Políticas para Segurança Hídrica
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- Simone Caldeira Martini
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1 Políticas para Segurança Hídrica Desafios do setor de água no Brasil Rita Cestti, Gerente da Prática Global de Água para América Latina e Caribe Brasília, 20 de Março de Sumário Contextualização Gestão Recursos Hídricos Nexo Água-Energia-Alimento Serviços Urbanos de Água e Esgoto Serviços Rurais de Água e Esgoto 1
2 Contextualização - Objetivos Discutir os desafios e as medidas necessárias para garantir a qualidade da gestão dos recursos hídricos e do tratamento do nexo água-energia-alimento, e para promover a universalização dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitários nos meios urbano e rural, em um cenário de restrições fiscais e mudanças climáticas; Receber sugestões sobre como aprimorar a parceria do setor de água do Banco Mundial no Brasil com vistas a contribuir na resolução dos desafios identificados. Contextualização - Brasil milhões de Km 2 27 unidades da federação (26 estados e o DF) municípios 205 milhões de pessoas (2015) 85% urbana (172,8 milhões) 15% rural (31,2 milhões) 2
3 Balanço de água 4 Fonte: ANA, 2017 Infraestrutura de armazenamento de água 5 Fonte: ANA,
4 Potencial de expansão de irrigação 6 Fonte: FEALQ, 2014 Potencial de expansão de hidroenergia 7 Fonte: ANEEL,
5 Balanço de água Infraestrutura de armazenamento Nexo Água Energia Alimento Potencial de expansão de irrigação Potencial expansão de hidroenergia 8 Contextualização Linha do tempo 1988 Constituição Federal 1997 Política Nacional de RH 2000 Criação ANA 2007 PN Saneamento 2010 PN Segurança de Barragens 2006 Plano básico Nacional de RH 2013 PN Irrigação ANOS Nível federal Recursos Hídricos (RH) Água e Esgoto (A+E) Recursos Hídricos RH & A+E RH & A+E urbano Nível estadual A+E urbano A+E rural A+E urbano & Urbano Estudos analíticos 5
6 Contextualização Segurança Hídrica NOTAS TÉCNICAS Aperfeiçoando a gestão de recursos hídricos no Brasil Nexo Água-Energia-Alimento Sustentabilidade e eficiência dos serviços urbanos de abastecimento e esgoto no Brasil A busca da sustentabilidade e da eficiência para o saneamento rural Gestão de Recursos Hídricos Política Nacional de Recursos Hídricos Criação do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) Instrumentos de gestão de recursos hídricos Recomenda-se um maior esforço de comunicação e articulação por parte do setor para elevar a gestão de recursos hídricos na agenda política nacional 6
7 Gestão compartilhada em um contexto de duplo domínio PROBLEMÁTICA O duplo domínio aumenta o grau de complexidade quando vários estados compartilham a bacia hidrográfica, situação que impõe desafios consideráveis à atuação conjunta da União e dos estados ou do Distrito Federal naquele âmbito. RECOMENDAÇÕES Recomenda-se construir regras de compartilhamento e cooperação no contexto de duplo domínio dos recursos hídricos, com definição clara de papeis e atribuições. Adaptação do modelo às especificidades da região Nordeste PROBLEMÁTICA Secas, fenômeno natural cíclico. Pouca capacidade de arrecadação na maioria das bacias. Necessidade de reservação de água e de unidades de gestão menores a bacia. RECOMENDAÇÕES Continuar desenvolvendo e institucionalizar a gestão proativa de secas (monitoramento, vulnerabilidade e planos de preparação para as secas). O órgão gestor estadual assumindo competências das agências de bacia para todo estado, implementando a cobrança e usando parte dos recursos arrecadados para financiar custos dos serviços de gestão e criar solidariedade financeira na escala do estado. Permitir, em escalas locais, a criação de outras instâncias de gestão participativa que sejam adequadas às especificidades regionais. 7
8 Órgãos Gestores Estaduais de Recursos Hídricos PROBLEMÁTICA Baixa capacidade e limitações de execução das funções (falta de recursos e pessoal técnico qualificado, vulnerabilidade à ingerências políticas). RECOMENDAÇÕES Estruturar o órgão gestor estadual que disponha de pessoal técnico e administrativo adequada ao nível de complexidade. Dar transparência às ações. Dar visibilidade aos serviços de gestão. A ANA deve intensificar seu apoio aos órgãos gestores estaduais. Planos de Recursos Hídricos em bacias hidrográficas PROBLEMÁTICA Falta compreensão de que o planejamento é um processo cíclico e de que o documento Plano é um momento estanque de um processo contínuo. Os Planos de Ação não são realistas. Existem fragilidades no processo de articulação e pactuação dos Planos. RECOMENDAÇÕES Os Planos devem seguir um processo cíclico, contínuo e dinâmico. São necessários Planos de Ação realistas e operacionais para os 4-6 primeiros anos. Realizar pactos entre os órgãos gestores de recursos hídricos, a agência de bacia, onde houver, e outros órgãos setoriais para implementação do Plano, com apoio do Comitê de Bacia. Regulamentar os diferentes tipos de instrumentos de contratualização dos pactos a serem adotados, prevendo mecanismos de monitoramento, sanções e indenizações. 8
9 Sustentabilidade Financeira PROBLEMÁTICA Existe desconhecimento os custos associados à gestão de recursos hídricos (transparência) e sobre os benefícios que a gestão traz aos usuários. Recursos da Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos para Geração de Energia Elétrica (CFURH) não são priorizados para o setor de recursos hídricos. Cobrança pelo uso da água, instrumento ainda de baixa aplicação. RECOMENDAÇÕES Comunicar aos usuários que a gestão de recursos hídricos é um serviço prestado (melhorando o conhecimento sobre a estrutura de custos e dos benefícios, dando transparência ao uso dos recursos disponíveis). Ampliar e tornar a CFURH mais segura como recurso para o setor de recursos hídricos. Aprimorar a implementação do instrumento cobrança pelo uso da água de forma integrada ao planejamento financeiro. Nexo Água-Energia-Alimento: Desafios Alocação de água para os diferentes usos em rios estaduais e federais Integração dos planejamentos do setor hidroelétrico com o planejamento de recursos hídricos Capacidade institucional limitada (baixa articulação entre setores/usuários) Impactos das mudanças climáticas Maior complexidade da operação do setor de energia (devido a inclusão de energias renováveis) 9
10 Nexo Água-Energia-Alimento: Recomendações Planejamento integrado e instrumentos de política Melhorar os sistemas de informação Acordos de alocação entre estados Integração do planejamento hidroelétrico nos planos estaduais de recursos hídricos Instrumentos econômicos Cobrança multi-estágio Atualizar a cobrança incorporando os custos de oportunidade do setor de irrigação e de energia Avaliar outros instrumentos económicos gestão da demanda Tecnologia Atualizar a tecnologia dos sistemas de gestão do setor de energia Melhorar a eficiência da irrigação Melhorar os sistemas de monitoreo Integrar a operação de infraestrutura Regras de operação integradas para reservatórios de usos múltiplos Serviços Urbanos de Água e Esgotamento Sanitário Desafios da Inclusão e da Sustentabilidade Rumo ao Acesso Universal DÉFICIT QUANTITATIVO 12% sem acesso a água 41% sem acesso à rede de esgoto QUALITATIVO Perdas de 37% da água 55% do esgoto não tratado INCLUSIVO Déficit se concentra na pobreza urbana INVESTIMENTO INSUFICIENTE Atual: 0,21% PIB INEFICAZ Resultados abaixo dos esperados META 0,4% PIB 10
11 Urbano - Governança e Instituições SIMPLIFICAÇÃO DOS MARCOS LEGAIS E INSTITUCIONAIS RECOMENDAÇÕES no curto prazo Conectar o planejamento com o financiamento dos planos de saneamento, com metas e incentivos focados na eficiência operacional de capital e econômica e prioridades sociais claras.... no médio/longo prazo Ajustar o PLANSAB com as ações sugeridas no curto prazo; Revisar a Lei de Saneamento Básico; Reduzir incertezas jurídicas na provisão de serviços e nos riscos para investimentos, em nível federal, estadual e municipal. Reduzir a interferência política na gestão dos prestadores de serviços públicos (Leis das Estatais); Melhorar e institucionalizar a coordenação das instituições federais. Implementar a coordenação entre a Lei de Saneamento Básico com outras políticas federais relacionadas; Corporatizar todos os prestadores de serviços públicos nas áreas urbanas. Urbano - Infraestrutura RECOMENDAÇÕES no curto prazo Incentivar a plena implementação das ferramentas regulatórias estabelecidas na Lei de Saneamento Básico Priorizar as agências reguladoras estaduais para melhorar a regulamentação RECOMENDAÇÕES no médio/longo prazo Desenvolver a capacidade regulatória para melhorar sua governança Aprimorar continuamente o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento 11
12 Urbano - Financiamento Planejado (0,4%) vs. Executado Resultado: brecha de serviço significativa. Afeta sobretudo os segmentos mais pobres da sociedade. ` Ampliação da participação do setor privado pode gerar ganhos na eficiência e no investimento. RECOMENDAÇÕES no curto prazo Focar as subvenções nos mais pobres para maximizar os resultados de recursos públicos escassos Simplificar os mecanismos tradicionais de financiamento e alinhálos com o planejamento da provisão de serviços. RECOMENDAÇÕES no médio/longo prazo Revisar a estrutura tarifária, a fim de melhorar a acessibilidade para os pobres e incentivar a conexão com os serviços Incentivar a participação privada em grande escala. Serviços Rurais de Água e Esgotamento Sanitário 12
13 Serviços Rurais de Água e Esgotamento Sanitário Rural - Governança Arcabouço jurídico e regulatório limitado Elaborar uma legislação específica Estabelecer marco regulatório adequado Baixo conhecimento do universo rural Implementar ferramentas (ex. SNIS Rural, SIASAR) Falta de articulação do setor com outras políticas públicas Articular com os setores de saúde e energia para adaptar suas diretrizes Fazer parcerias trabalhar aspectos de educação sanitária, qualidade de água e gênero 13
14 Rural - Instituições Falta de sustentabilidade da prestação dos serviços Identificar opções de modelos de gestão sustentáveis Apoiar na definição e implementação dos modelos de gestão e do arranjo de assistência técnica Institucionalizar modelos multicomunitários Dificuldade de coordenação das instituições Definir claramente papéis, responsabilidades e relações das instituições Estabelecer mecanismos claros de coordenação e articulação Deficiência de técnicos especializados em saneamento rural e resultados limitados para a cadeia de soluções de esgotos Encontrar formas de ampliar os quadros técnicos Definir programas de capacitação técnica específicos Identificar alternativas institucionais e financeiras, definir e implementar um arranjo que permita a gestão sustentável dos kits sanitários e lodos Rural - Infraestrutura Deficiência na identificação de alternativas técnicas e na qualidade dos projetos de engenharia Adaptar a normativa técnica à realidade do meio rural Identificação das alternativas técnicas Definir e estimular programas de capacitação para elaboração de projetos de qualidade Limitado integração entre as áreas social e técnica Definir e implementar estratégias de trabalho integrado (técnico e social) Definir material que apoie o trabalho social na capacitação pratica das comunidades Limitada oportunidade para uso de inovação tecnológica Criar incentivos para aplicar, monitorar e documentar inovações tecnológicas Definir instrumentos que permitam a replicação dos pilotos em escala 14
15 Rural - Financiamento Investimentos insuficientes para a universalização Identificar fonte segura e contínua de recursos para investimento no setor Identificar oportunidades com apoio do setor privado Limitada atenção à sustentabilidade financeira Apoiar a prestação de serviços (pós-obra) Desenvolver e implementar modelos de gestão sustentáveis financeiramente Definir e negociar as tarifas que cubram os custos de Operação e Manutenção Encerrando......Esperamos as contribuições durante o debate, visando aprimorar a nossa parceria no setor! 15
16 Muito obrigada! Many thanks! 16
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