PROJECTO DE MOBILIDADE SUSTENTÁVEL Workshop Mobilidade Ciclável Câmara Municipal da Murtosa, Murtosa 29 de Novembro de 2007

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1 PROJECTO DE MOBILIDADE SUSTENTÁVEL Workshop Mobilidade Ciclável Câmara Municipal da Murtosa, Murtosa 29 de Novembro de 2007 Workshop do Grupo de Interesse Redes Cicláveis Grupo de Trabalho A Assunto: 1. Levantamento do Estado da Arte da Mobilidade Ciclável em Portugal: Problemas e Potencialidades nos Casos de Estudo; 2. Proposta de criação de uma Rede Nacional de Mobilidade Ciclável. Intervenientes: Agência Portuguesa do Ambiente Regina Vilão (regina.vilao@iambiente.pt) Câmara Municipal da Murtosa Presidente CM - António Santos Sousa (gap@cm-murtosa.pt) Instituto Politécnico de Tomar Rita Anastácio (rfanastacio@ipt.pt) Universidade de Aveiro Artur da Rosa Pires (arp@ua.pt) José Carlos Mota (jcmota@ua.pt) Universidade de Coimbra Anabela Narciso (Anabela@dec.uc.pt) Universidade do Minho Paulo Ribeiro (pauloribeiro@civil.uminho.pt) Universidade Nova de Lisboa João Figueira de Sousa (j.fsousa@fcsh.unl.pt) André Fernandes Universidade do Porto Miguel Torres (lmt@fe.ua.pt) Teresa Aguiar (urbanismo@cm-famalicao.pt) Murtosa Duarte Carinha (Duarte_carinha@hotmail.com)

2 Levantamento do Estado da Arte da Mobilidade Ciclável em Portugal: Problemas e Potencialidades nos Casos de Estudo (questões discutidas) Município de Viana do Castelo (Universidade do Minho) Existem hábitos de uso da bicicleta na zona ribeirinha e no percurso descendente de Santa Luzia ao centro da cidade; Identificaram-se alguns problemas no atravessamento do Rio Lima e no acesso à Basílica de Santa Luzia; Foram apontadas algumas pistas de solução que passavam pela promoção da intermodalidade com comboio e funicular. Município de Barcelos (Universidade do Minho) Existem associações de ciclistas ligadas ao desporto de montanha; Não existe tradição de uso regular da bicicleta. Município de Tavira (Universidade Nova de Lisboa) Existem alguns projectos regionais importantes ligados à bicicleta, como a EcoPista do Algarve, integrada na Rede Europeia EuroVelo; Prevê-se a ligação desta via regional a uma das Ecopistas do Alentejo que atravessa o concelho de Mértola, no âmbito do projecto de reconversão de linhas ferroviárias da REFER, integradas na rede europeia de vias verdes; A Câmara Municipal de Tavira tem desenvolvido algumas iniciativas de disponibilização de bicicletas para serviços externos. Município da Golegã (Instituto Politécnico de Tomar) Não existe tradição de uso da bicicleta, em particular junto da população escolar; Esta utilização é dificultada pelos reduzidos perfis das ruas e pela ausência de passeios, o que determina um aumento dos factores de insegurança; Regista-se a adesão da população mais idosa ao uso da bicicleta, após a criação de 4 troços de pistas cicláveis junto a algumas estradas nacionais. Município de Penela (Instituto Politécnico de Tomar) Registou-se a vontade de criar condições para a mobilidade ciclável na zona da baixa. Município da Murtosa (Universidade de Aveiro) Foi patente uma grande vontade política de apoiar o projecto; Criou-se um blogue de apoio ao projecto ( Reiterou-se a vontade de construir/adaptar um significativo conjunto de vias cicláveis (40Km de vias turísticas e 30Km de vias urbanas), em particular a ligação entre a Torreira e a Murtosa por ciclovia urbana, e implantação das ciclovias de âmbito turístico, associadas a zonas de atracção e animação da ria. Município de Cantanhede (Universidade de Coimbra) Assumiu-se como relevante apoiar a tradição existente de utilização quotidiana da bicicleta; Manifestou-se a vontade de desenvolver um projecto de ligação por ciclovia do centro da cidade de Cantanhede à Zona Industrial. Município de Santarém (Universidade de Coimbra) Existem dinâmicas recentes de utilização da bicicleta na frente ribeirinha (no seguimento da construção de uma ciclovia); Assumiu-se como relevante estimular a utilização regular da bicicleta; Vontade de promover uma ciclovia no Planalto (1Km) que ligue o Politécnico à Zona Histórica; Foram salientados dois aspectos fundamentais na concepção do projecto de Santarém: a importância da intermodalidade entre a bicicleta e o transporte público e um cuidado particular com o tipo de pavimento e a sinalética a utilizar;

3 Referiu-se a importância dos movimentos associativos ligados à bicicleta (BTT) e a organização de uma feira anual associada à bicicleta. Município de Vila Nova de Famalicão (Universidade do Porto) Encontram-se já previstas vias cicláveis no novo Plano Director Municipal, reutilizando a antiga linha de caminho de ferro de ligação à Póvoa do Varzim; Foram já implementadas algumas obras de adaptação da antiga via férrea a pista ciclável (faltando, no entanto, algumas intervenções nos cruzamentos); O projecto propõe ainda a criação de uma ciclovia de ligação entre o centro e o Parque da Cidade. Município de Chaves (Universidade do Porto) Encontra-se integrado na rede de Ecovias da REFER com a reutilização da linha que efectuava a ligação com o concelho de Vila Real, um percurso com 80 km; No âmbito do projecto POLIS, existe uma ciclovia numa área de lazer, junto ao rio Tâmega; Defendeu-se que não é desejável a criação de redes de ciclovias independentes para diferentes usos, nomeadamente lazer e quotidiano (na maior parte das situações); Ao nível da infra-estrutura, confrontaram-se as soluções de pista segregada e de pintura do pavimento, relativamente ao seu custo monetário; O sistema Rent-a-Bike foi também referenciado, encontrando-se em desenvolvimento para o município de Chaves; O problema do financiamento e manutenção destes sistemas públicos de bicicletas poderia ser resolvido recorrendo às receitas geradas pelo estacionamento automóvel e multas. No grupo de trabalho participou também um cidadão da Murtosa, Duarte Carinha, que deu conta das suas experiências enquanto utilizador da bicicleta, nomeadamente em Santarém onde se realizou um evento de BTT, que contou com um elevado número de participantes. Criticou no entanto, os projectos que se preocupam com a implementação de infra-estrutura sem ter em atenção a ausência de utilizadores, sugerindo a realização de actividades de sensibilização e educação envolvendo as escolas. Para além disto, atribuiu relevância à discussão entre conhecimento técnico-científico e empírico.

4 Em jeito de síntese desta primeira fase do debate pode referir-se o seguinte: Potencialidades / Requisitos Orografia adequada Localização dos núcleos urbanos/populacionais Intermodalidade (bicicletas transporte públicos) Infra-estruturas existentes (Ecopistas) Conjugar/valorizar a tradição social já existente e o potencial associado ao público jovem e à adesão das escolas Potencial do ponto de vista da conectividade Existência de outras redes/projectos/planos enquadrantes: o Rede de cidades saudáveis o Agendas 21 o Redes de Vias Verdes o PDM s Vertente Lazer/Turismo (vila campo; núcleo urbano mar, eventos) Conhecimento técnico / Capital das ideias subjacentes Existência de grupos de interesse /associações para discussão de propostas Potencial de opções simples integradoras e de baixo custo no quadro desta rede Ganhos em saúde /qualidade de vida Potencial de constituição de redes supramunicipais e regionais Integração em redes internacionais Elegibilidade dos projectos a fundos comunitários no quadro das redes constituídas Constrangimentos / Dificuldades Conectividade/Gestão da mobilidade nas suas várias componentes Sinalética Estacionamento dedicado Adaptação do tecido urbano para pistas adequadas Motivação da comunidade, em particular dos jovens Estratégia de comunicação adequada para vencer o estigma económico/social: Imagens das cidades Concepção e gestão das infra-estruturas Envolvimento dos parceiros adequados desde a fase inicial e a sua dinâmica própria Condições meteorológicas Segurança dos bens: Desenvolvimento de opções tecnológicas para o efeito Incentivos/Financiamentos, Encontro de parcerias de sucesso

5 Proposta de criação de uma Rede Nacional de Mobilidade Ciclável. (questões discutidas) A Rede Nacional de Mobilidade Ciclável pode ser: uma rede nacional e/ou regional de ciclovias (com funções diferentes de uso regular (sobretudo no meio urbano) e de uso lazer (sobretudo no meio rural); uma rede de sistemas de bicicletas de utilização pública; uma oportunidade de promoção da investigação sobre a mobilidade ciclável; um espaço de troca de experiências sobre temas ligados à mobilidade ciclável (infraestruturas, serviços de apoio, animação e dinamização do uso); Podem pertencer a esta REDE, para além dos parceiros envolvidos no projecto de Mobilidade Sustentável (APA, Autarquias Locais, Universidades e Centros de Investigação) a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (a nível da influência no código da estrada), outras instituições governamentais congéneres, Associações de produtores (ABIMOTA) e de utilizadores (Clubes e Associações), Entidades associadas à saúde e educação, Empresas ligadas à temática e Profissionais. Quanto às actividades a desenvolver, resultaram como sugestões: o Site Internet, com informação da rede e das actividades existentes, com utilização do Google Earth, e possibilidade de criação de percursos pelo utilizador (à semelhança do GPS); o Criação de Manuais de Boas Práticas; o Partilha de informação - plataforma de boas práticas (à semelhança do que representa o programa ELTIS para a mobilidade sustentável em geral) o Acções para mobilização dos stakeholders (população, entidades empregadoras, entre outros); o Envolvimento dos operadores de turismo, como a hotelaria, no âmbito da mobilidade ciclável turísticas; o Acções de promoção junto das escolas (aprendizagem do uso da bicicleta segurança em meio urbano) Em relação ao financiamento, identificou-se o QREN como uma possível fonte para projectos concretos, considerando-se também importante a existência de um observatório de monitorização de cumprimento dos objectivos.

6 ANEXO Documento de preparação do lançamento da Rede Nacional de Mobilidade Ciclável (RNMC) 1. Contexto a. Iniciativas do Projecto Mobilidade sustentável i. Projecto Murtosa Ciclável e Rede de Animação da Murtosa Ciclável (UA) ii. Projecto FEUP (Chaves) iii. Projecto FEUC (Cantanhede) iv. Projecto IPL (Leiria) v. Projecto U. Minho vi. Projecto IDMEC (Vendas Novas) vii. Projecto UNL viii. Projecto IPT ix. Projecto U. Alg. b. Outras iniciativas recentes i. BUGA - Aveiro ii. REFER workshop mobilidade ciclável (Out. 2007) iii. Seminário Redes Suaves ISA, Lisboa (Set. 2007) iv. Projecto Bute - Universidade do Minho (Nov. 2007) v. Massa Crítica Lisboa, Porto, Coimbra e Aveiro (Bicicletada) vi. Secretária de Estado dos Transportes (Nov. 2007) Investigação pilar e instrumento fundamental para a promoção da mobilidade sustentável (encerramento do conferência final do projecto Eurforum ) c. União Europeia i. Federación de Ciclistas Europeos, Declaração de Berna (19 de Maio de 2007) in ii. Rede internacional Eurovelo iii. Cidades para Bicicletas,Cidades de Futuro, UE, 1999 iv. Livro Verde da Comissão Europeia Por uma nova cultura de Mobilidade Urbana (2007) v. Processo de consulta pública, com a expectável adopção de um Plano de Acção para a Mobilidade e o Transporte Urbano (2008) 2. Finalidade e Objectivos a. Investigação e produção de documentos de orientação para os municípios b. Articule a mobilidade ciclável nas diferentes dimensões: i. Infras + Serviços de apoio ii. Intermodalidade iii. Dinamização + Sensibilização iv. I&D v. Quadro institucional 3. Modelo Organizativo a. Parceiros fundadores i. APA ii. ANMP iii. 40 Municípios iv. Centros de Investigação (Univ.) v. Municípios REDE MOBILIDADE SUSTENTÁVEL vi. Federação Ciclismo vii. ABIMOTA viii. REFER b. Associados i. Organismos do estado (APA + SETT + ii. Universidades e Centros de Investigação iii. Municípios

7 iv. Empresas v. Investigadores vi. Profissionais vii. Cidadãos empenhados c. Estrutura /Funcionamento i. Comissão Instaladora (CM+APA+Org. Científico+ABIMOTA) ii. Conselho Estratégico iii. Conselho Executivo iv. Secretariado Técnico (em permanência) v. Núcleos regionais (a médio prazo) 4. Acções e Iniciativas a. Para os associados i. Workshops com municípios ii. Seminário Internacional iii. Levantamento Estado da Arte em Portugal - Inquérito Diagnóstico sobre mobilidade ciclável iv. Benchmarking (aproveitando trabalho dos projectos) v. Boas práticas (aproveitando trabalho dos projectos) vi. Desenvolvimento de um documento Orientações para a promoção da mobilidade ciclável em Portugal (exemplo Brasil) b. Para as escolas i. Levantamento de escolas cicláveis (ver REDE Espanhola) ii. Campanhas de mobilização (com ABIMOTA e fabricantes) c. Para a REDE i. Blogue ii. Site iii. Newsletter mensal 5. Modelo de Financiamento a. Quota de adesão b. Candidaturas a projectos c. Patrocínios d. Fundações 6. Metas e Métricas