CARTILHA DA LEI GERAL DA MICROEMPRESA E DA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DO MUNICÍPIO DE CURITIBA
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- Caio Paranhos Campos
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1 CARTILHA DA LEI GERAL DA MICROEMPRESA E DA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DO MUNICÍPIO DE CURITIBA
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3 Curitiba tem se mostrado uma cidade dinâmica e de grandes oportunidades para os trabalhadores e empreendedores. A vitalidade dos empreendimentos produtivos da nossa cidade é encontrada em todas as regiões e o número de empresas formalizadas não para de crescer. No entanto, o número de empresas que fecham antes de completar três anos é muito alto em nosso Município. A Administração reconhece que os milhares de estabelecimentos empresariais são parte importante da riqueza econômica urbana. Neste universo, as Micro e Pequenas Empresas representam mais de 90% e por isso são reconhecidas como estratégicas para o desenvolvimento da cidade. Elas são as maiores geradoras de empregos e renda. Nos momentos de crises nacionais e globais, são elas que garantem o sustento de milhares de famílias curitibanas. Em 2006 o Congresso Nacional aprovou o Estatuto Nacional da Microempresa, da Empresa de Pequeno Porte e do Microempreendedor Individual - Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, alterada pela Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008, e desde então Estados e Municípios estão implementando suas leis. Essa normatização, reivindicada por vários setores da sociedade, visa regularizar e ampliar benefícios tributários e de negócios, como o tratamento diferenciado em licitações públicas, conforme regulamentação complementar das compras governamentais federais feita em 2007, pelo Decreto nº No Plano de Governo há destaque para o fato de que Curitiba não pode ficar dependente apenas das políticas de desenvolvimento empresarial dos governos federal e estadual, devendo utilizar todos os instrumentos possíveis para auxiliar os empreendedores curitibanos a fazer crescer os seus negócios e tornar suas empresas sustentáveis. É neste espírito de aliança do Governo Municipal com os empreendedores de Curitiba que a presente Lei Complementar foi promulgada, considerando a necessidade de criar e atualizar as regras contidas na legislação municipal, especialmente no que se refere a: inscrição e baixa das Micro e Pequenas Empresas; isenção e não incidência das taxas; tratamento favorecido nas contratações públicas; criação do Espaço Empreendedor; educação empreendedora; associativismo; estímulo ao crédito e à capitalização; inovação e criatividade, dentre outros. O compromisso da Administração é posicionar Curitiba no patamar das principais cidades inovadoras e criativas do mundo por meio de incentivos e instrumentos de fomento do poder municipal, redefinindo o perfil econômico da cidade nas próximas décadas. Por essas razões, além do amplo e justificado interesse público, certeza há de que a partir dos novos incentivos proporcionados por esta legislação será possível contar com o trabalho mais produtivo dos Microempreendedores Individuais e das Micro e Pequenas Empresas na construção de uma Curitiba economicamente mais justa e sustentável.
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5 POR QUE A LEI? A Lei Geral Municipal garante, como política de governo, o tratamento diferenciado e favorecido instituído pelo Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, por meio da Lei Complementar (federal) 123, de 14 de dezembro de Algumasrazões podem ser apontadas como fundamentais para a edição dessa lei. A primeira razão é de ordem legal. A própria Lei Complementar (federal) nº 123/2006 determina que os Municípios e os demais entes da federação, nos limites de suas respectivas competências, editem as leis e demais atos necessários para assegurar o pronto e imediato tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido às Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte. A segunda razão é de ordem pública e relevante interesse socioeconômico. Considerando que as microempresas e as empresas de pequeno porte formam a base da economia municipal, com enorme potencial no desenvolvimento local e regional, é de todo interesse da autoridade política comprometida com o seu Município, na geração de empregos, na formalização dos pequenos negócios e no desenvolvimento sustentável, a aplicação integral do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Finalmente, esta lei complementar atende a Lei Orgânica do Município de Curitiba que, através do art. 142, assegurou que as Microempresas e as Empresas de Pequeno Porte devem receber tratamento jurídico diferenciado, visando ao incentivo de sua criação pela simplificação de suas obrigações administrativas e tributárias. A LEI GERAL MUNICIPAL TRAZ AO MUNICÍPIO DE CURITIBA O ESTATUTO NACIONAL DA MICRO E PEQUENA EMPRESA O QUE ESPERAR DA LEI? Essa Lei visa estimular o empreendedorismo na cidade de Curitiba e região e contribuir para o desenvolvimento econômico sustentável do Município, pelo incentivo à criação de novas empresas, regularização das informais e fortalecimento dos empreendimentos existentes. Ambiente legal favorável aos negócios Redução da burocracia para a abertura, alterações e baixas de empresas; Estímulo à formalização de empresas; Redução de tributos e isenção de taxas; Maior acesso ao crédito; Maior acesso às compras do poder público municipal; Ampliação das oportunidades de negócios; Incentivo à geração de emprego e rendas; Ampliação da competitividade e busca de capacitação tecnológica.
6 QUEM É A MICROEMPRESA E A EMPRESA DE PEQUENO PORTE? E O MEI? O enquadramento como Microempresa, Empresa de Pequeno Porte ou Microempreendedor Individual MEI está no Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, instituído pela Lei Complementar Federal nº 123, de O Microempreendedor Individual é uma Microempresa que fatura até R$ ,00 por ano e que atende a outros requisitos da Lei. Microempresa é a que apresenta receita bruta anual igual ou inferior a R$ ,00 e a Empresa de Pequeno Porte é a empresa que apresenta receita bruta anual superior a R$ ,00 e igual ou inferior a R$ ,00 COMO ESSA LEI AJUDA O MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL - MEI? A lei acolhe integralmente as regras existentes no Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Ou seja, aplicam-se ao MEI: A facilidade para registro e legalização; Isenção de custas, taxas e emolumentos relativos a alvarás, licenças, registros etc.; Isenção de Imposto de Renda, CSLL, IPI, INSS PATRONAL, PIS E COFINS; Se não tiver empregado, recolherá R$ 1,00 de ICMS, caso esteja vinculado a esse imposto; R$ 5,00 de ISS, caso esteja vinculado a esse imposto municipal e 5% do salário mínimo (totalizando atualmente R$ 36,20); Pode ter um empregado, que ganhe um salário-mínimo ou o salário base da categoria profissional. Nesse caso, haverá o recolhimento total de 11%: - Do empregado: 8% sobre a remuneração - Do patrão: 3% sobre a remuneração; Possibilidade de funcionamento na própria residência; Dispensa de emitir Nota Fiscal nas vendas ou serviços ao consumidor pessoa física. A Lei de Curitiba expressamente diz que não incidirão as Taxas de Localização, Expediente, Licenciamento Ambiental, Vigilância Sanitária, Emolumentos e quaisquer outros custos relativos ao procedimento de registro, abertura, alterações e renovações do Alvará de Licença de Localização e demais licenças do Microempreendedor Individual. A Lei de Curitiba também diz que a formalização do Microempreendedor Individual continuará sendo efetuada pela internet, através do aplicativo de coleta de dados no endereço ou outro que venha a substituí-lo. Poderá ocorrer ainda nos Espaços Empreendedor, coordenados pela Agência Curitiba nas Ruas da Cidadania e na sede do SEBRAE/PR. ISENÇÃO DE TRIBUTOS Além do MEI, a Lei Complementar também traz uma vantagem adicional: a isenção às Microempresas das taxas de Localização, Expediente, Licenciamento Ambiental e Vigilância
7 Sanitária, incidentes sobre as licenças necessárias para o início de suas atividades considerase em início de atividade aquela empresa que se encontra no período de 180 dias a partir da emissão do CNPJ. Mas, atenção: a isenção não se estende às Empresas de Pequeno Porte - EPP. COMO AS ME/EPP SERÃO FAVORECIDAS AO PARTICIPAREM DAS LICITAÇÕES DOS ÓRGÃOS E ENTIDADES DO MUNICÍPIO DE CURITIBA? Toda a Administração Pública municipal direta e também as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as demais entidades, controladas direta ou indiretamente pelo Município de Curitiba, estão obrigados a dispensar tratamento favorecido nas aquisições de bens, serviços e obras que realizarem. POLÍTICA DE COMPRAS: USO DO PODER DE COMPRA DO ESTADO - Comprar de segmentos estratégicos e relevantes para o desenvolvimento econômico e social sustentável. Esse tratamento favorecido consiste em: CRITÉRIO DE DESEMPATE: Nas licitações será assegurada, como critério de desempate, preferência de contratação para as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada. Na modalidade de Pregão, o intervalo percentual estabelecido será de até 5% (cinco por cento) superior ao melhor preço. FACULTADA LICITAÇÃO EXCLUSIVAMENTE PARA MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE: processo licitatório destinado exclusivamente à participação de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, para a aquisição de bens e contratação de serviços cujo valor seja de até R$ ,00. RESERVA DE COTA: Os órgãos ou entidades municipais poderão reservar cota de até 25% do objeto, para a contratação de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. A reserva de cota não impede a contratação das Microempresas ou Empresas de Pequeno Porte na totalidade do objeto.
8 POSSIBILIDADE DE SUBCONTRATAÇÃO: No fornecimento de bens, serviços e obras, o edital da licitação poderá trazer exigência de subcontratação de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, desde que o percentual máximo do objeto a ser subcontratado não exceda a 30% (trinta por cento) do total licitado. REGULARIDADE FISCAL: A comprovação de regularidade fiscal das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte somente será exigida para efeito de assinatura do contrato, e não como condição para participação na licitação. Havendo alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal, será assegurado o prazo de dois dias úteis, cujo termo inicial corresponderá ao momento em que o proponente for declarado vencedor do certame, prorrogável por igual período, para a regularização da documentação, pagamento ou parcelamento do débito e emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com efeito de certidão negativa. O MEI TAMBÉM PODERÁ PARTICIPAR DAS LICITAÇÕES COM OS BENEFÍCIOS DESCRITOS PARA A ME/EPP? Sim. Embora a Lei Complementar se refira a tratamento diferenciado e simplificado para as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, o MEI é uma microempresa em razão de seu porte, ou seja, está dentro da definição legal de microempresa e tem todas as vantagens desta. O MEI TEM A NATUREZA JURÍDICA DE MICROEMPRESA E SUA INDIVIDUALIZAÇÃO É APENAS PARA EFEITO DE AUFERIR DETERMINADAS VANTAGENS ESPECÍFICAS, EM RAZÃO DO SEU PORTE DIMINUTO. PROGRAMA CURITIBA EMPREENDEDORA A Lei Complementar traça, como objetivo do Programa Curitiba Empreendedora, impulsionar a criação e o desenvolvimento dos empreendedores e das empresas curitibanas por meio de orientações e informações, assessorias especializadas, apoio à formalização das empresas, capacitação empresarial, intermediação para acesso ao crédito, compras públicas fomentadoras da economia local e fortalecimento de um ambiente urbano favorável aos negócios em geral. Art. 21. Caberá à Administração Municipal, por meio da Agência Curitiba de Desenvolvimento S/A, promover ações públicas com vistas ao desenvolvimento local e territorial, mediante ações comunitárias, individuais ou coletivas, que busquem o cumprimento das disposições e das diretrizes contidas na Lei Complementar Federal nº 123, de 2006, e alterações posteriores.
9 O QUE É O ESPAÇO EMPREENDEDOR? A Lei Complementar do Município cria o Espaço Empreendedor, ou seja, um local público nas Ruas da Cidadania, destinado ao empresário/empreendedor para: I - disponibilizar informações necessárias à emissão de inscrição municipal e do Alvará de Licença para localização; II - orientar acerca dos procedimentos necessários para a regularização da situação fiscal e tributária dos contribuintes; III - orientar quanto à participação nas compras governamentais, especialmente aquelas realizadas pelo Município; IV - orientar no acesso ao crédito; V - promover a capacitação dos empreendedores, inclusive com ações voltadas às mulheres empreendedoras; VI - orientar na busca de soluções tecnológicas; VII - disponibilizar assessorias empresariais. Art. 22. Com o objetivo de orientar os empreendedores, fica criado o Espaço Empreendedor no âmbito do Programa Curitiba Empreendedora, com as seguintes atribuições: (...) EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA A cultura empreendedora é uma das preocupações da Lei Complementar e objetiva criar no município uma cultura empreendedora perene, bem como disseminar conhecimento sobre gestão de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, associativismo, cooperativismo, empreendedorismo e assuntos afins. A ação enfocada compreende também parcerias com instituições públicas e privadas, para o desenvolvimento de projetos de educação empreendedora. Art. 23. A Administração Municipal poderá promover parcerias com instituições públicas ou privadas, para o desenvolvimento de projetos que tenham por objetivo valorizar o papel do empreendedor, disseminar a cultura empreendedora e despertar vocações empresariais. ASSOCIATIVISMO A Lei Complementar orienta e/ou autoriza o Poder Executivo a dar ênfase, em sua política pública, ao associativismo e cooperativismo, buscando o desenvolvimento local integrado e sustentável e a implementação de associações e sociedades cooperativas de trabalho, tendo em vista a inclusão da população do Município de Curitiba no mercado produtivo, fomentando alternativas para a geração de trabalho e renda.
10 Art. 25. A Administração Municipal incentivará as Microempresas e as Empresas de Pequeno Porte a se organizarem em sistemas associativos e cooperativos, a fim de desenvolver suas atividades por meio de: I - estímulo à inclusão do estudo do cooperativismo e do associativismo nas escolas II - do Município de Curitiba (...) estímulo às formas cooperativas de organização social, econômica e cultural nos diversos ramos de produção, com base nos princípios gerais do associativismo e na legislação vigente; III - estabelecimento de mecanismos para implementação de associações e sociedades cooperativas de trabalho, (...) ESTÍMULO AO CRÉDITO E À CAPITALIZAÇÃO A Lei Complementar, em relação ao crédito e à capitalização das empresas, prevê apoio com: A oferta de linhas de microcrédito, operacionalizadas por instituições financeiras com atuação no Município de Curitiba; A instalação de estruturas legais focadas na garantia de crédito, com atuação no Município de Curitiba; A criação de cooperativas de crédito e de outras instituições financeiras, públicas ou privadas, que tenham como principal finalidade a realização de operações de crédito com Microempresas e Empresas de Pequeno Porte; A ações de intermediação de crédito para alavancar os investimentos dos empreendedores estabelecidos no Município de Curitiba. Art. 26. Para fins de estímulo ao crédito e à capitalização de Microempreendedores Individuais, Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, a Administração Municipal poderá reservar percentual de seu orçamento anual, a ser utilizado para apoiar programas de crédito e de garantias, isoladamente ou de forma suplementar aos programas já instituídos pelo Município, pelo Estado ou pela União. INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE A Lei Complementar prevê um amplo estudo da capacidade inovadora das empresas sediadas no Município, cujo diagnóstico servirá de amparo a programas de apoio à inovação e criatividade das microempresas e empresas de pequeno porte de Curitiba e região. Art. 29. Fica a Administração Municipal autorizada a firmar parcerias ou convênios com instituições públicas ou privadas para promover a inovação e competitividade, em especial nos setores da economia criativa, economia verde e economia digital.
11 DIA MUNICIPAL DO MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL, DA MICROEMPRESA, DA EMPRESA DE PEQUENO PORTE E DO DESENVOLVIMENTO. Este dia será comemorado no dia 5 de outubro de cada ano.
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INTRODUÇÃO. Apresentação
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