FORMA DE CESSAÇÃO DE VALIDADE DA NORMA: REVOGAÇÃO E CADUCIDADE

Transcrição

1 FORMA DE CESSAÇÃO DE VALIDADE DA NORMA: REVOGAÇÃO E CADUCIDADE

2 O ato de revogar consiste em tornar sem efeito uma norma, retirando sua obrigatoriedade

3 REVOGAR determinada lei significa retirar-lhe sua eficácia (qualidade daquilo que alcança os resultados planejados), torná-la nula, uma vez que sua aplicabilidade é extraída do mundo jurídico.

4 A revogação da lei é o gênero que poderá ter as seguintes espécies a depender da classificação: a) Quanto à sua extensão: - Derrogação - Ab-rogação

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6 No Brasil, o art. 2º da LINDB estabelece a regra da revogação, afirmando que uma lei terá vigência (e será válida) até que outra a modifique ou revogue.

7 A derrogação é a revogação parcial de uma lei, ou seja, somente uma parte da lei é revogada e o restante continua em vigor. Exemplo da Lei de Adoção (Lei de 03/08/2009), a qual revogou artigos parágrafo único do art e a do atual Código Civil.

8 A ab-rogação é a revogação total de uma lei. Ou seja, toda a lei é suprimida. Logo, todos os dispositivos daquela lei não serão mais usados e nem válidos. Exemplo é o Código Civil de 2002, o qual ab-rogou o Código Civil de 1916.

9 Uma lei A, pois, possui dez artigos. Haverá ab-rogação se uma lei B revogar todos esses artigos; se um ou alguns deles não for revogado, terá ocorrido a derrogação.

10 b) Quanto à forma de execução: - Expressa - Tácita

11 A revogação expressa ocorre quando a nova lei declara que a antiga lei será total ou parcialmente extinta. Ex.: O Código Civil, no qual os artigos a estão sob a inscrição (Revogados pela Lei n , de ).

12 Assim, quando a lei diz a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare (...), estamos diante de uma revogação expressa.

13 A revogação tácita ocorre quando a nova lei não contém declaração no sentido de revogar a lei antiga, mas isto ocorre porque a nova legislação se mostra incompatível com a antiga ou regula por inteiro a matéria de que tratava a lei anterior.

14 Vejamos o que diz a LINDB a respeito: Art. 2º, 1 o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

15 É o que ocorre com o art. 34 do Código de Processo Penal. Referido dispositivo reza que Se o ofendido for menor de 21 (vinte e um) e maior de 18 (dezoito) anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal.

16 E quando aduz: (...) quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior., é caso de revogação tácita.

17 Nos casos de coexistirem normas contraditórias, aplicamos o critério cronológico. Logo, prevalece a norma mais recente (lex posterior derogat legi priori).

18 Nos casos em que a lei nova que tenha caráter amplo e geral, passar a normatizar por completo determinada matéria regulada em lei que já exista, a lei revogadora (nova lei), irá substituir por inteiro a lei antiga.

19 De acordo com o critério hierárquico (lex superior derogat legi inferiori), entre normas jurídicas inconciliáveis deve ser aplicada a de estatura superior.

20 Segundo o critério da especialidade (lex specialis derogat legi generali), a norma especial revoga a geral quando disciplinar, de forma diversa, o mesmo assunto.

21 Assim, em que pese uma lei nova regrar disposições gerais ou até mesmo especiais a respeito de uma lei que já exista esta nova lei não irá revogar a lei velha. A lei antiga somente será revogada se houver incompatibilidade para com a nova.

22 IMPORTANTE: O art. 2º, 2 da LINDB. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

23 Após 1998, toda nova lei criada em nosso país, quando for incompatível com normas contidas em outras leis, deve indicar expressamente quais revoga, sob pena de descumprir determinação da Lei Complementar n. 95/98.

24 Isso obriga o legislador a ser mais cuidadoso, checando todas as normas jurídicas existentes em nosso Estado, antes de propor um novo projeto de lei.

25 A lei temporária não perde a validade por ser revogada por outra, mas por disposição própria, determinando que sua eficácia cessará automaticamente após a situação prevista. Ocorrida a situação, dizemos que houve a caducidade da lei.

26 Caducidade, assim, significa a perda da validade de uma lei por superveniência da situação fática ou temporal prevista.

27 Exemplo: Será temporária a lei que vigorar durante um evento, como a Copa do Mundo, ou uma situação qualquer, como uma epidemia ou uma guerra.

28 ATIVIDADE 1. Que significa revogar uma Lei? 2. Quando que a lei contém características para sofrer revogação? 3. Definir Revogação: a) tácita b) expressa c) total d) parcial 4. Quando ocorre a caducidade da Lei?

29 5. Uma lei criada em 2010 pode determinar, em um artigo, que o comportamento X é permitido. Antes dela, podemos imaginar que houvesse outra lei, de 2000, com artigo determinando que o mesmo comportamento X é proibido. Por descuido, em 2010, o legislador não revogou expressamente o artigo da lei de Que tipo de revogação se aplica?