SeminárioInternacional. Internacionalde Tecnologias Ambientais e Gestão da Água na Indústria. Curitiba, novembro de 2014
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- João Victor Affonso Fortunato
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1 SeminárioInternacional Internacionalde Tecnologias Ambientais e Gestão da Água na Indústria Curitiba, novembro de 2014
2 POLÍTICA DE RECURSOS HÍDRICOS E SEUS INSTRUMENTOS COM ÊNFASE NO ENQUADRAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE BACIA HIDROGRÁFICA MONICA PORTO Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
3 A Gestão dos Recursos Hídricos PREMISSA 1 O SISTEMA DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS É UM SISTEMA DE GESTÃO COMPARTILHADA a água é um bem de domínio público; é de domínio federal ou estadual; não existe domínio privado de águas no Brasil por esta razão, o uso da água deve ser disciplinado para que todos tenham acesso a este bem PREMISSA 2 a água é um dos pilares do desenvolvimento econômico para que este desenvolvimento seja sustentável, o uso da água deve também ser
4 A Gestão dos Recursos Hídricos Água uso Recurso Hídrico Gestão Alocação
5 DISPONIBILIDADE Quantidade Qualidade Tempo Espaço Incertezas DEMANDA Quantidade Qualidade Tempo Espaço Incertezas Em um contexto de: muitos usos.. muitos usuários.. demanda crescente.. qualidade degradada.. CONFLITOS!!!!
6 Governança da água: conceito Governança da água refere-se ao conjunto de sistemas político, social, econômico a administrativo que precisam ser desenvolvidos e implantados para que os recursos hídricos possam ser geridos de forma torná-los disponíveis para toda a sociedade. (GWP, 2002)
7 Governança da água: avanços Nossaresposta? Um sistemade decisãoquereconheceesta complexidade, muda processos decisórios, permite adaptaçãogradual e introduznovosinstrumentosde gestão Princípios de Dublin, 1992, UNCED a água é um bem finito e vulnerável; a bacia hidrográfica integra suas funções a gestão deve ser descentralizada e participativa a água é um recurso natural dotado de valor econômico
8 Governança da água: dificuldades É necessária uma nova postura, novos conceitos Diferentes horizontes de planejamento e ação São alterações cuja concretização é transgeracional Não dá para queimar etapas; o processo precisa ser construído O aprendizado é contínuo
9 Governança da água: necessidades INFORMAÇÃO base técnica transparência conscientização PROCESSO DECISÓRIO legitimidade sustentabilidade
10 Governança da água: caminhos críticos Nova construção institucional: Definição de papéis Construção da articulação Importância dos pactos Reconhecimento dos objetivos comuns Práticas de incentivo
11 UM SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS NÃO APARECE ESPONTANEAMENTE! Os Sistemas de Gerenciamento de Recursos Hídricos devem ser criados para facilitar o processo de TOMADA DE DECISÃO pelos gestores da água Que decisões são essas?. usos prioritários. alocação entre diversos usos. investimentos na bacia Quem são os gestores?. poder público. usuários. sociedade
12 O papel da gestão pública no setor de recursos hídricos Dar oportunidade e sustentabilidade ao uso da água Em 1997, é aprovada a Lei n. 9433, a qual institui a Política Nacional de Recursos Hídricose cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos Como se exerce a Política Nacional de Recursos Hídricos? Através dos instrumentos de gestão Através da sua institucionalização, organizada pelo Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos organiza a administração do sistema
13 Por que participação? O Processo Político Escolher a alternativa viável e sustentável Dar legitimidade ao processo decisório Criar o comprometimento para o pacto Garantir continuidade Integrar usos Integrar visões
14 O papel do setor privado no setor de recursos hídricos Requer garantia de direito de uso Deve utilizar o recurso de forma apropriada Tem o direito de participar do processo decisório na aplicação dos instrumentos de gestão
15 Os Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos A Lei prevê a utilização de cinco instrumentos para permitir a implantação e execução da Política Nacional de Recursos Hídricos (1) Planos de recursos hídricos (2) Enquadramento dos corpos d agua em classes segundo os usos preponderantes (3) Outorga de uso da água (4) Cobrança pelo uso da água (5) Compensação aos municípios (6) Sistemas de informação de RH
16 Os Instrumentos e seus Desafios Equilíbrio entre a uso(base do desenvolvimento) e sustentabilidade(integração e preservação) Deixa de ser apenas um problema técnicopara abranger aspectos sociais, econômicos, políticos e institucionais Muitos dos arranjos institucionais e dos instrumentos de gestão hoje utilizados são antigos e é necessário reformá-los ou, pelo menos, trazê-los para um novo contexto de maior conflito pelo uso da água A operacionalidade da gestão requer mecanismos de decisão aplicáveis e eficientes
17 Os Instrumentos de Gestão CRIATIVIDADE BOM SENSO Os instrumentos de gestão previstos na Lei fazem parte de um conjunto de possíveis mecanismosaplicáveis à gestão ambiental e de recursos hídricos: Mecanismos de controle do processo, de caráter compulsório Mecanismos de construção de consensos com participação social Mecanismos econômicos Mecanismos de adesão voluntária (certificação, dentre outros) Estes mecanismos não são excludentes A maior eficácia será alcançada com sua utilização conjunta,com cada um atuando onde está a sua maior potencialidade
18 Mecanismos de Controle do Processo São mecanismos de caráter compulsório Estabelecidos pelo Estado Visam o disciplinamento legal do uso do bem comum São os chamados mecanismos de comando-controle O Estado usa seu poder de polícia para fazê-los cumprir O instrumento típico de comando-controle da gestão de recursos hídricos é a outorgae da gestão ambiental é o licenciamento
19 Mecanismos Econômicos de Gestão São instrumentos descentralizados de incentivos via mecanismos de preçosque orientam os agentes a valorizarem bens e serviços ambientais; Destaque para a precificação e cobrança pelo uso de recursos naturais, principalmente dos recursos hídricos; A palavra de ordem chave é: Internalizar as Externalidades
20 Mecanismos de Adesão Voluntária São principalmente os mecanismos de certificação; Tem como base a conformação de mercados receptores de bens e serviçosproduzidos mediante tecnologias e processos ambientalmente corretas, em suas cadeias horizontal e vertical de produção (ISO e outras); Espraiam padrões produtivos dos países desenvolvidos sobre os demais países (eqüidade de custos de produção); Promovem incentivos à modernização tecnológica e redução de rejeitos.
21 Mecanismos de Construção de Consensos com Participação Social É um avanço para os mecanismos de comando-controle É franqueado à sociedade participar da definição dos objetivos da gestão Suas diretrizes de aplicação são discutidas e acordadas entre o poder público, usuários e sociedade civil São principalmente os Planos de Recursos Hídricose o Enquadramento de Corpos Hídricos Devem conter: Definição dos usos da água na bacia Critérios de outorga de uso dos recursos hídricos Metas de qualidade da água a serem alcançadas e/ou mantidas
22 Mecanismos de Construção de Consensos com Participação Social Os Planos de Recursos Hídricos são negociados para definir: Objetivos estratégicos( usos da água) Limites de uso da água (quantidade) Metas de qualidade da água Aplicação de instrumentos econômicos Formas de financiamento É isso que fazemos?
23 Mecanismos de Construção de Consensos com Participação Social Metas de qualidade da água não eram definidas por consenso, ou pacto, ou plano, antes da lei 9.433; isto pode explicar as falhas do país em atingir níveis adequados de controle da poluição Passar o enquadramento para a competência dos comitês, agências e conselhos pode melhorar a eficácia do instrumento e a eficiência do controle da poluição (será?...) O enquadramento, quando aprovado, passa a ter força jurídica e integra-se aos mecanismos de comando-controle
24 Mecanismos de Construção de Consensos com Participação Social É necessário que fique claro no processo de negociação dos objetivos os trade-offs a que as decisões estão sujeitas O consenso pode ajudar a alcançar as metas previstas para a bacia Se não houver fontes de financiamento para a consecução das ações necessárias, elas simplesmente não acontecerão o que queremos x o que podemos
25 Mecanismos de Construção de Consensos com Participação Social O enquadramento permite a ocupação das bacias hidrográficas e o uso desejado da água, conseguindo um nível adequado de controle dos resíduos ALOCAÇÃO DE CARGAS!! É isso que fazemos?
26 RELAÇÃO ENTRE O PLANO E O ENQUADRAMENTO USOS ATUAIS E FUTUROS ENQUADRAMENTO! CAPACIDADE DE INVESTIMENTO
27 Por que tanta dificuldade? Algumas possíveis razões: Os Planos trazem as respostas que precisamos? Como estão nossos sistemas de informação? Fazemos promessas para que outros cumpram? E se os Planos apenas se limitassem ao uso dos recursos da cobrança? E os tempos de implantação? Queremos tudo de imediato! O enquadramento é viável? Em que prazo? Discutimos o enquadramento por etapas? Em ambos casos, estamos definindo corretamente as ESTRATÉGIASpara a bacia?
28 Menos pessimismo...
29 Nossos avanços Desde 1991, houve importantes avanços: Regularização dos usos Melhora nos processos de negociação Avanço científico e tecnológico Avanço nos sistemas de informação Os processos de gestão são, de fato, demorados
30 Mas...
31 Nossos retrocessos Estamos parados ou retrocedendo: Necessidade de fortalecimento dos órgãos gestores estaduais Problemas na operação dos comitês: foco e ação (não são órgãos executivos) Falta participação dos municípios A aplicação dos instrumentos de gestão é deficiente Há descontentamento com diversos instrumentos de gestão: plano, enquadramento e cobrança O sistema não tem processos de avaliação Falta investimento em infraestrutura
32 O Futuro É preciso persistir Como o sistema é participativo, uns ajudam os outros na persistência É preciso estar atento para as necessidades de adaptação do sistema Cabeça aberta Reconhecer que vamos aprendendo por tentativa e erro!
33 MUITO OBRIGADA!
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