ditorial Ao publicarmos a 3ª edição de nosso Panorama vidreiro, podemos afirmar Fazendo história

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1 Abravidro 1

2 ditorial Fazendo história Ao publicarmos a 3ª edição de nosso Panorama vidreiro, podemos afirmar que a sustentação desse trabalho já faz história e contribui muito para o amadurecimento e desenvolvimento de nosso mercado. Resultado dos esforços da diretoria da Abravidro e de suas treze entidades afiliadas, a pesquisa deste ano mobilizou mais de sessenta empresas que, novamente, viram a importância desse estudo e perceberam a seriedade com que é conduzido. A cada um desses protagonistas, segue aqui o nosso muito obrigado pela confiança mais uma vez depositada. Nas páginas a seguir, apresentamos os números dos últimos três anos, tendo como novidade o período de janeiro a dezembro de Como podemos verificar, foi um ano de grande prosperidade para o setor, com aumento no consumo aparente na ordem de 12,9%. Importante enfatizarmos que o conceito de consumo aparente não considera a variação no volume dos estoques, fator de difícil mensuração, principalmente pela percepção geral de elevação nas quantidades armazenadas tanto nas indústrias de base como nos distribuidores e processadores, comparado a dezembro de Portanto, se houvesse metodologia para essa apuração, é possível que esse percentual de crescimento de consumo fosse ligeiramente menor, mas ainda assim de excelente desempenho em relação à economia brasileira foi um ano de grande prosperidade para o setor, com aumento no consumo aparente na ordem de 12,9%. Como pode ser visto a seguir, já registramos anteriormente aumentos percentuais superiores a esse. No entanto, a manutenção do alto nível de consumo sobre bases muito maiores demonstra a solidez desse desenvolvimento, personificado nos quase 10 kg de consumo aparente per capita de vidros planos. Mas turbulências também foram marcantes em Às vésperas do início de operação de duas novas fábricas de vidro float, tivemos recorde na importação do produto e, ao mesmo tempo, surpreendente indisponibilidade de algumas matérias-primas em determinados momentos. Como resultado das ações da Abravidro, notamos abrupta desaceleração das importações de vidros transformados, que praticamente dobravam a cada ano. Em 2013, o crescimento dessas importações foi de apenas 11%, representando menos de 4% de participação do mercado nacional. Por mais um ano, os vidros processados permaneceram alavancando negócios: nos últimos dois anos, o consumo de vidros temperados cresceu 18%; de laminados, 35%; e de insulados, 60%. Dessa forma, reafirmo a mensagem de que ainda temos grandes oportunidades, mas num cenário de altíssima exigência de mercado, adequado apenas aos que estiverem preparados para atendê-lo. Esse é o maior desafio para cada elo da cadeia produtiva vidreira e a Abravidro permanece trabalhando para ser um agente fundamental em torno desse objetivo. Alexandre Pestana Presidente da Abravidro 2 Panorama vidreiro 2014

3 Pesquisa ª edição do Panorama Vidreiro editado pela Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vi- A dros Planos (Abravidro) traz os dados atualizados do setor até dezembro de Mais uma vez, os resultados foram consolidados pela GPM Consultoria Econômica, contratada pela Abravidro para apurar as informações com as indústrias de processamento de vidro e relacioná-las com a Pesquisa Industrial Anual (PIA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), números oficiais de importação e exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), além de declarações das indústrias de base à revista O Vidroplano. A pesquisa de 2014 teve a participação de 61 empresas de todas as regiões do Brasil, as quais responderam às perguntas entre os meses de fevereiro e março de As informações foram encaminhadas diretamente aos professores Sérgio Goldbaum, Euclides Pedrozo Júnior e Gian Barbosa da Silva, responsáveis pelo trabalho na GPM Consultoria. Ressalte-se que esses profissionais assumiram previamente um compromisso de confidencialidade registrado em cartório, garantindo que as respostas das empresas jamais seriam tratadas de forma isolada, nem mesmo junto à Abravidro. Cadeia produtiva vidreira O início da cadeia produtiva vidreira é marcado pela extração de minerais para o abastecimento das usinas de base com as matériasprimas do vidro: sílica (areia), potássio, alumina, sódio (barrilha), magnésio e cálcio. Para serem aplicadas em seu destino final, as indústrias de processamento realizam diversos processos no vidro: corte, lapidação, têmpera, laminação, espelhação, curvação, serigrafia e insulamento, entre outros. Construção civil Construtoras Vidraçarias Extração de minerais não ferrosos Fabricação de vidros Processamento de vidros Indústria automotiva Indústria moveleira Cabe às usinas de base produzir o vidro plano a partir da mistura e posterior fundição das matérias-primas. A massa é fundida a, aproximadamente, graus, sendo continuadamente derramada em um tanque de estanho liquefeito que é quimicamente controlado a massa flutua no estanho, espalhando-se uniformemente. Após o recozimento (resfriamento controlado), o processo termina com o vidro apresentando superfícies polidas e paralelas. As chapas de vidro são fabricadas em tamanho padrão, com espessuras de 2 a 19 mm, e estão disponíveis em quatro cores: incolor, verde, bronze e fumê. Indústria de linha branca Após ser processado, os vidros temperados, laminados, lapidados, biselados, curvos, insulados, espelhos e tampos são destinados às indústrias da construção civil (construtoras e vidraçarias), automotiva, moveleira, linha branca (fabricante de eletrodomésticos) e decoração. É por meio delas que o nosso material chega ao cliente final. Abravidro 3

4 Indústria de basede bas t/dia É a capacidade nominal de produção de vidros planos no Brasil Em 2014, a capacidade nominal de produção de vidros planos no Brasil é superior ao dobro da de 2008, atingindo quase 7 mil t ao dia. A Cebrace permanece líder na fabricação de float, com cinco linhas em funcionamento, assim como a Guardian mantém a vice-liderança com as unidades de Porto Real (RJ) e Tatuí (SP). A novidade de 2013 foi o início de produção do novo forno da AGC em Guaratinguetá (SP), no mês de outubro. Em setembro de 2013, a Companhia Brasileira de Vidros Planos (CBVP) adotou nova identidade corporativa agora, ela é conhecida como Vivix e acendeu seu forno na cidade de Goiana (PE) apenas no início de Capacidade nominal de produção de vidros planos (t/dia) Produtor Planta C C Cebrace C C C Guardian RJ SP VIVIX PE AGC SP Saint-Gobain Glass SP UBV SP Total Incremento anual - 0% 0% 34% 0% 0% 20% 12% 15% Incremento (base 2006) - 0% 0% 34% 34% 34% 60% 80% 106% Fonte: declarações das empresas 4 Panorama vidreiro 2014

5 e Indústria de transformação De modo geral, sentiu-se um sensível aumento no número de novas empresas atuantes no processamento de vidros planos em todas as regiões do Brasil. Dessa forma, o mercado se pulveriza e, ao mesmo tempo, está cada vez mais facilitado o acesso aos vidros de maior valor agregado pelos consumidores de todo o País. CONSUMO O total de vidros processados não automotivos ocupa 52,8% de participação de mercado. O vidro temperado se mantém como a grande locomotiva no desenvolvimento do setor vidreiro no Brasil, respondendo por 32% desse número. Chama a atenção o aumento no volume de vidros insulados em relação a 2012, apesar de sua pouca expressividade no montante total. Nessa mesma tendência, os vidros laminados tiveram crescimento de consumo na ordem de 9,7% e os temperados, 7,5%. Para a manutenção do compromisso de confidencialidade da pesquisa Abravidro, devido ao baixo número de empresas que informaram dados relacionados aos vidros automotivos, mais uma vez não foi possível segregar informações desse segmento. Consumo de vidros planos (t/ano) (1) Período Temperado Laminado Tampo, curvo, etc. Espelho Insulado Automotivo, comum e outros Total (1) Fonte: Pesquisa Abravidro realizada pela GPM Consultoria Econômica e Pesquisa Industrial Anual (PIA-IBGE) Participação por produto em ,3% Tampo, curvo, etc. 8% Laminado 7% Espelho 0,4% Insulado 52,8% É a participação de mercado de todos os vidros processados não automotivos em ,1% Temperado 47,2% Automotivo, comum e outros Abravidro 5

6 e Indústria de transformação FATURAMENTO O faturamento total referente aos vidros processados não automotivos mostra a força da indústria de transformação ao atingir quase R$ 5 bilhões em 2013, ou seja, um crescimento médio de 14,7% em relação a 2012, sem considerar correções monetárias. 14,7% Foi o crescimento médio do faturamento da indústria de transformação em 2013 Faturamento de vidros processados (R$/ano) Período Temperado Laminado Tampo, curvo, etc. Espelho Insulado Total 2013 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ Fonte: Pesquisa Abravidro realizada pela GPM Consultoria Econômica e Pesquisa Industrial Anual (PIA-IBGE) Excluídos os vidros para indústria automotiva. MÃO DE OBRA O setor de transformação de vidros planos gerou empregos diretos em 2013 crescimento de 9,1% sobre 2012, segundo a pesquisa Abravidro-GPM Consultoria. O total de empregos diretos gerados pela cadeia produtiva é relevante quando considerado o comércio varejista, formado pelas vidraçarias, não incluídas no escopo da pesquisa. Mão de obra empregada: Processamento de vidros Trabalhadores diretos TOTAL Resultado Variação anual - 2,03% 9,1% Fonte: Pesquisa Abravidro realizada pela GPM Consultoria Econômica 6 Panorama vidreiro 2014

7 cio Comércio internacional Importação por origem em ,3% Emirados Árabes Unidos 6,6% Estados Unidos 5,9% Egito 11,9% Outros 7,6% Bélgica 12,1% Arábia Saudita 28,2% China 21,4% México balança comercial vidreira tem A passado por mudanças profundas nos últimos anos. Com operações superavitárias até 2006, chegamos em 2013 com recorde nas importações, atingindo déficit de mais de 500 mil t. China e México destacam-se como os grandes fornecedores de vidro para o Brasil, seguidos por Arábia Saudita, Bélgica, Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e Egito. Balança comercial dos vidros planos (1) 600 Exportação - Peso líquido (t) Importação - Peso líquido (t) Saldo comercial - Peso líquido (t) Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) (1) Incluídas as NCMs 8 dígitos: até Abravidro 7

8 cio Comércio internacional Balança comercial de matéria-prima (1) Exportação - Peso líquido (t) Importação - Peso líquido (t) Saldo comercial - Peso líquido (t) Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) (1) Incluídas as NCMs 8 dígitos: até % É a participação das importações de matéria-prima no total importado em 2013 As importações de matéria-prima (vidros float e impresso) corresponderam a 82% do volume total em 2013 e serviram para complementar a produção doméstica, principalmente no fornecimento de vidro float colorido. Esse complemento se faz necessário pela própria característica da indústria, que exige capital intensivo, produção contínua e é de grande complexidade tecnológica. O processo de instalação de novas unidades produtivas requer longo prazo de consolidação (de dois a três anos) e, como consequência, o incremento de capacidade é feito em grandes saltos. Portanto, no período intermediário entre os investimentos, um eventual suplemento de demanda precisa ser efetivado com importações. O ano de 2013 é bem ilustrativo: aproximadamente, 60% das importações de float incolor foram realizadas pelas próprias fabricantes brasileiras, com destaque para as recém-chegadas Vivix, seguida pela AGC. Quanto aos vidros processados não automotivos, o volume das importações teve ligeiro aumento, mantendose em mais de 30 mil t anuais. No caso dos vidros automotivos, chama a atenção o aumento expressivo do déficit da balança comercial em 2013, que vinha sendo superavitária e fecha negativa pelo segundo ano consecutivo, dessa vez em mais de 8 mil t. 8 Panorama vidreiro 2014

9 Balança comercial de vidros processados não automotivos (1) 30 Exportação - Peso líquido (t) Importação - Peso líquido (t) Saldo comercial - Peso líquido (t) Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) (1) Cesta de produtos: , , e Balança comercial de vidros automotivos (1) Exportação - Peso líquido (t) Importação - Peso líquido (t) Saldo comercial - Peso líquido (t) Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) (1) Cesta de produtos: e Abravidro 9

10 cio Comércio internacional Apesar da ligeira queda na importação de espelhos não automotivos em 2013, esse número permanece alto, com mais de 46 mil t, ou seja, 34% do mercado total. A reação da indústria doméstica chega em forma de investimentos para a fabricação de espelhos de tamanho jumbo (6 x 3,21 m). A Cebrace inaugurou uma nova linha em junho de 2013 e a Guardian anunciou o investimento na planta de Tatuí. A fábrica de espelhos da AGC teve partida ainda em 2013 e a Vivix está em fase final de montagem de sua linha. 34% Foi a participação de mercado dos espelhos importados em 2013 Balança comercial de espelhos não automotivos (1) 50 Exportação - Peso líquido (t) Importação - Peso líquido (t) Saldo comercial - Peso líquido (t) Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) (1) Incluídas as NCMs 8 dígitos: até Panorama vidreiro 2014

11 Consumo aparente aparente dos vidros planos consumo aparente consiste O na produção nacional de um produto acrescidas as importações e subtraindo-se as importações portanto, não são consideradas as variações no volume dos estoques. Em 2013, o consumo aparente de vidros no Brasil cresceu 12,9%, chegando próximo à marca histórica de 2 milhões de t em apenas sete anos, esse volume mais que dobrou. Ainda em 2013, o IBGE revisou sua metodologia de projeção da população brasileira. Portanto, a tabela a seguir também foi revista a partir dos novos índices, ocasionando ajustes no histórico do consumo aparente per capita de vidros planos. Dessa forma, no último ano, o consumo aparente per capita de vidros planos aproximou-se dos 10 kg, surpreendendo até os mais otimistas do setor. Período 9,83 Kg Foi o consumo aparente per capita de vidros planos em 2013 Consumo aparente de vidros planos Consumo Aparente (t) (1) População Brasileira (habitantes) (2) Consumo Aparente Per Capita (kg) , , , , , t Foi o consumo aparente de vidros planos em , , ,87 (1) Foram ponderadas perdas de processo. (2) Fonte: IBGE - Revisão 2013 Abravidro 11

12 Suplemento especial da revista O Vidroplano n o 497, maio de 2014 Produção gráfica e editorial: Verbus Comunicação Editorial Apoio 12 Rua Monte Alegre, 61, 11º andar, Perdizes, São Paulo, SP, Tel. (11) Fax (11) abravidro@abravidro.org.br www. abravidro.org.br Panorama vidreiro 2014