Agricultura familiar: construindo uma agenda com visão de futuro. Brasília/DF, 17 a 18 de dezembro de 2013
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- Giulia Freire Belo
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1 Agricultura familiar: construindo uma agenda com visão de futuro Brasília/DF, 17 a 18 de dezembro de 2013 Mesa redonda sobre Políticas Públicas e Desenvolvimento Rural Políticas públicas e agriculturas familiares Desafios para Eric Sabourin Introdução Estudo coordenado pela Rede PP-AL - Síntese políticas públicas e agricultura familiar em 11 países da América Latina a partir de uma matriz comum - tratamento em curso - análise transversal temática - análise regional (Mercosul, CAN, SICA América central) Valorização Conferencia Regional dos Ministros de Agricultura em maio de 2014 Seminário internacional Politicas públicas e agriculturas familiares: balance, situação atual e desafios CEPAL, FAO, IICA, Rede PP-AL, etc Santiago de Chile, CEPAL, Outubro de 2014
2 Plano 1. Desafios mais comuns na América Latina 2. Desafios mais específicos para o Brasil 3. Elementos para agenda de pesquisa 1. Desafios das políticas para A Familiares na América Latina 1.1. Um contexto histórico e econômico hostil às AF e às políticas ao seu favor Historia social + capitalismo globalizado penalizam agriculturas familiares e promoção de políticas específicas Discurso neoliberal: As políticas públicas não resolvem tudo Principal desafio impedir agricultura familiar de piorar ou de se marginalizar (Colômbia, Nicarágua, Peru, etc.) Brasil e Uruguai = casos privilegiados, embora bem diferentes. Desafio da construção de categorias censitárias que permitam identificar os AF e qualificar diversos tipos de AF
3 1.2. Apoio e regulação do acesso aos ativos básicos Desigualdade ou exclusão no acesso aos recursos Terra, água, capital (crédito), informação (tecnológica e mercados) : Terra e agua: frente a agricultura empresarial e mineração + novas especulações (preço da terra no Uruguai) Educação, saúde, energia, transportes e comunicação A segurança/autonomia alimentar (local/regional/nacional): Politicas além da porteira para construção de mercados diversificação/complementação da produção alimentar de qualidade - para o autoconsumo (instrumentos de apoio específicos) - para venda direta ou indireta - mercados de proximidade (Países andinos, Argentina, México) - circuitos curtos (Equador, Peru) 1.3. Transição demográfica e sucessão Problemas de sucessão fortes nas zonas andinas, na pampa do Uruguai, no Brasil também Qualidade de vida no meio rural (transporte, energia, laser,) Redução das possibilidades de renda via migração (México, Equador) Acesso à terra e à água (Andes, México, Nordeste Brasil) politicas de reforma agraria que só resolvem o problema da geração que acessa à terra México: Bônus demográfico ou bomba demográfica? diferença entre bônus e bomba = apoio à AF, às redes locais de valor, ao processamento e serviços em territórios com qualidade ambiental, económica e social. (Chapela et al, 2013)
4 1.4. Políticas para qualificar e adaptar estratégias diferenciadas Mulheres e seu papel específico na unidade familiar/vida social Desigualdades dentro das AF e das unidades familiares Grupos e povos ligados às comunidades tradicionais e formas especificas de manejo de recursos comuns : América central, Andes, Amazônia, Patagônia/Chile, até Pampa Uruguai (campos de recria) Responder aos câmbios climáticos e ambientais (zoneamentos, incentivos a serviços ambientais, bolsa verde, garantia safra, etc) Politicas de incentivo tecnológico para produzir equipamentos adaptados para AF e pequena agroindústria familiar Argentina: Cámara de Maquinaria y Herramientas para la Agricultura Familiar/INTA 2. Desafios mais específicos ao Brasil 2.1. Instrumentos de políticas diferenciadas/população alvo segmentada Desafio e tensão entre prioridades com mensagens claras e adaptação as públicos diferentes Risco de fragmentação e pulverização de iniciativas (Favareto, 2010) Diversificação e adaptação das politicas devem ser prioridades, além da retorica ou da lei, na aplicação Diferentes projetos de desenvolvimento em disputa para o Brasil rural. Necessidade de entender dinâmicas Inter setoriais e territoriais diversas formas de produzir dentro da AF : residentes não inseridos, pluri-ativos, autoconsumo, pecuária, etc. (IICA, 2013, FIDA/Rimisp, 2013) Respostas diferentes nas formas de crédito não apoiar preservação da prática ou do estatuto produtivo = tratamento social = condenar ao êxodo nas cidades e a exclusão.
5 2.2. Demandas e participação da sociedade Manter e preservar os avanços realizados (conferencias, conselhos) Avanços democráticos, alguns irreversíveis, mas ainda frágeis Politicas territorializadas (MDA, MIN, MDA) boas ideias, mas riscos de retrocesso por conta da sua implementação ou falta de coordenação ameaçadas a cada período eleitoral ou cada mini crise politica Qualificar os espaços públicos de participação (Grisa e Schneider, 2013) fornecer marcos jurídicos para conferir maior poder deliberativo contribuir à institucionalização de políticas públicas mais próximas ou adaptadas às demandas dos atores sociais diretamente envolvidos. Fazer aplicar e adaptar as politicas diferenciadas de demanda social -Diversas modalidades PRONAF: agroindústria, agrofloresta, turismo, etc -Titulação e regularização de terras quilombolas e comunidades 3. Elementos para agenda de pesquisa Trabalhar as categorias público alvo das políticas e a sua evolução Além das definições científicas, AF = categoria política e social que se tornou categoria de política pública (idem para agricultura camponesa) Agricultura camponesa: esforço conceitual para trabalhar a origem social histórica e a diversidade das formas das AF s Definição da categoria alvo das políticas públicas e revisão regular - Questão dos segmentos em transição ou sem renda no ano do censo agropecuário Papel da pesquisa aprofundar e analisar os dados (FIDA/Rimisp/PGDR) revisar a situação e evolução das tipologias para renovar as políticas
6 3. Elementos para agenda de pesquisa Analisar os dados produzidos pelo acompanhamento e pela avaliação das políticas PRONAF: aceso as modalidades de crédito diferenciadas (mulher, jovem, semiárido, agro-floresta, etc) avaliação da evolução dos beneficiários PRONAT: usar o sistema de indicadores SIT-STR-MDA Resultados acompanhamentos edital CNPq MDA ex Território Borborema (PB): = capital social alto, mas desempenho medíocre dos projetos (Caniello et al, 2013) Evitar criar guetos de pesquisa: não estudar só a AF para entender politicas para AF estudar também à agricultura empresarial e vice versa (mesmos recursos, terras, cadeias, etc) 3. Elementos para agenda de pesquisa Origem e trajetória das políticas para agricultura familiar - como e porque conseguiram ser formuladas? Efeitos da liberalização dos anos 90: exclusão grande N de AF Brasil 1995: Movim sociais + janela de oportunidade politica : PRONAF = Plano Real + Líder Contag no PSDB + bases Embrater na Embrapa e no MAPA/SRA + laços Asbraer/Fazer com Contag + referencias acadêmicas na pesquisa Uruguai e Argentina, mesmos processos ou piores mas políticas para AF só aparecem a partir de 2004 com coalizões mais favoráveis no poder + efeito da REAF (e do Brasil na REAF), referencias cientificas reduzidas
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