Sandra Maria Pires Vieira Sahd. A Menina Centopeia. Ilustração: Dimaz Restivo

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Martim Belmonte de Almada
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3 Sandra Maria Pires Vieira Sahd A Menina Centopeia

5 Prefácio Era um final de tarde e duas Sandras conversavam despretensiosamente. Quando acreditamos que podemos mudar o mundo, nossas conversas passam por vários temas, mas sempre voltam ao diagnóstico da situação de nossos irmãos espalhados por todo o mundo. Uma pergunta, então, surge: Por que os pais preferem passar horas e horas no trabalho e ficar cada vez mais distantes dos filhos?. Um silêncio... E depois uma resposta sincera: Acho que as pessoas não sabem mais quanto lhes basta para que sejam felizes. Elas estabelecem uma meta, mas, quando a atingem, a necessidade do ter para ser fala mais alto. Então, essa meta é redefinida e se torna cada vez mais inatingível. Você já se perguntou quanto basta para você ser feliz?. Outro silêncio. Um par de olhos, verdes como o mar em tardes de outono, arregalados. O brilho os toma e eles já nem piscam. Pergunto-me: Será que eu disse alguma coisa errada?. Uma explosão de som: Vou escrever um livro sobre isso! Quanto lhe basta para ser feliz? Posso?. Como não concordar com uma pessoa linda e que deseja, mais do que qualquer coisa, mudar o mundo? E, antes mesmo que eu dissesse sim ou não, veio o complemento: Você vai escrever o prefácio. E assim, uma Sandra escreveu o livro e a outra Sandra escreveu este prefácio. Que seu sonho se realize, que esta mensagem chegue a muitos lares e que, juntos, pais e filhos possam se perguntar quanto lhes basta para serem felizes e, assim, descobrirem que compartilhar momentos é uma das coisas que mais nos trazem felicidade. Sandra Ciocci Ferreira Doutora em Música Membro do grupo de pesquisa em música aplicada à dramaturgia e ao audiovisual - UNICAMP

7 Currículo do Ilustrador Dimaz Restivo É ilustrador, desenhista e pintor. Ilustrou diversos livros infanto-juvenis. Foi contemplado com prêmios e salões de humor no Brasil e no exterior. Contato: dimaz-restivo.blogspot.com

9 Currículo da Autora Sandra Maria Pires Vieira Sahd É bacharel em Educação Física pela Unicamp, com especialização em Captação de Recursos pela Universidade de Indiana, dos Estados Unidos. É apresentadora de programa de TV e autora de livros infantis. Idealizou e fundou a Embaixadores da Prevenção, que tem como visão formar uma nova geração de pessoas que, por meio de escolhas e hábitos saudáveis, transforme o mundo em um lugar melhor. Contato: sandra@sahd.com.br

11 Yá era uma menina linda de 9 anos. Seus longos cabelos negros e seus expressivos olhos castanho-escuros fazia com que ela parecesse uma indiazinha. O que ela mais gostava de fazer era brincar na rua com suas amigas. 11

12 12 Ela era muito meiga e querida por seus pais e familiares. É lógico, que pais não amam seus filhos?

13 Eles a amavam muito, mas, assim como alguns pais da vida moderna, não tinham muito tempo para a filha. Conseguiam vê-la apenas à noite, por causa de seus trabalhos e, muitas vezes, ela já estava dormindo. 13

14 14 Para compensar sua ausência, todos os dias os pais levavam para ela algum presente. Ela possuía todos os presentes do mundo. Bonecas, bolas, computadores, maquiagens, eletrônicos e tudo o que existia para crianças (e adultos), mas o presente que seus pais mais lhe davam era pares de sapatos

15 ou tênis, ou sapatilhas 15

16 16 Sapatos. Era o que seus pais mais gostavam de dar para ela, mas Yá queria outra coisa e não sabia o quê E continuava a ganhar sapatos, sandálias, tênis, sapatilhas

17 Todas as manhãs ela olhava seus pares de sapato e pegava o seu velho tênis - que ela adorava - calçava-o e ia para a rua jogar queimada com seus amigos. 17

18 18 Brincar com os amigos Esse era o momento mais feliz de sua vidinha.

19 Yá ia crescendo e a pilha de sapatos crescia também. Chegou a cem pares, e seus pais, com a vida moderna, nem percebiam que não era de sapatos que Yá precisava o que ela mais queria mesmo era a presença plena de seus pais. 19

20 20 Precisava deles para brincar, sorrir, chorar, para uma troca de abraços e também para se orientar. Para poder compreender seus limites: Sim! Eles são necessários para ensinar os caminhos que ela deveria seguir, tendo ou não sapatos.

21 Esta é uma história real Yá é uma menina linda que se questiona todos os dias: por que seus pais lhe dão tantos pares de sapato e não, igualmente, o tempo necessário, do qual ela precisa para crescer forte e feliz? Justiça Justiça é a particularidade do que é justo e correto, como o respeito à igualdade de todos os cidadãos, por exemplo. Segundo Aristóteles, o termo justiça denota, ao mesmo tempo, legalidade e igualdade. 1 A virtude da JUSTIÇA entra nesta obra literária com o objetivo de responder à seguinte pergunta: é justo e necessário uma criança ter tantos bens e pares de sapato, se não tem a presença constante de seus pais em sua educação? 1 Disponível em: < Acesso em: 11 abr

22 Revisão: Vero Verbo Serviços Editoriais Revisão de Conteúdo: Rosenir Merighe Sahd Projeto Gráfico e Editoração: Crioula Design

24 A JUSTIÇA é uma virtude fundamental na vida do ser humano e precisa ser estimulada desde a infância. Vamos, juntos, aprender sobre virtudes e valores e deixá-los florescer em nossos filhos?. APOIO PATROCÍNIO PRODUÇÃO REALIZAÇÃO

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