REGIMES TRANSITÓRIOS HIDRÁULICOS EM PRESSÃO
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- Sara Gama Laranjeira
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1 REGIMES TRANSITÓRIOS HIDRÁULICOS EM PRESSÃO Dídia Isabel Cameira Covas IST, Dezembro de 2014
2 PARTE II Introdução Tipos de dispositivos de proteção Soluções-tipo
3 FUNÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO SISTEMAS GRAVÍTICOS As válvulas de controlo são tipicamente operadas com manobras suficientemente lentas Fazem-se simulações para que as manobras não provoquem variações de pressão muito elevadas Tipicamente não têm problemas, exceto se houver uma turbina de reação com saída súbita de serviço (corte de corrente) Nesse caso, pode ser necessário prever proteção Dispositivos de proteção São colocado a montante da válvula/turbina Para turbina, pode ser necessário prever também a jusante Servem para reduzir variações de pressão extremas máximas e mínimas na conduta gravítica (a montante do dispositivo)
4 FUNÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO A paragem e o arranque das bombas em situação normal de operação são efetuadas recorrendo também a válvulas As bombas centrífugas arrancam contra válvula fechada (a potência máxima) e a abertura de válvula a jusante é feita lentamente. A paragem normal é efetuada fechando lentamente a válvula a jus. Em águas residuais isto nem sempre acontece; muitas vezes os grupos arrancam e param sem atuação de válvulas Pode ocorrer uma paragem súbita da bomba decorrente de um corte de corrente elétrica ao motor Pelo que pode ser necessário prever proteção Dispositivos de proteção São colocado a jusante da bomba SISTEMAS ELEVATÓRIOS Em caso de sobrepressora é necessário prever também a montante Servem para reduzir variações de pressão extremas máximas e mínimas na conduta elevatória (a jusante do dispositivo)
5 CONTEÚDO DA LIÇÃO Introdução Dispositivos de proteção Soluções-tipo de proteção Exemplo de aplicação 5
6 TIPOS DE DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO Volantes de inércia Chaminés de equilíbrio Reservatórios hidropneumáticos Reservatórios unidirecionais Condutas de alimentação paralela ou by-pass Válvulas diversas Dispositivos não convencionais 6
7 TIPOS DE DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO Para cada dispositivo de proteção Em que consiste? Para que serve? Onde se coloca? Soluções tipo Vantagens e inconvenientes Dimensionamento 7
8 Volantes de inércia (só para turbomáquinas hidráulicas) 8
9 VOLANTES DE INÉRCIA O que são? São umas massas girantes de ferro/aço que se colocam no veio dos grupos eletrobomba ou turbinas, com o objetivo de reforçar (aumentando) a inércia dos grupos Para que servem? Aumentam a inércia total dos grupos >> Aumentam os tempos de paragem da bomba >> Reduzem as variações de pressão extremas 9
10 Onde são colocados? VOLANTES DE INÉRCIA No eixo de rotação de grupo eletrobomba ou turbinas Nas bombas: entre o motor e a roda Nas turbinas: entre o gerador e a roda 10
11 Onde são colocados? VOLANTES DE INÉRCIA No eixo de rotação de grupo electrobomba ou turbinas Nas bombas: entre o motor e a roda Nas turbinas: entre o gerador e a roda da turbina 11
12 VOLANTES DE INÉRCIA
13 VOLANTES DE INÉRCIA Quando usar? Solução para condutas curtas (< 500 m) Sempre que o aumento da inércia permita reduzir as sobrepressões e evitar as depressões, sem que traga prejuízos na operação normal Vantagens: Solução simples Desvantagens: Solução limitada a condutas curtas. Para condutas mais longas (e.g., > 500 m), chega-se a pesos exagerados do volante e o sistema deixa de ser económico Quanto mais pesado o volante, maior terá se ser a potência da bomba para vencer no arranque a inércia do volante e maior o desgaste do motor e menor a sua vida útil inferior pode levar a intensidades de corrente impraticáveis e põe em causa o arranque em condições satisfatórias 13
14 VOLANTES DE INÉRCIA Localização Junto aos grupos electrobomba ou hidroeléctricos Dimensionamento Definição da inércia do volante que controla variações de pressão Procedimento Calcular a inércia dos grupos Consultar no catálogo do fabricante a inércia dos grupos (se vários em paralelo e em simultâneo, a inércia total é a soma das inércias) ou estimar a inércia com base em fórmulas empíricas Calcular as variações extremas de pressão Formulas simplificadas Ábacos Simuladores Hidráulicos 14
15 VOLANTES DE INÉRCIA Como se estima a inércia de grupos eletrobomba? Fórmulas publicadas na bibliografia que têm por base as características de uma extensa base de dados de bombas (Fonte: Fluid Transients in Systems, Wylie et al., 1993) Inércia da roda/bomba: Inércia do motor eléctrico: Inércia total do grupo: I bomba I I motor total I P N P 118 N bomba I 1.48 motor Sendo P = potência [kw]; N = velocidade de rotação [r.p.m]; I = inércia [kg.m 2 ] Exemplo: Bomba de águas residuais com P=30 kw e N=1500 rpm, tem uma inércia total de 0,66 kgm 2 15
16 Estimativa do tempo de paragem do grupo EXEMPLO ESTIMATIVA DE PRESSÕES EXTREMAS COM BASE NO TEMPO DE PARAGEM (COM BASE EM FÓRMULAS EXPEDITAS) T p 2 MD N 357P P Sendo: M = massa girante [kg]; D = diâmetro da roda [m]; P = potência da bomba [kw]; N = velocidade de rotação [r.p.m]; I = inércia total incluindo volante [kgm2]; Tp = tempo [s] Comparar Tp com 2L/c para avaliar se manobra rápida ou lenta e estimar as variações de pressão Se manobras rápida (Tp<2L/c): Fórmula de Joukovsky 4 I N cq H 0 J gs Se manobra lenta(tp>2l/c): Fórmula de Michaud H M Q g S 2L 0 T p
17 Parâmetro de inércia: 2 I N c J 180 S L U o H o Parâmetro da conduta: A cu gh o H h o o sendo = rendimento dos grupos; I = inércia total incluindo volante [kgm2]; N = velocidade de rotação [rpm] c, S, L = celeridade [m/s], secção [m2] e comprimento da conduta [m]; Uo e ho = velocidade e carga (pressão) a jusante do grupo em regime permanente. J EXEMPLO ESTIMATIVA DE PRESSÕES EXTREMAS COM BASE NO TEMPO DE PARAGEM (COM BASE NO ÁBACO) Estima-se: h M /h o
18 Cota (m) ENVOLVENTES DE PRESSÃO PARA DIFERENTES INÉRCIAS DO VOLANTE (OBTIDAS POR PROGRAMA DE CÁLCULO) L (m) Terreno I = 1 kgm2 I = 2 kgm2 I = 3 kgm2 I = 10 kgm2 Regime permanente I = 1 kgm2 I = 2 kgm2 I = 3 kgm2 BOMBA Po = 30 kw No = 1500 rpm Qo = 59 l/s Ho = 55 m 18
19 Chaminé de equilíbrio 19
20 CHAMINÉ DE EQUILÍBRIO O que são? São reservatórios com superfície livre, tipicamente cilíndricos e em betão, e de grande altura, que se colocam a montante de turbinas ou a jusante de bombas Para que servem? Protegem o trecho de conduta a jusante da chaminé e reduzem a intensidade do choque a montante 20
21 CHAMINÉ DE EQUILÍBRIO TIPOS DE SURGE TANKS (CHAUDHRY, 1989) Chaminé simples Chaminé com orifício Chaminé diferencial Reservatório Unidireccional Reservatório Hidropneumático Chaminé com secção variável 21
22 CHAMINÉ DE EQUILÍBRIO ONDE SÃO COLOCADAS AS CHAMINÉS DE EQUILÍBRIO? Tipicamente, usadas em sistemas hidroeléctricos, entre a galeria/túnel e a conduta forçada galeria/túnel (longa e com pequena diferença de cotas) conduta forçada (com descida brusca) Também em condutas elevatórias sempre que o desnível o permita 22
23 CHAMINÉ DE EQUILÍBRIO EXEMPLO DO SISTEMA ELEVATÓRIO DE CASTELO DE BODE (ALIMENTA LISBOA) Sistema de Castelo do Bode É constituído pela albufeira de Castelo do Bode, pela torre de captação na albufeira, pelo túnel que irá ligar à estação elevatória e pelas condutas que ligam a estação elevatória à ETA da Asseiceira. 23
24 CHAMINÉ DE EQUILÍBRIO VANTAGENS E INCONVENIENTES Quando usar? Solução muito usada para proteção de condutas forçadas Solução também usada para condutas elevatórias mas limitada a condições topográficas para não resultarem chaminés muito elevadas Grandes desníveis e chaminé colocada no ponto alto Pequenos desníveis Vantagens: Soluções mais económicas se condições topográficas favoráveis Exigem pouca manutenção Desvantagens: Solução limitada a condições topográficas Construções de grande altura 24
25 CHAMINÉ DE EQUILÍBRIO Na mudança de declive para grandes desníveis LOCALIZAÇÃO Junto à EE para pequenos desníveis topográficos 25
26 CHAMINÉ DE EQUILÍBRIO DIMENSIONAMENTO Tipo de chaminé (simples, diferencial, com orifício, de secção variável) Altura total (altura de água inicial, máxima e mínima; definida acima da linha de energia) Diâmetro /secção (constante ou variável) Características do ramal de ligação (diâmetro=2/3 a 1 DN da conduta, perdas de carga) 26
27 Reservatórios hidropneumáticos 27
28 RESERVATÓRIOS HIDROPNEUMÁTICOS O que são? São reservatórios cilíndricos fechados, de aço, com água e ar verticais ou horizontais alguns com membrana a separar os dois fluidos 28
29 RESERVATÓRIOS HIDROPNEUMÁTICOS Para que servem? Alimentam a conduta com água em caso de ocorrência de depressões Recebem água da conduta e amortecem as variações de pressão em caso de ocorrência de sobrepressões Controlam as sobrepressões e as depressões 29
30 RESERVATÓRIOS HIDROPNEUMÁTICOS Onde são colocados? Imediatamente a jusante de EE (com reservatório a montante) mediatamente a montante de turbinas 30
31 RESERVATÓRIOS HIDROPNEUMÁTICOS Onde são colocados? Imediatamente a montante e a jusante de estações sobrepressoras Há outras casos em que podem ser utilizados (caso da EE de Socorridos) 31
32 . Estações Elevatórias Sobrepressoras protecção a montante e a jusante
33 . Estações Elevatórias Sobrepressoras protecção a montante e a jusante
34 RESERVATÓRIOS HIDROPNEUMÁTICOS Vantagens: Os dispositivos mais utilizados e muito eficientes Controlam sempre as depressões porque alimentam de água a conduta (quanto maior diâmetro melhor, pois sai mais água) Controlam as sobrepressões desde que tenham by-pass porque precisam de dissipar mais energia e não encher tão rapidamente (simulados com perda de carga assimétrica à saída e à entrada, K out /K in >1) DN250 By-pass DN80 DN50 à Central DN500 34
35 RESERVATÓRIOS HIDROPNEUMÁTICOS Modo de funcionamento Na depressão sai água pelas duas condutas DN80 DN50 DN250 By-pass à Central DN500 Na sobrepressão Entra água só pelo bypass porque fecha a válvula de retenção do ramal principal DN80 DN50 DN250 By-pass à Central DN500 35
36 1 Válvula de seccionamento de borboleta motorizada DN250 PN Válvula de retenção de fecho rápido DN250 PN40 3 Junta rígida de desmontagem DN250 PN40 4 Reservatório Hidropneumático 5 Indicador de nível 6 Conduta DN50 com válvula de seccionamento para ligação ao sistema de drenagem 7 Válvula de segurança do RH DN250 DN80 Ligação ao sistema de drenagem DN500 Exemplo: DN250 By-pass Para K out /K in =1/161, Vem DN250/DN80 DN80 DN50 à Central DN500 36
37 Cota piezométrica (m) PARAGEM DOS TRÊS GRUPOS EM SIMULTÂNEO PARA DIFERENTES CARACTERÍSTICAS DO RH COM E SEM BY-PASS S.Quitéria sem RAC S.Quitéria com RH (Var=1m3;Vt= 3.5 m3; sem Kdif) S.Quitéria com RH (Var=1m3;Vt= 3.5 m3; Kdif=1/161) S.Quitéria com RH (Var=1.5m3;Vt= 4 m3; Kdif=1/161) S.Quitéria com RH (Var=1m3;Vt= 3.5 m3; Kdif=10/161) Tempo (s) 37
38 RESERVATÓRIOS HIDROPNEUMÁTICOS Desvantagens: Grandes volumes de RH podem conduzir a: soluções pouco económicas Soluções difíceis de acomodar no espaço disponível Exigem manutenção Exigem o enchimento frequente com ar comprimido (excepto, se tiverem membrana) Necessário prever e dimensionar um reservatório de ar comprimido com compressores para alimentarem o RH Obrigam a distâncias mínimas de segurança de m dos edifícios adjacentes (nova legislação em Portugal), caso os RH estejam ao ar livre Reservatório de ar comprimido (RAC) e compressores 38
39 RESERVATÓRIOS HIDROPNEUMÁTICOS DIMENSIONAMENTO Volumes de ar Volumes de ar inicial (de regime permanente) Volumes de ar máximo do ar Volume total do RH 1,15-1,25 Volume máximo de ar Dimensões geométricas adoptadas Diâmetro, Secção Altura (ver dimensões e formas tipo) Características do ramal de ligação do RH à conduta - DN e PN de: Tubagem do ramal (DN = 1/2 a 2/3 do DN da conduta principal) Tubagem do By-pass (DN = 1/3 a ½ do DN do ramal) Válvulas e acessórios Especificação dos níveis de alarme Outra informação: coeficiente politrópico utilizado nas simulações 39
40 RESERVATÓRIOS HIDROPNEUMÁTICOS COEFICIENTE POLITRÓPICO Uma transformação politrópica é uma transformação termodinâmica na qual a pressão e o volume de um gás se relacionam através de: pv N =C Equação politrópica dos gases sendo p=pressão absoluta, V=volume gás, N =coeficiente politrópico; C=constante dada pelas condições iniciais C=p 0 V 0 Coeficiente politrópico (ou adiabático ) N=1,0 transformação isotérmica (T=const); o gás considerado ideal pv=nrt Válido para regimes transitórios lentos e grandes volumes de ar N=1,4 transformação adiabática (p=const) válido para regimes transitórios rápidos e pequenos volumes de ar N=1,2 Valor médio usado para cálculo, uma vez que os transitórios são rápidos no início de lentos no final 40
41 RESERVATÓRIOS HIDROPNEUMÁTICOS O controlo do nível de água no RH será efectuado a partir de um sistema de medição do nível de água com 4/5 níveis associados a volumes de ar : Nível de alarme muito alto LSAHH (emitido alarme à central de telegestão e impedido o arranque do grupo ) Nível alto LSH (nível do início da admiss.o de ar) Nível normal LSN (fim de admissão de ar / fim de purga de ar) Nível baixo LSL (nível de paragem da admissão de ar e início de purga de ar) Nível de alarme muito baixo LSALL (emitido alarme à central de telegestão e impedido o arranque do grupo ) Alarmes devem disparar durante reg. transitório NÍVEIS NO RH EXEMPLO 41
42 DIMENSIONAMENTO DO BYPASS (K OUT /K IN =?) Coeficientes de perda de carga localizadas À saída (sai por ambos, mas pode-se assumir que sai só pelo ramal principal) H K 2 U1 2g K 2 U1 g Lout out outi i 2 Sendo U1 = velocidade no ramal; K out = soma dos coeficientes de perda de carga em todas as singularidades (tê com conduta principal, curvas e VR), consultar por exemplo: Idel'cik, I.E. (1986). «Mémento des pertes de charges. Coefficients de pertes de charge singulières et de pertes de charge par frottement.» Collection Direction des études et recherches d'electricité de France (EDF). Novembre
43 DIMENSIONAMENTO DO BYPASS (K OUT /K IN =?) Coeficientes de perda de carga localizadas À entrada (entra só pelo bypass) H Lin Sendo U1 = velocidade no ramal; U2 = velocidade no bypass; K in = soma dos coeficientes de perda de carga em todas as singularidades (tê com conduta principal, tês com o ramal, curvas, válvulas) No entanto, pretende-se exprimir este coeficiente em função do termo cinético do ramal (U 12 /2g) H Lin 2 U1 Kin 2g j j K in U Q S S U1 2 K K K K j in1 i 2 2 in1j in2i 2 2g i 2gS1 S 2 j i S 2 2g U Donde HLin K 1 in eq 2g sendo 2 2 U2 g 1 K j in2i i 2 U2 2 1 Kin K 1 K eq in j in2i 2 j i S2 U1 S ineq 2 U1 2g 43
44 DIMENSIONAMENTO DO BYPASS (K OUT /K IN =?) Exemplo Conduta principal DN 500 Tubagem do ramal (DN = 1/2 a 2/3 do DN da conduta) Aço D 250 >> Dint = 260 mm Tubagem do By-pass (DN = 1/3 a ½ do DN do ramal) Aço D ½* 250 >> Dint = 82 mm Coeficientes de perda de carga à saída K1(curva) = 0,2; K VR = 0.5; K6 (tê+curva) = 0.3 K outi 1 i Coeficientes de perda de carga à entrada i i K K in1 i in2 i Coeficientes K out /K in = 1/153 K in eq i K in 2 S1 1 K ,5 i in i 2 S i 2 K1 K3 K2 K sai V.retenção K entrada K5 K4 44
45 Reservatórios unidireccionais (ou tanques de alimentação) 45
46 RESERVATÓRIOS UNIDIRECCIONAIS (RUD) O que são? São reservatórios com superfície livre, equipados com válvula se retenção Para que servem? Alimentam a conduta com água em caso de ocorrência de depressões (designados por tanques de alimentação) O reenchimento do reservatório pode ser efectuado através da própria conduta através de um circuito de bypass (não usar se conduta elevatória de águas residuais) de um sistema de abastecimento autónomo com água limpa 46
47 RESERVATÓRIOS UNIDIRECCIONAIS (RUD) Onde são colocados? Nos pontos altos das condutas O tanque só funciona quando a linha de energia desce abaixo do nível do tanque Por vezes, só um RUD pode não ser suficiente Ou porque há mais pontos altos e é necessário colocar outros RUD Ou porque é necessário controlar também as sobrepressões e é necessário associar outros dispositivos (e.g., RH) 47
48 RESERVATÓRIOS UNIDIRECCIONAIS (RUD) Vantagens Controla bem as depressões Inconvenientes Não controla directamente as sobrepressões (mas indirectamente porque reduz as depressões) Requer a alimentação com água limpa, caso se trate de um sistema de águas residuais Dimensionamento Volume RUD Relativamente pequeno, só para alimentar de água nas depressões (2-10 m 3 ) Características do ramal de alimentação e válvula de retenção DN ramal é igual (ou 2/3) do DN da conduta principal Características do circuito de by-pass DN do by-pass deverá ser suficiente para reencher o RUD antes que ocorra o próximo transitório 48
49 Conduta de alimentação paralela 49
50 CONDUTAS DE ALIMENTAÇÃO PARALELA (CAP) O que são? São condutas paralelas à conduta principal instaladas em derivação ou em bypass Para que servem? Alimentam a conduta principal com água em caso de ocorrência de depressões, ou seja sempre que a linha piezométrica for inferior ao nível do reservatório de aspiração. Estabelecem um bypass entre a aspiração e a compressão 50
51 CONDUTA DE ALIMENTAÇÃO PARALELA (CAP) PRÉ-DIMENSIONAMENTO (APÓS A PARAGEM DA BOMBA) Após fechamento da VR, a CAP alimenta a conduta com caudal Q o. Para esse caudal, gera uma perda de carga H o no bypass O máximo abaixamento da pressão é h m =A h o sendo A = parâmetro característico da conduta A A 1 A 4 ho ho cu gh e h 0 = H 0 /h 0 A máxima sobrepressão junto à bomba é h M = h m -P sendo P = perda de carga em regime permanente na conduta A h o o o H h o J 51
52 CONDUTA DE ALIMENTAÇÃO PARALELA (CAP) PRÉ-DIMENSIONAMENTO (APÓS A PARAGEM DA BOMBA) O tempo médio de anulação do caudal é: T A 1 A O volume mínimo do reservatório de montante é: LQ o c K 0.52A 1.8 sendo K um coeficiente de segurança entre 5 e 10 A válvula de retenção do by-pass deverá ser : de abertura rápida (para que abra quase instantaneamente aquando da depressão) de fechamento lento (para reduzir o golpe de Aríete subsequente) 52
53 CONDUTA DE ALIMENTAÇÃO PARALELA (CAP) Dimensionamento Especificar o ponto (os pontos) de ligação à conduta principal Diâmetro e classe de pressão da conduta bypass (normalmente igual ao da conduta principal Características da válvula de retenção Características da válvula de seccionamento Esquemas de ligação possíveis Em derivação Em bypass 53
54 CONDUTA DE ALIMENTAÇÃO PARALELA (CAP) Vantagens Solução simples e económica Solução de fácil dimensionamento Muito usada em condutas elevatórias de águas residuais Inconvenientes A válvula de retenção não actua com abertura rápida A válvula de retenção muitas vezes não tem manutenção, não abrindo mesmo A solução muitas vezes, ao fim de algum tempo, não funciona!!! 54
55 CONDUTA DE ALIMENTAÇÃO PARALELA (CAP) EXEMPLO: CONDUTA ELEVATÓRIA DE ÁGUAS RESIDUAIS 55
56 Válvula de segurança 56
57 VÁLVULAS DE SEGURANÇA São actuadas por uma mola ou contrapeso que: abre assim que a pressão dentro da conduta excede um determinado valor (p1) e fecha abruptamente mal a pressão desça abaixo de outro valor (p0) Só funcionam totalmente abertas ou fechadas Tipo: panela de pressão Abertura (%) 100% 0% p0 p1 Pressão 57
58 VÁLVULAS DE SEGURANÇA São obrigatórias em RH / RAC 58
59 Válvula de alívio 59
60 VÁLVULAS DE ALÍVIO São similares às de segurança excepto que a abertura é proporcional ao acréscimo de pressão (p-p0) até estar totalmente aberta Necessitam de um circuito piloto de controlo associado Há alguma histeresis na abertura/fecho Abertura (%) 100% 0% p0 p1 Pressão 60
61 VÁLVULAS DE ALÍVIO Quando se usam? São muito usadas para controlar as sobrepressões a montante de turbinas ou a jusante de grupos electrobomba Podem ser colocadas baterias de válvulas de alívio na conduta principal ou no ramal de cada grupo, em vez de uma de grande diâmetro Vantagens Solução simples e económica Desvantagens Não controlam depressões (directamente) Requerem manutenção periódica senão não funcionam Não devem ser usadas para águas não limpas (e.g. águas residuais, águas brutas com sedimentos) porque tendem a entupir o circuito A experiência mostra que acabam sempre por funcionar mal!!! 61
62 VÁLVULAS DE ALÍVIO 62
63 Dispositivos não convencionais 63
64 DISPOSITIVOS NÃO CONVENCIONAIS x Ventosas de duplo efeito Permitem a entrada e saída e ar Não se recomenda a utilização ventosas especificamente para protecção contra golpe de Aríete (não são fiáveis) 64
65 DISPOSITIVOS NÃO CONVENCIONAIS x Ventosas de duplo efeito x Válvulas de retenção intercalares x Válvulas redutores de pressão Trechos de conduta flexível (amortece o transitório; viscoelasticidade) Reservatórios hidropnemáticos com membrana elástica (para não necessitarem de enchimento com ar) ao longo do circuito Juntas fusíveis que rompem em caso de ocorrência de sobrepressão Reservatórios hidropnemáticos com ventosa simples de admissão de ar por forma a que a pressão interior não seja inferior à atmosférica e funcionam parcialmente como chaminé de equilíbrio 65
66 CONTEÚDO DA LIÇÃO Introdução Dispositivos de proteção Soluções-tipo de proteção Exemplo de aplicação 66
67 Soluções de protecção tipo (para perfis topográficos tipo) 67
68 PERFIL ASCENDENTE COM DESNÍVEL Solução: RH (típica de águas) TOPOGRÁFICO SIGNIFICATIVO Solução utilizada na maioria das situações Solução tecnicamente possível, mas raramente utilizada 68 68
69 PERFIL ASCENDENTE COM DESNÍVEL TOPOGRÁFICO SIGNIFICATIVO Solução: VA (típica de águas; funciona mal) Solução tecnicamente possível, mas raramente utilizada Solução muito utilizada 69 69
70 PERFIL ASCENDENTE COM PONTO ALTO INTERMÉDIO Solução: RUD simples ou combinado (vários RUD; RUD+RH) (típica de águas residuais)
71 PERFIL EM VALE Solução: dois RH (típica de águas) 71
72 PERFIL COM GRANDE MUDANÇA DE DECLIVE Solução: chaminé de equilíbrio 72
73 PERFIL COM PEQUENO DESNÍVEL TOPOGRÁFICO Solução: chaminé de equilíbrio (10-15 m), RH enterrado, CAP Águas Poços de bombagem de águas residuais 73
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