MAQUETE, REALIDADE AUMENTADA E QR CODES PARA RESSALTAR A ACESSIBILIDADE EM EDIFICAÇÕES E ESPAÇOS URBANOS
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1 MAQUETE, REALIDADE AUMENTADA E QR CODES PARA RESSALTAR A ACESSIBILIDADE EM EDIFICAÇÕES E ESPAÇOS URBANOS João Miguel Arantes Picheli 1 Luís Felype Fioravanti Ferreira Moreira 2 Thaís Caroline da Silva 3 Juliano Coêlho Miranda 4
2 PALAVRAS-CHAVE: maquete; realidade aumentada; QR Codes; acessibilidade. 1. INTRODUÇÃO A representação de uma estrutura ou obra pode ser dissecada por meio de uma maquete para explorar formas, luzes e sombras. Segundo Knoll e Hechinger (2003), uma maneira de reproduzir, em escala, o formato de um terreno, os detalhes das zonas construídas, das áreas verdes, das zonas de trânsito, com indicação das direções das vias, dentre outros elementos, é uma maquete de trabalho. A vivência tátil do material, a conformação plástica e a construção das relações espaciais são fundamentais para dissecar qualquer tipo de edificação e espaço. Já o computador pode ajudar a ressaltar pontos da representação inerentes à maquete. Nesse contexto, o uso da Realidade Aumentada (RA) pode auxiliar na visualização de corpos, superfícies e hastes, porém, num ambiente virtual. De acordo com Kirner e Siscoutto (2007), a RA permite que um objeto, anteriormente modelado, seja projetado em um meio físico, por meio da captura da imagem deste por uma webcam ou dispositivo equivalente, explorando o fenômeno da sobreposição. Há também outras tecnologias que se utilizam da realidade virtual. De acordo com Waters (2012), os QR Codes são uma maneira rápida e eficiente de obter acesso a uma informação. Segundo Winter (2011), os QR Codes têm o mesmo fundamento que o código de barras, contudo, enquanto este distribui seus dados em apenas uma dimensão (barras), o QR Code possibilita o armazenamento de informações em duas dimensões, o que permite o armazenamento de mais informações. 401 Quando combinados o ambiente físico da maquete com a reprodução da realidade aumentada e a agilidade de leitura de dados da tecnologia QR Code, obtém-se um mecanismo de observação e aná-
3 lise. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é empregar uma maquete combinada com a realidade virtual para ressaltar pontos com falta ou presença de acessibilidade em edificações e espaços urbanos. 2. METODOLOGIA O conjunto de procedimentos que se mostraram eficientes para a realização desta pesquisa envolveu as áreas de Arquitetura, Urbanismo e Ciência da Computação. Os processos ou etapas empregados para ressaltar os pontos com falta ou facilidade de acessibilidade dos usuários, em edificações e espaços urbanos, foram: A observação: a obtenção dos pontos com falta ou facilidade de acessibilidade dos usuários em edificações e espaços urbanos. Para a prova de conceito, foram utilizadas as edificações e os espaços do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, CEFET/MG, Unidade de Varginha; A descrição: o registro dos pontos por meio de fotografias e anotações; A análise: a decomposição de toda a estrutura ou espaço para destacar os pontos com falta ou facilidade de acessibilidade. Os materiais mais importantes para a confecção da maquete foram: chapas de MDF (Medium-Density Fiberboard); metal para suporte da estrutura; isopor para recortar corpos e planos; EVA (Ethil Vinil Acetat); tinta para o visual natural dos materiais da maquete; colas, fitas e folhas adesivas; papel alumínio; e ferramentas básicas. 402 No que tange à RA e aos QR Codes, foram utilizados um computador, uma webcam, um dispositivo móvel e os aplicativos de software: o Sketch Up, para modelagem; o Entiti Creator, para codificação dos modelos; e o QR Code Reader, para identificação dos códigos.
4 3. DISCUSSÃO E RESULTADOS Inicialmente, foi realizada uma análise estrutural do CEFET/MG, Unidade de Varginha, a fim de elencar os pontos nos quais a acessibilidade encontra-se falha ou presente, utilizou-se, para a corroboração, a ABNT NBR Posteriormente, iniciou-se o projeto da maquete, conforme ilustra a Figura 1. Ela contempla a área externa que proporciona acesso aos prédios. Quanto ao detalhamento interno das edificações, não se fizeram necessários ajustes, pois se constatou que os corredores e portas apresentam a metragem mínima, estabelecida pela norma vigente. As carteiras utilizadas pelos estudantes também apresentam a adaptação necessária para o uso por um cadeirante e o banheiro destinado a esse público encontra-se dentro das especificações. A maquete tem como principal função deixar visível, principalmente às pessoas que nunca estiveram no local, os pontos com falta ou presença de acessibilidade. Para que o projeto se torne mais dinâmico e completo foi utilizado o sistema de QR Codes, para mostrar fotos reais do local; e a RA, para sugerir algumas soluções que enquadram a edificação ou o espaço às exigências da norma. Figura 1. Trechos da Maquete, CEFET/MG, Unidade Varginha 403 Os QR Codes foram gerados por meio do site Free QR Code Generator (QR..., 2016), e as imagens relacionadas a cada código foram hospedadas na ferramenta para edição e gerenciamento de blogs do Google, Blogger. Em alguns pontos da maquete, foram
5 inseridos QR Codes, como ilustra a Figura 2a. Por meio de um dispositivo móvel com um leitor de QR Codes, por exemplo, o QR Code Reader, é possível visualizar uma foto real do local, conforme mostra a Figura 2b. Figura 2. (a) Tag s do QR Code (b) Imagem gerada por meio do QR Code: faltam rampas de acesso em várias calçadas, segundo ABNT 9050, tópico (c) Tag s RA (d) Objetos da RA Para sugerir algumas soluções, foram utilizadas imagens geradas por meio da RA. Modelos 3D foram criados com o software SketchUp. Após a modelagem, uma tag geométrica é associada ao modelo com a ferramenta ENTiTi Creator. Com a ferramenta ENTiTi VR/AR Viewer, instalado em um dispositivo móvel, é possível reconhecer a tag (Figura 2c), fixada na maquete, e projetar o modelo 3D associado, conforme ilustra a Figura 2d. 4. CONCLUSÃO 404 O trabalho buscou a incorporação de ferramentas da realidade virtual com a estrutura de uma maquete, para ressaltar pontos com falta ou presença de acessibilidade em edificações e espaços urbanos. Os problemas estão relacionados às escadas, obras nas calçadas, falta de sinalização, dentre outros. A função da maquete foi demonstrar o espaço físico. Já o uso da realidade virtual enaltece os problemas
6 e pontos corretos pertinentes à acessibilidade. Os QR Codes permitiram a visualização real dos problemas, enquanto a Realidade Aumentada possibilitou apontar possíveis soluções. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. ABNT NBR 9050:2004. KIRNER, C.; SISCOUTTO, R. Realidade Virtual e Aumentada - Conceito, Aplicação e Projetos. Petrópolis-RJ, Citado na página 7. KNOLL, W.; HECHINGER, M. Maquetes Arquitetônicas. Martins Fontes, Citado na página 7. QR Code Generator Disponível em: < Acesso em: 25 ago Citado na página 12. WATERS, J. QR Codes For Dummies. Wiley, ISBN Citado na página 7. WINTER, M. Scan Me - Everybody s Guide to the Magical World of Qr Codes. Westsong Publishing, ISBN Citado na página 7. NOTAS 1 Aluno, Curso Técnico em Mecatrônica/Departamento de Mecatrônica (DMCVG), CEFET/MG, Varginha/MG, Brasil. joaomiguelarantes@hotmail.com. 2 lypecefetmg@hotmail.com thaiscsilva@live.com.
7 4 Matemático. Doutor. Professor/Orientador, Curso Técnico em Mecatrônica/DMCVG, CEFET/MG, Laboratório de Automação e Sistemas Embarcados (LASE), Varginha/MG, Brasil. coelhojm@varginha.cefetmg.br. AGRADECIMENTOS Ao CEFET/MG, por meio da Comissão Geral de Organização da 26ª META e ao Departamento de Mecatrônica (DMCVG) Unidade de Varginha, Laboratório de Automação e Sistemas Embarcados (LASE), pelo apoio no desenvolvimento do trabalho. 406
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