CIENTÍFICA FTDR: Revista Científica da Faculdade de Tecnologia Darcy Ribeiro, p , nº 1, jul/dez 2011 ISSN
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- Kátia Aveiro Lopes
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1 IDENTIFICAÇÃO DOS SETORES QUE ACOMPANHARAM A EVOLUÇÃO DO IBOVESPA APÓS RECONHECIMENTO DA CRISE ATUAL NO SETOR FINANCEIRO INTERNACIONAL: UMA ANÁLISE SETORIAL FCO WAGNER DE QUEIROZ ALMEIDA JÚNIOR Economista- UNIFOR, MBA em Finanças IBMEC, Especialista em Gestão Empresarial UFC e Mestre em Economia CAEN fwqaj@uol.com.br RESUMO O estudo utiliza técnicas de raiz unitária e cointegração para, a partir de indicadores setoriais diários de mercado, analisar a evolução do mercado financeiro no Brasil no biênio A análise é dividida em dois períodos de acordo com a constatação dos efeitos da Crise do Subprime no mercado financeiro nacional e constata-se: i) em ambos os períodos o setor Celulose Papel foi o único considerado cíclico; ii) já nos períodos de alta e baixa do mercado, Metalurgia e Mineração, respectivamente, apresentaram cointegração com o IBOVESPA. Ademais, Dólar e SELIC confirmaram suas características de Hedge no período de instabilidade e queda na atividade no mercado financeiro. Palavras-chave: Indicadores Setoriais de Mercado. Crise Financeira. Cointegração. ABSTRACT The study applies unit root and cointegration econometric techniques to investigate the Brazilian financial market behavior in the biennium according to sector indicators from daily market. The analysis is divided into two periods according to the observation of Subprime Crisis effect on national financial market and we find that: i) for both periods the sector Pulp-Paper was cyclical and ii) in periods of high and low the market, Metallurgy and Mining, respectively, cointegrate with IBOVESPA. In addition, Dollar and SELIC confirmed its characteristics of the hedge in periods of instability and stagnation of the financial market. Keywords: Sector Financial Indicators. Financial Crisis. Cointegration. 1. INTRODUÇÃO A estabilidade econômica e credibilidade da economia brasileira, após implementação do Plano Real em 1994, intensificaram o interesse por esta economia como pólo de investimentos para o capital estrangeiro. Não obstante, a nova sociedade que emerge na economia difere da anterior em poder de compra e capacidade de poupança. Aliados, estes fatores contribuíram sobremaneira para o desenvolvimento do mercado financeiro nacional e para o aumento de valor das empresas aqui instaladas. Até 1994, a manutenção de uma economia com elevadas taxas de inflação comprometia a capacidade de investimento interna e externa e a já elevada carga tributária eliminava quaisquer perspectivas otimistas em relação ao fluxo de recursos destinados a investimentos. O fim deste modelo era condição necessária para mudança de perfil sob o qual era vista a economia nacional e para início de uma fase de crescimento econômico sustentado. O fortalecimento do poder de captação de novos investimentos estrangeiros foi ratificado após a consolidação da abertura da economia brasileira em tempos de inflação em baixos patamares. Somadas ao desenvolvimento e implantação de outros fatores positivos, essas características iniciaram um período de desenvolvimento acelerado do setor produtivo brasileiro. Como CIENTÍFICA FTDR: Revista Científica da Faculdade de Tecnologia Darcy Ribeiro, p , nº 1, jul/dez 2011 ISSN
2 IDENTIFICAÇÃO DOS SETORES QUE ACOMPANHARAM A EVOLUÇÃO DO IBOVESPA APÓS RECONHECIMENTO DA CRISE ATUAL NO SETOR FINANCEIRO INTERNACIONAL: UMA ANÁLISE SETORIAL conseqüência, a economia brasileira viveu um momento extremamente positivo no tocante ao mercado acionário. A Bolsa de Valores de São Paulo - BOVESPA (principal bolsa de valores do Brasil), apresentou valorização contínua no período 1994 a 2008 com nunca havia apresentado antes. Essa evolução foi interrompida bruscamente pela mais nova crise financeira que abalou, não somente o mercado brasileiro, como também, e de forma mais intensa, o mercado dos EUA, Japão e Europa. Como esses últimos mercados representam um peso muito forte perante a economia mundial, as principais economias dos países ricos e dos países emergentes entraram em recessão, obstruindo a evolução econômica mundial. A partir do ano 2000, as incertezas da manutenção da economia provocada pelo receio da sucessão presidencial com a possível vitória nas urnas do então candidato, Luiz Inácio Lula da Silva, que apresentava características ideológicas bem diferentes de FHC, resultou em uma retração momentaneamente do mercado até sua posse em 2002, porém, o movimento de disponibilização da venda das ações no mercado financeiro como forma de captação de recursos continuou de forma forte e crescente (IPO - Sigla em inglês para as denominadas ofertas primárias de ações Initial Public Offering). A partir de 2003, a economia brasileira, representada principalmente pelos setores de mineração, siderurgia e química, com empresas como Vale e Petrobrás, cotadas entre as mais valiosas do mundo em seus segmentos, apresentou um surto de crescimento econômico. A partir de setembro de 2008, a realidade financeira mundial amargou uma das maiores crises já vistas da história: A Crise dos Títulos Pobres (subprimes). É desse contexto que essa pesquisa tem como objetivo prioritário a investigação e identificação de quais setores da economia brasileira acompanharam a evolução do IBOVESPA antes e depois da confirmação da crise. A pesquisa identificou, a partir da realização do teste de raiz unitária, modelos de vetor de autoregressão e teste de cointegração, quais setores da economia brasileira estavam se desenvolvendo com influência maior do comércio internacional ou por incentivos do capital externo, uma vez que nesse período, de acordo com os próprios indicadores, foi verificada uma grande captação de recursos externos via bolsa de valores. A pesquisa identificou quais setores se beneficiaram com esse ingresso de capitais externos e como foram os seus desempenhos após o agravamento da crise que abalou o mercado de crédito em todo mundo. A partir dos indicadores FGV-100 setoriais, os setores selecionados para análise dessa pesquisa, visando à comparação com a evolução do IBOVESPA, foram: Alimentação - Celulose Papel - Energia empresas vinculadas ao Governo e ao setor privado - Material Elétrico Metalurgia Mineração Química - Telecomunicações - Têxtil; 2. REVISÃO DA LITERATURA Esta seção tem o objetivo de reforçar os argumentos apresentados nesta pesquisa, apresentando a utilização dos mesmos conceitos e aprofundando a discussão dos trabalhos que foram desenvolvidos acerca do tema em estudo. Cunha (2007) apresenta a importância da utilização dos conceitos de raiz unitária e cointegração demonstrando em três aplicações. Argumenta que a grande discussão sobre a existência de raiz unitária nas séries econômicas está na identificação da estacionaridade ou não da série utilizada, pois revela que grande parte dos dados utilizados nas análises empíricas, dentro do foco econômico, é em forma de uma CIENTÍFICA FTDR: Revista Científica da Faculdade de Tecnologia Darcy Ribeiro, p , nº 1, jul/dez 2011 ISSN
3 FCO WAGNER DE QUEIROZ ALMEIDA JUNIOR série temporal que podem apresentar uma tendência estocástica se comparada com outra com uma tendência determinística, pois as mudanças na mesma deixam de ter um caráter transitório e passam a apresentar um caráter permanente. Portanto, a determinação da presença de raiz unitária é bastante relevante para a economia, pois auxilia no processo de verificação de várias teorias. A utilização dos modelos de regressão envolvendo séries temporais não estacionárias pode conduzir ao problema que se convencionou chamar de regressão espúria, isto é, quando temos um alto R2 sem uma relação significativa entre as variáveis (HARRIS, 1995). Isto ocorre devido ao fato de que a presença de uma tendência, decrescente ou crescente, em ambas as séries leva a um alto valor do R2, mas não necessariamente, a presença de uma relação verdadeira entre séries (GUJARATI, 2000). Dentro desse contexto, a importância da análise de cointegração surge de seu uso para as séries econômicas não-estacionárias. Basicamente, a presença de raiz unitária na série temporal conduz a resultados viesados, invalidando os pressupostos da estatística clássica de que a média e a variância são constantes ao longo do tempo, e, com isto, mascarando o relacionamento entre duas, ou mais, variáveis. Detectada a presença de raiz unitária, então se deve trabalhar com as séries temporais diferenciadas e não em nível, ou seja, a tendência precisa ser removida. Assim, quando uma série econômica apresentar uma tendência estocástica, tornar-se-á estacionária após a aplicação de uma ou mais diferenças, pois terá pelo menos uma raiz unitária. No entanto, ao se remover a tendência, elementos de longo prazo entre as variáveis são eliminados. Os métodos utilizados por Cunha (2007) são as técnicas para detectar a raiz unitária e de identificação de cointegração. No que se refere à raiz unitária, Cunha (2007) utiliza as estatísticas de Dickey-Fuller (DF) e Dickey-Fuller Aumentado (ADF) [Dickey e Fuller (1979 e 1981)] e Dickey e Pantula [Dickey e Pantula (1987)] para testar a presença ou não de raiz unitária na série. 3. EVIDÊNCIA EMPÍRICA: O MERCADO FINANCEIRO BRASILEIRO SOB ÓTICA SETORIAL Esta seção apresenta a evidência empírica voltada para a evolução dos índices financeiros setoriais FGV-100 comparados com índice de mercado financeiro mais tradicional no país, qual seja o Indicador de mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (IBOVESPA). A análise da evolução do IBOVESPA no Gráfico 1 demonstra uma quebra de tendência de alta a partir de meados de maio de Testes preliminares de quebra estrutural não rejeitaram a hipótese de mudança estrutural em meados de maio de A partir de então, o mercado financeiro brasileiro começa a sentir os efeitos da crise atual do capitalismo moderno. A comparação demonstra uma tendência de queda contínua de quase todos os setores, porém, alguns setores se apresentam com comportamento diferenciado. A partir de então, a pesquisa se propõe a apresentar uma metodologia que permita a identificação dos setores que acompanharam o mercado e os setores que divergiram dessa tendência. Com isso, seguem os passos relacionados às verificações e testes relacionados às séries temporais e suas estatísticas e características. Visando facilitar a análise, a pesquisa dividiu o período total da evolução das cotações em dois períodos: Período I ou Pré-Crise cotações de 02/01/2007 até 20/05/2008 período considerado de expansão (alta); Período II ou Pós-Crise cotações de 21/05/2008 até 31/12/2008 período considerado de retração (baixa); CIENTÍFICA FTDR: Revista Científica da Faculdade de Tecnologia Darcy Ribeiro, p , nº 1, jul/dez 2011 ISSN
4 IDENTIFICAÇÃO DOS SETORES QUE ACOMPANHARAM A EVOLUÇÃO DO IBOVESPA APÓS RECONHECIMENTO DA CRISE ATUAL NO SETOR FINANCEIRO INTERNACIONAL: UMA ANÁLISE SETORIAL 3.1. Correlação entre as Séries Utilizadas O primeiro passo foi calcular o grau de correlação de cada série com relação às demais. As tabelas abaixo demonstram as correlações para os dois períodos (de expansão e de retração): Em pesquisas que envolvem a consideração de duas ou mais séries temporais, a analise se existe alguma correlação entre as séries visando à identificação de uma possível correlação entre elas é de suma importância, pois o objetivo dessa análise é identificar se as alterações sofridas por uma das series temporais são acompanhadas por alterações nas outras, mais precisamente quando comparadas com o Índice BOVESPA. Quando existir duas séries de dados, podem-se utilizar várias medidas estatísticas para capturar como essas séries se movem juntas através do tempo. As duas mais largamente usadas são a correlação e a covariância. A covariância fornece uma medida não padronizada do grau no qual elas se movem juntas e CIENTÍFICA FTDR: Revista Científica da Faculdade de Tecnologia Darcy Ribeiro, p , nº 1, jul/dez 2011 ISSN
5 FCO WAGNER DE QUEIROZ ALMEIDA JUNIOR é estimada tomando o produto dos desvios da média para cada variável em cada período. O sinal na covariância indica o tipo de relação que as duas variáveis têm: a) sinal positivo ->> indica que elas movem juntas; b) sinal negativo ->> indica que elas movem em direções opostas; Enquanto a covariância cresce com o poder do relacionamento, ainda é relativamente difícil fazer julgamentos sobre o poder do relacionamento entre as duas variáveis observando apenas a covariância, pois ela não é padronizada. A correlação é a medida padronizada da relação entre duas variáveis. A correlação nunca pode ser maior do que 1 ou menor do que -1. Resultados da correlação: a) Positiva ->> indica que as duas variáveis movem juntas, e a relação é forte quanto mais à correlação se aproxima de um; b) Negativa ->> indica que as duas variáveis movem-se em direções opostas, e que a relação também fica mais forte quanto mais próxima de -1 a correlação ficar. Duas variáveis que estão perfeitamente correlacionadas positivamente (r=1) movem-se essencialmente em perfeita proporção na mesma direção, enquanto dois conjuntos que estão perfeitamente correlacionados negativamente movem-se em perfeita proporção em direções opostas. Como essa pesquisa utilizou conceitos e técnicas de regressão simples que é uma extensão do conceito correlação/covariância, a pesquisa precisou se aprofundar utilizando a seguir a metodologia com os testes de raiz unitária e cointegração. 4. METODOLOGIA Essa seção apresenta a metodologia para o exercício empírico cujos resultados estão demonstrados no item 3. A pesquisa analisou o comportamento dos setores produtivos do Brasil antes e depois do início da crise, através de séries temporais dos índices de mercado de cada setor (Índice Setorial), fazem-se necessários alguns cuidados como a qualidade e abrangência das séries temporais. Questões importantes inerentes a estacionaridade e o que fazer, caso seja detectado que algumas séries temporais analisadas sejam não-estacionárias? O cuidado com esses aspectos resultam em análises mais balizadas e mais concretas, evitando até as análises após estimação com Regressões Espúrias. Em resumo, ao longo de qualquer análise envolvendo séries temporais, é de suma importância o conhecimento das seguintes questões: a) Como descobrir se uma dada série temporal é estacionária? b) Após a descoberta que uma dada séria temporal é não-estacionária, existe alguma maneira de torná-la estacionária? A resposta do item a obtém-se fazendo os testes de estacionaridade e a resposta do item b é SIM, ou seja, podemos tornar uma série temporal não estacionária em uma série estacionaria. Atualmente existem vários tipos de testes de estacionaridade. A pesquisa irá utilizar o teste da Raiz unitária e o teste de ADF. 5. RESULTADOS 5.1. Teste de Raiz Unitária CIENTÍFICA FTDR: Revista Científica da Faculdade de Tecnologia Darcy Ribeiro, p , nº 1, jul/dez 2011 ISSN
6 IDENTIFICAÇÃO DOS SETORES QUE ACOMPANHARAM A EVOLUÇÃO DO IBOVESPA APÓS RECONHECIMENTO DA CRISE ATUAL NO SETOR FINANCEIRO INTERNACIONAL: UMA ANÁLISE SETORIAL Como já foi mencionado, é de fundamental importância a realização do teste visando à identificação de se as séries utilizadas na regressão são estacionárias ou não-estacionárias e visando a identificação da ordem de integração de cada série. Gujarati (2006) explicita que na análise de regressão tradicional se dá grande importância a medidas de qualidade do ajustamento (R-quadrado e o erro médio da regressão) e a Estatística t-student, porém, pode ocorrer o fenômeno da regressão espúria variáveis envolvidas são caminhos aleatórios e por isso é fundamental testar se uma série é estacionária ou é não-estacionária antes de usálas em uma regressão. Como demonstrado por Dickey e Fuller em 1979, a estatística t não segue a distribuição de Student quando a hipótese nula de Raiz unitária é verdadeira. Para resolver esse caso, Dickey-Fuller criaram um teste chamado de Dickey-Fuller Aumentado (DFA). A tabela 3 resume os resultados dos testes de raiz unitária realizados para todos os indicadores de mercado selecionados: 5.2. Estimações via Modelos VAR A pesquisa verificou a qualidade das séries temporais utilizadas e se utilizou de modelos vetoriais autoregressivos de cada indicador de mercado com o índice IBOVESPA. Este é apenas um passo intermediário para se investigar a presença de cointegração através do procedimento de Johansen. Note que mesmo as séries sendo integradas, cada modelo VAR poderá ser estimado em nível, desde que exista uma combinação linear estacionária entre as séries. Deste modo em todos os modelos estimados foi investigada a estabilidade, ou seja, se todas as raízes do polinômio característico se encontravam dentro do círculo unitário. Na tabela 4 constata-se que apenas os modelos para os setores Têxtil e Metalurgia seriam instáveis, e, portanto, requerem uma estimação em diferenças ou via um Modelo Vetorial Autoregressivo a Correção de Erros (MCE). CIENTÍFICA FTDR: Revista Científica da Faculdade de Tecnologia Darcy Ribeiro, p , nº 1, jul/dez 2011 ISSN
7 FCO WAGNER DE QUEIROZ ALMEIDA JUNIOR 5.3. Teste de Cointegração Após a estimação dos modelos para cada indicador de mercado, aplicouse o procedimento de Johansen para investigar a presença de movimentos de longo prazo entre as séries. O procedimento se baseia em dois testes para identificar relações de cointegração: o teste do Traço (Trace) e a estatística do Máximo Autovalor (Max-Eig). Os resultados encontram-se na tabela 5. Para o período pré-crise, note que apenas os setores Celulose-Papel e Metalurgia apresentam um comportamento cíclico, ou seja, com co-movimentos de longo prazo em relação ao mercado. O dólar também se mostrou cíclico, porém bem mais estável no referido período. 6. CONCLUSÃO A partir de indicadores setoriais FGV-100 para as ações de empresas negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo e do indicador de mercado oficial IBOVESPA, conduziu-se uma investigação sobre os impactos da Crise do Subprime e para a evolução do mercado financeiro no Brasil no biênio A CIENTÍFICA FTDR: Revista Científica da Faculdade de Tecnologia Darcy Ribeiro, p , nº 1, jul/dez 2011 ISSN
8 IDENTIFICAÇÃO DOS SETORES QUE ACOMPANHARAM A EVOLUÇÃO DO IBOVESPA APÓS RECONHECIMENTO DA CRISE ATUAL NO SETOR FINANCEIRO INTERNACIONAL: UMA ANÁLISE SETORIAL análise é dividida em dois períodos de acordo com as respectivas tendências de alta e baixa no indicador de mercado oficial e o subsídio do estudo diz respeito à indicação dos setores considerados cíclicos que andam na direção do mercado e contracíclicos ou não correlacionados que podem, inclusive, servir de hedge em momentos de crise econômica. Para o período de alta do IBOVESPA, os setores Celulose-Papel, Metalurgia e o próprio Dólar apresentaram relação de cointegração com o indicador de mercado, fato que os caracteriza como cíclicos e indicados, por exemplo, para aplicação de recursos em períodos de alta. O Gráfico 1 corrobora uma boa indicação dos dois setores supracitados, ao passo que a análise do Gráfico 2 rejeita o critério de cointegração para escolha do Dólar como boa aplicação em períodos de alta. A estabilidade da moeda americana qualifica esta como uma boa aplicação como hedge. CIENTÍFICA FTDR: Revista Científica da Faculdade de Tecnologia Darcy Ribeiro, p , nº 1, jul/dez 2011 ISSN
9 FCO WAGNER DE QUEIROZ ALMEIDA JUNIOR As respectivas correlações de 0,96, 0,92 e -0,96 dos setores Celulose-Papel e Metalurgia e do Dólar com o IBOVESPA reforçam os argumentos acima. Para o período de queda do indicador financeiro de mercado, Celulose- Papel e Mineração foram os setores classificados como cíclicos, com a constatação de relações de longo prazo e correlações de 0,93 e 0,97, respectivamente, destes com o IBOVESPA. Dólar e SELIC seriam os hedges naturais, com correlações de -0,89 e -0,02, respectivamente para o período pósmaio de Entretanto, apenas a SELIC apresenta relação de longo prazo com o IBOVESPA. O Gráfico 3 ilustra o argumento. 7. REFERÊNCIAS BRITO, Paulo. Economia Brasileira: planos econômicos e políticas econômicas básicas. 2. ed. São Paulo: Atlas, CUNHA, Marina Silva. Raiz unitária Cointegração: Três Aplicações DAMONDARAN, Aswath. Finanças Corporativas: teoria e prática. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, CIENTÍFICA FTDR: Revista Científica da Faculdade de Tecnologia Darcy Ribeiro, p , nº 1, jul/dez 2011 ISSN
10 IDENTIFICAÇÃO DOS SETORES QUE ACOMPANHARAM A EVOLUÇÃO DO IBOVESPA APÓS RECONHECIMENTO DA CRISE ATUAL NO SETOR FINANCEIRO INTERNACIONAL: UMA ANÁLISE SETORIAL DE MATTOS, Leonardo Bornacki; REIS, Brício dos Santos; LIMA, João Eustáquio de; LÍRIO, Viviane Silva. Demanda de Energia Elétrica pelo Setor Comercial em Minas Gerais: , FERNANDES, Marcelo I.; TOROII, Juan. O mecanismo de transmissão monetária na economia brasileira pós-plano Real GUJARATI, Damodar N. Econometria básica. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 2006, 812p. JOHANSEN, S.; JUSELIUS, K. Identification of the long-run and the shortrun structure: An application to the IS-LM model. Journal of Econometrics, v. 63, p. 7 36, JUSELIUS, K. Changing monetary transmission mechanisms within the EU Empirical Economics, v. 23, p , MOURA, Alkimar R. PAEG e REAL - Dois planos que mudaram a economia brasileira. Editora FGV, ROSS, Stephen A. Administração Financeira. 8. ed. São Paulo: McGraw-Hill, ROSSI, José W. O modelo monetário de determinação da taxa de câmbio: teste para o Brasil. Pesquisa e planejamento econômico, v. 26, n. 2, p , CIENTÍFICA FTDR: Revista Científica da Faculdade de Tecnologia Darcy Ribeiro, p , nº 1, jul/dez 2011 ISSN
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