REPRESENTAÇÃO COMERCIAL REMUNERAÇÃO E TRIBUTAÇÃO

Transcrição

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2 REPRESENTAÇÃO COMERCIAL REMUNERAÇÃO E TRIBUTAÇÃO

3 O QUE É UM REPRESENTANTE COMERCIAL? Art. 1º Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para, transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios. (lei 4.886/65)

4 EXISTE VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM O REPRESENTANTE COMERCIAL? 1. HABITUALIDADE 2. SUBORDINAÇÃO 3. RECEBIMENTO DE SALÁRIO

5 Situações que podem gerar vínculo de emprego entre representante e representado 1. Relação de subordinação 2. Submissão a horário de trabalho definido pela empresa 3. Prestação de serviço dentro da empresa 4. Representante ser pessoa física 5. Representante só trabalhar para a representada

6 REMUNERAÇÃO DO REPRESENTANTE COMERCIAL Lei nº 4.886/1965 não estabelece qual a remuneração, mas somente a indenização em caso de rescisão contratual Fixação da comissão é definida contratualmente entre representante e representado

7 QUANDO SURGE O DIREITO AO RECEBIMENTO DA COMISSÃO? Art. 32. O representante comercial adquire o direito às comissões quando do pagamento dos pedidos ou propostas.

8 BASE DE CÁLCULO DA COMISSÃO 1. O que integra a base de cálculo da comissão a ser paga pelo representado?

9 COMISSÃO: VALOR DO PEDIDO x VALOR DA MERCADORIA Qual o critério que deve ser observado para o pagamento da comissão? O valor do pedido (com a inclusão dos impostos) ou o valor da mercadoria como base de cálculo da comissão?

10 Art 32 4 As comissões deverão ser calculadas pelo valor total das mercadorias. (Lei 4.886/65)

11 O que se entende por valor total das mercadorias? Deve ser incluída na base de cálculo da comissão os valores relativos a PIS/COFINS, ICMS e IPI?

12 ENTENDIMENTO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 1. A melhor interpretação a ser conferida ao aludido dispositivo é no sentido de que a comissão deve ser calculada com base no preço da mercadoria no momento da venda intermediada pelo representante, o que corresponde ao valor total do produto até essa fase da comercialização. 2. Sendo o IPI imposto indireto, assim como outros tributos que integram a composição do preço da mercadoria na saída do estabelecimento industrial e comportam repasse pela sociedade empresária industrial representada aos adquirentes, não poderá ser abatido da base de cálculo da respectiva comissão devida ao representante comercial que intermediou a operação mercantil. (REsp /MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 05/10/2010, DJe 13/02/2012)

13 OUTRA DECISÃO DO STJ 1. A lei não faz distinção, para os fins de cálculo da comissão do representante, entre o preço líquido da mercadoria -excluídos os tributos -, e aquele pelo qual a mercadoria é efetivamente vendida e que consta na nota fiscal. 2. O preço constante na nota fiscal é o que melhor reflete o resultado obtido pelas partes (representante e representado), sendo justo que sobre ele se apoie o cálculo da comissão. (REsp /RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/06/2013, DJe 25/06/2013)

14 SITUAÇÕES POSSÍVEIS E CONSEQUENCIAS 1. Se no contrato de representação comercial consta claramente que a comissão será calculada com base no valor do produto, descontados os impostos?

15 1º entendimento A legislação reguladora do contrato de representação comercial previu que as comissões deveriam ser calculadas pelo valor total das mercadorias (Lei nº 4886/65, art. 32 4º), sem fazer qualquer menção à inclusão ou exclusão do ICMS. Não havia óbice, portanto, a que as partes contratassem a exclusão do valor do imposto para efeito de pagamento das comissões, utilizando o valor da mercadoria, em sentido estrito, como base de cálculo. A autora não se insurgiu contra esse desconto, e é incontroverso nos autos que tal base de cálculo era adotada desde o início do relacionamento. E de lá até a rescisão do contrato assim permaneceu a avença. A forma de execução do contrato foi mantida nesses termos (com dedução do valor do ICMS para cálculo das comissões), e se consolidou. Essa constatação leva à conclusão de que a pretensão da autora viola a boa-fé objetiva, pois contradiz conduta adotada há anos, revelando comportamento contraditório inadmissível (venire contra factum proprium non potest). Apelação provida em parte. (TJSP, Apel , Rel. Des. Sandra Galhardo Esteves, 12ª Câm Dir, Privado, julg )

16 2º entendimento NULIDADE DAS CLÁUSULAS DO CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL QUE ESTIPULA A EXCLUSÃO DOS IMPOSTOS DA BASE DE CÁLCULO PARA PAGAMENTO DAS COMISSÕES DE VENDA. RESTITUIÇÃO DA DIFERENÇA DAS COMISSÕES DEVIDA. PRECEDENTES DESTA CORTE E DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. (TJRS, Apel RS, rel. Des. Adriana da Silva Ribeiro, 10ª Câm. Cível, julg )

17 QUAL A SAÍDA? - Formatação de novas formas jurídicas de relações comerciais, tais como o contrato de distribuição ou de comissão

18 CONTRATO DE AGENCIAMENTO (atual denominação da repr. comercial) Art Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada

19 CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO Art Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada

20 - CONTRATO DE COMISSÃO A comissão é um contrato de colaboração empresarial, mas ao contrário do mandato, o comissário não representa, nos negócios que pratica, o comitente. O comissário adquire ou vende bens à conta do comitente, mas contrata em nome próprio, e não em nome da empresa a que presta colaboração (art. 693).