As obrigações fiscais das Associações de Pais



Documentos relacionados
Obrigações declarativas das entidades que não exercem a título principal atividades comerciais, industriais ou agrícolas

DOCUMENTAÇÃO. Acção de Formação Fiscalidade

AS ASSOCIAÇÕES, CLUBES, COLETIVIDADES

Obrigações declarativas das entidades que não exercem a título principal

Organizações de Economia Social e a Fiscalidade

Advocacia e Cidadania

Políticas de Financiamento do Sistema Desportivo

INFORMAÇÃO TÉCNICA N.º 20/2013. Entidades do Sector Não lucrativo ESNL Associações, Clubes Desportivos, IPSS (Oficio Circulado n.

NOVAS REGRAS DE FATURAÇÃO

Enquadramento Fiscal

Novas Regras de Faturação Esclarecimento de dúvidas da sessão do dia 7 de Fevereiro de 2013

Calendário Fiscal. Fevereiro de 2014 DIA 10. Segurança Social - declaração de remunerações (Janeiro)

CALENDÁRIO FISCAL Outubro de 2015

Facturação (Questões a Abordar)

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS 2013

FICHA DOUTRINÁRIA. Diploma: CIVA. Artigo: nº 8 e / ou nº 19 do artº 9º. Assunto:

ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS CAPÍTULO X. Benefícios fiscais relativos ao mecenato. Artigo 61.º. Noção de donativo. Artigo 62.º

Regime geral dos trabalhadores por conta de outrem

NOVAS REGRAS DE FATURAÇÃO. DL 197/2012, de 24 de agosto

Enquadramento Fiscal dos Advogados em. sede de IRS, IVA e segurança social

CALENDÁRIO FISCAL Novembro de 2015

Novas regras de faturação. (DL n.º197/2012 de 24 de agosto)

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE

Fiscalidade do Terceiro Setor. Donativos. Leonardo Marques dos Santos

IVA Na Actividade Agrícola

Alguns aspetos do regime de IVA de caixa

Decreto-Lei n.º 219/2001, de 4 de Agosto *

Faturação simplificada: Principais alterações

INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO MODELO 10 RENDIMENTOS E RETENÇÕES DE SUJEITOS PASSIVOS RESIDENTES INDICAÇÕES GERAIS

IRSIRSIRSIRSIRS. mod Envie a declaração de rendimentos pela internet. Peça a sua senha em:

NEWS TCC SROC Julho 2014

Regime de Contabilidade de Caixa em Sede de IVA

ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS. Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de Julho (Revisto pelo Decreto-Lei n.º 198/2001, de 3 de Julho)

Regime de Iva de Caixa

Novo Regime de IVA de Caixa

DECLARAÇÃO MENSAL DE REMUNERAÇÕES (AT)

CONTALIVRE CONTABILIDADE, AUDITORIA E GESTÃO DE EMPRESAS,LDA CIRCULAR Nº 1/2014 IRS

EM QUE CONSISTE? QUAL A LEGISLAÇÃO APLICÁVEL?

Regime de contabilidade de caixa em sede de IVA

As alterações do OE 2015 e da Lei 82-E/2014 com impacto nas relações laborais

LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES CONFEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES E CORPOS DE BOMBEIROS

INFORMAÇÃO TÉCNICA N.º 22/2013. Regime de caixa de IVA (DL 71/2013, 30.05)

SEGUROS DE VIDA IRS 2014

OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

SIFIDE (SISTEMA DE INCENTIVOS FISCAIS EM INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL)

FICHA DOUTRINÁRIA. Diploma: CIVA. Artigo: 23º. Assunto:

OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS 2016

FORMALIDADES PARA CRIAÇÃO DE EMPRESAS TIPOS DE SOCIEDADES

Assim, integram a Categoria E os rendimentos de capitais, enumerados no artigo 5.º do CIRS.

Ficha Técnica. Título Guia Fiscal para as Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto. Autor Manuel Rodrigues Grácio

JANEIRO / 2015 IRS ATÉ AO DIA 12

JUROS DE HABITAÇÃO PERMANENTE, PRÉMIOS DE SEGUROS, COMPARTICIPAÇÕES EM DESPESAS DE SAÚDE, PPR, FUNDOS DE PENSÕES E REGIMES COMPLEMENTARES

Comentários da AIP-CCI ao Anteprojeto da Reforma do IRS

MOD.3. Peça a sua senha em:

DONATIVOS RECEBIDOS IRS - IRC. DECLARAÇÃO (Art. 66.º, n.º 1, al. c) do EBF e Art. 11.º-A, n.º 1, al. c) do Estatuto do Mecenato Científico) MODELO 25

ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO IVA, REGIME DO IVA NAS TRANSAÇÕES INTRACOMUNITÁRIAS LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR. DL Nº 197/2012, de 24 de agosto

FICHA DOUTRINÁRIA. Diploma: CIVA Artigo: 29º, 36º e 40º

SEGUROS DE VIDA IRS 2015

Os rendimentos prediais em sede de IRS e. os recibos de renda eletrónicos

REGULAMENTO FINANCEIRO DO CDS/PP

Contmatic - Escrita Fiscal

Preenchimento da Declaração Modelo 3 de IRS de 2015

g ~ autoridade tributária e aduaneira A Portaria n 421/2012, de 21 de dezembro, aprovou os novos modelos de impressos da

REGULAMENTO DE ATRIBUIÇÃO DE APOIOS ÀS COLECTIVIDADES DE CARÁCTER RECREATIVO, CULTURAL, RELIGIOSO E SOCIAL DO CONCELHO DE NORDESTE PREÂMBULO

NEWSLETTER FISCAL Nº 58 Novembro 2015

CALENDÁRIO FISCAL 2015

Imposto Sobre o Valor Acrescentado IVA NOVAS REGRAS DE FATURAÇÃO. Decreto-Lei n.º 197/2012, de 24 de agosto

Artigo 7.º Fiscalização

Facturação (Questões a Abordar)

PASSAPORTE PARA ANGOLA

CIRCULAR 057 FATURAÇÃO ANO NOVAS REGRAS

TRATAMENTO FISCAL DE PARTILHA POR DIVÓRCIO

Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil - São Paulo

ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO IRS DL 238/2006 E LEI 53-A/2006

GUIA PRÁTICO MEDIDA EXCECIONAL DE APOIO AO EMPREGO - REDUÇÃO DE 0,75 PONTOS PERCENTUAIS DA TAXA CONTRIBUTIVA A CARGO DA ENTIDADE EMPREGADORA

autoridade tributária e aduaneira

RENDIMENTOS DA CATEGORIA B REGIME SIMPLIFICADO / ACTO ISOLADO. Regime Simplificado de Tributação. Profissionais, Comerciais e Industriais

Regime Fiscal Seguros Reais e de Poupança -

Legislação. Publicação: Diário da República n.º 63/2015, 1.º Suplemento, Série I, de 31/03, Páginas 1728-(2) (11).

NOVOS PRAZOS. Prazo para confirmação e comunicação pelo consumidor final de faturas no e-fatura

Incentivos fiscais à reabilitação urbana e legislação relacionada. Tatiana Cardoso Dia 18 de Setembro de 2013 Lisboa

n.º 1 A taxa de 23% passou para 21% Mantêm-se sem alteração as restantes taxas

CAPÍTULO I Incidência Artigo 1.º Artigo 1.º Pressuposto do imposto Pressuposto do imposto Artigo 2.º Artigo 2.º Sujeitos passivos Sujeitos passivos

NOVAS OBRIGAÇÕES PARA OS SENHORIOS PERGUNTAS FREQUENTES

Lei n.º 66/98 de 14 de Outubro

PAGAMENTO DE IMPOSTOS

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos Retenção de Tributos por Entidades Públicas Federais na Intermediação de Viagens

NOVAS REGRAS DE FATURAÇÃO

RECIBO DE RENDA ELETRÓNICO FAQ

MECENATO ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS CAPÍTULO X BENEFÍCIOS RELATIVOS AO MECENATO. Artigo 56.º-C Noção de donativo

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

FUNDO DE COMPENSAÇÃO DO TRABALHO (FCT) MECANISMO EQUIVALENTE (ME) FUNDO DE GARANTIA DA COMPENSAÇÃO DO TRABALHO (FGCT)

FAQ'S - Perguntas frequentes

Especial Imposto de Renda 2015

A empresa Branco & Lima Contabilidade e Consultoria, Lda presta serviços de contabilidade, fiscalidade, consultoria, gestão e serviços complementares.

Resumo. As novas regras de Faturação para 2013

Certificação de Programas Informáticos de Facturação. Alterações:

REGIME DE CONTABILIDADE DE CAIXA EM SEDE DE IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO (REGIME DE IVA DE CAIXA)

Microentidades passam a integrar o Sistema de Normalização Contabilística (SNC) a partir de 2016

INCENTIVOS FISCAIS PARA PROJETOS SOCIAIS, CULTURAIS E ESPORTIVOS

Transcrição:

XIII Encontro Regional de Associações de Pais VISEU As obrigações fiscais das Associações de Pais 1

Introdução Definição de Associação Associação é uma organização resultante da reunião legal entre duas ou mais pessoas, com ou sem personalidade jurídica, para a realização de um objetivo comum 2

Introdução Uma Associação carateriza-se por: 1. Ser dotada de património e movimentação financeira não podendo, contudo, distribuir o retorno económico entre os associados, uma vez que este será usado no fim da associação 2. Ter registo no Cartório 3. Nunca estar sujeita à falência ou recuperação económica 3

Introdução Associação na Hora Lei 40/2007, de 24 de Agosto Uma das medidas de simplificação administrativa Constituição de associações com personalidade jurídica, mediante um atendimento presencial e único, nas conservatórias do registo comercial Certificado de admissibilidade pelo RNPC 4

Sujeitos Passivos Modelo de Tributação em Base do Imposto Residentes Não Residentes Não exerçam a título principal uma actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola (artº 3, nº 1, b), C) Exerçam a título principal uma actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola (artº 3, nº 1, a), C) Com estabelecimento estável (artº 3, nº 1, c), C) Sem estabelecimento estável, ou com rendimentos que não lhes sejam imputáveis (artº 3, nº 1, d), C) Rendimento Global Lucro Rendimento diversas categorias do IRS 5

Incidência Segundo o artº 2, nº 1, a), C são sujeitos passivos do as sociedades comerciais ou civis sob forma comercial as cooperativas as empresas públicas e demais pessoas coletivas de direito público ou privado com sede ou direção efetiva em território português 6

Incidência Segundo o artº 3, nº 1, b), C se as associações não exercem a título principal atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola o incide sobre o rendimento global correspondente à soma algébrica dos rendimentos das diversas categorias consideradas para efeitos de IRS 7

Definição da matéria coletável Artº 15, nº 1, b), C a matéria coletável obtém-se pela dedução ao rendimento global, incluindo os incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito (artº 53, C) gastos comuns e outros imputáveis aos rendimentos sujeitos a imposto e não isentos (artº 54, C) benefícios fiscais eventualmente existentes que consistam em deduções naquele rendimento 8

Rendimento Global Tributados em, pelo seu Rendimento Global correspondente à soma algébrica dos rendimentos líquidos das diversas categorias consideradas para efeitos de IRS dedução de prejuízos empresariais ou menos-valias: 5 anos (artº 53, nº 1 e 2, C) Gastos Comuns 9 parte imputável aos rendimentos sujeitos não isentes (artº 54, nº 1, C)

Definição da matéria coletável Entidades que não exerçam a título principal uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola (artº 3, nº 1, b), C) Rendimento Global Gastos Comuns Benefícios = Fiscais (artº 53, C) (artº 54, C) (EBF) 10

Taxas Não exercendo, a título principal uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola o rendimento é tributado em à taxa de 21,5% (artº 87, nº 5, C) 11

Rendimentos não sujeitos Segundo o artº 54, nº 3, C não se consideram sujeitos a quotas pagas pelos associados em conformidade com os estatutos subsídios recebidos e destinados a financiar a realização dos fins estatutários 12

Rendimentos isentos Segundo o artº 54, nº 4, C os incrementos patrimoniais obtidos a titulo gratuito (donativos) podem beneficiar de isenção de mas apenas se se destinarem à direta e imediata realização dos fins estatutários 13

Isenção (artº 10, C) Não abrange rendimentos empresariais derivados do exercício das atividades comerciais ou industriais desenvolvidas fora do âmbito dos fins estatutários Pessoas coletivas de utilidade pública e de solidariedade social (IPSS ou entidades de utilidade pública) Tratando-se de associações de mera utilidade pública (isenção pelo artº 10, nº 1, c), C), solicitada ao Ministro das 14 Finanças por requerimento (artº 10, nº 2, C)

Estatuto de utilidade pública A grande maioria das Associações, não gozam deste estatuto, por duas razões fundamentais: algumas não têm ainda 3 anos de existência, como exige o artº 4, nº 2, DL 460/77 não é fácil a associações de pequena e média dimensão e âmbito local verem reconhecida essa qualidade 15

Estatuto de utilidade pública Às associações de pais pode, a seu pedido, ser conferido o estatuto de utilidade pública (DL 460/77): organização de atividades de enriquecimento curricular no âmbito do prolongamento de horário e da escola a tempo inteiro organização de atividades de apoio às famílias donativos às associações de pais considerados Benefícios Fiscais para os mecenas 16

Isenção (artº 11, C) Prevê a isenção para os rendimentos derivados de atividades culturais, recreativas e desportivas obtidos por associações legalmente constituídas para o exercício destas atividades Não ficam abrangidos os rendimentos da atividade comercial, industrial ou agrícola exercida, ainda que a título acessório (artº 11, nº 3, C) 17

Rendimentos sujeitos Não se consideram diretamente derivados das suas atividades desportivas, culturais ou recreativas: atividades de caráter empresarial publicidade direitos pela transmissão audiovisual das atividades bens imóveis, incluindo mais valias com a sua venda aplicações financeiras jogo do bingo 18

Isenção (artº 54, nº 1, EBF) Os rendimentos obtidos por estas coletividades desportivas, de cultura e recreio, que não sejam isentos pelo artº 11, C podem ainda beneficiar de isenção desde que não excedam o montante de 7.500 Isenção não necessita de apresentação de qualquer requerimento Anexo D da Mod. 22 19

Isenção (artº 54, nº 2, EBF) podem ser deduzidas ao rendimento global, importâncias investidas pelos clubes desportivos em novas infraestruturas, não provenientes de subsídios até ao limite de 50% da soma algébrica dos rendimentos líquidos previstos no artº 11, nº 3, C sendo o eventual excesso deduzido até ao final do segundo exercício seguinte ao do investimento 20

Isenção (artº 55, nº 3, EBF) Associações e confederações: isentos de, exceto no que respeita a rendimentos de capitais e a rendimentos comerciais, industriais ou agrícolas isentos de os rendimentos obtidos por associações de pais derivados da exploração de cantinas escolares Anexo D da Mod. 22 21

Exemplo 1 (Associação) 22 Rendimentos sujeitos mas isentos (diretos com a atividade) Venda de bilhetes de jogos 5.000 Inscrições na atividade Y 500 Outras atividades associativas 1.000 6.500 Rendimentos não sujeitos Subsídios 1.500 Quotas dos associados 2.000 3.500 Rendimentos sujeitos mas isentos até 7.500 Receitas de publicidade 4.000 Exploração de um Bar 3.200 7.200

Obrigações Declarativas (artº 117, C) Associações obrigadas à entrega das declarações Declaração de inicio de atividade (serve para IVA) Prazo: 90 dias a contar da data de inscrição da associação no RNPC, data em que foi emitido o certificado de admissibilidade e cartão de pessoa coletiva Declaração apresentada por um dos diretores: cópia da escritura de constituição ou dos estatutos 23

Obrigações Declarativas (artº 117, C) Alterações de cadastro apresentada, se se verificar alteração ao declarado, no prazo de 15 dias a contar da alteração Declaração de cessação 30 dias a contar da data em que terminem definitivamente as atividades da associação 24

Obrigações Declarativas (artº 117, C) Declaração Mod. 22 Prazo de apresentação: até ao último dia do mês de Maio do ano seguinte ao da obtenção dos rendimentos, obrigatoriamente por via eletrónica A obrigação não abrange as entidades isentas pelo artº 9, C, exceto quando estejam sujeitas a uma qualquer tributação autónoma 25

Obrigações Declarativas Dispensa de apresentação do Mod. 22 (artº 117, nº 6, C) Isenção ao Estado, Regiões Autónomas, autarquias locais, suas associações de direito público e federações e instituições de segurança social (as isentas do artº 9, C) 26

Obrigações Declarativas (artº 117, C) Declaração Mod. 22 Anexo D Benefícios Fiscais rendimentos abrangidos por isenção benefícios fiscais que se traduzam em deduções ao rendimento ou à coleta Era o Anexo F da IES/DA 27

Obrigações Declarativas (artº 117, C) IES / Declaração Anual (até 15 de julho/n+1) rendimentos sujeitos a tributação, caso em que a matéria coletável é apurada no anexo D da IES operações sujeitas a IVA, caso em que têm que entregar o anexo L (e M se for caso disso) operações com clientes ou fornecedores superiores a 3.000, caso em que têm que entregar o anexo O e/ou P. operações passíveis de ser declaradas no anexo Q 28

Obrigações Declarativas Declaração Anual Mod. 10 (Fevereiro/N+1) rendimentos pagos a terceiros e IRS ou retido se associação tiver empregados ou se pagar a terceiros rendimentos de outra natureza, deverá efetuar retenções na fonte de IRS a essas pessoas singulares, caso as mesmas sejam obrigatórias 29

Obrigações Declarativas Declaração mensal de remunerações Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente, obrigadas a entregar mensalmente declaração rendimentos e retenções de imposto, contribuições obrigatórias para regimes de proteção social e subsistemas legais de saúde, bem como de quotizações sindicais relativas ao mês anterior até ao dia 10 do mês seguinte ao do pagamento 30

Exemplo 2 (Associação) Uma associação de pais teve relativamente ao ano 2012, os seguintes rendimentos: Quotas dos associados 5.000 Exploração de um bar 3.000 Rendimentos 9.500 Gastos diretamente relacionados com o bar 6.500 Donativos destinados aos fins estatutários 1.500 Subsídios destinados aos fins estatutários 4.750 Gastos da atividade isenta 475 31

Exemplo 2 (Associação) Preenchimento da declaração modelo 22: 3. 0 0 0 1. 0 2 5 Matéria coletável: Regime geral (Bar): 9.500 6.500 = 3.000 Com isenção (donativos): 1.500 475 = 1.025 32

Exemplo 2 (Associação) Preenchimento da declaração modelo 22: 2 1,50 6 4 5 6 4 5 : 3.000 21,5% = 645 33

Exemplo 2 (Associação) Preenchimento do Anexo D da declaração modelo 22: 1. 0 2 5 34

Exemplo 2 (Associação) Enquadramento: quotas e os subsídios destinados aos fins estatutários são rendimentos não sujeitos (não se declaram na Mod. 22 nem Anexo D) rendimentos líquidos do bar de 3.000, sujeitos a tributação a uma taxa de de 21,5 %, que corresponde a coleta de 645 rendimentos líquidos isentos correspondem a um lucro de 1.025 (1.500 475) anexo D, quadro 03 preenche-se com o valor dos rendimentos líquidos isentos, no caso, no valor 1.025 (campo 304) 35

Exemplo 3 (Associação) Uma associação sem fins lucrativos cujo objeto é o estudo dos animais, teve em 2012 os seguintes rendimentos: Quotas dos associados 6.200 Gastos da atividade 3.500 Preenchimento da declaração modelo 22: 0 0 36 Mod. 22 apresentada a ZEROS Não preenche o Anexo D

Tributação Autónoma Pelo artº 88, nº 1, C as despesas não documentadas são tributadas autonomamente em 50% (...) mas o artº 88, nº 2, C, aumenta para 70%, quando seja efetuadas por sujeitos passivos total ou parcialmente isentos 37

Retenção na Fonte No caso de rendimentos que estariam sujeitos a retenções na fonte, desde que beneficiem de isenção total ou parcial de (artº 97, nº 2, C) podem alegar essa isenção para que estes não estejam sujeitos a retenção 38

Pagamentos por Conta As Associações não estão obrigadas a efetuarem os pagamentos por conta (artº 104, nº 1, C) apenas as entidades que exerçam a título principal atividades de natureza comercial, industrial ou agrícola Nem o pagamento especial por conta (artº 106, nº 11, a), C) 39

Obrigações Contabilísticas Não optando por contabilidade organizada, podem beneficiar de um regime simplificado de escrituração (artº 124, C) Registo de rendimentos por categoria Registo de encargos Registo de inventário 40

Obrigações Contabilísticas Durante 2 anos consecutivos, rendimentos das atividades comerciais, industriais ou agrícolas superiores a 150.000 a entidade é obrigada a possuir contabilidade organizada a partir do exercício seguinte (SNC para entidades do setor não lucrativo - ESNL) (artº 124, nº 3, C) 41

Imposto sobre o Valor Acrescentado IVA Incidência Incidência Real (objetiva) (artº 1, CIVA) imposto geral sobre o consumo Incidência Pessoal (subjetiva) (artº 2, CIVA) entidades que, de modo independente e com caráter de habitualidade, exerçam atividades de produção, comércio ou prestação de serviços 42

Imposto sobre o Valor Acrescentado IVA Isenção do artº 10, CIVA 43 Considerados organismos sem finalidade lucrativa se cumpridos os seguintes requisitos a) Não distribuam lucros Os corpos gerentes não tenham interesse direto ou indireto nos resultados da exploração b) Disponham de escrituração que abranja todas as suas atividades Ponham à disposição dos serviços fiscais

Imposto sobre o Valor Acrescentado IVA Isenção do artº 10, CIVA Considerados organismos sem finalidade lucrativa se cumpridos os seguintes requisitos c) Pratiquem preços homologados pelas autoridades públicas Em operações não susceptíveis de homologação, preços inferiores aos exigidos a empresas comerciais sujeitas a IVA d) Não entrem em concorrência direta com sujeitos passivos do imposto 44

Imposto sobre o Valor Acrescentado IVA Isenção do artº 9, nº 21, CIVA Quotas dos associados Prestações de serviços e transmissões de bens com elas conexas efetuadas no interesse coletivo dos seus associados quando a única contraprestação seja uma quota fixada nos termos dos estatutos 45

Imposto sobre o Valor Acrescentado IVA Faturação (artº 29, nº 3, CIVA) Dispensados de emitir faturas Sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações isentas de imposto ou não sujeitas caso tenham operações sujeitas e não isentas, emitem faturas (sistema informático ou em papel impressas por tipografia) 46

Imposto sobre o Valor Acrescentado IVA Recibos de donativos e subsídios Os recibos de donativos recebidos pela associação não documentam qualquer operação económica que esteja sujeita a IVA, ainda que dele isenta são operações fora do campo de incidência do IVA Subsídios fora do campo de incidência do IVA, logo não tributados 47

Imposto sobre o Valor Acrescentado IVA Associação de Pais (isenta pelo artº 9, CIVA) Exemplos quotas e joias de inscrição desenvolve atividade em estabelecimento (próprio ou de terceiros) licenciado pelo CRSS da área (utilidade social) desenvolve atividade em estabelecimento de ensino (enriquecimento curricular/atl) e existe protocolo com a Escola/Agrupamento de Escolas (Sistema Nacional Educação) fornecimento de refeições e transportes escolares, se protocolados com outras entidades (Escolas e Autarquias) 48

Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares IRS Retenções na Fonte Categoria A (artº 99º, CIRS) - obrigatoriedade de efetuar retenção na fonte Restantes categorias (artº 101, CIRS) - obrigatoriedade de efetuar retenção na fonte pelas entidades que possuam ou devam possuir contabilidade organizada Se dispõem de contabilidade organizada, obrigadas a proceder à retenção na fonte, nos termos gerais 49

Imposto de Selo IS Isenção subjetiva (artº 6, CIS) 50 Isentos quando este constitua seu encargo: a) O Estado, as Regiões Autónomas locais e as suas associações e federações de direito público b) As instituições de segurança social c) As pessoas coletivas de utilidade pública administrativa e de mera utilidade pública d) As instituições particulares de solidariedade social e entidades a estes legalmente equiparadas

Estatuto dos Benefícios Fiscais EBF Donativos Entregas em dinheiro ou em espécie concedidos sem contrapartidas que configurem obrigações de caráter pecuniário ou comercial às entidades públicas ou privadas cuja atividade consista predominantemente na realização de iniciativas nas áreas social, cultural, ambiental, desportiva ou educacional Caráter Gratuito em que impera o espírito de liberalidade do doador 51

Estatuto dos Benefícios Fiscais EBF Donativos 52 O Principio base do donativo não existir contrapartida direta do mecenas Exemplo A empresa de Cervejas X atribui um donativo à Associação Y para patrocinar uma conferência No dia da conferência pode constar o nome da Empresa X, que continua a ser considerado donativo se permanecer para além do evento, torna-se publicidade

Estatuto dos Benefícios Fiscais EBF Donativos Quando um mecenas atribui um donativo pode mencionar o nome institucional/logótipo da empresa de forma discreta e sem caráter publicitário não pode mencionar marcas, produtos ou serviços por estes serem considerados Patrocínio ou Publicidade nos termos da Circular 2/2004 Controvérsia Donativos versus Publicidade 53

Estatuto dos Benefícios Fiscais EBF Donativos pelo mecenas (artº 61 a 66, EBF) 1. Custos para efeitos determinação do lucro tributável não são indispensáveis para a realização dos rendimentos ou manutenção da fonte produtora (artº 23, C) 2. Acréscimo percentual para além do valor despendido Exemplo: Custo contabilístico (valor do donativo): 1.000 54 Custo fiscal (majoração 30%): 1.300

Estatuto dos Benefícios Fiscais EBF Donativos (artº 61 a 66, EBF) Tipo de Benefícios O gasto do donativo constitui uma excepção ao principio geral da dedução do gasto em que se exige a comprovada indispensabilidade para a realização de rendimentos Donativos que não se enquadrem no EBF não são aceites como custo fiscal 55

Estatuto dos Benefícios Fiscais EBF Donativos (artº 61 a 66, EBF) Obrigações acessórias das entidades beneficiárias Emissão de documento Possuir registo atualizado das entidades mecenas (nome, NIF, data e valor de cada donativo) 56 Entrega modelo fiscal, referente aos donativos recebidos no ano anterior Modelo 25

Responsabilidade dos Corpos Gerentes LGT Responsabilidades Responsabilidade por dívidas fiscais (artº 24, LGT) cargos de direção e outros que exerçam, ainda que só de facto, funções de administração ou gestão em pessoas coletivas ou equiparadas, no exercício do seu cargo se por sua culpa o património da pessoa coletiva se tornou insuficiente 57 são pessoal e subsidiariamente responsáveis em relação a estas e solidariamente entre si

XIII Encontro Regional de Associações de Pais VISEU Obrigado pela atenção dispensada 58