PATOLOGIAS DO TÓRAX Profª Débora Souto
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- Teresa Raquel Sabala Tomé
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1 PATOLOGIAS DO TÓRAX Profª Débora Souto ANATOMIA TORÁCICA O tórax é composto por um conjunto de estruturas que pode ser dividido em parede torácica, espaços pleurais, pulmões, hilos pulmonares e mediastino. Superiormente o tórax continua-se com o pescoço e inferiormenteé delimitado pelo diafragma.
2 Vários ossos podem ser visualizados nas radiografias frontais do tórax: escápulas (E), arcos costais (A), clavículas (C) e vértebras (V). Nas radiografias em perfil é possível avaliar o esterno (E) e o segmento dorsal da coluna vertebral. Os arcos costais e escápulas são também visíveis nesta incidência. As porções mais inferiores da coluna dorsal são mais escuras que as superiores por haver menor absorção dos raios X nas bases.
3 As hemicúpulas diafragmáticas se apresentam como estruturas convexas nas radiografias do tórax, sendo que a direita tem posição mais alta na maioria dos indivíduos. À direita o diafragma é contíguo ao fígado, enquanto à esquerda pode-se identificar o estômago pela presença de ar em seu interior. Nas radiografias em perfil o diafragma direito pode ser visualizado anteriormente até a parede torácica, enquanto à esquerda é visível até encontrar o coração (seta da figura da esquerda). Observar na radiografia em perfil que o diafragma em suas porções posteriores tem inclinação acentuada no sentido inferior e que grande parte dos pulmões projetam-se posteriormente.
4 Nas radiografias do tórax os vasos (artérias e veias pulmonares) são as estruturas mais facilmente identificadas. Apenas os brônquios de maior calibre são visíveis radiograficamente. As demais estruturas estão abaixo da resolução do método. Nas radiografias simples são observados os contornos mediastinais em relação aos pulmões. As estruturas mediastinais, com exceção da traqueia e brônquios principais que estão preenchidos por ar, têm densidade semelhante à da água. A gordura mediastinal é vista frequentemente nos ângulos cardiofrênicos.
5 A traquéia cruza o mediastino verticalmente. Estas imagens mostram que, à direita da traquéia, há uma faixa regular denominada linha paratraqueal direita, não visualizada à esquerda pela presença da aorta. Esta linha fina é composta pela soma da parede traqueal, tecido conjuntivo e pleuras mediastinal e visceral. Pode-se observar os contornos da aorta (setas vermelhas) em seus diferentes segmentos, sendo que o segmento ascendente tem contato com o pulmão direito e o segmento descendente com o pulmão esquerdo. Em perfil o hilo pulmonar direito (seta azul) projeta-se anteriormente ao esquerdo (seta verde), sendo que este se assemelha a um pequeno cajado em relação à aorta (cajado maior).
6 A radiografia do tórax é, normalmente, o primeiro exame imaginológico a ser efetuado e, muitas vezes, o único. É de acesso universal e rápido, possuindo uma excelente resolução de contraste, tendo como principal desvantagem a sobreposição de estruturas. Os sinais radiológicos podem ser divididos em três grandes grupos: aumento da densidade radiológica, diminuição da densidade radiológica e doenças extrapulmonares. A maioria das doenças que causam aumento da densidade pulmonar acometem os espaços alveolares e o interstício pulmonar. São três os padrões neste grupo: a- doença alveolar; b- doença intersticial; c- doença mista.
7 Doença Alveolar A consolidação pulmonar é definida como a substituição do ar dos alvéolos por líquido, células ou a combinação destes dois. Nos exames radiológicos estas alterações se caracterizam por imagens opacas, causando apagamento dos vasos pulmonares, sem perda significativa de volume do segmento pulmonar afetado. Pneumonia Os padrões radiográficos podem ser classificados como pneumonia lobar, broncopneumonia e pneumonia intersticial. Basicamente, PNEUMONIAS são provocadas pela penetração de um agente infeccioso ou irritante (bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas) no espaço alveolar, onde ocorrem as trocas gasosas.
8 Pneumonias virais X bacterianas Não há como diferenciar clinicamente de forma definitiva a pneumonia viral da bacteriana Pneumonias virais podem cursar com chiado, otite média aguda e conjuntivite. Radiologia não diferencia, embora apresente padrões indicativos: Alveolar: pneumonia bacteriana Intersticial: pneumonia viral Necessidade de avaliação laboratorial Identificação de subtipo viral. A pneumonia bacteriana clássica, inicia-se de forma abrupta, com febre, calafrios, dores no tórax e tosse com expectoração amarelada ou esverdeada por vezes com sangue. PN LOBAR DIREITA
9 . A BRONCOPNEUMONIA descreve a pneumonia que está distribuída em placas, tendo-se originado em uma ou mais áreas localizadas para o parênquima pulmonar circunvizinho. A broncopneumonia é mais comum que a pneumonia lobar. Afeta uma seção do pulmão. Afeta áreas espalhadas em ambos pulmões. Corte de tomografia computadorizada em paciente imunodeprimido e apresentando broncopneumonia pela bactéria Pseudomonas aeruginosa de lobo superior direito. Observar lesão (em círculo) de aspecto heterogêneo caracterizada por várias opacidades nodulares.
10 Pneumonias Lobares: -Opacificação homogênea do parênquima -Obedece a segmentação pulmonar -Presença de broncogramas aéreos (cistos com ar) Padrão Radiológico Pneumonias intersticiais - Bilateral, difusa - Hiperinsuflaçao pulmonar - DP pequeno, sempre associado a lesão parenquimatosa
11 .
12 PNEUMONIA POR ASPIRAÇÃO PNEUMONIA POR ASPIRAÇÃO
13 Tuberculose Causada pelo microorganismo Mycobacterium tuberculosis- Bacilo de Koch Afeta principalmente pulmões mas também afeta outros órgãos sem causar dano pulmonar. Transmissão: Através do ar contaminado com o bacilo de Koch, eliminado pelos pacientes com tuberculose não tratados através da fala, tosse e espirro. Após a infecção: O indivíduo, através de suas defesas, elimina o bacilo; A bactéria se desenvolve, mas não causa a doença; -A TB se desenvolve, causando a doença TB Primária -A ativação da doença vários anos depois- TB Pós-primária
14 Caverna tuberculosa
15 ATELECTASIA É a perda de volume de um segmento pulmonar, seja parcial ou completa, decorre do colapso dos espaços alveolares. Faixas de atelectasia são vistas nos pulmões, principalmente em regiões basais, sendo comumente encontradas após cirurgias torácicas ou abdominais. As atelectasias dos diferentes lobos seguem padrões próprios. Atelectasia do lobo superior esquerdo, criança de 06 meses. Desvio do mediastino para o lado do colapso pulmonar.
16 Câncer de Pulmão O câncer de pulmão é o mais comum de todos os tumores malignos, apresentando um aumento por ano de 2% na sua incidência mundial. Em 90% dos casos diagnosticados está associado ao consumo de derivados de tabaco. No Brasil: Estimativas de novos casos: , sendo homens e , mulheres (2014); Número de mortes: , sendo homens e mulheres ( SIM). -Dados do Inca Instituto Nacional do Câncer A maneira mais fácil de diagnosticar o câncer de pulmão é através de uma radiografia do tórax complementado por uma tomografia computadorizada do tórax.
17 A radiografia frontal do tórax mostra massa no terço médio do pulmão esquerdo (seta). O corte de TC apresenta massa de lobo inferior direito com margens espiculadas (setas). Estes casos correspondem a adenocarcinomas primários (TU gland. Epiteliais) MÚLTIPLOS NÓDULOS PULMONARES Quando identificam-se múltiplos nódulos pulmonares, duas são as principais hipóteses dignósticas: neoplasias metastáticas e lesões granulomatosas (tuberculomas, infecções fúngicas). Radiografia frontal do tórax de paciente portador de neoplasia renal mostra múltiplos nódulos pulmonares com predomínio basal (setas).
18 Cortes de tomografia computadorizada com diferentes janelas mostram nódulo densamente calcificado (tuberculoma) na periferia do lobo inferior direito (setas).
19 Linfomas A doença de Hodgkin é a neoplasia mais comum em adultos jovens e o linfoma a mais comum do mediastino. Lesões com efeito de massa na projeção de regiões paratraqueal direita (seta amarela) e mediastinal anterior (setas vermelhas). Nos cortes de TC são visualizadas linfonodomegalias (L) nos compartimentos mediastinais anterior e médio O linfoma não-hodgkin tem um comportamento menos predictível, que inclui invasão direta do pulmão a partir das linfonodomegalias, nódulos pulmonares que podem cavitar, atelectasias decorrentes de invasão de brônquios. Corte de TC de paciente com linfoma não-hodgkin. Nota-se massa mediastinal anterior mal definida com sinais de invasão do pulmão esquerdo e derrame pleural (DP).
20 Derrame Pleural A pleura é uma membrana delicada que recobre o pulmão pelo lado de fora (pleura visceral) e a superfície interna da parede torácica (pleura parietal). Entre as duas pleuras, existe uma camada muito fina de líquido, que facilita o deslizamento suave dos pulmões dentro da caixa torácica, quando se enchem e esvaziam de ar. Derrame Pleural O DERRAME PLEURAL É CARACTERIZADO PELA ACUMULAÇÃO DE LIQUIDO EM EXCESSO ENTRE AS PLEURAS E CONSTITUI UMA MANIFESTAÇÃO COMUM DE COMPROMETIMENTO PLEURAL TANTO PRIMÁRIO QUANTO SECUNDÁRIO. O DERRAME PLEURAL NÃO É UMA DOENÇA, MAS SIM A MANIFESTAÇÃO DE OUTRAS DOENÇAS. SE NÃO TRATADO ADEQUADAMENTE, ESTA PATOLOGIA PODE LEVAR O PACIENTE À DISPNEIA (FALTA GRAVE DE AR) E ATÉ À MORTE.
21 Derrame Pleural As causas mais comuns dos derrames pleurais são a falta de algumas proteínas que ajudam a manter a água dentro dos vasos sanguíneos e a obstrução de canais responsáveis pelo escoamento do líquido pleural. Tumores, infecções, sangramentos e doenças cardíacas, renais ou hepáticas são também causas possíveis da enfermidade.
22 Hemotórax O derrame e presença de sangue na cavidade pleural. É comumente o resultado de feridas penetrantes. Também pode resultar de qualquer trauma brusco que rompa a vasculatura.
23 Timoma É um tipo de tumor maligno localizado no mediastino. O timo é uma glândula da cadeia linfática que varia em tamanho e que pode se estender para o lado direito e esquerdo do tórax, além do pescoço. Este tumor ocorre, em igual frequência, em homens e mulheres entre 40 e 60 anos de idade. Ele surge entre o esterno e o coração. À medida que esta neoplasia (tumor) vai crescendo, ela poderá ou não invadir outras estruturas do tórax. Cortes de TC de pacientes com timomas, que podem apresentar-se como nódulos ou massas bem delimitadas (A,B), eventualmente com calcificações em seu interior (B). A imagem C mostra lesão infiltrativa do mediastino anterior (seta) e médio (*) em paciente que com síndrome de veia cava superior e infiltração pleural à direita.
24 DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Acomete os pulmões e causa dificuldade para respirar. É causada, principalmente, pelo cigarro. A DPOC tem dois componentes, o enfisema pulmonar - que é a destruição dos alvéolos, e a bronquite crônica a inflamação dos brônquios.
25 Pessoas acima dos 40 anos, fumantes ou ex-fumantes, estão mais suscetíveis à DPOC. Pessoas que nunca fumaram mas estiveram expostas a substâncias tóxicas, poluição, gases ou fumaça também podem desenvolver a doença. Os sintomas mais comuns da doença são falta de ar, tosse e produção de catarro com ou sem chiado no peito, comumente confundidos com o envelhecimento natural.
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