4º CONGRESSO NACIONAL DOS ECONOMISTAS Lisboa, 19, 20 e 21 de Outubro de 2011
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- Eliza Cabreira Fidalgo
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1 4º CONGRESSO NACIONAL DOS ECONOMISTAS Lisboa, 19, 20 e 21 de Outubro de 2011 Apresentação ao painel sobre Coesão Social, Liderança e Empreendedorismo. Qualificações Capital Social, desenvolvimento económico e coesão social: reduzir os deficits trigémeos Membro número -1083
2 Índice Capital Social: Conceitos e tipologias Capital Social e Desenvolvimento económico Capital Social e Coesão Social Capital Social em Portugal Inverter a situação? Conclusões 2
3 Capital Social: conceitos e tipologias Três formas de capital: cultural, económico e social. O Capital Social definido como sendo o conjunto de recursos de uma rede de contactos, ou de um grupo, que um indivíduo pode mobilizar. Estruturas sociais que facilitam a acção dos actores. Foco em - i) Obrigações, expectativas, ii) canais de informação e iii) Normas e sanções efectivas. por capital quero dizer, aspectos da vida social redes, normas e confiança que permitem aos participantes agir em conjunto para alcançar objectivos comuns (Putnam, 1994). 3
4 Capital Social: conceitos e tipologias Inclusivo Exclusivo O Capital Social inclusivo, une pessoas de diferentes origens socioeconómicas, tende a permitir o fluxo de informação e o acesso a um conjunto mais amplo de activos. O tipo exclusivo une elementos já com muito em comum e pode levar a fortes antagonismos face aos indivíduos exteriores ao grupo. 4
5 Capital Social e Desenvolvimento económico Capital Social Três externalidades Conhecimento agentes Informação sobre o meio Acção colectiva Desenvolvimento Económico O conhecimento dos agentes reduz os custos de transacção e cria um meio mais transparente; a informação sobre o meio, permite explorar as oportunidades; a acção colectiva permite ultrapassar as dificuldades resultantes das situações do tipo dilema do prisioneiro que empurram os indivíduos para decisões que sendo racionais não são as óptimas em termos de desenvolvimento. 5
6 Capital Social e Coesão Social No nosso país passa muitas vezes a ideia errada de que coesão social é sinónimo de paz social ou de aceitação amorfa Beckley (1994) define coesão social como o grau atingido por uma localidade geográfica em termos de «comunidade» no sentido de valores partilhados, cooperação e interacção. Raimer (2002) elabora sobre a noção de cooperação definindo a coesão social como o grau em que a população responde colectivamente para atingir os resultados que valoriza e para lidar com os problemas económicos, sociais ou ambientais que enfrenta. Nos dois casos a acção colectiva ou comunitária é a noção chave (Desjardins, 2002) 6
7 Capital Social e Coesão Social A Confiança, o Associativismo, as Normas contribuem para criar comunidades com valores partilhados, para aumentar a cooperação e para melhorar a interacção entre os membros da sociedade. Em suma o Capital Social é uma das fontes da Coesão Social. Capital Social Coesão Social 7
8 Capital Social em Portugal Stephen Knack e Philip Keefer, com base em resultados do inquérito do World Values Survey envolvendo 29 países de todos os continentes Confiança (26º lugar, atrás de países como a Itália, o Chile ou a Nigéria ou a África do Sul) Civismo (26º lugar, atrás de países como a Nigéria, o Brasil e a Turquia) Baixo Capital Social Associativismo (sétimo a contar do fim) Confiança no Governo (27º lugar) 8
9 Capital Social em Portugal Em resumo Portugal apresenta baixos índices de Capital Social, consubstanciados num fraco associativismo e numa ausência de Confiança entre os portugueses e estes e as instituições públicas e privadas. 9
10 Modelo de Graeser O investimento individual em Capital Social pode ser visto como um tradicional económico de problema de maximização sob restrições. Edward L. Glaeser(1) Universidade de Harward propôs um modelo de análise deste problema. da (1) The economic approach to Social Capital foi escrito em co-autoria com Bruce Sacerdote e David Laibson 10
11 Modelo de Graeser Variáveis Observações Em Portugal Maximizar Investimento em Capital Social Stock de Capital Social de um indivíduo - S Stock de CS per capita de uma comunidade Ŝ ---- Quanto maior o CS da comunidade maior o investimento --- CS da comunidade é baixo Taxa de retorno do CS na sua comunidade S * R(Ŝ) Quanto maior o retorno maior o investimento Baixo retorno Investimento em CS I Investimento implica tempo Longas horas trabalho e deslocações Custo do investimento - C(I) Quanto maior menos investimento se fará ---- Custo de oportunidade do investimento em CS w Quanto menor o custo oportunidade maior o investimento Elevado custo oportunidade Taxa de depreciação do Investimento (1-δ ) Quanto maior menor o investimento
12 Modelo de Graeser Variáveis Observações Em Portugal Maximizar Investimento em Capital Social Probabilidade de continuar na mesma comunidade -θ Quando saí existe perda imediata e discreta - λ Se baixa não há incentivo para investir em CS Perca maior quanto para mais longe Grande probabilidade de emigração excepto elites Emigração para países com cultura diferente Tempo de vida do individuo T A partir de certa idade investimento sem retorno País envelhecido Taxa de desconto - β Quanto mais baixa maior o investimento ---- Stock de CS no período t = stock CS t-1 mais investimento menos depreciação
13 Inverter a situação? Para que Portugal não perca outra oportunidade de encetar uma via de desenvolvimento sustentável é imprescindível colocar no terreno políticas de incentivo ao Capital Social. Os principais pilares dessa política deverão ser: 1)Redução do custo de oportunidade do investimento em Capital Social 2)Aumento da taxa de retorno do Capital Social 3)Redução da perca induzida pela mobilidade geográfica 13
14 Conclusões 1) O Capital Social pode ser definido como o conjunto dos aspectos da vida social redes, normas e confiança que permitem aos participantes agir em conjunto para alcançar objectivos comuns. A Confiança, o Associativismo e a participação cívica são as formas mais comuns de medir o Capital Social. 2) O Capital Social tem por via das externalidades positivas associadas um impacto relevante no desenvolvimento económico e social. 3) A Coesão Social assenta em valores partilhados, cooperação e interacção e pode ser vista como o grau em que a população responde colectivamente para resolver os problemas económicos, sociais que enfrenta. O Capital Social é uma das fontes da Coesão Social. 4) Vários estudos internacionais identificam Portugal como um país de baixo Capital Social, o que têm efeitos negativos no desenvolvimento económico e na coesão social. 5) O Modelo de Graeser permite identificar as variáveis que contribuem para o investimento individual em Capital social e desenhar as políticas necessárias para o seu acréscimo. 6) Portugal não conseguirá desenvolver-se sem políticas activas de incremento do Capital Social. Essas políticas devem assentar em três pilares: Redução do custo de oportunidade do investimento em Capital Social, Aumento da taxa de retorno do Capital Social, Redução da perca induzida pela mobilidade geográfica. 14
15 Fim OBRIGADO 15
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