desses laboratórios: a) Laboratório de Educação Profissional em Atenção em Saúde: estuda as implicações dos modelos de atenção à saúde, propostas no marco do SUS, que incidem sobre a força de trabalho e o processo de trabalho em saúde. A Saúde da Família e a Saúde Mental constituem-se em seus eixos centrais: a primeira é compreendida como a principal estratégia de reorganização da atenção à saúde no Brasil; a segunda, uma área em amplo

processo de reestruturação, desenvolvendo experiências estratégicas quanto ao adoecer e o cuidar da saúde. b) Laboratório de Educação Profissional em Gestão em Saúde: estuda as mudanças e inovações no campo gerencial. Busca conhecer as várias facetas deste processo de trabalho: a integração e interação dos profissionais de saúde e as atividades específicas de cada um; o cuidado e a atenção prestada; a relação do usuário com a instituição e com os profissionais; o percurso e os entraves encontrados pelos usuários no interior das organizações de saúde. c) Laboratório de Educação Profissional em Informações e Registros em Saúde: estuda os Sistemas de Informações em Saúde, bem como a organização de serviços de registros e informações em saúde. d) Laboratório de Educação Profissional em Manutenção de Equipamentos de Saúde: estuda temáticas relacionadas às tecnologias utilizadas nos serviçosde saúde de acordo com as necessidades dos usuários e dos trabalhadores. As principais temáticas abordadas são: raio x, equipamentos médico-hospitalares, refrigeração, equipamentos de laboratório de patologia e autoclaves. Essas tecnologias são analisadas e desenvolvidas sob a perspectiva de espaços e ambientes de saúde. Este laboratório dispõe, ainda, de duas salas para estudos experimentais, devidamente equipadas. e) Laboratório de Educação Profissional em Técnicas Laboratoriais em Saúde: estuda temas ligados às atividades que envolvem laboratórios na área da Saúde, apoiando tanto a formação de jovens para ingressarem no mundo do trabalho em Saúde, quanto à capacitação de trabalhadores já inseridos nestas atividades. Os laboratórios de análises médicas, de controle de qualidade, produção de fármacos e reagentes para diagnóstico, assim como os laboratórios das instituições de pesquisa e desenvolvimento tecnológico nas diversas áreas da Saúde são alguns dos locais que podem abrigar este tipo de trabalho. Este laboratório dispõe, ainda, de duas salas para estudos experimentais devidamente equipadas. f) Laboratório de Educação Profissional em Vigilância em Saúde: estuda temáticas relacionadas à intervenção sobre problemas de saúde que requerem atenção contínua; adoção do conceito de risco; articulação entre ações promocionais, preventivas, curativas e reabilitadoras; atuação intersetorial; ação sobre o território; e intervenção sob a forma de operações. Compreende as seguintes subáreas: vigilância sanitária, vigilância epidemiológica e vigilância ambiental em saúde. g) Laboratório de Formação Geral na Educação Profissional em Saúde: estuda o processo de articulação e integração da Educação Básica e Educação Profissional. A formação discente e docente são eixos centrais: a primeira é compreendida como a principal estratégia de humanização dos serviços de saúde e conseqüente melhoria da saúde da população e pautada nos princípios de politecnia traduzidos no enfrentamento e no diálogo com as mudanças societárias atuais; a segunda, como estratégia necessária à consolidação de uma docência qualificada, atenta aos processoas de formação humana, com ênfase na relação trabalho/educação/ciência & tecnologia. Ambas implicam em novos desafios no campo das políticas públicas de educação e de saúde.

h) Laboratório de Iniciação Científica na Educação Básica: os estudos deste laboratório têm por objeto a Educação em Ciências, através de saberes interdisciplinares e práticas de pesquisa em: iniciação científica no ensino médio reflete conteúdos curriculares de C&T no ensino médio. i) Laboratório de Trabalho e Educação Profissional em Saúde: tem por objeto o trabalho técnico e a educação profissional em Saúde através de saberes interdisciplinares e práticas de pesquisa. Desenvolve análises, estudos e estratégias sobre políticas de trabalhadores em saúde no Brasil, que subsidiem as ações em esferas governamentais na elaboração e implementação de políticas de gestão e de educação na saúde. No âmbito da Fiocruz, o número de laboratórios chega à casa da centena: 177. São 69 no IOC (Instituto Oswaldo Cruz), 14 no CPqRR (Centro de Pesquisas René Rachou, em Belo Horizonte-MG), 14 em Farmanguinhos, 13 no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), 12 em Biomanguinhos, 12 na Ensp, 11 no CPqGM (Centro de Pesquisas Gonçalo Muniz, em Salvador-BA), 10 no Ipec (instituto de Pesquisas Evandro Chagas), seis no CPqAM (Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, em Recife-PE), cinco no IFF, cinco no CICT, três na EPSJV, dois no CPqLMD (Centro de Pesquisas Leônidas e Maria Daene, em Manaus-AM), um no Cecal. Dos 13 laboratórios NB3 que existem no país, cinco são da Fiocruz: dois no IOC, um em Biomanguinhos, um no CPqAM e outro no CPqGM.A Fiocruz possui 20 auditórios, 63 salas de aula, oito salas de trabalho de grupo e 14 para reuniões, treinamentos e outras atividades. Além disso, os Programas contam com toda uma infra-estrutura administrativa, de informática, conforto das instalações com o que há de mais moderno e necessário, inclusive no campo da biosegurança, asseio, manutenção de equipamentos, segurança 24h, etc.. O campus conta com cinco restaurantes, várias cantinas, serviço interno de transporte e ônibus para estações metroviárias das proximidades. Biblioteca Na Fundação Oswaldo Cruz, que dentre suas Unidades Técnico-Científicas figura a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, estão disponíveis para a comunidade acadêmica 10 bibliotecas, quais sejam: Biblioteca de Manguinhos, criada em 1900, possui uma área útil de 5.600 m²e abrangendo as seguintes áreas temáticas: Bacteriologia, Biologia, Biologia Molecular, Bioquímica, Biotecnologia, Entomologia, Farmacologia,Genética, História Natural, Imunologia, Medicina Tropical, Micologia, Microbiologia, Microscopia, Parasitologia, Patologia, Virologia, Zoologia. Possui,também, uma seção de obras raras que vão do século XVII ao XX. Biblioteca da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp), com acervo das seguintes áreas de especialização: Administração e Planejamento em Saúde, Ciências Sociais em Saúde, Ecologia, Epidemiologia, Medicina Preventiva, Medicina Social, Saneamento e Saúde Ambiental, Saúde Mental, Saúde Pública e Saúde do Trabalhador. Destaca-se a coleção de teses em saúde pública com mais de 2.000 títulos.

Biblioteca do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), com obras de: Farmacologia, Microbiologia, Toxicologia, Imunologia,Química Analítica e Controle de Qualidade de Produtos sujeitos à Vigilância Sanitária. Biblioteca do Instituto Fernandes Figueira (IFF), nas áreas de: Aleitamento Materno, Cirurgia Pediátrica, Genética, Ginecologia, Obstetrícia,Patologia, Pediatria (Cardiologia, Clínica, Doenças Infecciosas, Astroenterologia, Hematologia, Neurologia, Patologia, Pneumologia, Radiologia,Tratamento Intensivo, Saúde Mental, Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente). Biblioteca da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), nas áreas de: Educação, Formação Geral (Biologia, Educação Artística, Filosofia, Física, Geografia, História, Literatura, Matemática, Português, Química e Teatro) e Saúde; Educação Profissional de Nível Médio em Saúde; Processo de Trabalho em Saúde, Tecnologias Educacionais em Saúde, Educação Científica e Ensino de Ciências. Biblioteca da Casa de Oswaldo Cruz (COC), com acervo nas áreas de: História da Medicina, História da Saúde Pública, Filosofia, História e Sociologia da Ciência e História das Doenças. Biblioteca do Centro de Pesquisas René Rachou (CPqRR), em Belo Horizonte (MG), nas áreas de: Educação em Saúde, Doença de Chagas, Helmintoses Intestinais, Imunopatologia, Leishmanioses, Malária, Triatomíneos e Epidemiologia da Doença de Chagas, Epidemiologia e Antropologia Médica, Entomologia Médica, Esquistossomose, Imunologia Celular e Molecular, Pesquisas Clínicas, Parasitologia Celular e Molecular e Química de Produtos Naturais. Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (CPqAM), em Recife (PE), nas áreas de: Saúde Pública, Doenças Infecciosas e Parasitárias, Ciências Biológicas, Ciências Sociais. Biblioteca do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (CPqGM), em Salvador (BA), nas áreas de: Biologia Celular e Molecular, Entomologia, Imunologia, Medicina Experimental, Microbiologia, Parasitologia, Patologia, Virologia. Biblioteca do Centro de Pesquisas Loônidas e Maria Deane (CPqLMD), em Manaus (AM), nas áreas de: Biodiversidade (Entomologia, Micologia, Virologia) e Sóciodiversidade (Saúde Pública na Amazônia, Epidemiologia). As bibliotecas da Fiocruz são articuladas em uma rede de cooperação para qualificar o atendimento ao usuário e potencializar suas ações para a difusão da informação científica e tecnológica em saúde. Conhecida como Rede de Bibliotecas da Fiocruz (), essa estrutura é coordenada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) desde 2006, quando a unidade é reconhecida como área finalística da Fiocruz e passa a desenvolver atividades de ensino e pesquisa para a ampliação do acesso à Informação em Ciência & Tecnologia em Saúde.

Além das bibliotecas presenciais, a Fiocruz desenvolveu as Bibliotecas Virtuais em Saúde (BVS), um projeto liderado pelo Centro Latino-americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme / Opas) em conjunto com o Ministério da Saúde para a ampliação do livre acesso à informação em saúde. As BVS s abordam temas variados como Educação Profissional em Saúde (BVS EPS), Saúde Pública (BVS SP), Doenças Infecciosas e Parasitárias (BVS Dip), Aleitamento Materno (BVS AM), História e Patrimônio Cultural da Saúde (BVS HPCS) entre outros, todos reunidos na BVS Fiocruz (). Além das temáticas, a BVS Fiocruz garante acesso ao portal de Teses e Dissertações da Fiocruz, aos periódicos científicos da Fiocruz e às dez Bibliotecas que compõem a Rede de Bibliotecas da Fiocruz. Para subsidiar atividades de pesquisa científica e tecnológica, a Fiocruz, preserva materiais biológicos vivos e não vivos. São dez coleções científicas credenciadas que são, também, postas à disposição de outras instituições de pesquisa. São elas: Entomológica (desde 1901, como 5 milhões de exemplares); Helmintológica (1907, 37 mil amostras); Cultura de Fungos (1922, aproximadamente 1.800 linhagens de diferentes grupos toxiconômicos); Febre Amarela (1931, 500 mil amostras); Cultura de Bactérias (1930~1940, 50 mil amostras); Malacológica (1948, 5 mil lotes de conchas e partes moles de espécimes de oito famílias); Cultura de bactérias do gênero Bacilus e gêneros correlatos (1979, 1.250 estirpes liofilizadas, perfazendo um total de 12.500 cópias); Leishmania e Emndotrypanum (1980, 1.200 espécies, com 3.500 cepas preservadas); Tripanossomatídeo (1995, 500 amostras); Fungos produtores de micotoxinas e de interesse em saúde pública (1997, 46 cepas, distribuídas em oito gêneros e 53 espécies). Como assinalado acima, no prédio da Escola Politécnica está localizada a Biblioteca Emília Bustamante. Esta dispõe, atualmente, de 5598 títulos de livros e 188 títulos de periódicos. O acervo da Biblioteca pode ser acessado na internet através do endereço. Nesse endereço os usuários poderão acessar, além do acervo, as novas aquisições da biblioteca, serviços e produtos disponíveis, Catálogo de Periódicos, Manual de normalização de trabalhos acadêmicos, etc. A Biblioteca está ligada à rede mundial de computadores. São 31 computadores distribuídos da seguinte forma: Setor de Pesquisa: 12; Salas de Estudo: 04; Sala de Multimídia: 01; Pesquisa ao Acervo: 03; Sala de Treinamento: 11. A EPSJV/FIOCRUZ possui também uma Biblioteca Virtual, a BVS-EPS: Biblioteca Virtual em Saúde - Educação Profissional em Saúde, que pode ser acessada através do site http://www.bvseps.icict.fiocruz.br/php/index.php. A BVS-EPS disponibiliza textos e informações técnico-científicas pertinentes à sua área temática, contando hoje com os seguintes quantitativos: 2269 publicações na Base EPS (referências bibliográficas de livros e periódicos), 630 na Base EPS-TEXTOC (composta de textos completos), 532 na Base EPS-LEGIS (composta de legislações), 751 eventos cadastrados no DIREVE Além da Base LIS-EPS (Localizador de Informação em Saúde) que apresenta sites que abordam as seguintes temáticas:

Atenção à saúde; Educação à distância; Educação profissional; Gestão em serviços de saúde; Informação e registros em saúde; Iniciação científica; Trabalho em saúde; Técnicas laboratoriais em saúde; Tecnologias educacionais; Vigilância em saúde. Mas existem outras Bases para pesquisa como LILACS, MEDLINE, EDUCA, entre outras. As Áreas Temáticas da BVS-EPS são: Educação Profissional: História, Concepções e Currículo, História da Educação Profissional, Concepções da Educação Profissional, Politecnia, Ensino Médio Integrado, Ensino em Serviços de Saúde, Currículo, Políticas de Educação Profissional, Educação Profissional em Atenção à Saúde, Enfermagem, Agentes Comunitários de Saúde, Saúde Mental, Saúde da Mulher, Saúde da Família, Saúde do Idoso, Saúde do Trabalhador, Saúde da População Indígena, Saúde Bucal, Hemoterapia, Educação Profissional em Gestão em Serviços de Saúde, Educação Profissional em Técnicas Laboratoriais em Saúde, Radiologia, Biodiagnóstico, Biossegurança, Educação Profissional em Registro e Informação em Saúde, Educação Profissional em Vigilância em Saúde, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária, Vigilância em Saúde do Trabalhador, Educação Profissional em Manutenção de Equipamentos em Saúde, Iniciação Científica, Ensino Médio, Ensino Médio de Nível Técnico, Trabalho em Saúde, Recursos Humanos em Saúde, Mercado de Trabalho, Ética na Saúde e Educação à Distância. O projeto da BVS-EPS atende, por conseguinte, ao anseio das Escolas e Centros Formadores do SUS por um espaço de apoio à educação de trabalhadores e de interação entre estudantes, docentes, pesquisadores e profissionais da saúde. Um espaço, portanto, que possibilite a aceleração da difusão de conhecimentos e acesso a novos materiais didáticos e pedagógicos e a informação. A política da Rede de Bibliotecas da Fiocruz é de não duplicação de assinaturas de periódicos, pois estando dentro de uma mesma instituição e as unidades fisicamente próximas não há necessidade de duas ou mais Bibliotecas possuírem o mesmo título. Não obstante, a Biblioteca Emília Bustamante está em constante aprimoramento do Acervo de Periódicos para atender os alunos da Pós-Graduação, bem como todos os usuários, professores e pesquisadores da EPSJV. Recursos de Informática O Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional em Saúde da EPSJV possui infraestrutura exclusiva, com salas para docentes e salas equipadas com computadores para uso dos alunos.cabe destacar, por fim, que a Fiocruz oferece aos seus alunos a possibilidade de utilização da internet, Rede Rio e Rede Nacional de Pesquisa, proporcionando-lhes, dessa forma, acesso aos principais institutos de pesquisa e universidades nacionais e internacionais. A maioria dos computadores de diversas unidades da Fundação está conectada à internet. O acesso à rede também pode ser realizado, mediante inscrição, na Biblioteca de Manguinhos. Há a possibilidade de o aluno obter endereço eletrônico dentro do domínio fiocruz.br, mas isso depende de anuência do diretor ou do coordenador da unidade do seu curso. Professores, pesquisadores e alunos têm à sua disposição, ainda, um setor para a preparação de slides, ilustrações, gráficos, pôsteres e fotografias para trabalhos

científicos e congressos. Trata-se do Departamento de Multimeios (DMM), do Centro de Informação Científica e Tecnológica (CICT),cujo acesso é possível no seguinte endereço:http://www.cict.fiocruz.br/estrutura/departamentos/dmm/index.htm. Outras informações A EPSJV conta ainda com os seguintes setores acadêmicos: Laboratório do Programa de Vocação Científica, cujas atividades se voltam para a inserção de estudantes de ensino médio nos laboratórios de pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz e de outras instituições afins, nos quais esses desenvolvem a iniciação científica. Coordenação de Cooperação Internacional: responsável pelo desenvolvimento das atividades de cooperação internacional em educação profissional em saúde, como cumprimento das funções da EPSJV/FIOCRUZ como Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde. Responsável também pela secretaria técnica da Rede Internacional de Técnicos em Saúde (RETS), com apoio da Organização Panamericana de Saúde (OPAS). Coordenação Editorial da Revista Trabalho, Educação e Saúde: responsável pela editoração desse periódico, o qual se destina à publicação, com periodicidade semestral, de debates, análises e investigações sobre temas relacionados ao campo da formação e da qualificação profissional na saúde, buscando promover um espaço de discussão de natureza interdisciplinar. O periódico tem como público-alvo pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduação, profissionais vinculados aos serviços de saúde, e docentes e gestores do campo da educação profissional em saúde. Estação de Trabalho "Observatório dos Técnicos em Saúde": produz estudos e pesquisas sobre o trabalho técnico, a educação profissional e as políticas sociais de educação e saúde, buscando disponibilizar um conjunto de dados e informações em publicações impressas e eletrônicas para alunos, professores, pesquisadores, gestores do Sistema Único de Saúde, sindicatos e associações profissionais dos trabalhadores técnicos. A caracterização completa da EPSJV/FIOCRUZ pode ser encontrada no site http://www.epsjv.fiocruz.br. Atividades Complementares (Atividades dos Docentes fora do âmbito do programa) A atividade acadêmica, como se sabe, implica um conjunto de responsabilidades que transcendem a docência regular em programas de pós-graduação e o desenvolvimento da pesquisa. Trata-se de atividades que, conquanto exigem do docente-pesquisador experiência, oportunizam o compartilhamento de seus conhecimentos e conferem a esses relevância cientifica e social. Implicam, ao mesmo tempo, um compromisso ético-político com a academia e com a sociedade, pois tais atividades tanto constam do reconhecimento profissional necessário ao pesquisador para manter-se produtivo, quanto alimentam o processo de produção de conhecimento e de formação de novos pesquisadores. É por meio dessas atividades, ainda, que se evidencia a relação entre a ciência e suas instituições e a sociedade em geral. Em se tratando de um mestrado profissionalizante em educação

profissional em saúde, isto é ainda mais significativo porque a sua retroalimentação depende fortemente da participação dos seus docentes no campo em que as políticas e as práticas de formação e de gestão dos trabalhadores em saúde são elaboradas e implementadas, estando-se atentos a suas dinâmicas e contradições. Nesse sentido, o conhecimento do docente-pesquisador, bem como de seus orientandos, com a especificidade de seus objetos, pode contribuir significativamente para as tendências dessas realizações. Do mesmo modo, a teoria que efetivamente se sustenta cientificamente é aquela produzida a partir da apreensão do real, e, por isto, pode nele intervir. Assim, a participação dos docentes nos espaços e em situações concretas em que o objeto do programa se materializa e se explicita é fundamental para a construção de uma pertinência efetiva dos estudos desenvolvidos em seu âmbito.ressalte-se, ainda, que a finalidade maior desse programa é contribuir para a consolidação do Sistema Único de Saúde no Brasil e das políticas de saúde pública em países com os quais mantemos intercâmbio. Assim, conhecer e participar direta ou diretamente dessas dinâmicas é propósito explícito desse programa. Intercâmbios Institucionais (Atividades Conjuntas e Sistemáticas do Programa com seus Congêneres) O corpo docente do Programa de Pós-Graduação é composto, em sua maioria, por profissionais que estão vinculados integralmente à Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), portanto, sua atuação se articula às diversas atividades promovidas pela Escola. E ainda, pelo caráter multidisciplinar do curso, os trabalhos realizados por docentes da EPSJV, que não estão diretamente ligados à Pós-Graduação, poderão ser inseridos no Programa. As ações de cooperação da EPSJV se dão por meio de parcerias, convênios ou demandas específicas, com instituições públicas, órgãos governamentais e movimentos sociais em âmbito nacional e internacional. Abarcam projetos de tipos diversos, como elaboração de plano de curso, formação docente, organização bibliográfica, produção de material educativo, desenvolvimento e ensino de metodologias para produção de material educativo, execução de cursos fora da sede, formulação de programas e projetos de ensino e pesquisa nessas áreas, discussão de políticas públicas de Educação e de Saúde, dentre outros. Intercâmbio Internacional A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) é uma unidade técnico científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e tem como missão promover a educação de técnicos em saúde, através da coordenação e implementação de programas de ensino em áreas estratégicas para a Saúde Pública e para Ciência e Tecnologia em Saúde; da elaboração de projetos de política, regulamentação, currículos, cursos, metodologias e tecnologias educacionais; e da produção e divulgação de conhecimento nas áreas de trabalho, educação e saúde. A EPSJV foi designada Centro Colaborador da OPAS/OMS para a educação de técnicos em saúde em julho de 2004, por um período de quatro anos, sendo redesignada por igual período a partir de julho de 2008. Tem como marco de referência, em suas ações de

cooperação técnica internacional, as diretrizes estabelecidas pelo Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz (CRIS/Fiocruz), pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE) e pelas regulações estabelecidas para as instituições colaboradoras da OMS. As ações de cooperação técnica em âmbito internacional estabelecidas pela EPSJV centram-se principalmente no desenvolvimento de estratégias para o fortalecimento de instituições dedicadas à formação de trabalhadores técnicos em saúde, com ênfase na estruturação de escolas de formação de técnicos em países da região das Américas e países africanos de língua oficial portuguesa. Tais ações envolvem desde assessorias para a constituição de áreas de formação de técnicos, que incluem formação docente, elaboração de planos de curso e material didático, até o desenvolvimento de pesquisas e estudos técnico - científicos sobre a área. Assim, junto à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a EPSJV tem contribuído para a estruturação das escolas de formação de técnicos em saúde em Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau e Moçambique. Da mesma forma, tem sob a sua coordenação a subrede de escolas técnicas em saúde da CPLP, segundo o Plano Estratégico de Cooperação em Saúde da CPLP (PECS CPLP 2009-2012) aprovado em maio de 2009. Em estado avançado de negociação, encontra-se o projeto de realização do curso de especialização em educação profissional em saúde para profissionais de saúde dos países africanos, com a mediação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Na América do Sul, tem desenvolvido cooperações bilaterais com o Ministério da Saúde da Nação da Argentina e o Ministério da Saúde do Governo da Cidade de Buenos Aires para a estruturação dos planos de curso de formação de técnicos em áreas consideradas prioritárias. Com Bolívia e Paraguai, coordena a implementação de um TCC (Technical Cooperation among Countries) para o fortalecimento de quatro instituições de formação de técnicos, vinculadas aos Ministérios da Saúde dos dois países. O TCC, denominado Profundización y consolidación de la cooperación técnica interinstitucional para el fortalecimiento del área de educación de técnicos en salud en Bolivia, Brasil y Paraguay, é resultado de outro TCC finalizado em 2007. Recentemente, a EPSJV coordenou um projeto de pesquisa intitulado A Educação Profissional em Saúde no Brasil e nos países do Mercosul: perspectivas e limites para a formação integral de trabalhadores técnicos face aos desafios das políticas de saúde, financiado pelo CNPq e pelo TC 41-OPAS/MS (41º Termo Técnico de Cooperação e Assistência Técnica entre o Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde), que objetivou analisar a oferta quantitativa e qualitativa dos cursos de formação de técnicos nesses países. Tal pesquisa procurou apontar as dificuldades existentes para a livre circulação desses trabalhadores no âmbito do referido bloco regional. A coordenação desse projeto foi de responsabilidade de um docente do programa, contando, em sua equipe, com outros dois docentes. Ademais, tem iniciado um trabalho de articulação da subrede de escolas técnicas de saúde da UNASUL (União das Nações Sul-Americanas), conforme prioridades de cooperação

definidas na recente reunião do Grupo Técnico de Desenvolvimento e Gestão de Recursos Humanos em Saúde da Unasul, realizada em setembro de 2009. As subredes mencionadas compõem a Rede Internacional de Educação de Técnicos em Saúde (RETS), que é uma estratégia de articulação e cooperação técnica entre instituições de caráter público, vinculadas direta ou indiretamente à educação de técnicos em saúde. Seu objetivo é promover a interação entre as instituições integrantes, agregando e sistematizando conhecimentos que possam subsidiar a elaboração de políticas de cooperação internacional, a fim de fortalecer os sistemas de saúde dos países membros. A ideia da Rede surgiu em 1996, por iniciativa da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), e desde setembro de 2005, sua Secretaria Executiva está sediada na EPSJV. A RETS possui um site (www.rets.epsjv.fiocruz.br) e uma publicação jornalística quadrimestral editada em espanhol, português e inglês. Além disto, há o Observatório de Técnicos em Saúde da EPSJV/Fiocruz, coordenado por um docente do programa, com a participação de outros 4 (quatro), que faz parte da Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde do Brasil - Rede ROREHS, compondo um projeto de âmbito continental da Organização Pan-Americana de Saúde e regulamentada pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde - SGTES/MS. O Observatório dos Técnicos em Saúde tem como missão produzir estudos e pesquisas sobre o trabalho técnico, a educação profissional e as políticas sociais de educação e saúde, buscando disponibilizar um conjunto de dados e informações em publicações impressas e eletrônicas para alunos, professores, pesquisadores, gestores do Sistema Único de Saúde, sindicatos e associações profissionais dos trabalhadores técnicos. A cooperação técnica com Portugal também se tem realizado em várias frentes. Citam-se, neste âmbito, os trabalhos com o Grupo Análise Social das Profissões Técnico-Intelectuais (ASPTI), rede que integra pesquisadores das universidades portuguesas de Lisboa, do Porto, de Tras-os-Montes e do Minho; da regiao da Galícia; e do Brasil UERJ e Fiocuz. Realizamos, ainda, o intercâmbio com o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, através do professor João Arriscado Nunes, que têm participado como conferencista e consultor em pesquisas desenvolvidas pelo corpo docente e pelos laboratórios da EPSJV. Finalmente, cabe registrar o intercâmbio com a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, na produção de conhecimento sobre educação profissional em saúde, trabalho técnico e regulamentação profissional dos trabalhadores da saúde; intercâmbio este que conta com a participação ativa de um dos alunos do curso de mestrado. Todas essas ações e experiências alimentam e proporcionam o fortalecimento das pesquisas desenvolvidas pelos docentes da pós-graduação, em especial, as temáticas voltadas para a formação técnica e de tecnólogos em saúde na África, América Latina, em especial, no âmbito dos países do MERCOSUL, e a inflexão dos organismos internacionais sobre a formação de trabalhadores da saúde. Além disso, a troca de experiências e concepções de educação e saúde proporcionada pelo intercâmbio entre docentes e pesquisadores estrangeiros e o corpo docente e discente da pós-graduação ampliam as perspectivas teóricas e políticas presentes no campo da educação profissional em saúde.

Intercâmbio com Órgãos Públicos: Como uma instituição de ensino e pesquisa que pensa e experimenta a articulação entre os campos da Saúde, da Educação e do Trabalho, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio tem como missão estabelecer processos de cooperação que contribuam para o fortalecimento dos sistemas públicos brasileiros. Os docentes do programa participam dessas atividades, sendo que, constituindo-se em ações da política pública de saúde e de educação, muitas delas articulam-se com os objetos de pesquisa dos docentes e os de dissertação dos mestrandos. A assessoria às Escolas Técnicas do SUS é uma ação permanente de intercâmbio institucional. Tendo atuado como Secretaria Técnica da Rede de Escolas Técnicas do SUS, entre os anos de 2000 e 2008, a EPSJV mantém as ações de apoio às ETSUS. Atualmente, um meio importante de diálogo com as ETSUS e de difusão do conhecimento científico para o interior dessas instituições é a publicação da Revista Poli: saúde, educação e trabalho, cujo Conselho Editorial conta com 5 (cinco) professores do programa. Esta revista tem como objetivo, mais do que informar, contribuir para a formação dos sujeitos - profissionais, estudantes, professores, gestores - que atuam na interface entre as três áreas que a revista enfoca. O projeto editorial da Revista concentra-se na discussão de políticas de saúde, educação e trabalho, com foco nos trabalhadores técnicos. Assim, ao tempo em que os professores do programa se constituem em referência para a definição de pautas e abordagens estratégicas da revista, a produção intelectual do corpo docente é difundida por meio de artigos, entrevistas e matérias que constam da pauta da revista. Com isto, construiu-se um meio de dar, aos trabalhadores e formadores da área da saúde, acesso ao conhecimento produzido pelos docentes-pesquisadores do programa. Projetos da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Educação contam também com a participação de membros do programa. Dentre esses citam-se o grupo de trabalho que discute o perfil de competências do técnico da área de vigilância e o grupo de trabalho que discutiu, elaborou e implantou as turmas-piloto do curso de cuidadores de idosos dependentes. Parcerias institucionais também se realizaram com o Ministério da Educação para a elaboração do Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos e das diretrizes para seleção, acesso e permanência no ensino técnico e tecnológico federal. Os docentes do programa participaram intensamente de atividades com movimentos sociais, tais como Sindicatos, MST, MAB-Movimento dos Atingidos por Barragens. Essas atividades correspondem a palestras, planejamento, implantação de cursos e respectiva docência. Assessorias a Secretarias Estaduais de Educação também se realizaram, duas das quais do Paraná e do Pará originando a publicação de capítulos em livros de diretrizes da política educacional de acesso aos docentes. Finalmente, destaca-se a participação de docentes do programa nos seguintes projetos institucionais: - CURSO DE FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS DE SAÚDE DE TRABALHADORES RURAIS

Parceria com o Ministério da Saúde / Secretaria de Ações Estratégicas e Participativa e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) - EDUCAÇÃO, CULTURA E CIDADANIA territorializando a proposta da politecnia nas comunidades circunvizinhas aos campi Manguinhos e Mata Atlântica. Parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, Saúde e Meio-Ambiente do Rio de Janeiro. - CURSO TÉCNICO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE. Parceria com o Cetro de Saúde Germano Sinval Faria ENSP/FIOCRUZ e a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil. - Material didático para os docentes do curso técnico de ACS: melhoria da qualidade na Atenção Básica (Versão hipermídia para os livros da Coleção Educação Profissional em Docência em Saúde: a formação e o trabalho dos agentes comunitários de saúde) Finalmente, cabe comentar as parcerias com instituições de ensino superior e programas de pós-graduação. Temos um convênio firmado com o Instituto de Medicina Social da UERJ (IMS/UERJ), desenvolvendo atividades conjuntas e intercâmbio entre docentes e alunos de ambas as instituições na oferta de disciplinas, realização de atividades de pesquisa e organização e participação em eventos. São exemplos dessa parceria a disciplina eletiva de Políticas de Saúde III, oferecida no primeiro semestre de 2009, os seminários do Laboratório de Políticas e Práticas de Integralidade em Saúde (LAPPIS) do IMS/UERJ com participação efetiva da EPSJV e do corpo docente da pós-graduação na organização do eventos, e projetos PAPES/CNPq e FAPERJ construídos a participação de pesquisadores de ambas as instituições. Com os Programas de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da UERJ (PPFH/UERJ) e de Educação da UFF, mantemos, há 5 (cinco) anos, o funcionamento do Grupo de Projetos Integrados UFF/UERJ/EPSJV-Fiocruz, hoje registrado no CNPq como Grupo de Pesquisa Trabalho, Formação Humana e Políticas Públicas. Este grupo é constituído por professores, alunos e bolsistas dos referidos programas, reunindo-se regularmente com o objetivo de estudar e discutir temas que integram o referencial teórico dos projetos de pesquisa dos seus participantes, tendo como base os projetos desenvolvidos pelos coordenadores do grupo, aos quais se vinculam os respectivos orientandos e bolsistas. Este grupo realiza, anualmente, seminários de pesquisa, publicando os trabalhos apresentados nos respectivos anais. Em 2009 realizou-se o IV Seminário, cujo tema foi "A crise da sociabilidade do capital e a produção do conhecimento". Além disto, são convidados pesquisadores de outras universidades do Brasil e de outros países a fim de ministrarem cursos e sessões de estudo para os membros do grupo. As atividades e os intercâmbios internacionais alimentam a produção e a difusão do conhecimento científico, bem como a sua apropriação pela sociedade, por diversos meios, sendo a realização de eventos um meio estratégico para este fim. Nesse sentido, apresentamos, a seguir, o conjunto de eventos realizados pelo programa.

Eventos realizados pela Pós-graduação Seminário de Abertura do Ano Letivo da Pós-Graduação "A crise atual do capitalismo mundial e suas repercussões no Brasil" Palestrante: Profª Drª Leda Paulani - Doutora em Teoria Econômica pelo Instituto de Pesquisas Econômicas - USP. Professora Titular do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), pesquisadora sênior da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e Presidente da Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP). 05 de março de 2009 Palestra (Re) encontros das Ciências Sociais com a Biologia: biopoder, biosocialidade, biocidadania Palestrante: Professor João Arriscado Nunes, do Centro de Estudos Sociais Laboratório associado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Organizado pelo Professor Gustavo Matta 23 de junho de 2009 Encontro de Ciência e Epistemologia Organizado pelos professores: Virgínia Fontes, Carla Martins e Marco Antônio Carvalho Santos Participantes: Hugh Lacey, filósofo da ciência, atua no Swarthmore College, Pensilvânia e leciona no Departamento de Filosofia da USP e Marcos Barbosa de Oliveira, professor associado da USP, membro do Grupo de Filosofia, História e Sociologia da Ciência e da Tecnologia do Instituto de Estudos Avançados(IEA) da USP 22 de julho de 2009 Mesa Redonda Trabalho, Crise e Conhecimento Organizado pelos professores : Virgínia Fontes, Carla Martins e Marco Antônio Carvalho Santos Participantes: Alex Callinicos, professor na Universidade de York e Maurício Vieira Martins, Professor Associado da UFF 22 de julho de 2009 Colóquio Problematizar as culturas profissionais: balanço e perspectivas sobre a linha de investigação ASPTI - Análise Social das Profissões em Trabalho Técnico-Intelectual - (norte de Portugal - 2004-2009) Participante: Prof. Dr. Telmo Caria, professor associado com Agregação em Sociologia e Ciências Sociais da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e Coordenador científico do Núcleo de Investigação sobre Etnografias do Conhecimento Profissional do Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE) da Universidade do Porto, em Portugal Organizado pela Professora Marise Ramos 23 de outubro de 2009 Palestra A teoria da revolução em Marx e o contexto atual da América Latina