Determinação da concentração de cromo na carne de frango de corte alimentados com ração suplementada
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1 Determinação da concentração de cromo na carne de frango de corte alimentados com ração suplementada Marcos Vinícius de Moura Ribeiro* (bolsista do PIBIC/CNPq), Ana Kledna Leite Roque (bolsista do PIBIC/UFPI), Edivan Carvalho Vieira (Co-Orientador, UFPI-DQ), Naise Mary Caldas (Orientadora, UFPI-CAFS) Universidade Federal do Piauí, campus Ministro Petrônio Portela, CCN- DQ, Teresina, Piauí Introdução O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango (ABEF, 2009). Apesar do avanço significativo na seleção genética de frangos de corte, promovendo rápido crescimento e aumento na eficiência alimentar, fornecendo, dessa forma, à indústria avícola, aves terminadas em curto período de tempo, constata-se que estas novas linhagens apresentam menor desempenho frente a condições estressantes produzidas pelo calor (YAHAV et al., 2000), resultando em perdas econômicas importantes. Dentre as estratégias nutricionais que contribuem na diminuição do estresse térmico, está a suplementação com minerais e vitaminas que podem favorecer o adequado desempenho das aves. Isto se deve ao conhecimento de que as altas temperaturas ambientais diminuem as concentrações de vitaminas e minerais no soro sanguíneo, bem como, aumenta a excreção mineral em aves (LANA et al., 2000). O cromo é um mineral essencial que não é produzido pelo corpo e deve ser fornecido pela dieta. É importante para o metabolismo das gorduras e carboidratos e estimula a síntese de ácidos graxos e colesterol sendo um ativador de várias enzimas (ARAÚJO et al., 2007; SILVA, 2007). Contudo, no sistema de produção de carne, as características de qualidade do produto final a ser oferecido ao consumidor são consideradas de fundamental importância. Neste sentido qualquer alteração na dieta convencional oferecida aos animais produtores de carne deve além de ter o acompanhamento do desempenho, parâmetros fisiológicos e resposta imune desde o inicio do experimento até o abate, ter a carne avaliada no seu padrão de
2 qualidade. Nesse contexto, a especiação do cromo é importante devido à toxicidade do Cr(VI). Enquanto que o Cr(III) é considerado essencial aos metabolismos da glicose, lipídio e proteína, o Cr(VI) é tóxico devido principalmente ao seu comportamento oxidante. Para determinação espectrofotométrica de espécies na região UV-VIS, normalmente é necessário o uso de reagentes para a conversão da espécie de interesse em uma forma que permita a medida de absorção de radiação com maior sensibilidade e ou seletividade. Sendo assim, espécies que absorvem fracamente podem ser convertidas em compostos com maior absortividade molar visando a determinação de menores quantidades do analito (ROCHA & TEXEIRA, 2004). A espectroscopia UV-Vis fornece apenas poucas informações qualitativas para identificação e caracterização de compostos, mas trata-se de técnica extremamente útil no estudo de substâncias que promovem cor. O objetivo principal deste trabalho foi avaliar a concentração de Cr(VI) em carnes de frangos dos cortes comerciais do peito e da coxa de frangos de corte e identificar possíveis alterações benéficas ou prejudiciais do emprego do cromo sobre a qualidade da carne. Metodologia Foram preparadas noves soluções de referência de concentrações exatamente conhecidas de 0,0; 0,1; 0,2; 0,4; 0,8; 1,0; 1,5; 2,0; 3,0 mg L -1, a partir de uma solução em estoque de 1000 mg L -1 de Cr, afim de ser determinar a curva de calibração. As amostras de carnes foram preparadas cortando cerca de 16g de cada amostra de carne de frango e pesou-se numa balança analítica e colocou-se pra secar em uma estufa (110ºC). Após aproximadamente 22 horas retirou-se as amostras, esperou-se resfriar, e pesou-se novamente. Pesou-se cerca de 0,5g de cada amostras em tubos de ensaio e procedeu-se o processo de digestão das amostras. Por fim, as amostras foram preparadas para analise, reagindo com uma solução de 1,5-difenilcarbazida e com uma solução de ácido sulfúrico a 0,1 mol L - 1 (ajuste do ph da solução a ser analisada para 1). Repetiu-se todo o procedimento anterior usando cerca de 1,0g das amostras devidamente pisadas.
3 As amostras devidamente preparadas foram levadas para análise em um espectrofotômetro uv-vis (modelo: VARIAN, Cary 2000), onde a partir da curva de calibração, descobriu-se o valor das concentrações de cromo nas amostras analisadas. Resultados e Discussão A curva analítica para o cromo foi preparada como descrito no item anterior e seus valores determinados no espectrofotômetro do UV-VIS no comprimento de absorção máximo de 542 nm. A Tabela 1 ilustra os valores obtidos para a construção da curva analítica. A partir dos valores obtidos, construiu-se uma curva analítica para o cromo (Figura 1), no intervalo de concentração 0,1 a 3,0 mg L -1 e coeficiente de correlação (R 2 ) 0, Tabela 1. Absorbâncias e concentrações das soluções de referência utilizadas na construção da curva de calibração para o Cr. Concentrações (mg L -1 ) Absorvância do Cr 0-0,003 0,1 0,0717 0,2 0,1209 0,4 0,2374 0,8 0,4740 1,0 0,5915 1,5 0,8789 2,0 1,1526 3,0 1,6809 Figura 1: Curva Analítica para Cr acidificadas em 0,1 mol L -1 de H 2 SO 4 a ph=1 Os teores de umidade em seis amostras de coxa e peito de frango, foram determinados pelo método da estufa a 115 C. Nas seis amostras analisadas os
4 teores de umidade variaram entre 74 a 79%. Onde os maiores valores foram encontrados nas amostras de coxa e os menores nas amostras de peito de frango. O espectrofotômetro utilizado para a determinação dos teores de cromo nas amostras de frango e para obter uma melhor confiabilidade dos dados obtidos, duas analises foram realizadas: 1) amostras diluídas em 50 ml com 0,5 g da amostra de carne de frango 2) amostras diluídas em 20 ml com 1,0 g da amostra de carne de frango. Nas duas analises (24 amostras) analisadas, o valores encontrados foram próximos de 0 mg L -1. Com isso calculou-se o LD (limite de detecção) e o LQ (limite de quantificação) das amostras. Conclusão A curva de calibração apresentou uma boa linearidade e um bom coeficiente de correlação, apresentando assim bons resultados. Não foi possível determinar as concentrações de cromo nas amostras de carne de frango, já que os valores ficaram abaixo do LD e do LQ. Os resultados não foram os esperados, como previa no projeto, já que se esperava encontrar alguma concentração de cromo nas amostras, sendo que a baixa sensibilidade da técnica dificultou essa determinação. Apoio Ao programa PIBIC/CNPq pela bolsa concedida para a iniciação científica e ao Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia (DZO) do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFPI pela disponibilização das amostras a serem analisadas. Referências Bibliográficas 1. CUBADDA, F.; GIOVANNANGELI, S.; IOSI, F.; RAGGI, A.; STACCHINI, P. Analytical, Nutritional and Clinical Methods: Chromium determination in foods by quadrupole inductively coupled plasma mass spectrometry with ultrasonic nebulization. Food Chemistry. V.81, p , 2003.
5 2. LANA, G.R.Q.; ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T. et al. Efeito da temperatura ambiente e restrição alimentar sobre o desempenho e composição de corporal de frangos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 29, n. 4, p , SILVA, L. M. G. S. Uso de Cromo na Alimentação de Frangos de Cortes. Maringá: UEM, p.Tese (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Palavras-chave: Frango de corte. cromo, ração suplementada. UV-Vis.
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