O Envelhecimento da população em Portugal



Documentos relacionados
2nd IPLeiriaInternationalHealth

ENVELHECIMENTO E A PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL

Compromisso para IPSS Amigas do Envelhecimento Ativo CONFEDERAÇÃO NACIONAL INSTITUIÇÕES DE SOLIDARIEDADE

Eixo 1 - Organização e Trabalho em Rede

CONSTRANGIMENTOS DOS SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS NA ADMISSÃO DE PESSOAS IDOSAS DO FORO MENTAL

Plano Gerontológico de Monchique Apresentação Pública 15 de Outubro de 2011

O Desenvolvimento Local no período de programação A perspetiva do FSE - 10 de maio de 2013

Iniciativa Move-te, faz Acontecer

ECONOMIA SOCIAL PORTUGUESA: PAPEL NO PÓS-TROIKA GERIR UMA FUNDAÇÃO É UM COMPROMISSO PARA O FUTURO

Introdução. Procura, oferta e intervenção. Cuidados continuados - uma visão económica

PROGRAMA DE AÇÃO E ORÇAMENTO Servir a comunidade; educar para a cidadania e incluir os mais vulneráveis

REDE SOCIAL DIAGNÓSTICO SOCIAL

Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações

Solidariedade. Inovação. Oportunidade. Cultura. A s s o c i a ç õ e s F u n d a ç õ e s. E m p r e s a s C o o p e rativa s. Inclusão Social e Emprego

GUIA PRÁTICO RESPOSTAS SOCIAIS POPULAÇÃO ADULTA PESSOAS IDOSAS

Orçamento do Estado 2014 Saúde e Segurança Social Para Onde Vamos?

Prioridades do FSE para o próximo período de programação

Observatório Luta Contra a Pobreza na Cidade de Lisboa

A singularidade do apoio aos idosos: cuidadores formais e informais, que articulação? Maria Laurência Gemito

Acabar com as disparidades salariais entre mulheres e homens.

SEGURANÇA SOCIAL EM NÚMEROS

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Turnaround Social 26/07/2015. Instrumentos de Financiamento Portugal junho Portugal 2020

ÍNDICE... 2 INTRODUÇÃO... 3 I ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL... 4 II PLANO DE ATIVIDADES PARA EIXO 1 PROFISSIONALIZAÇÃO DE SERVIÇOS 6

Instituições. Módulo II Organizações de Apoio à Comunidade. Disciplina Ação Social VAS /15

Mobilidade Reduzida: o caso do Seixal Portugal

GUIA PRÁTICO APOIOS SOCIAIS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Orientação nº 1/2008 ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA LOCAL DE DESENVOLVIMENTO (EDL) EIXO 4 REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

PROJECTO DE LEI N.º 757/X ESTABELECE MEDIDAS DE INCENTIVO À PARTILHA DE VIATURAS

Estratégia Europeia para o Emprego Promover a melhoria do emprego na Europa

Contextualização Turismo Acessível para Todos oferta transversal a todos sem barreiras

2103 CONFERÊNCIA RESPONSABILIDADE SOCIAL. RS vs Stakeholders. Pensões de reforma: um olhar sobre a responsabilidade social da empresa

II Fórum Português da Responsabilidade das Organizações

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Anais. III Seminário Internacional Sociedade Inclusiva. Ações Inclusivas de Sucesso

Território e Coesão Social

II ENCONTRO DA CPCJ SERPA

GUIA PRÁTICO APOIOS SOCIAIS FAMÍLIA E COMUNIDADE EM GERAL

POLITICAS LOCAIS DE SAÚDE E A NATALIDADE

Plano de Ação Regional Algarve Desafios Regionais no contexto da Europa Recursos Humanos: Desafios para uma Região Inclusiva

Género e Empreendedorismo Imigrante Brasileiro em Portugal que impactos na integração e nas relações transnacionais?

Iniciativa Portugal Inovação Social Novos programas de financiamento da inovação social no Portugal2020

Espaço t Associação para o Apoio à Integração Social e Comunitária. Instituição Particular de Solidariedade Social

Programa Operacional Regional Alentejo 2014/2020. Identidade, Competitividade, Responsabilidade

Área de Intervenção IV: Qualidade de vida do idoso

Grupo de Trabalho para as Questões da Pessoa Idosa, Dependente ou Deficiente de Grândola REGULAMENTO INTERNO

PROMOÇÃO DA SAÚDE ESCOLAR. Anabela Martins. Bragança, de 20 setembro de 2014

Plano de Atividades 2015

Políticas Activas para a Inclusão Educativa

15º Congresso Português. De Gerontologia Social. Conferência: Portugal é um País bom para se envelhecer?

Vereadora Corália Loureiro. Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis

Ação Social e Inclusão

Retrato da. Cidade de Lisboa. Observatório de Luta Contra a Pobreza na. Cidade de Lisboa

EVENTO ANUAL DO PO LISBOA Resultados do POR Lisboa e Portugal Prioridades do FEDER

Sistemas de Protecção Social: experiência de Portugal

PROPOSTA DE REGULAMENTO INTERNO

Pacto Europeu. para a Saúde. Conferência de alto nível da ue. Bruxelas, de junho de 2008

Resumo do Acordo de Parceria para Portugal,

Titulo Saúde e Incapacidades em Portugal 2011

PROGRAMA DE AÇÃO Respostas sociais: O GAS-SVP define, para 2015, como objectivos gerais:

Utilização da Internet cresce quase 20 por cento nos últimos dois anos nas famílias portuguesas

A coerência dos normativos com as reais necessidades do desporto português. Albino Maria

GRANDES OPÇÕES DO PLANO 2008 PRINCIPAIS ASPECTOS

Plano de Acção. Conselho Local de Acção Social de Redondo CLASRedondo

03/12/2012 REDE SOCIAL DE LISBOA

estão de Pessoas e Inovação

REDE SOCIAL DIAGNÓSTICO SOCIAL

O CONSELHO DA UE E OS REPRESENTANTES DOS GOVERNOS DOS ESTADOS-MEMBROS, REUNIDOS NO CONSELHO,

Mais e Melhor no Desenvolvimento Comunitário

Programa Operacional Regional Alentejo 2014/2020. Inclusão Social e Emprego

Rede Social - Conselho Local de Acção Social de Coruche (CLAS) PLANO DE ACÇÃO ANUAL 2009

Portugal Inovação Social

J O S É L U I Z T E L L E S E S C O L A N A C I O N A L D E S A Ú D E P Ú B L I C A F U N D A Ç Ã O O S W A L D O C R U Z

Plano de Acção. Rede Social 2011/2012

João Samartinho Departamento de Informática e Métodos Quantitativos. Jorge Faria Departamento de Ciências Sociais e Organizacionais

PO AÇORES 2020 FEDER FSE

UNIÃO EUROPEIA Fundo Social Europeu

CIDADE AMIGA DAS PESSOAS IDOSAS

Desigualdade Económica em Portugal

O que pode a União Europeia fazer pelas pessoas? O Fundo Social Europeu é uma resposta a esta questão

Apoio à Internacionalização. CENA 3 de Julho de 2012

INDICADORES ESTATÍSTICOS

A PARTICIPAÇÃO DOS SENIORES NUMA OFICINA DE MÚSICA E TEATRO: IMPACTOS NA AUTO-ESTIMA E AUTO-IMAGEM. Sandra Maria Franco Carvalho

Apoios ao Turismo Lições do QREN, desafios e oportunidades

Pelouro do Desenvolvimento Social

Seminário. Apresentação das Conclusões. Promotor

Envelhecimento da População. Trabalho Doméstico. Apoio Domiciliário. Perspectiva Empresarial O papel do Sector Privado de Emprego

Projeto AAL4ALL. Padrão de Cuidados Primários para Serviços AAL. Projeto âncora do AAL4ALL AAL4ALL

SEGURANÇA SOCIAL PROTEÇÃO SOCIAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

As mulheres constituem a maioria da população residente em Portugal e vivem até mais tarde do que os homens; adiam a maternidade, têm menos filhos

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PSICOGERONTOLOGIA - APP PROPOSTA DE PROGRAMA PARA O TRIÉNIO

Educação para a Cidadania linhas orientadoras

CO SELHO DA U IÃO EUROPEIA. Bruxelas, 3 de Outubro de 2011 (06.10) (OR.en) 14552/11 SOC 804 JEU 53 CULT 66. OTA Secretariado-Geral do Conselho

Comunidade Solidária: parcerias contra a pobreza

Modelling of Policies and Practices for Social Inclusion of People with Disabilities in Portugal

Cada utente é um ser Humano único, pelo que respeitamos a sua pessoa, os seus ideais, as suas crenças, a sua história e o seu projecto de vida.

Agenda 21 Local em Portugal

Figura 1: Processo de implementação da Rede Social. 04

Às sextas na Cidade. Águeda - cidade inclusiva

Transcrição:

O Envelhecimento da população em Portugal CEPCEP Universidade Católica CES, 26 de junho de 2013 Apresentação Projecto financiado pelo PO AT/FSE.

Cuidados a idosos Sector em crescimento na Europa 2000-2009 5% da produção económica europeia 21,4 milhões de emprego(2010) +4,2 milhões de empregos Predominância de profissionais de baixas qualificações, baixos salários,migrantes Pouca atractividade por parte dos jovens Necessidade de melhoria da qualidade do trabalho: -segmentação entre cuidados pessoais e outras actividades -maior profissionalização -papel dos parceiros sociais nomeadamente atraves da negociação colectiva Tendência para aumento dos prestadores privados com e sem fins lucrativos Focalização nos cuidados no domicilio,nomeadamente nos paises da Europa do Sul

PORTUGAL NO CONTEXTO EUROPEU Indicadores 2009 Portugal Alemanha Espanha Holanda UE27 Índices Envelhecimento Dependência dos Jovens Dependência dos Idosos Dependência Total Sustentabilidade Potencial Distribuição populacional 129 150 112 85 23 21 22 26 29 31 24 22 52 51 46 49 3,4 3,3 4,1 4,5 110 23 26 49 3,9 0-14 anos 14,9% 14% 15% 18% 16% 15-64 anos 65,9% 66% 69% 67% 67% 65 anos 19,1% 20% 17% 15% 17%

Principais Respostas Sociais Valências Mais Estruturantes para a População Idosa -2011(%) 39,3 31,6 26,7 2,3 SAD Lar C Dia RNCCI

Número de respostas sociais por modalidade e respectiva capacidade - 2011 Modalidade Número de respostas sociais Capacidade Lar residencial 214 4 778 Centro de dia Lar de idosos Serviço de apoio domiciliário TOTAL 1 997 63 166 1 972 74 851 2519 92 971 6702 235 766

Evolução das Respostas Sociais

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE CAMAS CONTRATADAS DA RNCCI 5595 5948 4625 3938 2870 1902 2007 2008 2009 2010 2011 2012/1ºS

Acordos Celebrados e Camas Contratadas RNCCI - 2011 5595 5948 4625 3938 2870 1902 2007 2008 2009 2010 2011 2012/1ºS

Acordos Celebrados e Camas Contratadas RNCCI - 2011

Numero de Profissionais nas Respostas Sociais de Apoio a Idosos Valências 2011 Lar de idosos 41412 Serviço de apoio Domiciliário 31488 Centro de Dia/ Centro de Convívio 11 522 Residência 2 568 RNCCI (2010) 7 681 Total 94671

DISTRIBUIÇÃO DOS TRABALHADORES SEGUNDO A ANTIGUIDADE Quadros de Pessoal de 2010 20 e + anos 12% 15-19 anos 9% 1-4 anos 32% 10-14 anos 19% 5-9 anos 28%

DISTRIBUIÇÃO DOS TRABALHADORES (CAE 87 ; 88) SEGUNDO A QUALIFICAÇÃO Quadros de Pessoal - 2010 Estag. E Aprendizes 0,2% Prof. Não Qualif. 18% Quadros Superior. 9% Quadros Médios 7% Enc. Chefes de Eq. 2% Prof. Altam.Qualf. 6% Prof. Qualificados 15% Prof. Semi-Qualif. 43%

Necessidades em Recursos Humanos das respostas sociais H1 2011-2020 50000 45000 40000 35000 30000 25000 20000 15000 10000 5000 0 2011 2020

Necessidades de recursos humanos das respostas sociais H2 2011 2020 70000 60000 50000 40000 30000 20000 2011 2020 10000 0 Lar de idosos H A Lar de idosos H B Centro de dia H A Centro de dia H B SAD H A SAD H B Residencia H A Residencia H B

Estrutura do emprego por resposta social para 2011 2020 % 2011 2020 Lares 47,6 24,5 Centros de dia 13,2 22,4 Serviço de apoio domiciliário 36,1 48,3 Residências 3,1 4,8 Total 100,0 100,0

Previsão das Necessidades de Recursos Humanos na RNCCI, em 2020 Total Hipotese Baixa Total não SNS Hipotese Alta Total SNS Total Total não SNS Total SNS Médicos 934 634 300 1361 924 437 Enfermeiros 3 557 2 417 1 140 5 229 3 550 1 679 Fisioterapeutas 623 413 210 920 625 295 Terapeuta Ocupacional 174 114 60 250 168 82 Terapeuta da fala 264 174 90 400 273 127 Assistente social 355 235 120 520 352 168 Psicólogo 288 198 90 415 282 133 Animador sócio-cultural 215 155 60 324 220 104 Auxiliar de ação médica 4 090 2 770 1 320 6 000 4 073 1 927 Outro perfil 1 698 1 158 540 2 489 1 690 799 Total 12 198 8 268 3 930 17 908 12 157 5 751

Qualificações a Reforçar Médicos de medicina geral e familiar Médicos de medicina interna Médicos oftalmológicos Médicos especialistas em nefrologia, pneumologia, cardiologia, doenças oncológicas, doenças degenerativas e doenças do foro mental Enfermeiros Fisioterapeutas Terapeutas ocupacionais Psicólogos Animadores sócio culturais Auxiliares de acção médica/acção directa Assistentes sociais Assistentes operacionais Técnicos de serviços sociais Gestores de caso.

Novos Perfis Médicos com especialidade em geriatria Enfermeiros com especialidade em geriatria Podologistas geriátricos Ajudantes de saúde

Qualificações com Necessidade de Adaptação/Reconversão Ajudantes de lar Auxiliares de enfermagem Psicólogos Terapeutas da fala Terapeutas ocupacionais

Competências chave a reforçar Competências Chave Criatividade e capacidade de inovação Capacidade de análise e resolução de problemas complexos ou de situações de mudança e incerteza Capacidade de adaptação a situações novas e imprevistas Capacidade de relacionamento e de trabalhar com os outros Saber comunicar Experiência de vida

ALGUNS MODELOS INOVADORES ProNetz (Alemanha) - Abordagem em rede a partir de 58 praticas inovadoras ( comunidade, instituições, grupos-alvo). Linha domiciliária. LCTI - (Luxemburgo) Escolha entre receber cuidados residenciais ou institucionais privilegiando os residenciais.cobre as necessidades de longo prazo das pessoas, para actos essenciais de vida, distinguindo o papel dos cuidadores familiares informais. Modelo comprador/fornecedor (Dinamarca) Com base nas autoridades locais, out-sourcing por concurso ou um acordo de preço fixo. Escolha pelos dos prestadores credenciados pelo município numa linha domiciliária. Gratuito para os beneficiários.

EXEMPLO DE MODELOS INOVADORES EM PORTUGAL Aldeia Lar : Melhor dignificação do idosos promover cluster de produtos para 3ª idade, promover a inter-geracionalidade contrariar o processo de despovoamento do interior funcionar em rede no quadro da comunidade local Apoio domiciliário integrado com TIC Criar condições de segurança para os idosos no domicilio Detectar situações de doença Acompanhamento da saúde dos idosos

Notas Finais Economia social, uma alternativa eficaz para equilibrar, de forma mais equitativa, o crescimento económico com o desenvolvimento sustentável,pela inclusão social Aumento do número das diferentes respostas sociais sobretudo do Serviço de Apoio Domiciliário, formando pessoal e membros das famílias (cuidadores informais) Adequação do enquadramento legal e das políticas publicas às actividades das IPSS Clarificação papel do Estado nas actividades regulatória, fiscalizadora e financiadora Necessidade de existência de planos de recrutamento activo e estratégias de formação e requalificação do pessoal do sector. Necessidade de um sistema estatístico para o sector da economia social passando pelo tratamento estatístico do atendimento social Criação de um plano de disseminação e respectivo portal de projectos relevantes numa óptica de sustentabilidade e melhoria da gestão Valorização do papel do voluntariado quer no interior das IPSS, quer fora Operacionalização de redes de parcerias de modo a explorar as economias de escala e promover o marketing social

Obrigado pela atenção

O Envelhecimento da população em Portugal CEPCEP Universidade Católica CES, 26 de junho de 2013 Apresentação Projecto financiado pelo PO AT/FSE.

1. Introdução; Índice 2. Envelhecimento principais indicadores e projeções; 3. Idosos isolados; 4. (Risco de) pobreza; 5. Estudos de Caso; 6. Dificuldades sentidas pela população idosa; 7. Principais conclusões e recomendações.

Índice 1. Introdução;

Envelhecimento e a sociedade 1.200 idosos residentes na Área Metropolitana de Lisboa terão morrido, em 2011, sozinhos e sem qualquer assistência médica. O número de idosos a viver sozinhos preocupa a polícia que acompanha 900 idosos em situações de potencial risco. (Notícia da TSF, 12 de Dezembro, 2012) Fatores de risco: (1) a solidão; (2) a falta de rendimentos; e (3) a inatividade

Plano Internacional de Ação do Envelhecimento (2002) (i) melhorar o nível dos rendimentos dos idosos e a sua participação no mundo do trabalho, remunerado ou não-remunerado; (ii) incentivar e reconhecer a participação dos idosos na vida cultural e social; (iii) promover a participação dos idosos nos processos de decisão política a todos os níveis; (iv) garantir acesso ao conhecimento, educação e capacitação especialmente em termos da sociedade de informação; (v) fomentar a saúde e o bem estar dos idosos

Objetivos das políticas públicas i. a relação entre pobreza e saúde; ii. o impacto da situação socioeconómica no envelhecimento; iii. a redução da dependência e da discriminação em relação a todas as idades; e iv. a proteção social.

Envelhecimento desafios e oportunidades plano social - maior coesão comunitária (e.g., voluntariado); plano cultural - diálogo entre culturas distintas, diálogo intergeracional; plano económico: (i) na consolidação e (re)invenção de serviços aos idosos, inovadoras e segmentadas por grupos-alvo, (ii) na procura de uma melhor e mais transparente eficiência e eficácia de respostas, e (iii) na emergência de novos figurinos de profissionais e criação de emprego, sobretudo de alta especialização e de proximidade.

Índice 2. Envelhecimento principais indicadores e projeções;

Envelhecimento da População Tendências: Taxa de natalidade baixa; Aumento da esperança média de vida; Migrações. Família: População idosa a viver só; Família formada por idosos; População idosa isolada Boa prática da GNR Censos Sénior 2012.

1981 1982 1983 1984 1985 1986 1990 1989 1987 1988 1991 1992 1993 1996 1994 1995 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Esperança de vida aos 65 anos (INE, anos) 22,0 20,0 18,0 16,0 14,0 12,0 HM H M

Estrutura etária da população residente, por sexo, 2001 e 2011

Projeções demográficas do INE Escalão etário 2011 2020 2030 2040 2050 15-64 anos 6 966 564 7 101 513 6 899 739 6 465 062 5 982 350 65-79 anos 1 477 845 1 598 627 1 879 975 2 128 201 2 251 967 pm: M 824 249 884 261 1 025 215 1 142 348 1 194 790 80 + anos 532 219 630 912 755 114 950 955 1 163 568 pm: M 343 491 406 150 478 990 590 852 710 703 POP 65+/Total (%) 19,2% 20,6% 24,2% 28,3% 32,0%

Índice 3. Idosos isolados;

Famílias unipessoais (INE, Censos)

Famílias unipessoais (INE, Censos) Período de referência dos dados Famílias clássicas unipessoais (N.º) por Grupo etário Grupo etário Total 65-69 anos 70-74 anos 75 ou mais anos N.º N.º N.º N.º 2011 866.827 76.307 8,8% 89.183 10,3% 241.452 27,9% 2001 631.762 70.463 11,2% 82.774 13,1% 167.817 26,6% 1991 435.864 61.201 14,0% 61.966 14,2% 118.550 27,2%

Distribuição dos idosos segundo a segmentação em algumas regiões do país- INE, Censos, 2011 % Idosos Sós Com outros idosos Em família Continente 19,4% 19,8% 41,3% 38,9% Concelhos c/ menos de 15000 pessoas 27,2% 21,2% 43,1% 35,7% Grande Porto 16,6% 18,3% 37,0% 44,7% Grande Lisboa 18,4% 23,0% 39,5% 37,5% Península de Setúbal 18,1% 20,2% 41,7% 38,1% Braga 13,2% 14,6% 34,5% 50,9% Aveiro 17,1% 18,4% 40,1% 41,5% Viseu 18,7% 17,0% 41,1% 40,2% Covilhã 23,8% 22,7% 43,4% 32,8% Coimbra 18,1% 20,0% 40,6% 39,4% Leiria 17,5% 19,1% 43,6% 37,3% Évora 19,8% 22,7% 42,7% 34,6% Faro 18,2% 21,3% 40,0% 38,7%

Índice 4. (Risco de) pobreza;

Pop 65+ principal meio de vida (INE, Censos) Trabalho Reforma/ Pensão Apoio social A cargo da família 65+ HM 2,8% 92,4% 0,2% 2,9% H 4,2% 94,3% 0,1% 0,3% M 1,8% 91,1% 0,4% 4,9% 65-69 anos 7,2% 86,1% 0,2% 4,4% H 9,6% 88,5% 0,1% 0,4% M 5,1% 84,0% 0,4% 7,8% 70-74 anos 2,1% 93,1% 0,2% 3,1% H 3,2% 95,6% 0,1% 0,2% M 1,2% 91,1% 0,4% 5,4%

Taxa de risco de pobreza (Após transferências sociais - %) por Sexo e emprego INE, ICOR - Inquérito às Condições de Vida e Rendimento Condição perante o trabalho (Mais frequente) Sexo Taxa de risco de pobreza (Após transferências sociais - %) da população residente com 18 e mais anos de idade por Sexo e Condição perante o trabalho (Mais frequente); 2010P Anual 2006 (1) 2003 1: Em emprego 2: Sem emprego 21: Desempregado 22: Reformado 23: Outros inactivos % % % T: HM 10,3 9,7 12,4 1: H 10,6 10,2 13,1 2: M 9,9 9,1 11,6 T: HM 24,3 26,9 27,8 1: H 23,3 25,7 26,9 2: M 25 27,7 28,3 T: HM 36 32,2 32 1: H 38,7 36,6 35,9 2: M 33,5 28,1 28,2 T: HM 17,9 23,1 25,8 1: H 16,5 22,9 26,7 2: M 19 23,3 25 T: HM 28,4 30,2 29 1: H 26,9 25,4 21,9 2: M 29,1 32,1 31,4

Taxa de risco de pobreza (Após transferências sociais - %) por Sexo e Grupo etário INE, ICOR - Inquérito às Condições de Vida e Rendimento Sexo (1) Grupo etário 2010 2006 2003 T: HM 1: H 2: M % % % T: Total 18 18,1 20,4 1: 0-17 anos 22,4 20,9 24,6 2: 18-64 anos 16,2 15,2 17 3: 65 e mais anos 20 25,5 28,9 T: Total 17,6 17,2 19,2 1: 0-17 anos 2: 18-64 anos 15,7 14,4 16 3: 65 e mais anos 18 23,6 28,7 T: Total 18,4 19 21,6 1: 0-17 anos 2: 18-64 anos 16,7 16,1 17,9 3: 65 e mais anos 21,4 26,9 29,1

Pensionistas por escalões de pensão (Conta da SS, 2010) Escalões Euro/mês Nº % + 5594 491 0,03% 2515-5594 10 560 0,59% 629-2515 223 587 12,41% 419 629 179 984 9,99% 246 419 1 177 965 65,39% 106-246 180 311 10,01% Até 106,12 28 427 1,58%

(Riscos de) Pobreza Pop 65+ Situação (2010): Taxa de risco de pobreza elevada (20%); Incidência nas Mulheres mais elevada (21,4%); Maioria dos reformados com pensões baixas; A solidão, a falta de rendimentos e a inatividade constituem fatores de risco. Políticas: Acesso ao mercado de trabalho; Prolongamento da vida ativa; Responsabilidade social das empresas; Papel das IPSS.

Índice 5. Estudos de Caso;

Estudos de Caso População idosa vivendo só, 2012 Com a colaboração da GNR, foram entrevistados idosos vivendo sós, por aplicação de um guião e em todos os Distritos do Continente. 54 pessoas em situação de isolamento ou vivendo com outro idoso, das quais, 37 eram do género feminino e 17 do género masculino. A média de idades dos entrevistados rondou os 80,7 anos. Os entrevistados que vivem com outro idoso - idade média é de 78 anos. Objetivos: a. Caracterizar a população idosa isolada ou em situação de isolamento por áreas geográficas. b. Caracterizar a população idosa isolada ou em situação de isolamento atendendo a sua capacidade funcional. c. Identificar as necessidades sentidas pela população idosa isolada ou em situação de isolamento.

Género das pessoas idosa isolada/ em situação de isolamento MASCULI NO 31% FEMININ O 69%

Valor da Pensão N.º Valor da Pensão Respostas 151-250 24 251-500 26 501-1000 2 Estrutura (%) 46,2% 50,0% 3,8%

Tipo de transporte utilizado em deslocações VIATURA S FAMILIAR ES/INSTIT UIÇÕES 45% AUTOCAR RO 12% A PÉ 1% TAXI 27% CARRO PRÓPRIO 15%

A quem recorre quando necessita de apoio FUNCIONÁ RIO DE INSTITUIÇÕ ES 14% APOIO DE VIZINHOS/A MIGOS 23% FAMILIRES 45% APOIO DE VIZINHOS E FAMILIARE S 18%

Atividades da vida diária A grande maioria dos entrevistados (90%) realiza as atividades da vida diária com autonomia, a higiene, o vestir e o despir, a mobilidade, apenas a parte referente à confeção das refeições foi a atividade referida com maior necessidade de apoio. Atividades que realizam dentro de casa mais habituais são ver televisão e tarefas domésticas, realizando ainda atividades de tratamento da horta/jardim. Do total, 76% pessoas referiu que costuma sair de casa, 20% frequenta o centro de dia, 53% costuma passear, 62% vai às compras e 24% vai ao café.

Índice 6. Dificuldades sentidas pela população idosa;

Pop idosa com 1 dificuldade por enquadramento familiar (INE, Censos) Enquadramento familiar da população Com pelo menos uma dificuldade Andar ou subir degraus Tomar banho ou vestir-se sozinho Total 995.213 700.987 365.962 (em % da pop 65+) 49,5% 34,9% 18,2% Reside sozinha 22,0% 21,9% 17,4% Reside apenas com outros idosos 34,8% 33,3% 27,8% Reside com outras pessoas 36,1% 36,7% 39,0% Reside em alojamentos coletivos (instituições) 7,1% 8,0% 15,9%

Pop idosa com dificuldade em andar ou subir degraus por escalão etário (INE, Censos) Escalão etário HM H M 65+ 34,9% 26,4% 41,0% 65-69 anos 18,1% 13,5% 22,1% 70-74 anos 27,0% 20,4% 32,3% 75-79 anos 37,9% 29,9% 43,8% 80-84 anos 51,0% 42,1% 56,4% 85-89 anos 62,0% 53,3% 66,5% 90 ou + 71,6% 61,7% 75,5%

Pop 65+ e as AVD Níveis de Independência/ Nº de pessoas % dependência Dependência total 102 423 14,1 Dependência Severa 16 279 2,2 Dependência Moderada 35 430 4,9 Dependência Ligeira 186 978 25,7 Independência p/ realizar AVD 386 174 53,1 Total 727 284 100 Fonte: Cunha, Sofia, 2010, Planear e Inovar: Contributo para o planeamento de recursos com base nas necessidades auto-avaliadas da população com 65 e mais anos, Mestre em Saúde Pública, ENSP, UNL, p. 73, Tabela 4 727 mil = 41,8% da Pop 65+

Índice 7. Principais conclusões e recomendações.

Apoios à Pop 65+ A solidão, a falta de rendimentos e a inatividade constituem fatores de risco. Necessidade de apoio aumenta com a idade: Informação aos adultos para mudar de estilo de vida - alimentação saudável, exercício físico e interação social; Formação dos cuidadores formais e informais; Comunidade e idosos isolados ou sós. Políticas: Planeamento dos investimentos nas Unidades de saúde para melhorar acessibilidade; Plano Saúde 65+; Unidades de cuidados intensivos; ICT e saúde da população 65+.

Cuidador Conciliação entre a vida familiar e o apoio dado: horário flexível; Reformada (o); empregada doméstica. Questões: Como ajudar estas pessoas a ajudar (Leal da Silva, 2012, pg 61);

Importância da comunicação social no envelhecimento bem sucedido Assembleia Mundial sobre Envelhecimento: b) Encorajar os meios de comunicação a promover imagens em que se destaquem a sabedoria, os pontos fortes, as contribuições e o valor inventivo das mulheres e dos homens de idade, incluindo as pessoas com deficiências; d) Encorajar os meios de comunicação a transcender a apresentação de estereótipos e a revelar a plena diversidade da humanidade; f) Divulgar os contributos das mulheres e dos homens de idade apresentando as suas actividades e preocupações nos meios de comunicação; h) Promover uma imagem positiva dos contributos das mulheres idosas a fim de aumentar a sua autoestima.

Diálogo Intergeracional novas e equilibradas relações entre gerações: políticas inovadoras com vista a encorajar solidariedade intergeracional; contatos verdadeiros e coexistência entre todas as gerações alterar a perceção relativa à pessoa idosa acima dos 50, 60 ou 70 anos: o idoso é ainda encarado como um problema porque o potencial das pessoas idosas é negligenciado; Encarar o ciclo de vida como noção básica e normal. Comissão Europeia lançou o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo - 2012

Conflito de gerações - visão dos media EUROBAROMETRO Intergenerational Solidarity (nº269) Em Portugal, 70% cidadãos pensa que os media exageram o risco de um conflito entre gerações

Discriminação devido à idade EUROBAROMETRO Intergenerational Solidarity (nº269) (%) Portugal UE27 Assistiu discriminação Discriminado pessoalmente Assistiu discriminação Discriminado pessoalmente No local de trabalho ou quando procurava emprego 10 5 15 6 Nos cuidados de saúde 10 4 11 4 No acesso a produtos e serviços financeiros 8 3 10 5 No acesso à educação e a formação 5 2 8 3 Em lazer (turismo, desporto, etc.) 4 1 6 2

Principais recomendações Consciencializar os media na erradicação de preconceitos discriminatórios e difundir imagem positiva dos idosos nas atividades da informação, debate, entretenimento, cultura, educação e formação; Generalização de ofertas atrativas de educação de adultos, nomeadamente, estilo de vida ativo e mentalmente saudável; Medidas de qualificação de cuidadores informais e flexibilização do horário laboral dos mesmos; Reforçar os recursos afetos às IPSS no apoio à família e no combate à pobreza, sobretudo dos idosos.