COGNIÇÃO E RELEVÂNCIA: UMA ANÁLISE PRAGMÁTICA DA INERPRETAÇÃO INFERENCIAL DE ENUNCIADOS

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1 COGNIÇÃO E RELEVÂNCIA: UMA ANÁLISE PRAGMÁTICA DA INERPRETAÇÃO INFERENCIAL DE ENUNCIADOS Dr. Sebastião Lourenço dos Santos 1 sebastiao.santos@utp.br INTRODUÇÃO Dra. Elena Godoi 2 elenag@ufpr.br Tradicionalmente, a cognição é entendida como a capacidade que os indivíduos têm de converter em conhecimento as informações captadas do meio em que vivem. Por esse viés, a cognição representaria o modo da mente processar informações que conduzem o homem à produção do conhecimento (PINKER, 1994/2002). Como a meta da cognição humana é produzir sempre um melhoramento, uma ampliação e um aprofundamento do conhecimento de mundo das pessoas, temos boas razões para pensarmos no modo como as informações são colhidas e processadas, já que, na interação verbal, em cada momento do processo interpretativo a cognição desempenha muitas e diversas tarefas. Podemos, num primeiro momento, especular sobre o fato de as capacidades sensoriais humanas coordenarem mais informações do que as capacidades conceptuais mentais podem processar, ou seja, o sistema computacional humano tem sempre uma grande quantidade de tarefas por acabar (FODOR, 1983). Para os mecanismos cognitivos complexos, como os dos seres humanos, existe a formulação e a tentativa de responder a questões/informações novas, mesmo que os custos de processamento envolvidos sejam grandes. O principal problema para o processamento eficiente das informações é, pois, o de conseguir uma maior contribuição para as metas cognitivas gerais da mente com um mínimo de custo de processamento. Por isso, na interação comunicativa, uma informação tem de ser relevante, tanto para o falante quanto para o ouvinte. 1 Professor adjunto da Universidade Tuiuti do Paraná. 2 Professora associada da Universidade Federal do Paraná. Eletras, vol. 20, n.20, jul

2 Uma informação é cognitivamente relevante quando, na interpretação de um enunciado, existirem informações novas que, ligadas às informações antigas armazenadas na memória conceitual, gerarem informações derivadas dessas duas. Mas como se dá tal processo? Imaginemos o seguinte diálogo entre dois professores universitários: (1) Professor 1: Como foi o congresso? Professor 2: Eu detesto gente metida. Observe-se que, do ponto de vista comunicativo, a implicação expressa explicitamente pelo enunciado do professor 1 nada mais é do que especular sobre a opinião do professor 2, a respeito do congresso que este participou. Contudo, no enunciado do professor 2 existe mais do que o conteúdo explícito, já que ele tenciona manifestamente que o professor 1 tire algumas conclusões daquilo que disse, e não apenas umas conclusões quaisquer, e a partir disso interprete seu enunciado. É pouco provável que o professor 1 infira um significado idêntico ao que comunicou o professor 2, mas é bem provável que o primeiro professor infira um significado próximo disso. Psicologicamente um significado é uma atitude mental que trata a intenção informativa do falante como uma intenção de provocar no ouvinte certas atitudes mentais. Qualquer pessoa interessada em descrever a cognição humana e os processos inferenciais, terá boas razões para crer que é proposicional aquilo que é comunicado em um enunciado, haja vista que, semanticamente, todo enunciado contém um (ou mais) conteúdo informativo. Os conteúdos e as atitudes proposicionais parecem, assim, fornecer os únicos fundamentos relativamente sólidos sobre os quais é possível basear, em parte ou no todo, uma teoria inferencial da comunicação. Acontece que a maioria das descrições linguísticas que se apresentam atualmente sobre a comunicação humana evita toda referência relacionada aos pensamentos, às intenções, desejos, valores, etc. dos interlocutores, ou supõe que a intenção daquele que comunica é a de provocar num interlocutor certos pensamentos específicos. Por isso, como nosso interesse neste artigo é tentar explicar como se processa cognitivamente a Eletras, vol. 20, n.20, jul

3 interpretação na comunicação humana, nos apoiaremos nos conceitos e explicações da Teoria da Relevância (TR) de Sperber e Wilson (1986/95) para analisarmos enunciados produzidos em contexto acadêmico. INTENÇAO E RELEVÂNCIA A relevância é, segundo Sperber e Wilson, uma propriedade psicológica que faz com que uma informação comunicada por um falante valha a pena ser inferida, ou seja, deduzida, em termos de efeito e esforço de processamento por um ouvinte. Segundo os autores, o efeito cognitivo resultante desse processo é capaz de modificar o ambiente cognitivo do ouvinte fortalecendo informações já existentes na memória enciclopédica, contradizendo-as ao fornecer evidências decisivas contrárias ou se combinando com novas informações que determinam implicações contextuais relevantes. Todo o trabalho de interpretação ocorre por meio de um princípio cognitivo: o Princípio de Relevância (PR) i. Segundo o PR, a atenção humana e seus recursos de processamento estão dirigidos apenas às informações mais relevantes. E a interpretação mais relevante é aquela que causa maior efeito cognitivo e exige o menor esforço de processamento. A atribuição de intenção à comunicação é uma característica da cognição e das interações entre seres humanos e ocorre sempre em um contexto. Segundo a TR, o contexto é um construto psicológico, próprio do ser humano, formado por um subconjunto de representações sobre o mundo, representações que afetam a interpretação dos enunciados, e não o estado real do mundo. Sendo assim, um contexto não se limita nem às informações que se referem ao ambiente físico imediato nem às informações que se referem às elocuções imediatamente anteriores; apenas aos ambientes cognitivos dos interlocutores. Como dois indivíduos nunca partilham o mesmo ambiente cognitivo (não existe um clone de mim mesmo), as interpretações não podem ser mutuamente conhecidas para algo ser mútuo, teria que ser simétrico. A manifestação de um fato, sim, pode ser mútua porque é assimétrica, como a comunicação. Em meio a tudo isso, os seres humanos conseguem de Eletras, vol. 20, n.20, jul

4 algum modo trocar informações nas situações mais improváveis, das quais muito se pode supor acerca daquilo que é mutuamente manifesto aos interlocutores. Analisemos o seguinte diálogo: (2) Aluno: Posso fazer a prova? Professor: É melhor você pedir segunda chamada. Na comunicação espontânea o fornecimento de evidência direta de informação transmitida não requer um rigoroso trabalho inferencial, apesar da comunicação ser ostensiva, ou seja, guiada de alguma maneira à interpretação. Na comunicação inferencial, como a do exemplo acima, comunicar por ostensão é produzir no ouvinte um certo estímulo cognitivo com o objetivo de realizar uma interpretação informativa via inferências. Ter uma intenção comunicativa é tornar mutuamente manifesto ao ouvinte e ao falante que o falante tem essa intenção informativa, ou seja, que ele tem a intenção de tornar mutuamente manifesto uma intenção informativa (uma informação relevante). Essa intenção comunicada, e cognitivamente inferida, altera o ambiente cognitivo mútuo, tanto do ouvinte quanto do falante. Uma mudança no ambiente cognitivo mútuo das pessoas envolvidas num ato comunicativo é uma mudança no ambiente cognitivo das intenções dos interlocutores. Em (2) acima, tornando a sua intenção informativa mutuamente manifesta, o professor cria a seguinte situação: torna mutuamente manifesto que a realização da sua intenção informativa deve ser inferida pelo aluno. Se as suposições que o professor tenciona tornar manifestas ao aluno se tornarem realmente manifestas (ao aluno), como o professor espera, e o aluno interprete a informação inferencialmente, então a comunicação foi bem sucedida, ou seja, se o comportamento do aluno torna mutuamente manifesta a intenção do professor, então a intenção informativa foi bem sucedida. Por outro lado, se o aluno recusa a aceitar essas suposições como verdadeiras ou provavelmente verdadeiras, ou seja, se o enunciado não provocou nenhuma modificação em seu ambiente cognitivo, então o professor falhou na sua intenção informativa. Eletras, vol. 20, n.20, jul

5 3 COGNIÇÃO E PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÕES De acordo com Sperber e Wilson, o sistema cognitivo do ser humano evoluiu com a espécie e se transformou num poderoso mecanismo dedutivo computacional que processa estímulos comunicativos relevantes. Tal mecanismo cognitivo toma como referência um conjunto de informações, velhas e novas, e sistematicamente deduz todas as conclusões que podem ser delas derivadas. As regras cognitivo-dedutivas processam o conteúdo das informações via um cálculo não-trivial em que a verdade das informações envolvidas torna a verdade das conclusões apenas provável se formam hipóteses e se confirmam ou se refutam hipóteses sobre essas informações. O processo cognitivo humano se baseia na hipótese de que a comunicação humana pode falhar mesmo nas melhores circunstâncias, que o ouvinte pode não deduzir a intenção comunicativa do falante, que o ouvinte pode formar uma suposição com base nas evidências fornecidas pelo comportamento ostensivo do falante, ou que poderá haver uma confirmação para uma tal suposição, mas nenhuma prova. Por isso, na Teoria da Relevância o processo cognitivo de interpretação inferencial é não-demonstrativo. Por quê? Porque as conclusões inferenciais não podem ser mentalmente comprovadas, apenas confirmadas contextualmente. Daí que o processo de compreensão inferencial é um raciocínio científico empírico que tem acesso livre a todas as informações conceptuais da memória. A cognição humana está, assim, invariavelmente condicionada à percepção e à representação que os indivíduos têm ou fazem do mundo em que vivem. Nesse processo, os sentidos humanos atuam como captadores de informações e cabe às regras cognitivo-inferenciais da memória operacional fazerem a integração das informações derivadas desses sistemas perceptuais com as informações armazenadas na memória enciclopédica. As inferências não triviais regras cognitivo-dedutivas que não se vinculam à verdade das informações efetuam a transformação da informação captada pelo estímulo sensorial em uma Representação Conceitual do estímulo (RC) uma linguagem mental do estímulo sensorial. A representação mental de um estímulo sensorial sobre um Eletras, vol. 20, n.20, jul

6 fato do mundo é o conceito do estímulo, que será armazenado na memória enciclopédica, visto que é impossível armazenar e processar um estímulo (sensório). O que a memória enciclopédica armazena é a idéia representada por este estímulo, ou seja, a representação do estímulo, nunca o estímulo, seja ele qual for. A inferência com a qual a mente irá trabalhar pode agora ser enriquecida com informações novas e velhas a ponto de uma informação nova ser aceita como verdadeira, provavelmente verdadeira, possivelmente verdadeira ou falsa, pela força da verdade ou da verdade provável de outras informações. A inferência é, então, uma forma processual cognitiva de fixação daquilo que o indivíduo acredita, ou seja, de crença. A função das regras inferenciais é, então, a de garantir a validade lógica do significado (conteúdo psicológico de um enunciado). Os seres humanos são muito eficientes no raciocínio não-demonstrativo, fato que permitiu sua sobrevivência até hoje (TOMASELLO, 2000). No entanto, a inferência nãodemonstrativa e espontânea não é totalmente um processo lógico, uma vez que na formação de hipóteses sobre o significado de um enunciado são utilizadas regras dedutivas; mas a confirmação das hipóteses é um fenômeno cognitivo não-lógico que se apóia na relevância da informação. Uma informação relevante de um fato do mundo não prova nada sobre o mundo do falante, apenas confirma aquilo que ele acredita conseguir com a informação: alguma relevância no ambiente cognitivo de seu ouvinte. Uma descrição mais clara dos processos inferenciais não-demonstrativos aponta, portanto, para a modificação e o aperfeiçoamento de uma representação do mundo do ouvinte, bem como para a relação entre os dois interlocutores. Essa relação é conseguida graças à forma lógica do conceito. A forma lógica é uma propriedade semântica que faz com que qualquer representação armazenada na memória seja tratada como uma descrição verdadeira do mundo. Isso permite que uma atitude fundamental de crença possa tratar uma representação conceitual como se fosse uma representação sem o fato de ela ser uma idéia a ser expressa explicitamente. Uma idéia que é tratada como descrição verdadeira do mundo, mas que não pode ser explicitamente representada como tal é, segundo a TR, um pensamento. Eletras, vol. 20, n.20, jul

7 As regras inferenciais de dedução são sensíveis às formas lógicas, particularmente às formas proposicionais plenas dos conceitos. Tanto os conceitos como as formas lógicas são objetos psicológicos e por isso não se pode equiparar forma lógica com oração ou sentença nem conceito com palavra. Forma lógica e conceito, de um lado, são propriedades da linguagem mental, enquanto oração e palavra, de outro lado, são elementos constitutivos da linguagem natural. Cada conceito é, supostamente, constituído por uma etiqueta, um endereço de memória que entra em operação sempre e quando uma nova informação é processada. Quando o endereço de um conceito aparece numa forma lógica que está sendo processada, imediatamente o sistema cognitivo acessa os vários tipos de informações armazenadas na memória, nesse endereço. As informações armazenadas na memória num endereço conceitual podem ser derivadas de entradas lógicas, enciclopédicas e lexicais. Entre tantas regras cognitivas, lógicas, semânticas e pragmáticas para os conceitos, a regra modus ponens, exposta abaixo, parece ser usada com maior frequência. a) entrada: (i) P b) saída Q (ii) (se P Q) Esta regra opera sobre os conceitos disponíveis aos indivíduos e toma sempre como entrada de informações um par de premissas, simples ou complexas, uma condicional e outra sendo sua antecedente, e fornece como resultado a consequente da condicional. Aplica-se somente às premissas que contêm uma ocorrência designada do conceito se... então. Para as ciências cognitivas interessadas no estudo da linguagem há uma ligação necessária entre a implicação lógica e a inferência (BLAKEMORE, 1992). A questão da possibilidade de o ser humano possuir regras de dedução como parte integrante do seu equipamento mental básico é de considerável interesse da psicologia cognitiva em geral e da pragmática em particular. Eletras, vol. 20, n.20, jul

8 Segundo a TR, os seres humanos têm tais regras no sistema dedutivo, porque elas realizam uma grande economia no armazenamento de RCs do mundo estas não precisariam ser estocadas separadamente. Além disso, um sistema dedutivo que possui tais regras atua no refinamento das RCs estas serão tanto mais precisas quanto mais precisas forem as premissas do cálculo dedutivo. Mais: um sistema dedutivo seria uma valiosa ferramenta para revelar as incompatibilidades, inexatidões, inconsistências e imprecisões das e nas RCs. O modelo de processamento cognitivo da linguagem proposto por Sperber e Wilson tenta reproduzir com exatidão o sistema utilizado pelos seres humanos no processamento das inferências espontâneas. Segundo o modelo, o mecanismo dedutivo humano é um autômato com uma memória capaz de ler, escrever e apagar as formas lógicas, de fazer a comparação das suas propriedades formais, de armazenar tais propriedades e de conseguir recolher as regras de dedução que se encontrem nas entradas lógicas dos conceitos. Vejamos como essa relação aparece no exemplo abaixo. (3) Aluno: O senhor não disse que haveria prova hoje. Professor: Faz tempo que você não aparece nas minhas aulas. Para interpretarmos a sequência dos enunciados de (3) temos que entender como o sistema cognitivo opera. Vejamos: Primeiramente ele faz uma avaliação das circunstâncias em que os enunciados foram proferidos e os enriquece com informações contextuais, tais como o local, tempo, a relação de distância social e poder entre os interlocutores ii, as intenções de ambos, timbre, altura da fala de cada um, os gestos, expressões faciais, e gera uma hipótese relevante de cada um dos enunciados. Em seguida o sistema cognitivo-inferencial busca os referentes senhor, dizer, haver, prova, hoje, faz tempo, você, aparecer, minhas aulas, envolvidos no processo, lhes atribui uma forma lógica e, a partir desta, parte em busca de informações sobre suas RCs armazenadas na memória enciclopédica. Uma vez identificadas as RCs destes referentes, estas são enviadas à memória operacional que dá início, enfim, ao processo cognitivo Eletras, vol. 20, n.20, jul

9 dedutivo-inferencial com o intuito de encontrar uma confirmação para as hipóteses iniciais. Dadas as condições de crenças, poder, intenções, valores sócio-culturais e convenções dos interlocutores, uma, e somente uma, hipótese será confirmada pelo sistema dedutivoinferencial, ou seja, a conclusão da hipótese que causar maior efeito cognitivo e exigir menor custo de processamento. Essa hipótese, se confirmada como sendo a mais relevante nesse contexto, é o significado comunicado tanto pelo enunciado do aluno quanto pelo do professor, porque causará um remodelamento no ambiente cognitivo de ambos. Aplicando a regra modus ponens Se P então Q ao exemplo (3) é possível sistematizar a cognição humana, tal como explicitada acima. Vejamos: Premissa P (o enunciado do aluno) = O senhor não disse que haveria prova hoje. Regra inferencial: Se P então Q: Se o senhor não disse que haveria prova hoje (P) então não há prova hoje (Q). Conclusão derivada Q = não há prova hoje. No entanto, como o sistema cognitivo-inferencial não trabalha com verdades absolutas, mas com possibilidades de verdades, o enunciado do professor desmonta esta conclusão inferida pelo aluno. Vejamos: Premissa P (o enunciado do professor): Faz tempo que você não aparece nas minhas aulas. Regra inferencial: Se P então Q. Se faz tempo que você não aparece nas minhas aulas (P), então não sabe que hoje teremos prova (Q). Conclusão derivada Q = não sabe que hoje temos prova. No entanto, este não é o significado total processado pelo sistema cognitivo tanto do professor quanto do aluno. É um significado parcial do enunciado do professor, porque quando o professor quando pronunciou esta elocução tinha uma intenção: comunicar uma Eletras, vol. 20, n.20, jul

10 intenção informativa a mais relevante possível. O professor tinha esperança que esta sua intenção informativa fosse inferida pelo aluno. A conclusão Q derivada desse processamento da intenção do professor comunicada no enunciado Faz tempo que você não aparece nas minhas aulas fornece apenas pistas para as inferências do aluno. Este enunciado comunica tacitamente um significado intencionado pelo professor, que pode ser apresentado em forma de premissas dedutivas: Premissa P: Se você viesse regularmente às minhas aulas então saberia que hoje teremos prova. Conclusão derivada Q: hoje teremos prova. Esta é a intenção não dita pelo professor, mas comunicada por seu enunciado e sobre a qual o professor tem esperança que o aluno chegue através de suas inferências dedutivo-cognitivas, porque, para o professor, esta é a informação mais relevante, já que a relevância da informação será avaliada em função do melhoramento que ela trará à representação do mundo do aluno. O ser humano possui centenas de milhares de informações armazenadas na memória enciclopédica, a partir da qual a memória operacional pode computar centenas de milhares de implicações contextuais. As informações novas captadas pela percepção sensorial são as únicas que podem provocar um efeito cognitivo capaz de modificar uma representação de mundo do indivíduo, haja vista que as informações da memória enciclopédica são informações antigas. No entanto, o efeito das deduções feitas pelas inferências da memora operacional ocorre em função das relações que as informações novas estabelecerão com as antigas. Uma implicação contextual é uma nova informação no sentido de que não podia ter sido derivada apenas do contexto. É uma síntese de uma informação antiga com uma nova, um resultado da interação das duas informações. Porém, se os benefícios de se conseguir um efeito contextual não forem suficientes para equilibrar o custo do esforço de processamento, então nunca se poderia conseguir um grau positivo de relevância, porque Eletras, vol. 20, n.20, jul

11 não valeria a pena o esforço do processamento. A expectativa dos interlocutores é sempre a obtenção da relevância máxima, ou seja, a seleção do melhor contexto em que se possa fazer o equilíbrio possível entre o esforço e o efeito a se conseguir. Quando se consegue tal equilíbrio, se atinge a relevância ótima para um indivíduo. Aquilo que conta como relevantemente suficiente para um processamento dedutivo varia de acordo com a acessibilidade ou a possibilidade de a informação se tornar acessível com o tempo; também varia com o grau de perspicácia intelectual do ouvinte. CONSIDERAÇÕES FINAIS Como vimos, a interpretação humana é um meticuloso procedimento cognitivo que resulta de complexas operações mentais. A inspiração para a consecução deste estudo se assentou na intenção em entendermos como os mecanismos cognitivos humano processam a interpretação. Como as tradicionais ciências da linguagem não conseguem por si só dar conta de explicar a comunicação inferencial, trouxemos para este estudo os conceitos e aplicações de Relevance: comunication and cognition, ou Teoria da Relevância (TR), como é conhecida a obra de Sperber e Wilson. Uma das principais críticas ao modelo relevantista recai sobre a não abordagem do papel dos aspectos culturais no processo dedutivo-cognitivo humano de interpretação. No entanto, a TR é, provavelmente, uma das mais interessantes tentativas de abordagem do tratamento do significado comunicacional a partir dos conceitos da ciência cognitiva. Por isso, pela amplitude de seu objeto, a TR é arrojada, pois como proposta metodológica, retifica a teoria das Implicaturas de Grice e vai além do ceticismo da maioria das teorias da cognição. Sua principal contribuição para os estudos cognitivos é de suma relevância, posto que possibilita explicar os processos inferenciais humanos. REFERÊNCIAS BLAKEMORE, Diana. Understuding Utterances: an introduction to pragmatics. Oxford: Blackwell, Eletras, vol. 20, n.20, jul

12 BROWN, Penelope. & LEVINSON, Stephenson. Politeness: some universals in language use. Cambridge: Cambridge University press FODOR, Jerry A. The modularity of mind: an essay on faculty psychology. MIT: Massachusetts, GRICE, Herbert Paul. Logic and conversation. In P. Cole e P. Morgan (eds). Syntax and semantics. Academic Press, New York: 1975, pp PINKER, Steven. O instinto da Linguagem: como a mente cria a linguagem. Tradução de Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 1994/2002. SPERBER, Dan e WILSON, Deirdre. Relevance: comunication and Cognition. Second edition. Oxford: Blackwell, 1986/95. TOMASELLO, Michael. The cultural origins of human cognition. Massachusetts: Harvard University press pp i Conforme Sperber e Wilson (1986/95). ii idem (1987). Eletras, vol. 20, n.20, jul

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