Tara Sue Me. A Submissa. The Submissive. Tradução de. Carla Melo

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Dalila Coradelli de Almada
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1 Tara Sue Me A Submissa The Submissive Tradução de Carla Melo

3 CAPÍTULO UM Miss King chamou-me a rececionista. Mr. West já pode recebê-la. Levantei-me, perguntei-me pela vigésima quinta vez o que estava a fazer e aproximei-me da porta. Para estar naquele gabinete, eu tinha atravessado a cidade. Do outro lado da porta encontrava-se a minha fantasia mais sombria e, se avançasse, concretizá-la-ia. Senti-me orgulhosa por não ter as mãos a tremer ao girar a maçaneta e entrar no gabinete dele. Primeiro passo: dado. Nathaniel West encontrava-se sentado atrás de uma grande secretária de mogno, a teclar a um computador. Não levantou a cabeça nem abrandou a velocidade com que escrevia. Era como se eu nem tivesse entrado. Ainda assim, achei melhor fitar o chão. Mantive-me imóvel enquanto esperava. De rosto baixo, as mãos caídas ao longo do corpo, os pés à exata largura dos meus ombros. Lá fora, o sol já se tinha posto, mas o candeeiro na secretária de Nathaniel emitia apenas uma luz ténue. Teriam passado dez minutos? Vinte? Ele continuava a teclar. Concentrei-me na minha respiração. Finalmente, a minha pulsação, que atingira uma velocidade vertiginosa enquanto eu esperava no exterior, abrandou. Passaram-se outros dez minutos. Ou talvez tenham sido trinta. Ele parou de digitar. Abigail King disse. Sobressaltei-me ligeiramente, mas mantive a cabeça baixa. Segundo passo: dado. A SUBMISSA :: TARA SUE ME 9

4 Ouvi-o pegar numa resma de papéis e a batê-la contra a mesa para a deixar alinhada. Que ridículo. Pelo que eu sabia de Nathaniel West, os papéis já estariam numa pilha perfeita. Tratava-se de mais um teste. Chegou a cadeira para trás e o único som que se ouviu no gabinete silencioso foi o das rodas no soalho de madeira. Avançou para mim com passos controlados e regulares, até que o senti nas minhas costas. Uma mão afastou-me o cabelo do pescoço e um hálito quente fez- -me cócegas na orelha. Não tens cartas de recomendação. Não, não tinha. Tudo o que tinha era uma fantasia louca. Deveria dizer-lhe? Não. Deveria permanecer em silêncio. A minha pulsação acelerou. É bom que saibas prosseguiu, que não estou interessado em treinar uma submissa. Sempre tive submissas completamente treinadas. Louca. Era louca, para estar ali. Mas era o que eu queria. Ficar sob o controlo de um homem. Não. Não de um homem qualquer. Daquele homem. Tens a certeza de que é isto que queres, Abigail? Enrolou-me o cabelo à volta do pulso e puxou-o ao de leve. É preciso que tenhas a certeza. Eu sentia a garganta seca e tinha praticamente a certeza de que ele estaria a ouvir o bater do meu coração, mas mantive-me tal como estava. Ele soltou uma gargalhada e regressou à secretária. Olha para mim, Abigail. Já tinha visto fotografias dele. Toda a gente conhecia Nathaniel West, proprietário e CEO da West Industries. Contudo, as fotografias não lhe faziam justiça. Tinha a pele ligeiramente bronzeada, o que lhe realçava o verde profundo dos olhos. O seu cabelo espesso e escuro parecia convidar-nos a passar-lhe os dedos pelo couro cabeludo. A agarrarmo-lo e puxá-lo até que os seus lábios estivessem nos nossos. Ele tamborilava no tampo da secretária. Os seus dedos eram longos e fortes. Senti os joelhos fraquejar só de pensar no que poderiam fazer. À minha frente, Nathaniel esboçou um ligeiro sorriso e recordou- -me onde me encontrava. E o motivo. 10

5 Tornou a falar: Não estou interessado no que te terá levado a submeter a tua candidatura. Se eu te escolher e tu concordares com as minhas condições, o teu passado não terá qualquer importância. Agarrou nos papéis, que reconheci serem os da minha candidatura, e folheou-os. Sei aquilo que preciso de saber. Lembrei-me de quando preenchera o formulário as listas, os testes sanguíneos que ele requeria, a confirmação do anticoncetivo que tomava. De igual forma, antes da reunião daquele dia, tinha recebido informação a respeito dele, a fim de poder analisá-la. Ficara a par do seu tipo de sangue, dos resultados dos testes que fizera, do que considerava interdito e das coisas que gostava de fazer com, e a, parceiras sexuais. Mantivemo-nos em silêncio durante largos minutos. Não tens qualquer treino. Mas és muito boa. O silêncio regressou quando ele se levantou e se aproximou da grande janela atrás da secretária. A noite já caíra e eu vi-lhe o reflexo no vidro. Os nossos olhares cruzaram-se e desviei o rosto. Gosto bastante de ti, Abigail King. Mas não me lembro de ter dito para desviares o olhar. Esperava não ter dado cabo de tudo e apressei-me a levantar a cabeça. Sim, parece-me que um fim de semana à experiência será o indicado. Virou costas à janela e aliviou o nó da gravata. Se concordares, irás para a minha propriedade nesta sexta-feira, às seis em ponto. Enviarei um carro para te levar. Jantaremos e depois logo se vê. Pousou a gravata no sofá à sua direita e desabotoou o colarinho da camisa. Tenho determinadas expectativas em relação às minhas submissas. Deverás dormir pelo menos oito horas por noite de domingo a quinta-feira. Terás uma dieta equilibrada: vou enviar-te um plano alimentar por . Também correrás um quilómetro e meio três vezes por semana. Duas vezes por semana, terás treinos de força e resistência no meu ginásio. Amanhã, um cartão de membro estará ao teu dispor. Tens algum problema com o que acabei de dizer? Mais um teste. Não respondi. Ele sorriu. A SUBMISSA :: TARA SUE ME 11

6 Podes falar à vontade. Finalmente. Lambi os lábios. Eu não sou lá muito... atlética, Mr. West. Não sou grande corredora. Terás de aprender a não deixar que as tuas fraquezas te dominem, Abigail. Caminhou até à secretária e escrevinhou qualquer coisa. Três vezes por semana, frequentarás também aulas de ioga. Há lá no ginásio. Mais alguma coisa? Abanei a cabeça. Muito bem. Vemo-nos na sexta à noite. Passou-me umas quantas folhas. Aqui encontrarás tudo o que precisas de saber. Aceitei os papéis. E esperei. Ele tornou a sorrir. Estás dispensada. 12

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