Melhoramento da Videira no Brasil. Bento Gonçalves, 4 de abril de
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1 a MELHORAMENTO GENÉTICO E CULTIVARES aa Melhoramento da Videira no Brasil Prof. Leonardo Cury Bento Gonçalves, 4 de abril de
2 - Histórico Primeiras ações do melhoramento genético da videira no Brasil foram desenvolvidas por Pereira Barreto (coleção de cultivares e hibridização (1889); Em 1930 e 1940, Paulino Rech, Nicolau Martorano e Pedro Araújo dedicaram-se ao melhoramento genético da videira (particular sem continuidade); Em 1938, início do melhoramento genético da videira em instituições oficiais, com o programa de hibridização desenvolvido por Inglez de Sousa (IAC); Na década de 40 passam a ser conduzidos três programas (São Paulo): São Roque, conduzido por Ribas originando híbridos da série SR; Jundiaí, conduzido por Souza originando híbridos sob a sigla Jd; Campinas, conduzido por Santos Neto (porta-enxertos e uvas de mesa para condições tropicais). 2
3 - Histórico No Rio Grande do Sul, Moacir Falcão Dias (Estação Experimental de Caxias do Sul) dedicou-se ao desenvolvimento de novas cultivares; Obtenção de uvas de mesa oriundas do cruzamento entre Dona Zilá e Tardia de Caxias; Em 1977 a Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves), iniciou o programa de hibridização, novas cultivares inicialmente para vinho e suco e mais tarde mesa; 3
4 (Demanda na viticultura brasileira) Em todos os programas, destaca-se a preocupação dos melhoristas com a criação de novas cultivares adaptadas às condições ambientais brasileiras; Considerando-se as tradicionais regiões vitícolas de São Paulo e do Rio Grande do Sul, o clima em si não é limitante ao desenvolvimento da videira; 4
5 (Demanda na viticultura brasileira) Entretanto, o clima é extremamente propício ao desenvolvimento de doenças fúngicas: Que atingem as raízes: Podridão das raízes (Phythophthora infestans) Que atingem a parte aérea: Antracnose (elsione ampelina); Míldio (Plasmopara viticola); Oídio (Uncinula necator). Que atingem os cachos: Podridão cinzenta (Botrytis cinerea) Podridão dos cachos (Glomerella singulata); Podridão ácida dos cachos (Vários agentes). 5
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7 (Demanda na viticultura brasileira) Entretanto, o clima é extremamente propício ao desenvolvimento de doenças fúngicas: Que atingem as raízes: Podridão das raízes (Phythophthora infestans) Que atingem a parte aérea: Antracnose (elsione ampelina); Míldio (Plasmopara viticola); Oídio (Uncinula necator). Que atingem os cachos: Podridão cinzenta (Botrytis cinerea) Podridão dos cachos (Glomerella singulata); Podridão ácida dos cachos (Vários agentes). 7
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9 (Demanda na viticultura brasileira) Entretanto, o clima é extremamente propício ao desenvolvimento de doenças fúngicas: Que atingem as raízes: Podridão das raízes (Phythophthora infestans) Que atingem a parte aérea: Antracnose (elsione ampelina); Míldio (Plasmopara viticola); Oídio (Uncinula necator). Que atingem os cachos: Podridão cinzenta (Botrytis cinerea) Podridão dos cachos (Glomerella singulata); Podridão ácida dos cachos (Vários agentes). 9
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11 (Demanda na viticultura brasileira) Entretanto, o clima é extremamente propício ao desenvolvimento de doenças fúngicas: Que atingem as raízes: Podridão das raízes (Phythophthora infestans) Que atingem a parte aérea: Antracnose (elsione ampelina); Míldio (Plasmopara viticola); Oídio (Uncinula necator). Que atingem os cachos: Podridão cinzenta (Botrytis cinerea) Podridão dos cachos (Glomerella singulata); Podridão ácida dos cachos (Vários agentes). 11
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13 (Demanda na viticultura brasileira) Entretanto, o clima é extremamente propício ao desenvolvimento de doenças fúngicas: Que atingem as raízes: Podridão das raízes (Phythophthora infestans) Que atingem a parte aérea: Antracnose (elsione ampelina); Míldio (Plasmopara viticola); Oídio (Uncinula necator). Que atingem os cachos: Podridão cinzenta (Botrytis cinerea) Podridão dos cachos (Glomerella singulata); Podridão ácida dos cachos (Vários agentes). 13
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15 (Demanda na viticultura brasileira) Entretanto, o clima é extremamente propício ao desenvolvimento de doenças fúngicas: Que atingem as raízes: Podridão das raízes (Phythophthora infestans) Que atingem a parte aérea: Antracnose (elsione ampelina); Míldio (Plasmopara viticola); Oídio (Uncinula necator). Que atingem os cachos: Podridão cinzenta (Botrytis cinerea) Podridão dos cachos (Glomerella singulata); Podridão ácida dos cachos (Vários agentes). 15
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17 (Demanda na viticultura brasileira) Desta forma a grande preocupação dos melhoristas brasileiros sempre foi a criação de cultivares resistentes às doenças; Com o objetivo de viabilizar ou facilitar o cultivo da videira em regiões produtoras; Com a expansão da viticultura para regiões tropicais (ausência de frio), mínimo acúmulo de horas de frio para a superação da dormência (adaptação) 17
18 (Demanda na viticultura brasileira) Em termos gerais, as demandas do setor produtivo estão relacionadas à adaptação de cultivares às diferentes regiões produtoras; Obtenção de plantas resistentes (tolerantes) á pragas e doenças e aumento na qualidade da uva produzida. 18
19 Uvas de mesa: A seleção de novas cultivares para consumo in natura deve considerar as seguintes características (exigência de mercado importador): Aparência expressa por: Cachos grandes, soltos e bem formados; Bagas grandes com formatos e coloração uniforme (cultivar); Sabor agradável e adequada relação SST:ATT (distintos mercados); Resistência ao transporte e ao armazenamento; Resistência da película, firmeza da polpa, aderência ao pedicelo e resistência do engaço à desidratação. 19
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65 Uvas de mesa: No Brasil existem dois tipos de uva de mesa: Uvas finas por apresentarem bagas grandes e carnosas (mastigação); Uvas comuns por apresentarem polpa mucilaginosa (chupar). Cada uma delas representa 50% da produção da uva de mesa nacional, com perspectivas de expansão na área cultivada em ambos tipos; 65
66 Uvas finas de mesa: Produção concentrada nas regiões subtropicais e tropicais brasileiras (Norte do Paraná, São Paulo e Vale do São Francisco (Pirapora/MG, Petrolina/PE e Juazeiro/BA; Principais cultivares com semente: Itália e suas mutações; Itália melhorada (mais recente); Red Globe e Christmas Rose (áreas reduzidas devido ao cancro bacteriano (Xantomonas campestris pv. Viticola). 66
67 Uvas finas de mesa: Principais cultivares sem semente (apirênicas): Sugraone; Thompson Seedless; Crimson Seedless. Muitas cultivares tem sido introduzidas por pesquisadores e produtores contudo, problemas com adaptação (fertilidade). As cultivares com melhor desempenho produtivo na região (Perlette e Centennial), não apresentam qualidade desejável para exportação. 67
68 Uvas finas de mesa: Para atender à demanda do setor produtivo é prioritário o desenvolvimento de novas cultivares de uva fina de mesa; O mercado requer a produção de uvas apirênicas e estas devem ser adaptadas às diferentes regiões produtoras do pais; Cultivares que apresentem elevada fertilidade natural e qualidade compatível com às exigências do mercado; Resistentes às doenças predominantes na viticultura nacional, interferindo nos custos de produção e na sustentabilidade do setor produtivo; Dormência fisiológica das gemas deve ser considerada (atualmente contornada com reguladores de crescimento); Contudo, a criação de cultivares menos exigentes (adaptadas), reduziriam a utilização de reguladores (em fase de proibição); 68
69 Uvas comuns de mesa: Concentrada na região sul do pais (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo); Niágara Rosada é a principal cultivar (80% da produção); Isabel e Niágara Branca (20%); Vênus, Dona Zilá e Tardia de Caxias são novas alternativas em fase de difusão no país; Apesar de a oferta destas uvas estar concentrada entre dezembro e fevereiro representam um volume de 50% na comercialização in natura ; Muitos consumidores preferem este tipo de produto (mercado interno), cujos preços (entressafra), são equivalentes ou superiores às finas. 69
70 Uvas comuns de mesa: Período de comercialização restrito em função da falta de cultivares precoces e mais tardias, assim como a dificuldade de adaptação (Nordeste); A ampliação da oferta depende do desenvolvimento de cultivares precoces e tardias (Sul) e adaptadas aos trópicos (escalonamento da produção); Novas cultivares devem manter o nível de resistência à doenças das tradicionais e superiores quanto a resistência ao transporte/armazenamento 70
71 Uvas para vinho: A viticultura nacional tem-se utilizado de uma centena de cultivares para a elaboração de diferentes categorias de vinho; Similar ao que ocorre com as uvas de mesa, também existem dois tipos característicos de vinho: Vinhos finos de mesa, elaborados com uvas de V. vinifera; Vinhos de mesa ou comuns, elaborados a partir de uvas americanas V. labrusca, V. bourquina e cultivares híbridas interespecíficas; Apesar dos esforços envidados para substituir uvas americanas por uvas finas, cerca de 80% do vinho brasileiro é comum; 71
72 Uvas para vinho: Ao que parece, dois fatores têm mantido a hegemonia dos vinhos de mesa: Adaptação de cultivares às condições das zonas produtoras; Preferência de significativa parcela de consumidores pelo vinho comum (características organolépticas ou preço); Neste contexto, parece não haver demanda clara do setor produtivo no que concerne aos vinhos comuns; Todavia as cultivares utilizadas satisfaçam o setor produtivo, interessante melhorar o desempenho agronômico mantendo a tipicidade do vinho; 72
73 Uvas para vinho: A tipicidade é uma das principais características visadas para os vinhos finos; A distinguibilidade dos vinhos brasileiros, pouco evidente em função dos problemas de falta de adaptação de cultivares de V. vinifera (clima e solo); Doenças fúngicas oferecem riscos constantes à produção (ações de controle), onerando os custos de produção; Caracteriza-se a demanda por cultivares (brancas ou tintas), resistentes à doenças fúngicas (podridões), elevado teor de açúcares e acidez equilibrada, aptas a elaboração de vinhos com tipicidade varietal. 73
74 Uvas para suco: A produção nacional de suco de uva está concentrada no Rio Grande do Sul; Principais cultivares utilizadas são Isabel, Concord e Bordô, além de outras com importância secundária (Jacquez e Seibel 1077); A Concord (aroma e sabor), é referência em qualidade; A Isabel é bastante utilizada pelo volume de uva disponível, enquanto a Bordô, Jacquez e Seibel 1077 participam como melhoradoras de cor; Também são elaboradas pequenas quantidades de suco branco (Niágara); A grande preocupação do setor produtivo, atualmente, é a redução de custos (aumentar a competitividade do suco brasileiro); 74
75 Uvas para suco: Principal problema é a baixa graduação glucométrica da matéria prima, implicando em um rendimento industrial 6-7kg de uva para kg de suco; O baixo teor de açúcar, além de prejudicar o produtor, por receber menos (legislação), faz com que a matéria prima torne-se cara à indústria; Implica em custos adicionais desde o transporte de maior volume ao maior custo operacional da fábrica para obtenção do kg de suco concentrado; Desta forma a prioridade no melhoramento de uvas para suco é obter cultivares que atinjam naturalmente elevado grau glucométrico nas condições de clima do Rio Grande do Sul; Criação de cultivares de maturação precoce e tardia (ampliar o período de colheita, escalonar o uso da mão de obra e aumentar o processamento); 75
76 Uvas para suco: Com uma visão de médio longo prazo, merece atenção dos melhoristas a criação de cultivares também adaptadas à mecanização (custos); O desenvolvimento de cultivares aptas à elaboração de suco adaptadas e adaptadas a climas tropicais é uma demanda imediata (MT, GO, PE, BA); Novas cultivares de uva adaptadas às condições tropicais brasileiras (Isabel Precoce, BRS Cora e BRS Violeta; È evidente a necessidade de novas cultivares para a produção de suco nas regiões tropicais do Brasil (ciclo curto, viabilizem 2,5 ciclo ano -1 ) 76
77 Uvas para passas: O Brasil não produz passas de uva, não havendo uma demanda imediata neste setor; Contudo nas condições do Nordeste brasileiro a médio prazo pode ocorrer uma inversão neste quadro atual; As características gerais visadas em uma cultivar destinada à produção de passas são: Apirenia; Tamanho de baga (grandes), maior massa pós secas; Sabor (equlíbrio SST:ATT). O desenvolvimento de cultivares adaptadas à colheita mecânica é o objetivo perseguido na Califórnia para reduzir os custos de produção. 77
78 Porta-enxertos: Mais de uma dezena de porta-enxertos tradicionalmente empregados na viticultura de países de clima temperado são usados no sul do Brasil; Contudo, todos eles são sensíveis à Margarodes ou Pérola-da-terra (Eurhizococcus brasiliensis), praga autóctone da região sul do Brasil; O cultivo em regiões infestadas têm sido muito difícil, quando não impossível; Presume-se que a utilização de resistentes seja a solução (V. rotundifolia como fonte de resistência); Em regiões tropicais tem-se utilizado três PE do Instituto Agronômico de Campinas: IAC 313 Tropical (vigoroso); IAC 572 Jales (vigoroso); IAC 766 Campinas (menos vigoroso, uvas sem semente). 78
79 Porta-enxertos: Necessário o desenvolvimento de PE cujo ritmo vegetativo adapte-se às condições tropicais (sem repouso (dormência)) e de vigor moderado; Características necessárias para o plantio adensado (rápido retorno investido pela precocidade na produção); Plantas menores são de mais fácil manejo e proporcionam condições de maior rigor das práticas de manejo (controle quantitativo e qualitativo). 79
80 Proteção e registro de novas cultivares: No Brasil, os descritores oficiais exigidos para a proteção de novas cultivares seguem as orientações da União Internacional para a proteção de Obtenções Vegetais (UPOV), em vigor desde 2001; O ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é o órgão responsável pela proteção e registro de novas cultivares no Brasil; Informações e orientações pertinentes podem ser obtidas no endereço eletrônico 80
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