CAMAU COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO DO MERCADO DE ARRENDAMENTO URBANO
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- Paulo Araújo Bento
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1 CAMAU COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO DO MERCADO DE ARRENDAMENTO URBANO ORÇAMENTO DE ESTADO 2018 Mercado de Arrendamento Urbano Considerando que: 1) O arrendamento urbano é um mercado que desempenha uma função social de relevo, sendo também uma atividade económica; 2) Que a legislação em vigor (NRAU) é insuficiente para promover o dinamismo do mercado de arrendamento; 3) Que a oferta para o mercado de arrendamento nas grandes cidades do País é insuficiente e de preços incomportáveis pela generalidade das famílias e jovens; 4) Que a crescente procura turística influenciou o incremento do negócio de alojamento local, aumentando a escassez de ativos disponíveis no mercado de arrendamento; 5) Que a fiscalidade sobre o imobiliário, no geral, e sobre o rendimento obtido através do arrendamento urbano, em particular, é elevada e desadequada à sua função social; 6) Que os municípios, como entidades de administração pública, devem ter uma maior e mais qualificada intervenção regulatória no que concerne ao mercado de arrendamento; 1
2 Propõe a CAMAU: 1) Atualmente a tributação dos rendimentos obtidos pelo negócio de arrendamento urbano é feita, em sede de IRS, através da tributação normal ou por via da taxa liberatória 28% - acabando por existir um cenário de dupla tributação aquando do pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Idealmente, deveria privilegiar-se a tributação pelo rendimento em detrimento da tributação pela posse. O IMI deverá ser dedutível, colecta a colecta, quando tenha lugar a tributação dos rendimentos obtidos no arrendamento urbano. Desta forma, gerar-se-á uma maior confiança junto dos proprietários e potenciais investidores, criando assim um mercado de arrendamento de maior dimensão, não havendo perda, mas sim ganhos para o Estado; 2) Isentar de IMI e de AIMI os imóveis habitacionais arrendados de acordo com o conceito de renda acessível ; 3) Eliminar o Adicional ao IMI, um imposto que não traz benefícios nem para o Estado, nem para os cidadãos, e que apenas veio criar um impacto negativo na segurança fiscal e na perceção dos potenciais investidores; 4) Redução da Taxa Liberatória (atualmente de 28%) para 25%, dando ao mercado um sinal positivo de que a dinamização do arrendamento urbano é efetivamente um desígnio nacional; 5) A defesa da redução da tributação, em sede de IRS, para arrendamentos de longa duração, abatendo 50% ao valor da Taxa Liberatória aplicável para arrendamentos de período igual ou superior a cinco anos; 6) Considerando a necessidade de proteger os arrendatários e proprietários mais vulneráveis, são necessárias ações de informação e divulgação da legislação, para que todos possam utilizar os mecanismos de defesa que a lei confere; 7) Afigura-se a regulamentação de um programa de apoio às rendas, por via da manutenção do subsídio de renda, mecanismo aprovado e anunciado pelo anterior executivo, que nunca entrou em vigor e que é essencial para prestar apoio às famílias mais desfavorecidas; 2
3 8) Assegurar, por via das autarquias, um Programa de Renda Acessível, que promova a oferta de casas a preços acessíveis para as famílias de classe média, com rendas a preços entre os 200 e os 400 euros (para tipologias T2 e T4, respetivamente) ; 9) Alargar o Programa de Renda Acessível a privados, através da obrigatoriedade de afetação deste programa 20% dos novos fogos em operações urbanísticas. Estes imóveis poderão ser adquiridos pelo Município ou manter-se a propriedade privada com reserva de uso pelo município durante um período determinado de tempo (por exemplo, 20 anos). Poderão ainda ser construídos em terreno municipal ou por recurso a créditos de construção; 10) A criação de um seguro de renda popular e obrigatório, não especulativo e dotado de simplicidade, será condição eficaz para que os proprietários sintam segurança em colocar os seus imóveis no mercado de arrendamento, permitindo um alargamento da oferta disponível; 11) Criação de um seguro multirriscos obrigatório, a subscrever pelo arrendatário, para cobertura de eventuais danos na habitação provocados pelo próprio; 12) Caso haja lugar à criação dos dois mecanismos de seguro acima citados, e atendendo à proteção conferida pelos mesmos, a eliminação das fianças e outras garantias legalmente previstas, que são, atualmente, muito difíceis de conseguir pelos arrendatários, tornando-se um entrave na celebração de contratos de arrendamento. 3
4 Alojamento Local Considerando que: 1) A dinamização do turismo em Portugal veio impulsionar o conceito de Alojamento Local e, por esta via, promover o investimento por particulares e investidores estrangeiros no mercado imobiliário; 2) De acordo com a AHRESP, 59% dos ativos dirigidos para o mercado de Alojamento Local, estavam devolutos; 3) O investimento neste mercado recuperou grande parte do edificado das principais cidades do País, promovendo também o empreendedorismo e a criação de emprego, que influenciaram positivamente a retoma da Economia Nacional; 4) Não obstante os benefícios que o mercado de Alojamento Local trouxe aos diferentes segmentos (imobiliário, reabilitação urbana, turismo, etc.) existem problemas que se prendem com o bem-estar dos condóminos; Considera a CAMAU que é necessário promover um mercado de Alojamento Local saudável, tendo em conta que o mesmo traz benefícios inestimáveis para a Economia do País. No entanto, e atendendo a alguns problemas que se têm registado, deverá promover-se uma fiscalização mais acentuada desta atividade, sem haver lugar a alterações legislativas drásticas que possam pôr em causa a sanidade deste segmento de mercado. 4
5 Pela Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) Vasco Mello, Vice-Presidente da CCP Pela Associação de Inquilinos Lisbonenses (AIL) Romão Lavadinho, Presidente da AIL Pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) Luís Lima, Presidente da APEMIP 5
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas e a Associação Nacional dos Municípios Portugueses.
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