Simone Cristina de Oliveira (1) Engenheira Agrônoma (UFV), Mestre em Sociologia (UNESP), Gerente de Gestão Ambiental do DAAE
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1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA PARA O PLANEJAMENTO DA GESTÃO DO SANEAMENTO TEMA VII.c: EDUCAÇÂO AMBIENTAL Simone Cristina de Oliveira (1) Engenheira Agrônoma (UFV), Mestre em Sociologia (UNESP), Gerente de Gestão Ambiental do DAAE Gabriel Bergamaschi Técnico em Bioquímica, Graduando em Farmácia e Bioquímica (UNESP). Tec. Ambiental do DAAE. Marcos Eli da Costa Engenheiro Civil e Gestor em Saneamento Ambiental (F. de Engenharia Civil de Araraquara). Engenheiro de Segurança do Trabalho pelo Centro Universitário Moura Lacerda de Ribeirão Preto. Fiscal Ambiental do DAAE Wellington Cyro de Almeida Leite Engenheiro Civil pela Faculdade de Engenharia Civil de Araraquara. Mestre e Doutor em Hidráulica e Saneamento pela EESC-USP. Superintendente do DAAE. (1) DAAE Departamento Autônomo de Água e Esgotos Rua Domingos Barbieri 100 Vila Harmonia Araraquara /SP CEP Fone (16) Fax (16) gamb@daaeararaquara.com.br Declaração do Autor Autorizo a publicação deste trabalho pela ASSEMAE e submeto-me às normas estabelecidas por este regulamento. Palavras chaves: planejamento ambiental- educação ambiental-participação popular-pedagogia de projetos
2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA PARA O PLANEJAMENTO DO SANEAMENTO NO MUNICÍPIO Introdução O DAAE- Departamento Autônomo de Água e Esgotos de Araraquara-SP, é o órgão responsável pelo fornecimento de água tratada à população, assim como o responsável pelo tratamento e afastamento dos esgotos gerados no município. Embora sendo uma empresa pública consolidada no setor de saneamento, o DAAE não possuía até 2003 um programa de educação ambiental. O que se fazia neste sentido tinha um caráter bastante informal e se caracteriza em receber visitas previamente agendadas, ministrar palestras em escolas quando convidado, e preparar algum material educativo-institucional. Eram iniciativas bastante tímidas e não constituíam um programa formal de educação ambiental que proporcionasse a população conhecer o funcionamento dos sistemas de água e esgoto, as noções de preservação de mananciais, do controle do desperdício/perdas e do cuidado com os resíduos sólidos. No final de 2003, porém, a instituição assumiu outras funções relacionadas ao saneamento ambiental, uma tendência que vários outros serviços de saneamento adotaram pela própria necessidade de se relacionar outras questões ao saneamento básico. Sendo assim, o Departamento passou a ocupar de forma mais efetiva com a preservação de mananciais de captação e o tratamento dos resíduos domésticos produzidos no município. Para fortalecer esta nova tendência, houve uma reestruturação no organograma geral do departamento, sendo criadas as gerências de Gestão Ambiental e de Operações dos Resíduos Sólidos. Passou-se então a fazer parte do plano de gestão de saneamento do DAAE, a elaboração de programas estratégicos de educação ambiental que proporcionassem uma aproximação entre a comunidade e o Departamento e todas as questões que tangenciassem o saneamento. Portanto, foi estabelecido um canal diferenciado de difusão dos conceitos de saneamento, ou seja, uma nova ferramenta para o setor. E neste sentido a Educação Ambiental (EA) é um processo educativo e social que tem
3 por finalidade a construção de valores, conceitos, habilidades e atitudes que possibilitem o entendimento da realidade da vida e a atuação consciente e responsável de atores sociais individuais e coletivos no ambiente, tendo em vista a qualidade de vida individual, coletiva e do planeta (Loureiro, 2002, p. 69). Enquanto processo educativo a Educação Ambiental fundamenta-se nas ciências naturais, como também nas ciências econômicas, humanas e sociais, orientando os aspectos cognitivos, afetivos e sociais que lhe são peculiares, participando da construção do sujeito, da sociedade, do conhecimento e da história. Atrelada a esta ferramenta tem-se a imprensa que possui um papel decisivo, importante e uma responsabilidade sócio-cultural significativa. O informar, pesquisar e difundir programas ou políticas ligadas à formação do povo e à preservação do ambiente em caráter continuado constitui-se na nova postura que muitos serviços de saneamento têm adotado. Objetivo A educação ambiental atualmente tem se mostrado como excelente ferramenta de difusão dos processos e de práticas do saneamento ambiental. O objetivo deste trabalho é mostrar a trajetória que o DAAE, através da Gerência de Gestão Ambiental vêm construindo no campo da Educação Ambiental. Metodologia-Desenvolvimento A necessidade de apresentar alternativas para promover o desenvolvimento sustentável, supõe a implementação de um programa de educação ambiental que considere o meio ambiente em seus aspectos naturais e naqueles criados pelos seres humanos, devendo constituir um processo educativo contínuo e permanente envolvendo toda a população local. A nova face do saneamento, que se auto intitula ambiental, têm sido marcada nos últimos anos por estratégias até então desconsideradas ou consideradas de grau menor no processo da gestão do saneamento. Talvez por isso que não seja conveniente pensar que a educação ambiental está limitada simplesmente à educação formal das instituições e estabelecimentos de ensino tradicionais. E também por isso quanto à educação ambiental não seria correto inferir que tal ferramenta está compartimentalizada num único espaço. Educação ambiental
4 na concepção da gestão do saneamento está sendo executado/adotado nos últimos anos deve estar inserida em todos os setores da política de um serviço de saneamento. Portanto o Daae, têm procurado exercitar-se com esta nova ferramenta, numa trajetória que também é um aprendizado. Na medida em que o Departamento busca parcerias não somente nos espaços tradicionais constituídos daqueles que permeam desde a educação infantil, passando pelo ensino fundamental, chegando até os professores da rede pública municipal, estadual e de instituições de ensino particulares. Hoje além destes espaços de multiplicação ampliados com a parceria entre os estabelecimentos de educação formal existem outros espaços de intervenção que contemplam a comunidade em geral e são a ponte entre a autarquia e a comunidade local. Aplicando critérios educacionais entre as diversas disciplinas, aproveitando o conteúdo específico de cada uma delas, apropriando-se de espaços diversificados e formalizando outras parcerias com instituições da sociedade civil como associações, fóruns, ONGs, além dos espaços formalizados do Estado e do Município (Secretarias de Educação, da Agricultura, Orçamento Participativo, CBH, etc) tem sido possível estabelecer estratégias de intervenção muito diferentes do que se fazia em outras épocas onde este assunto era pouco relevante. A mudança na abordagem e elaboração de eventos sazonais, as palestras, visitas in loco, divulgação do tipo de estrutura do Departamento através de vários canais de exposição local proporcionaram uma articulação mais consolidada para o perfil do serviço de saneamento local. A ocupação de espaços anteriormente destinados a execução de projetos relacionados à questão ambiental, também passaram por uma reavaliação no sentido de utilização destes locais, porém com novas abordagens. Projetos que tiveram um bom desempenho também foram reestruturados. A elaboração de gibis, cartilhas, banners, elaboração de oficinas e outras mídias também foi estratégia adotada neste processo e que permitiu tratar de um mesmo assunto sem superficialidade ou descrédito do participante. Recomendações A educação ambiental é um processo que se constrói todos os dias e no qual as avaliações constantes do como executá-la devem ser discutidas com todos os parceiros envolvidos no processo de gestão do saneamento. Sendo assim é
5 fundamental criar espaços que permitam o trânsito livre entre diversas áreas do conhecimento que pensam a questão do saneamento exclusivamente no fornecimento de água potável à população de um determinado local ou afastamento do esgoto produzido. É necessário perceber de onde vem a água utilizada, como ela é utilizada e em quais processos, para onde vai depois dos usos mais diferenciados, como é sua trajetória neste complexo sistema que habitamos. Enfim, pensar em diretrizes e no planejamento do saneamento ambiental requer uma visão bastante ampla do sistema. Referências Bibliográficas LOUREIRO, C.F.B. Educação ambiental e movimentos sociais na construção da Cidadania ecológica e planetária. In: LOUREIRO, C.F.B.; LAYRARGUES, P.P. & CASTRO, R. S. de. (Orgs.) Educação Ambiental: repensando o espaço da cidadania. 2ª edição. São Paulo: Cortez, REIGOTA, Marcos. Meio ambiente e representação social. São Paulo: Cortez, 1994.
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