Direto Penal Teoria e Exercícios Carlos Alfama

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1 Olá, amigos! Sejam bem-vindos ao nosso curso de Direito Penal para a área de gestão tributária do concurso do ICMS-SP! Antes de iniciarmos, vou me apresentar. Meu nome é e desde 2007, me dedico a estudar e descobrir o segredo daqueles que obtém a tão sonhada aprovação. De lá pra cá, logrei êxito em alguns certames. O mais recente deles foi o concurso público do Senado Federal (2011/12), em que fui o 1 colocado nacional para o cargo de Policial Legislativo Federal. A conclusão a que cheguei ao longo da minha trajetória é que não é necessário ser nenhum gênio para ser aprovado. Hoje, depois de algumas aprovações, posso repetir com propriedade o clichê: passar em concurso público é 90% transpiração e 10% inspiração. Sem mais delongas, vamos ao que importa: NOSSAS AULAS DE DIREITO PENAL! Iremos adotar aqui o método 360. Isso significa que o nosso material vai conter a letra da lei, a doutrina (com a indicação da corrente preponderante nos concursos), a jurisprudência dos tribunais superiores (quando houver); e a resolução de várias questões de concursos anteriores sobre o assunto abordado. MÉTODO 360 LETRA DE LEI DOUTRINA QUESTÕES DE CONCURSO JURISPRUDÊNCIA Prof. 1

2 O que pretendemos conseguir com essa metodologia? Ora, há um ditado chinês que diz: Um homem com um relógio sempre sabe que horas são, mas um homem com dois relógios não. Bem, esse ditado explica o objetivo das nossas aulas. Pretendemos ter um material em que haja condensado tudo o que pode ser cobrado em sua prova, para que você possa se guiar exclusivamente por aqui e para que, consequentemente, não precise utilizar outro relógio, afinal o tempo de quem está se preparando para concurso vale ouro, principalmente quando o edital já está publicado, como é o caso do concurso do ICMS - SP. Além disso, a resolução de questões logo após a explicação do conteúdo vai facilitar a visualização de como o tema é tratado pela banca examinadora do seu concurso e por outras bancas, quando for interessante ao estudo. Ainda antes de iniciarmos, tenho mais uma última e rápida consideração a fazer. Trata-se, na verdade, de um conselho: não menospreze seu concurso. Conheço pessoas que estudam desprezando a doutrina ou a jurisprudência, por acreditarem que a prova somente abordará questões letra de lei. De fato muitas questões se resumem à letra da lei, mas considerando como está o nível da concorrência nos dias de hoje, você deve acertar também as que cobram temas doutrinários e jurisprudenciais. Mas não se preocupe! Isso não vai ser problema pra você, porque tudo vai ser trabalhado com bastante simplicidade ao longo do nosso curso. Nossas aulas serão divididas da seguinte maneira, de modo a abordarmos todo o conteúdo de Direito Penal exigido para o seu cargo: Prof. 2

3 Aula 01 - Aplicação da lei penal. Direto Penal Teoria e Exercícios Aula 02 - Crime. Imputabilidade. Concurso de pessoas. Extinção da punibilidade. Aula 03 - Penas. Ação penal pública e ação penal privada. Aula 04 - Crimes contra a honra, a inviolabilidade do domicílio, a inviolabilidade de correspondência, a inviolabilidade dos segredos, o patrimônio. Aula 05 - Crimes contra a fé pública e a administração pública. Aula 06 - Abuso de autoridade - Lei nº 4.898/65 e alterações. Enriquecimento ilícito. Crimes contra a ordem tributária - Lei nº 8.137/90 e alterações. Crimes contra o sistema financeiro. Então vamos lá? Chega de papo e mãos à obra! Abraço e bons estudos,. Prof. 3

4 Infração penal A Infração Penal é a mais grave dentre as condutas humanas indesejadas. Isso significa que a descrição em lei de uma conduta como Infração Penal se dá quando essa conduta é tão grave aos olhos da sociedade que todos os demais ramos do Direito são insuficientes para puni-lo. Em decorrência da gravidade da infração penal, comina-se ao agente que a pratica uma pena que pode até chegar ao extremo de privação da liberdade. Só pra exemplificar, vamos pensar num descumprimento de um contrato de prestação de serviços. Apesar de ser uma conduta indesejada, não é tão grave a ponto de ser sancionada com a restrição da liberdade do inadimplente, concordam?! Assim, apesar de ser um ilícito, é somente um ilícito civil. De modo diverso, é fácil perceber que matar alguém é uma conduta bem mais grave! Assim, o homicídio é previsto em lei como infração penal (CP, art. 121). Assim, em decorrência da diferença de gravidade das condutas, enquanto no âmbito do Direito Civil, a prática de um ilícito tem como consequência, em regra, a obrigação de reparar o dano, no âmbito do Direito Penal, ao agente que infringe a norma, a pena pode chegar ao extremo da privação da liberdade. Espécies de Infração Penal Em relação às espécies de Infração Penal, devemos saber que Direito Brasileiro é adepto do sistema dualista. Significa dizer que aqui existem duas espécies de Infração Penal: Os crimes (ou delitos); e As contravenções penais. Assim, quando falarmos em delito tenha em mente que se trata de sinônimo de crime. Prof. 4

5 Crimes X Contravenções Penais Direto Penal Teoria e Exercícios Não há diferença ontológica/substancial entre crime e contravenção penal, a diferença é meramente axiológica. Em termos práticos, isso significa que os fatos considerados como mais graves devem ser identificados como crimes, os menos graves como contravenções penais. Quem faz essa valoração é o legislador positivo, que através de sua função de representante dos interesses da sociedade, define o que deve ser considerado crime e o que deve ser considerado contravenção penal, sempre através de lei! Prova de que a diferença é meramente valorativa é a evolução das leis que descreveram a conduta de portar ilegalmente uma arma de fogo. Até 1997, tal conduta era tipificada como mera contravenção penal. No entanto, em face da frequente associação entre o porte ilegal e infrações penais mais graves (roubos, homicídios, tráfico ilícito de entorpecentes...), a Lei n 9.437/97, transformou em crime o porte ilegal de arma de fogo (tal delito hoje é previsto na Lei n /03). Com esse exemplo percebemos facilmente que a motivação dessa transformação foi simplesmente o aumento da reprovação social sobre a conduta. Diferenças de tratamento entre crime e contravenção penal Como consequência do fato de o crime ser considerado como um fato mais grave do que a contravenção penal, encontramos na Lei de Introdução ao Código Penal distinção entre as sanções aplicadas ao crime e à contravenção penal (art.1, Decreto-Lei nº 3.914/41): Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa (art.1, Decreto-Lei nº 3.914/41). Atenção! Para ser crime deve ser prevista punição com reclusão ou detenção, com ou sem multa. Prof. 5

6 Considera-se contravenção penal a infração penal a que a lei comina, isoladamente, penas de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. Atenção! A infração penal a que é prevista exclusivamente a pena de multa é contravenção penal! Assim como a todas as infrações a que são previstas pena de prisão simples, com ou sem multa. Outra coisa que devemos saber é que há uma importante exceção à regra acima: Em relação à conduta de consumo de drogas, infração prevista no art. 28, da Lei n /06, apesar de não ser cominada a ela nem pena privativa de liberdade nem pena pecuniária, é considerada pela doutrina como crime e não como mera contravenção penal! Esse entendimento decorre de uma interpretação sistemática: mesmo não se enquadrando na regra de tratamento dos delitos (previsão de detenção ou reclusão), é considerado crime simplesmente por estar inserido no Cap. III, da Lei de Drogas, o qual é intitulado de Dos Crimes e das Penas. Isso mesmo! Apesar de ser comum ouvirmos que o consumo de drogas foi descriminalizado, na verdade ele continua sendo crime! Não se trata de Contravenção Penal! O próprio STF já se manifestou nesse sentido (RE ). Há outras diferenças de tratamento entre os Crimes e as Contravenções Penais, quais sejam: Crimes A depender do crime admite três espécies distintas de ação penal: Contravenções Penais Espécies de ações penais admitidas Ação Penal Pública Incondicionada; Ação Penal Pública Condicionada; e Só admite ação penal pública incondicionada. Ação Penal Privada. Prof. 6

7 Punibilidade da Tentativa Competência para processo e julgamento Pune-se a tentativa na forma do art. 14, II, do C.P. Justiça Federal ou Estadual, a depender das regras de fixação de competência. Não se pune a tentativa por ausência de previsão legal. Sempre da Justiça Estadual, salvo se o agente for detentor de foro por prerrogativa de função. Limite das penas 30 anos (art. 75, do CP). 05 anos (art. 10, LCP). Extraterritorial idade da Lei Penal É possível. Não é possível, por ausência de previsão legal. Infração Penal Elementos Existem várias teorias que estudam o crime com base em seus elementos, dentre elas prevalece o entendimento das teorias tripartites segundo as quais os elementos que compõem a infração penal são: FATO TÍPICO (1 substrato do crime). ILICITUDE (2 substrato do crime). CULPABILIDADE (3 substrato do crime). Estudaremos cada um desses elementos detalhadamente nas próximas aulas, por hora veremos apenas o conceito de cada deles. Fato Típico é um fato humano indesejado que, norteado pelo princípio da intervenção mínima, consiste numa conduta produtora de um resultado e que se ajusta formal e materialmente a um determinado tipo penal. Prof. 7

8 Ilicitude é a contradição entre a conduta e o ordenamento jurídico. Exemplificando, o ato de desferir um tiro contra alguém causando o resultado morte é sempre um fato típico (art. 121, do C.P.). Todavia, se o disparo houver ocorrido como forma de legítima defesa essa conduta não será ilícita, pois, como veremos no estudo da ilicitude, a legitima defesa é permitida pelo ordenamento jurídico. Culpabilidade é o juízo de reprovação e de censura que recai sobre alguém que pratica um fato típico e ilícito. Um exemplo de fato típico e ilícito, mas que não é culpável é o caso do homicídio culposo cometido por uma criança ao brincar com a arma de fogo do pai: apesar de o fato ser típico (por se ajustar à conduta descrita no art. 121, 3 ), ilícito (por ser contrário ao ordenamento jurídico), não é culpável, pois em uma criança não recai o juízo de reprovação do Direito Penal, pois se presume que o menor não possui capacidade de entendimento do caráter injusto do fato que praticou. Infração Penal Princípios aplicados A) Princípio da Legalidade (nullum crimen nulla poena sine lege) O Princípio da Legalidade é de tanta importância pro Direito Penal, que além de estar previsto constitucionalmente no art. 5, XXXIX, da CF/88, também é tratado logo no primeiro artigo no nosso Código Penal: Art. 1 Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Trata-se de princípio basilar do Direito Penal, voltado à fixação dos limites do poder punitivo do Estado. Liga-se diretamente à ideia da função garantista do Direito Penal, segundo a qual o Direito Penal tem a função de garantir que o agente somente poderá ser punido pelo Estado se cometer alguma das condutas previstas na lei penal. Prof. 8

9 Importante! O Princípio da Legalidade Penal não se restringe aos crimes e às penas, mas alcança qualquer norma de natureza penal, como as normas que regem as contravenções penais, as medidas de segurança e a execução penal. Ainda sobre tal princípio, a doutrina cita que são quatro suas funções fundamentais, a saber: 1 Nullum crimen nulla poena sine lege praevia. 2 Nullum crimen nulla poena sine lege scripta. 3 Nullum crimen nulla poena sine lege stricta. 4 Nullum crimen nulla poena sine lege certa. 1 Função do Princípio da Legalidade Penal Nullum crimen nulla poena sine lege praevia a lei deve ser anterior ao fato. Visa proibir a retroatividade maléfica da lei penal! Essa função do princípio da legalidade penal consubstancia o princípio da anterioridade da lei penal, previsto no art. 5, XL, da CF/88, segundo o qual a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Atenção! O princípio da anterioridade penal veda apenas a retroatividade maléfica, não impedindo, portanto, a retroatividade da lei para beneficiar o réu! 2 Função do Princípio da Legalidade Penal Nullum crimen nulla poena sine lege scripta - a lei deve ser escrita. Visa proibir a criação de crimes e penas pelos costumes! Importante! O costume, apesar de não poder ser empregado para criar crimes e penas, tem aplicação no Direito Penal no campo da interpretação de normas penais! Ex.: Determinadas palavras que constituem ofensa em determinadas regiões não constituem em outras, a conduta deve ser interpretada conforme o costume do local para a caracterização ou não do crime contra a honra. Importante! Prevalece o entendimento de que o costume, além de não poder criar crimes, também não pode revogar crimes! Prof. 9

10 3 Função do Princípio da Legalidade Penal Nullum crimen nulla poena sine lege stricta não há crime sem lei formal (lei em sentido estrito) Visa proibir o emprego de analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas. Essa função do princípio da legalidade consubstancia o princípio da reserva legal! Importante! A proibição do emprego da analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas não significa que a analogia não tem aplicação no Direito Penal! Isso porque o que é vedado é a analogia in malam partem, ou seja, em prejuízo do réu. A analogia, no Direito Penal, pode perfeitamente ser aplicada em benefício do réu (analogia in bonam partem)! Importante! Em decorrência do princípio da reserva legal, entendese que Medida Provisória não pode criar crimes e cominar penas! 4 Função do Princípio da Legalidade Penal Nullum crimen nulla poena sine lege certa a lei deve ser certa Visa proibir incriminações vagas e indeterminadas. Essa função é tratada por muitos como o princípio da taxatividade da lei penal. É recorrente em provas de concursos a questão sobre a relação entre o princípio da taxatividade e o uso das leis penais em branco. O uso de Leis Penais em Branco não caracteriza ofensa ao princípio da taxatividade! Leis Penais em Branco são normas que dependem de complemento normativo. Ex.: o crime de peculato, previsto no art. 312, do Código Penal, que utiliza a expressão funcionário público, expressão esta que é explicada no art. 327 do próprio CP, dispositivo este que funciona como complemento normativo. Prof. 10

11 B) Princípio da Intervenção Mínima O Princípio da Intervenção Mínima se define com base em duas características: 1 - A SUBSIDIARIEDADE - A intervenção do Direito Penal apenas se justifica quando os demais ramos não se mostrarem suficientes. Ou seja, a criação de uma infração penal é medida excepcional no Direito (medida de ultima ratio). 2 - A FRAGMENTARIEDADE - A criação legislativa de infrações penais somente pode ocorrer para proteger os bens jurídicos mais importantes. Um exemplo de crime que violava o princípio da intervenção mínima era o Adultério. Isso porque, conforme preleciona Moura Teles, o pensamento atual da sociedade brasileira não mais vê no adultério uma lesão grave a um bem jurídico importante. Assim, por não merecer a proteção do Direito Penal, em 2005 (pasmem, apenas em 2005!), através da Lei n /05, o adultério foi descriminalizado. Todavia, acalme-se, mesmo antes dessa descriminalização, já não se encontravam na jurisprudência condenações por esse crime há algum tempo, justamente sob alegação de violação ao princípio da intervenção mínima. Prof. 11

12 Sujeito Ativo Direto Penal Teoria e Exercícios Sujeito ativo e sujeito passivo da Infração Penal Há duas figuras que podem ser sujeitos ativos da infração penal: O autor; e O Partícipe. Autor é aquele sujeito que pratica a conduta descrita no tipo penal. Ou seja, no homicídio o autor é o que mata, no furto é o que subtrai, etc. Já o partícipe é qualquer pessoa que, de qualquer modo, concorre para o crime, não praticando a conduta descrita no tipo penal. Em um assalto a banco, por exemplo, o piloto de fuga, apesar de não praticar a conduta de subtrair coisa alheia móvel é sujeito ativo do crime, como partícipe. Classificação dos crimes quanto ao sujeito ativo Crime comum: É aquele que não exige nenhuma qualidade especial do sujeito ativo do crime. O furto é um crime comum, por exemplo, pois qualquer pessoa pode praticá-lo. Crime próprio: É aquele que exige uma qualidade especial do sujeito ativo para sua caracterização. Um exemplo de crime próprio é o peculato, que só pode ser praticado por funcionário público! Sujeito passivo Há duas espécies de sujeitos passivos, quais sejam: Sujeito Passivo Material: é o titular do bem ou interesse juridicamente tutelado sobre o qual recaiu a conduta criminosa. Ex. o proprietário da coisa furtada. Sujeito Passivo Formal: é sempre o Estado, vez que suas leis foram violadas! Há hipóteses em que o Estado é o sujeito passivo material e formal de um mesmo crime, como nos casos de Crimes contra a Administração Pública. Prof. 12

13 Importante! Há determinados crimes em que o sujeito passivo material não possui personalidade jurídica. O crime de Porte Ilegal de Arma de Fogo, previsto no art. 14, do Estatuto do Desarmamento, por exemplo, tem como sujeito passivo material a coletividade. Quando o sujeito passivo da infração penal não tem personalidade jurídica temos o que a doutrina denomina de CRIME VAGO. Pessoa Jurídica como Sujeito da Infração Penal Quanto à possibilidade de a pessoa jurídica ser sujeito passivo de infração penal, não há controvérsias doutrinárias. É só lembrarmonos de um assalto a banco, por exemplo, em que o patrimônio do banco (pessoa jurídica) é subtraído. Todavia, na doutrina há incansáveis debates acerca da possibilidade de uma pessoa jurídica ser sujeito ativo de uma infração penal. Para o seu concurso não há dúvidas! A pessoa jurídica pode ser tanto sujeito ativo como sujeito passivo de crime! Nesse sentido, a própria CF/88 prevê a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica em crimes ambientais, no art. 225, 3 : As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. Prof. 13

14 Lei Penal no Tempo Direto Penal Teoria e Exercícios Aplicação da Lei Penal Imagine que um menor, com 17 anos e 11 meses, com intenção de matar seu desafeto, efetue contra ele um disparo de arma de fogo. Não obstante a gravidade da lesão, a vítima somente vem a falecer, em consequência do disparo, um mês depois, quando o agente já havia completado a maioridade. Assim, pergunta-se: O agente responderá pelo homicídio, considerando que o resultado de sua conduta ocorreu em momento em que já era penalmente imputável? São três as teorias que respondem essa pergunta: Teorias sobre o momento do crime A) Teoria da Atividade: O crime considera-se praticado no momento da conduta, ainda que outro seja o momento do resultado. B) Teoria do Resultado: O crime é praticado no momento do resultado, ainda que o não seja concomitante com a conduta. C) Teoria da Ubiquidade ou Mista: O crime considera-se praticado no momento da conduta ou no momento do resultado. O Código Penal adotou, em seu art. 4, a Teoria da Atividade, segundo a qual considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Em consequência da adoção da teoria da atividade pelo Código Penal: 1) É a lei do momento da conduta que, em regra, vai se aplicar ao caso. 2) A culpabilidade do agente será analisada no momento da conduta. Assim, no nosso exemplo, considerando que o agente era menor no momento da conduta, ele não responderá por crime, pois apesar de o fato ser típico e ilícito, não é culpável! Prof. 14

15 Conflito intertemporal de normas penais Quando analisamos o princípio da anterioridade da lei penal, vimos que, no seio do Direito Penal é vedada a retroatividade maléfica, mas é perfeitamente possível a retroatividade para beneficiar o réu. Essas duas regras explicam uma série de situações possíveis, vejamos todas para que você entenda caso a caso: HIPÓTESE Momento do crime Lei Posterior Dispositivo Legal aplicado Consequência Lei retroage? Abolitio criminis O fato praticado é crime. Deixa de considerar como crime o fato. Art. 2, CP. O agente não poderá ser punido ainda que já haja sentença transitada em julgado! Se já estiver sendo executada uma pena deverá cessar em virtude da lei nova a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Sim, pois é benéfica ao réu (Lex mitior). Prevalece que somente pode beneficiar o réu após a vacatio legis! Novatio legis in mellius Novatio legis in pejus Prof. O fato praticado é crime. O fato praticado é crime. Mantém como criminoso o fato praticado, mas reduz a sanção aplicada! Mantém como criminoso o fato praticado, Art. 2, parágrafo único, do CP. Art. 1, do CP. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplicase aos fatos anteriores. A lei posterior, que de qualquer modo prejudicar o agente, não se aplica aos fatos Sim, pois é benéfica ao réu (Lex mitior). Mas somente após a vacatio legis! Não, pois é prejudicial ao réu (Lex gravior). 15

16 Novatio legis incriminadora O fato praticado não é considerado crime. mas aumenta a sanção aplicada! Passa a considerar como crime a conduta. Art. 1, CP. anteriores ainda que já haja sentença transitada em julgado. Ninguém pode ser punido sem lei prévia ao fato praticado. Não, pois é prejudicial ao réu (Lex gravior). Lex mitior e coisa julgada Lei posterior benéfica ao réu (Lex mitior) não respeita a coisa julgada, pois tal direito individual tem como finalidade proteger o cidadão frente o Estado e não o contrário! Assim, mesmo se já houver sentença penal transitada em julgada, ainda assim aplica-se a Lex mitior, cabendo ao juiz da execução fazêlo (Súmula 611, STF). Crimes Continuados e Crimes Permanentes Importante! Súmula 711, STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Ocorre crime continuado quando o agente pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas mesmas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes. Obs.: Os crimes praticados em continuidade delitiva são também denominados crimes parcelados. É o exemplo do atendente de banco que, toda semana, no dia do fechamento do caixa, furta pequenas quantias da sua instituição pagadora. Não será processado por quantos furtos cometeu, mas apenas de um, aumentada a pena de um sexto a dois terços (art. 71, CP). Todavia, se entre o período do primeiro crime e do último sobrevier lei mais gravosa esta se aplicará ao agente. O mesmo ocorre com o crime permanente, que é aquele em que a consumação se prolonga no tempo, como o sequestro, por exemplo. Prof. 16

17 Se durante a privação da liberdade da vítima entra em vigor lei mais gravosa (Lex gravior), ainda que o início da prática criminosa seja anterior à sua vigência, tal lei se aplicará à conduta! Leis Temporárias e Leis Excepcionais AS LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS SÃO CASOS EXCEPCIONAIS DE ULTRATIVIDADE MALÉFICA! Ou seja, mesmo após o fim de sua vigência continuam aplicando-se ao fato praticado durante sua vigência. CONCEITO Dispositivo que regulamenta Lei Temporária Lei Excepcional É aquela que atende a É aquela que tem transitórias definido, em seu texto, necessidades Estatais o tempo de sua (guerras, calamidades, vigência. etc.). Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. São também denominadas de leis autorrevogáveis, pois perdem sua vigência automaticamente ao final do prazo estabelecido em seu texto ou ao final da transitória necessidade que a motivou. Imagine que, em virtude da Copa do Mundo de 2014, o Congresso Nacional edite uma lei, com vigência limitada ao período da competição, que prescreva como crime a conduta de falsificar ingressos desse evento específico, cominando a tal conduta uma sanção pesada com o intuito de reprimir tal comportamento. Assim, em decorrência da ultratividade maléfica das leis temporárias, mesmo após o fim da Copa do Mundo, tal norma se aplicará aos fatos praticados durante sua vigência, sob pena de, caso contrário, ter esvaziada sua força intimidativa. Lei Penal no Espaço O estudo da Lei Penal no Espaço visa a descobrir qual o âmbito de aplicação da lei penal brasileira, bem como de que forma o Brasil se relaciona com outros países em matéria penal. Territorialidade: Sobre a aplicação da Lei Penal no Espaço, Guilherme de Souza Nucci explica que, como regra, cabe a cada Estado decidir e aplicar as leis pertinentes aos acontecimentos dentro Prof. 17

18 de seu território. Trata-se de uma regra que advém do conceito de soberania. Todavia, o Brasil adotou no art. 5, do Código Penal o princípio da territorialidade temperada ou relativa: Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Diz-se territorialidade temperada porque, apesar de a regra ser a territorialidade, em determinadas hipóteses o ordenamento jurídico nacional admite hipóteses de extraterritorialidade e de intraterritorialidade. Extraterritorialidade: Excepcionalmente, admite-se o interesse do Estado Brasileiro em punir autores de crimes ocorridos fora de seu território. Ex.: Hipóteses previstas no art. 7. Intraterritorialidade: Excepcionalmente, admite-se o interesse de um Estado estrangeiro em punir crimes ocorridos no território brasileiro. Exs.: Passagem inocente para navios e imunidades diplomáticas. Território Brasileiro Vimos que, regra geral, é a lei penal do Brasil que se aplica aos crimes cometidos no território nacional. Mas o que compreende o conceito de território brasileiro? Fernando Capez ensina que o território nacional compreende dois prismas: Prof. 18

19 A) O território sob o aspecto material: que é o espaço territorial brasileiro delimitado por fronteiras geográficas e o respectivo espaço aéreo. a. O conceito de território inclui o mar territorial, que é a faixa de mar exterior ao longo da costa, que se estende por 12 milhas marítimas de largura, medidas a partir da baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro. Importante! Passagem inocente, hipótese de intraterritorialidade, consiste na não aplicação da lei brasileira sobre fatos ocorridos a bordo de embarcações que apenas passam no território nacional, mas nele não atracam. É prevista na Lei 8.617/93. A passagem inocente não se aplica a aeronaves, por ausência de previsão legal. b. O conceito de território não compreende a Zona Contígua, a Zona Econômica Exclusiva e a Plataforma Continental! B) O território sob o aspecto jurídico: É onde o Estado brasileiro exerce sua soberania por extensão: a. Navio ou aeronave público, ainda que em território estrangeiro, é parte do território brasileiro! b. Navio ou aeronave brasileira privada em alto-mar é parte do território brasileiro. c. Navio privado em território brasileiro. Quadro-Resumo Embarcações e Aeronaves Públicas brasileiras ou a serviço do Estado Brasileiro Aplica-se a lei brasileira Em qualquer lugar que se encontrem. Particulares brasileiras Públicas Estrangeiras Particulares Estrangeiras Se encontrarem-se em alto-mar ou em território brasileiro. NUNCA Se encontrarem-se em território brasileiro, ressalvada a passagem inocente de navios. Prof. 19

20 O quadro acima sintetiza o conteúdo dos 1 e 2, do art. 5, do CP: 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. Teorias sobre o lugar do crime A) Teoria da Atividade: O crime considera-se praticado no lugar da conduta, ainda que outro seja o lugar do resultado. B) Teoria do Resultado: O crime é praticado no local do resultado, ainda que o não seja o mesmo da conduta. C) Teoria da Ubiquidade ou Mista: O crime considera-se praticado no local da conduta ou no local do resultado. O Código Penal adotou, em seu art. 6, a Teoria da Ubiquidade, segundo a qual considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Assim, basta que a execução do crime tenha tocado o território nacional para que seja considerado praticado aqui, ainda que o resultado ou parte da execução venha a ocorrer em território estrangeiro. Por exemplo, se o Mévio dispara contra Tício no Paraguai, mas este só vem a falecer, em consequência dos disparos, em Foz do Iguaçu, já no território brasileiro, a lei brasileira se aplicará ao caso. O mesmo aconteceria se o disparo fosse praticado em Foz do Iguaçu e o resultado morte no Paraguai! O crime considerar-se-ia praticado no Brasil, em decorrência da adoção da teoria da ubiquidade pelo Código Penal Brasileiro. Prof. 20

21 Crimes à Distância x Crimes Plurilocais Nos crimes à distância ou crimes de espaço máximo o fato delituoso percorre diferentes territórios de mais de um país soberano. Já nos crimes plurilocais o fato delituoso percorre diferentes territórios do mesmo país! O estudo da lei penal no tempo visa solucionar o conflito gerado pela ocorrência de um crime à distância. Os crimes plurilocais geram unicamente um conflito interno de competências, que se resolve com as normas que regulam a competência, não se aplicando as normas que regulam a lei penal no espaço. EXTRATERRITORIALIDADE Os casos em que a lei penal brasileira se aplica a fatos praticados no estrangeiro são previstos no art. 7, do Código Penal, e se dividem em três grupos: I Extraterritorialidade Incondicionada: O agente será processado de acordo com a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro no caso dos crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República Aqui se aplica o princípio da defesa ou princípio real: a lei aplicável é a da nacionalidade do bem jurídico lesado, onde quer que o crime seja cometido ou qualquer que seja a nacionalidade do agente. Importante! Crime contra o patrimônio do presidente da República, ainda que ocorra o resultado morte, não entra nessa hipótese! Ex.: Roubo seguido de morte. b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; Aqui também se aplica o princípio da defesa ou princípio real. Prof. 21

22 c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; Aqui também se aplica o princípio da defesa ou princípio real. d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; Aqui se aplica o princípio da justiça universal, pois o genocídio é um crime que o Brasil se comprometeu a punir independente do lugar do crime e da nacionalidade do agente e vítima, bastando que o agente seja domiciliado no Brasil. II Extraterritorialidade Condicionada: O agente somente será processado de acordo com a lei brasileira se: a) entrar no território nacional; b) for o fato punível também no país em que foi praticado; c) estiver o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (de acordo com o Estatuto do Estrangeiro, o Brasil somente autoriza a extradição de crimes punidos com reclusão e com pena superior a um ano). d) não tiver sido absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não tiver sido perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. Os crimes que dependem dessas condições para que se aplique a lei brasileira mesmo se cometidos em território estrangeiro são: a) Os crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; Aqui se aplica o princípio da justiça universal, em que o agente fica sujeito à lei do país em que for encontrado, não importando sua nacionalidade, a nacionalidade do bem jurídico lesado ou o local de sua prática. b) Os crimes praticados por brasileiro; Aqui se aplica o princípio da nacionalidade ativa, pois se aplica a lei do país a que pertence o agente, não sendo relevante o Prof. 22

23 local do crime, a nacionalidade da vítima ou do bem jurídico violado. c) Os crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. Aqui se aplica o princípio da representação ou da bandeira, pois a lei penal se aplica aos crimes praticados em aeronaves e embarcações privadas, quando no estrangeiro desde que lá não sejam julgados. III Extraterritorialidade Hipercondicionada: Ocorre nos casos de crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil. Nesse caso, além dos requisitos dos casos de extraterritorialidade condicionada, devem ser observados mais dois: a) Que não seja pedida ou, se requerida, negada a extradição. b) Requisição do Ministro da Justiça. Nesse caso adotou-se o princípio da nacionalidade passiva, já que a aplicação da lei penal apenas leva em consideração a nacionalidade da vítima. Prof. 23

24 Pena Cumprida no Estrangeiro CP, art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. A) Quais crimes são abrangidos por esse dispositivo? Já estudamos as hipóteses de extraterritorialidade da lei penal, ou seja, hipóteses em que a lei penal brasileira se aplica a crimes praticados fora do território nacional. Sabemos que as hipóteses de extraterritorialidade da lei penal se subdividem em 3 grupos, a depender dos requisitos de aplicação: Tipo de Extraterritorialidade Incondicionada Requisitos para aplicação da lei penal brasileira ao crime cometido no estrangeiro Não há requisitos! a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; Condicionada c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. Hipercondicionada Todos os requisitos da Extraterritorialidade Condicionada e os seguintes: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. Prof. 24

25 Diante disso, notem que nos casos da Extraterritorialidade Condicionada e da Extraterritorialidade Hipercondicionada, a pena cumprida no estrangeiro faz desaparecer o a possibilidade de aplicação da lei penal brasileira ao fato delituoso. Entretanto, no caso específico da Extraterritorialidade Incondicionada, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. Importante! Assim, conclui-se que o âmbito de aplicação do art. 8, do CP, que dispõe sobre a pena cumprida no estrangeiro, se limita aos crimes a que se aplica a extraterritorialidade incondicionada, já que em relação às demais hipóteses o cumprimento de pena no exterior afasta a possibilidade de aplicação da Lei Penal Brasileira! Vocês lembram quais são os crimes ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, ainda que o agente tenha sido absolvido ou condenado no estrangeiro? São os seguintes: CRIMES SUJEITOS À EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; B) Regras do art. 8, do Código Penal. O art. 8, do Código Penal, traz duas regras para a aplicação da lei penal brasileira ao agente que já tenha cumprido pena no estrangeiro: Prof. 25

26 Pena Cumprida no Estrangeiro (1ª Regra) Quando a pena cumprida no estrangeiro for diversa da pena imposta no Brasil, esta será atenuada. Essa regra trata da diversidade qualitativa entre as duas penas. A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil se for de natureza diversa. o Ex.: Pena de trabalho forçado na China atenua pena privativa de liberdade no Brasil, pois são qualitativamente diversas! (2ª Regra) Quando a pena cumprida no estrangeiro for idêntica à pena imposta no Brasil, aquela será computada nesta. Essa regra trata da diversidade quantitativa entre as duas penas. A pena cumprida no estrangeiro é computada na pena imposta no Brasil, quando de natureza idêntica. o Ex.: Pena de 05 anos de privação da liberdade do agente na China é computada na pena de 10 anos de privação da liberdade imposta no Brasil. No caso, restaria ao agente cumprir apenas 05 anos aqui. Há posição doutrinária no sentido de que o art. 8, do Código Penal, viola a garantia constitucional de que ninguém pode ser punido ou processado duas vezes pelo mesmo fato (ne bis in idem). Guilherme de Souza Nucci, é adepto desse entendimento, por exemplo. Todavia, não há registro de questão de concurso cobrando o tema. Assim, é suficiente que você tenha conhecimento da existência doutrinária dessa tese. Prof. 26

27 Eficácia da sentença estrangeira Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II - sujeitá-lo a medida de segurança. Parágrafo único - A homologação depende: a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. Como regra geral, a única sentença que pode produzir efeitos no Brasil é uma sentença emanada de um tribunal pátrio! Todavia, excepcionalmente, o Direito Penal que uma sentença estrangeira produza efeitos no território nacional. Requisitos para que a sentença estrangeira produza efeitos no Brasil Para que a sentença estrangeira produza efeitos no Brasil são necessários dois requisitos: Que a aplicação da lei brasileira produza na espécie as mesmas consequências. Não se concebe que se homologue uma sentença contrária ao ordenamento jurídico. Assim, uma sentença estrangeira que determine a constrição de um bem de família, por exemplo, não pode ser homologada aqui. Que a sentença seja homologada no Superior Tribunal de Justiça STJ! A competência do STJ para homologação de sentenças estrangeiras é definida no art. 105, I, i, da CF/88. Prof. 27

28 Hipóteses para a homologação Direto Penal Teoria e Exercícios Há três hipóteses em que a sentença estrangeira pode ser homologada no Brasil: a) Para obrigar o condenado no exterior a reparar o dano, a restituições e a outros efeitos civis (CP, art. 9, I); Nesse caso, a homologação no Brasil de uma sentença condenatória dada no estrangeiro tem como finalidade evitar que seja necessário um novo processo no Brasil para que a vítima tenha satisfeita a indenização pelos danos gerados pelo crime cometido no exterior ou restituição do bem objeto do crime que aqui se encontre. Favorece a vítima, que, com a homologação da sentença, pode executar diretamente o patrimônio do devedor e é de interesse da Justiça Brasileira, que evita um novo processo judicial que levaria ao mesmo resultado. O requerimento de homologação nesta hipótese é feito pela vítima ao STJ. b) Para sujeitar o condenado no exterior a medida de segurança (CP, art. 9, II). Medida de segurança é aplicada aos inimputáveis e semi-imputáveis em virtude de doença mental. Nesse caso, a homologação no Brasil de uma sentença condenatória dada no estrangeiro tem como finalidade evitar que o sentenciado coloque em risco a incolumidade pública. O requerimento de homologação nesta hipótese é feito pelo Procurador-Geral da República ao STJ. c) Para sequestrar bens, direitos e valores decorrentes do crime de lavagem de dinheiro (art. 8, da Lei n 9.613/98). Essa hipótese não é prevista no Código Penal, mas sim na Lei de Crimes de Lavagem de Dinheiro (Lei n 9.613/98). Essa lei é objeto de cobrança no edital do seu concurso, por isso é relevante o conhecimento dessa hipótese adicional em que a sentença dada no estrangeiro gera efeitos no Brasil, se homologada pelo STJ. Prof. 28

29 Efeitos da sentença penal condenatória dada no estrangeiro que independem de homologação Conforme estudamos, regra geral, a única sentença que pode produzir efeitos no Brasil é uma sentença emanada de um tribunal pátrio! Sabemos também que, excepcionalmente, o Direito Penal admite que uma sentença estrangeira produza efeitos no território nacional. Vimos, nesses casos, tais sentenças podem gerar seus efeitos no solo nacional desde que, em regra, sejam homologadas pelo STJ. Todavia, há exceções em que, independentemente de homologação, a sentença estrangeira produz efeitos no Brasil. São as seguintes hipóteses: a) Independentemente de homologação, a sentença condenatória proferida no estrangeiro gera no agente todos os efeitos penais da reincidência. b) Independentemente de homologação, a sentença condenatória proferida no estrangeiro permite caracterizar maus antecedentes. c) Independentemente de homologação, a sentença dada no estrangeiro impede a aplicação da lei penal brasileira nos casos de extraterritorialidade condicionada e hipercondicionada. d) Independentemente de homologação, a sentença dada no estrangeiro impede a concessão de sursis. e) Independentemente de homologação, a sentença dada no estrangeiro permite prorrogar o prazo para o livramento condicional. Prof. 29

30 Contagem de prazo Art O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. Diferentemente dos prazos processuais, a contagem do prazo penal em dias inclui o dia do começo e despreza o último. Assim, se o agente é recolhido à prisão às 23 horas do dia 1 de abril, para cumprir 05 dias prisão provisória, esse dia é computado por inteiro no cumprimento de sua pena, devendo o preso ser colocado em liberdade no dia 05 de abril. Prazo penal de 05 dias. Recolhimento Feriado 01/04 02/04 03/04 04/04 Soltura 05/04 Já a contagem do prazo penal em meses e anos é de data a data (Lei n 810/49). Todavia, quando no ano ou mês do vencimento não houver o dia correspondente ao do início do prazo, este findará no primeiro dia subsequente. Recolhimento Soltura Pena de 02 anos de detenção. 01/04/ /04/ /04/2012 Importante! Os prazos penais não se interrompem ou suspendem de modo algum! Todos os feriados, fins de semana, etc. são computados normalmente! Calendário comum A segunda parte do art. 10, do CP, dispõe que contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. O que a lei denomina de calendário comum é o calendário gregoriano. Prof. 30

31 Frações não computáveis da pena Art Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. Frações de dia: São as horas! A pena privativa de liberdade deve desconsiderar as horas em sua contagem. Ex.: Uma condenação pela prática de um crime de roubo a 06 anos e 01 dia de reclusão. Se, em sede de recurso da sentença, o condenado consegue obter a redução de 1/3 de sua pena sob alegação de participação de menor importância (CP, art. 29, 1 ), sua nova pena será de 02 anos e 08 horas. Todavia, as horas devem ser desprezadas! A pena a ser cumprida será, então, de apenas 02 anos! Frações de cruzeiro: São os centavos, nas penas de multa. A pena pecuniária deve desconsiderar os centavos em sua contagem. Ex.: Se pelo cálculo legal fosse recair uma multa de R$ 345,50, a sentença deveria desconsiderar os centavos e aplicar somente a parte inteira do valor: R$ 345,00. Interpretação da lei penal Há duas teorias sobre o que seja a interpretação de uma norma: Teoria Objetiva da Interpretação: Para a teoria objetiva da interpretação, interpretar é buscar o espírito da lei (voluntas legis). A teoria objetiva da interpretação é a que prevalece na doutrina. Teoria Subjetiva da Interpretação: Para a teoria subjetiva da interpretação, interpretar é descobrir a vontade do legislador. Não é a teoria que prevalece. Prof. 31

32 Independente do conceito de interpretação que se adote pode-se dizer que toda norma jurídica precisa ser interpretada, inclusive as mais simples, já que até mesmo o processo para considerar uma norma como simples é um processo de interpretação! Equivale a dizer que as expressões latinas in claris cessat interpretatio e in claris non fit interpretatio não são aplicadas na Teoria do Direito. Importante! No Direito Penal, todos os métodos de interpretação são admitidos, ainda que resultem em um posicionamento desfavorável ao réu. Métodos de Interpretação das Normas Jurídicas Classificação dos métodos de interpretação quanto à origem ou fonte: Autêntica Quando a interpretação é feita pelo próprio legislador em sua atividade legiferante. Jurisprudencial Quando a Interpretação é feita pelos tribunais em suas decisões. Doutrinária Quando a interpretação é feita pelos estudiosos do direito, os jurisconsultos Importante! A Exposição de Motivos do Código Penal é considerada pela Doutrina como uma das formas de interpretação doutrinária da lei penal, pois, apesar de acompanhar o Código Penal, não é uma lei e não tem força obrigatória. Classificação dos métodos de interpretação quanto ao resultado: Extensiva Quando pela interpretação se entende que o espírito da lei é mais amplo que seu texto. Declarativa Quando pela interpretação se entende que o texto da lei coincide com a Voluntas legis. Restritiva Quando pela interpretação se entende que o espírito da lei não abrange tudo que o texto da lei alcança. Prof. 32

33 Classificação dos métodos de interpretação quanto aos meios: Interpretação Gramatical: Consiste no exame do texto normativo sob o enfoque linguístico (pontuação, colocação das palavras, etc.). Interpretação Lógica ou Racional: Consiste na busca da finalidade da lei examinando elementos lógicos, desprezando elementos puramente verbais. Interpretação analógica: a interpretação analógica é aquela que amplia o conteúdo da lei penal abarcando os casos análogos, conforme uma fórmula casuística gravada no dispositivo legal. Ex.: O crime de homicídio é qualificado se for praticado mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe. Enquanto a primeira parte apresenta uma fórmula casuística ( paga ou promessa de recompensa ) a segunda parte permite ao julgador a interpretação analógica ( por outro motivo torpe ). Importante! Assim como todas as formas de interpretação da lei penal, a interpretação analógica é perfeitamente admissível no Direito Penal, ainda que possa levar a um entendimento desfavorável ao réu. Interpretação Sistemática: Consiste na análise do conjunto de normas em que aquela está inserida. Interpretação Histórica: Baseia-se na investigação dos precedentes da norma, inclusive do processo legislativo. Interpretação Sociológica ou Teleológica: Busca-se o telos, que é o objeto de proteção da norma, para que ela seja aplicada favoravelmente a quem se pretende proteger. Prof. 33

34 Importante! O costume possui grande relevância na interpretação das normas penais. Nos crimes contra a honra, por exemplo, há determinadas regiões do Brasil em que uma determinada palavra caracteriza ofensa enquanto, em outras, a mesma palavra é utilizada em sentido diverso e não ofensivo. Considerações finais sobre a interpretação das normas jurídicas A interpretação é uma, mas se vale de diferentes meios. Não existe um meio de interpretação que prevalece sobre os demais e nem uma ordem de aplicação dos meios existentes, pois não existe hierarquia entre eles. Os meios de interpretação não se excluem, mas sim se complementam. Isso não significa, no entanto, que todos os meios de interpretação devem sempre ser usados para descobrir o sentido de determinada norma jurídica, mas sim que, quando mais coadunarem os resultados alcançados por diferentes meios, mais segura é a interpretação. Analogia A analogia consiste na aplicação de uma norma jurídica prevista para uma hipótese distinta, porém semelhante. Trata-se de um processo de integração da norma, ou seja, a analogia cria uma norma jurídica onde não existe! Fundamenta-se no princípio da igualdade de tratamento: Onde existe a mesma razão deve existir o mesmo direito. Funciona assim: o Código Penal possui diversas lacunas, isto é, hipóteses que podem ocorrer na prática que não são previstas na lei. Todavia, o juiz nunca pode deixar de julgar alegando lacuna ou obscuridade da lei. Assim, diante de inexistência de dispositivo legal que regule o caso, o julgador deve aplicar uma norma jurídica prevista para uma hipótese distinta, porém semelhante. A essa operação de preenchimento de uma lacuna na lei através de uma norma semelhante denomina-se analogia! Prof. 34

35 Importante! No Direito Penal, em decorrência do princípio da legalidade, é vedada a aplicação da analogia in malam partem, ou seja, em prejuízo do réu. No entanto é perfeitamente admissível o emprego da analogia in bonam partem, ou seja, em benefício do réu! Exemplo, no Direito Penal, de emprego de analogia in bonam partem era a extensão das hipóteses de aborto permitido aos casos de gravidez proveniente de atentado violento ao pudor, mesmo diante do silêncio do Código Penal que apenas previa essa possibilidade para a gravidez proveniente do estupro. A vítima de atentado violento ao pudor que abortasse a gravidez resultante do crime não era incriminada, em decorrência da aplicação da analogia in bonam partem do art. 128, II, do CP. Cumpre ressaltar que, com as recentes alterações das disposições referentes aos crimes contra a dignidade sexual, a figura do atentado violento ao pudor foi inserida na figura típica do estupro, não sendo mais necessária a aplicação da analogia para a permissão do aborto na hipótese. Requisitos para o emprego da Analogia no Direito Penal Inexistência de dispositivo legal prevendo e disciplinando a hipótese do caso concreto. Semelhança entre a relação não contemplada e outra regulada na lei. Identidade de fundamentos lógicos e jurídicos no ponto comum às duas situações. Resultado que não seja desfavorável ao réu. Prof. 35

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