COMÉRCIO DE ALMAS NO RIO DA PRATA, TRAFICANTES DE ESCRAVOS DA COLÔNIA DO SACRAMENTO ( ) 1

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1 COMÉRCIO DE ALMAS NO RIO DA PRATA, TRAFICANTES DE ESCRAVOS DA COLÔNIA DO SACRAMENTO ( ) 1 Stéfani Hollmann 2 O tráfico de escravos, apesar de ter iniciado muito antes 3, no século XVIII se tornou um dos ramos mais lucrativos do comércio colonial 4. O principal fluxo de africanos escravizados foi entre o continente Africano e o Americano, sendo que no setecentos, o Brasil recebeu aproximadamente metade dos africanos traficados para todo o continente americano a fim de serem escravizados no Novo Mundo 5. O aumento das trocas mercantis entre os dois continentes do Atlântico Sul neste século, pode estar relacionado com o aumento do uso da mão de obra escrava devido à descoberta das minas de ouro no Brasil, além do aumento das plantations na América Espanhola 6. O uso desta mão de obra resultava em altos lucros para os senhores de escravos 7, mas também para aqueles que viviam do comércio de escravizados. A Colônia do Sacramento foi fundada ainda no século XVII, logo após o fim da União Ibérica. Com a independência de Portugal, os lusitanos que estavam fixados em Buenos Aires foram expulsos das terras hispânicas, perdendo assim o contato com o comércio desenvolvido no estuário do Rio da Prata, e com os metais escoados de Potosí, através daquela via fluvial. A fim de recuperar o acesso ao comércio e aos minérios que circulavam no Rio da Prata, que era escoada de Potosí, a Coroa Portuguesa empossa Dom Manuel Lobo como governador do Rio de Janeiro, em Seu principal objetivo era recuperar os contatos comerciais entre portugueses e espanhóis em Buenos 1 TENHO INTERESSE EM PUBLICAR ESTE TEXTO NOS ANAIS DO EVENTO 2 Graduada em Licenciatura e Mestranda em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul 3 KLEIN, Herbert. O tráfico de escravos no Atlântico. Ribeirão Preto: Funpec Editora, KUHN, Fábio. Tráfico negreiro para a Colônia do Sacramento através das fontes paroquiais: algumas considerações metodológicas. Paper apresentado na V Reunião do Comitê Acadêmico História, Regiões e Fronteiras da AUGM. Mar del Plata, Argentina, abril de ELTIS, David & RICHARDSON, David. Atlas of the Transatlantic Slave Trade. New Haven & London: Yale University Press, BLACKBURN, Robin. A construção do Escravismo no novo mundo: Editora Record, SCHWARTZ, Stuart B. Segredos Interno Engenhos e Escravos na Sociedade Colonial Companhia das Letras

2 Aires. Desta forma, fundou uma colônia no lado oriental do Rio da Prata, em frente à Buenos Aires, a fim de facilitar o contato e comércio com os espanhóis que habitavam aquela região. Assim, Sacramento viria auxiliar tanto a defesa da fronteira sul, quanto ao reestabelecimento econômico da coroa lusitana, que passava por dificuldades devido a sua nova independência frente à Espanha. A Colônia do Sacramento era habitada por portugueses que vinham de regiões distintas do reino ou de outras praças luso-brasileiras. Como as relações comerciais entre portugueses e o Rio da Prata já era antiga 8, muitos comerciantes migram para essa região para reestabelecer e reafirmar vínculos mercantis. Devido ao Tratado de Tordesilhas, os espanhóis não possuíam terras na África. Portanto, para terem acesso a mão de obra africana, possuíam duas opções: ou comercializavam com os ingleses, que naquele século já possuíam bastante contato com a costa africana; ou comercializavam com os luso-brasileiros 9. Neste contexto, inserem-se os traficantes de escravos sacramentinos. Como os Espanhóis não possuíam acesso à costa africana, os sacramentinos possibilitaram o acesso à mão de obra cativa. Portanto, Sacramento estava inserido na terceira perna 10 do tráfico de escravos. Não era só de comércio de escravos que sobreviviam os comerciantes sacramentinos, também comercializavam açúcar e cachaça 11. Estes homens não eram especializados na venda de apenas um produto, aproveitavam para comercializar outros itens, como os já citados anteriormente. Mas não eram todos os comerciantes que se dedicavam ao tráfico de almas. Ao contrário do que Klein 12 pensava, havia na colônia um grupo mercantil independente 13. Este grupo realizava trocas mercantis entre diferentes portos luso-brasileiros, o que possibilitou o 8 CANABRAVA, Alice Piffer. O Comércio português no Rio da Prata: : Ed. Itatiaia; São Paulo, BORUCKI, Alex. The Slave Trade to the Río de la Plata, : Trans-Imperial Networks and Atlantic Warfare. In: Colonial Latin American Review, vol. 20, No Expressão utilizada para definir o tráfico de escravos que acontecia internamente, ou o tráfico interamericano, aquele que acontecia entre portos americanos, depois que os cativos chegavam da África. 11 PRADO, Fabrício Pereira. Colônia do Sacramento: a situação na fronteira platina no século XVIII KLEIN, Herbert. O tráfico de escravos no Atlântico. Ribeirão Preto: Funpec Editora, O autor acreditava que quem patrocinava as viagens entre os continentes africano e americano era a Coroa, além de pensar que não haveria uma classe mercantil desenvolvida suficiente, a ponto de ser autônoma. 13 BERUTE, Gabriel. Dos escravos que partem para os portos do Sul Características do tráfico negreiro do Rio Grande de São Pedro do Sul, c c Porto Alegre: Programa de Pós-Graduação em História/UFRGS, dissertação de mestrado, 2006.PESAVENTO, Fábio. Um pouco antes da Corte A economia do Rio de Janeiro na segunda metade do Setecentos. Jundiaí: Paco Editorial,

3 lucro dos comerciantes e serviu de motor para o desenvolvimento da economia interna 14, além de possibilitar independência financeira frente à metrópole. O que instigou o desenvolvimento deste comércio interno foi a grande demanda de mão de obra escrava nas regiões mineradoras 15. Mas não foi apenas entre os portos brasileiros que o comércio interno se desenvolveu. Havia o conhecimento por parte de autoridades lusitanas e hispânicas do comércio ilegal que era desenvolvido entre Buenos Aires e Colônia do Sacramento 16, além daquele desenvolvido em outras regiões americanas. O número de almas contrabandeadas no início do século XVIII, para a região platina, pode ter chegado aos vinte mil 17, o auge do comércio de cativos lusitano que já ocorria em períodos anteriores, mas no setecentos se tornou bastante interessante para os portugueses. Foi neste período também em que praticamente a metade da população sacramentina era de escravos 18. Cabe ressaltar que Sacramento não possuía o desenvolvimento de economia que necessitasse do uso desta mão de obra em larga escala. O Rio da Prata é um rio de difícil navegação, pois há nele muitos bancos de areia que dificultou a navegação de navios maiores 19. Portanto, para se chegar a ele eram necessárias embarcações menores, que em sua maioria vinham de portos brasileiros. Desta forma, a Colônia dependia do abastecimento e comércio interno desenvolvido com a Bahia e o Rio de Janeiro 20. O grupo mercantil que se formou na Colônia não era homogêneo, atuavam na praça ao menos 105 comerciantes/homens de negócio/mercadores 21, destes trinta e quatro comercializavam 14 RIBEIRO, Alexandre V. O comercio das almas e a obtenção de prestígio social: traficantes de escravos na Bahia ao longo do século XVIII in: Locus Revista de História. Vol. 12, nº 2, Juiz de Fora, 2006, p ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul, século XVI e XVII. Companhia das Letras, MILLER, Joseph C. A economia política do Tráfico Angolano no século XVIII. In: PANTOJA, Selma; SARAIVA, José Flávio Sombra. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, Idem ROSAL, Miguel Angel. El tráfico de esclavos hacia el Rio de la Plata a fines del período hispánico. In: PINEAU, Marisa, compiladora. La Ruta del Esclavo en el Rio de la Plata. Aportes para el diálogo intercultural 1ª edição Caseros: Universidade Nacional de Tres de Febrero, KUHN, Fábio. Os interesses do governador: Luiz Garcia de Bivar e os negociantes da Colônia do Sacramento ( ) Topoi. Revista de História. Rio de Janeiro, v. 13, n. 24, jan-jun. 2012, pp PRADO, Fabrício. Colônia do Sacramento. O Extremo Sul da América Portuguesa. Porto Alegre BORUCKI, Alex. Las rutas del tráfico de esclavos hacia el Rio de la Plata, (2009) Disponível em < Acesso 06.set Idem 17 3

4 cativos 22. Estes tinham acesso a escravos através de negociantes de outras praças brasileiras, como o Rio de Janeiro e Salvador. O primeiro porto comercializava em maior escala com Sacramento, devido às questões históricas e por ser jurisdição fluminense, mas também é possível supor que devido à distância, o comércio entre baianos e sacramentinos se tornava mais difícil, mas não menos atrativo. Além disso, destes pouco mais de três dezenas de traficantes, dezoito deles se casam na Colônia do Sacramento e estabelecem vínculos familiares na praça. O tráfico de escravos permitiu aqueles que viviam dele um rápido enriquecimento e com isso, ascensão social. Não apenas pelo enriquecimento que possuíam distinção social, mas as relações sociais que possuíam, inclusive com governadores da praça favoreceram a obtenção de títulos por parte do grupo de traficantes. As atividades mercantis, nesta sociedade de Antigo Regime, tornaram-se importantes, tal como os homens que delas viviam, que somados a elite de terratenentes, formaram a elite colonial. O tráfico interno, entre as possessões das coroas ibéricas na América foi viabilizado pelo interesse dos representantes das coroas lusitana e hispânica. No caso da Colônia do Sacramento, contou-se com o apoio dos governadores, no período estudado Antônio Pedro de Vasconcelos e Luís Garcia de Bivar. Muitas vezes não havia combate ao contrabando desenvolvido no Prata devido a conivência daqueles que deveriam proibir este comércio ilícito acabam por incentivá-lo 23. O contrabando era uma das dimensões do comércio colonial e era estimulado pelos administradores locais 24, como forma de sobrevivência a falta de abastecimento e de recursos. O que é evidenciado no trabalho de Possamai 25, ao colocar que os governadores sacramentinos dependiam do 22 Através de dados cedidos pelo coordenador do projeto, Os homens de negócio da Colônia do Sacramento e o Contrabando de Escravos para o Rio da Prata ( ), financiado pelo CNPQ e executado entre 2012 e 2014, Professor Doutor Fábio Kuhn, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o cruzamento destes com registro de óbitos de escravos da Colônia, foi possível verificar quem eram os traficantes de escravos que atuaram na praça entre as décadas de 1730 e Nos registros de óbito constavam quem estava enterrando o escravo e através de quem havia conseguido a peça. Revelando assim, também as redes comerciais dos traficantes sacramentinos com outras praças lusobrasileiras. 23 KUHN, Fábio. Tráfico negreiro para a Colônia do Sacramento através das fontes paroquiais: algumas considerações metodológicas. Paper apresentado na V Reunião do Comitê Acadêmico História, Regiões e Fronteiras da AUGM. Mar del Plata, Argentina, abril de PIJNING, Ernst. Contrabando, ilegalidade e medidas políticas no Rio de Janeiro do Século XVIII. Revista brasileira de História. São Paulo, POSSAMAI, Paulo César. O cotidiano da Guerra: a vida dos soldados na Colônia do Sacramento ( ),

5 contrabando para manter provisões militares e de moradores da praça, já que aquelas que eram enviadas do Rio de Janeiro para o Rio da Prata não eram suficientes para a manutenção da fortaleza. A profissão de comerciante não era vista com bons olhos no Reino, pois este ofício estava relacionado aos cristãos novos 26. No entanto, na América ela se tornou importante, tanto devido aos altos montantes que estes homens conseguiram somar, quanto pela necessidade de manutenção da colônia, pois as frotas Reais não eram suficientes. Além disso, ao participarem do mundo atlântico, estes homens se tornavam membros de uma comunidade maior, que não tinha a necessidade de saber a sua origem social 27, eram homens do oceano. A maior parte destes comerciantes, eram vindos de Portugal ou brasileiro, mas a maior parte vinham do Reino, já aqueles nascidos no Brasil, dedicavam-se a agropecuária 28. Os nascidos na Europa, vindo para a América para tentar a sorte nesta profissão, já possuíam redes sociais mais amplas, devido as questões familiares, o que poderia favorecer na sua atuação mercantil. Dentro do grupo de negociantes, buscava-se distinção entre aqueles que praticavam comércio em maior escala, daqueles que o praticavam eventualmente. Aqueles que somavam maiores montantes e que realizavam o comércio de grosso trato, além das maiores transações econômicas eram os homens de negócio 29. Estes tinham mais prestigio devido arrecadarem valores maiores nas transações comerciais e não necessariamente aqueles que faziam mais viagens. Através da sua riqueza e da posição política que alcançavam, os homens de grosso trato ganhavam evidencia na sociedade colonial 30, que vivia a lei da nobreza. Outra forma de diferenciação dos comerciantes era o ramo do comércio que atuavam. No século XVIII os que mais ganharam destaque na sociedade foram aqueles que se dedicaram ao tráfico de escravos 31. Para seguir carreira 26 RIBEIRO, Alexandre V. O comercio das almas e a obtenção de prestígio social: traficantes de escravos na Bahia ao longo do século XVIII in: Locus Revista de História. Vol. 12, nº 2, Juiz de Fora, 2006, p THOMPSON, Estevam Costa. Negreiros nos Mares do Sul: Famílias traficantes nas rotas entre Angola e Brasil em fins do século XVIII. Brasilia: Programa de Pós Graduação em História OSÓRIO, Helen. Comerciantes do Rio Grande de São Pedro: formação, recrutamento e negócios de um grupo mercantil da América Portuguesa in: Revista Brasileira de História. Vol. 20, nº 39, 2000, p RIBEIRO, Alexandre V. O comercio das almas e a obtenção de prestígio social: traficantes de escravos na Bahia ao longo do século XVIII in: Locus Revista de História. Vol. 12, nº 2, Juiz de Fora, 2006, p FLORENTINO, Manolo; RIBEIRO, Alexandre Vieira; SILVA, Daniel Domingues da. Aspectos comparativos do tráfico de africanos para o Brasil (séculos XVIII e XIX) in: Afro-Ásia, nº 31, 2004, p RODRIGUES, Aldair Carlos. Homens de Negócio: Vocabulário Social, Distinção e Atividades Mercantis nas Minas Setecentistas. HISTÓRIA, São Paulo,

6 mercantil, a maioria dos homens de negócio faziam as primeiras viagens como caixeiros viajantes, juntando valores para conseguir iniciar suas viagens autônomas 32. Esta experiência anterior também aumentava sua rede de relações comerciais, facilitando o acesso a mercados e mercadorias. Os traficantes de escravos não comercializavam apenas os cativos, outros produtos também eram negociados, tendo um mercado mais amplo de consumidores. Mas, a maioria dos comerciantes se dedicava ao comércio de almas 33. A distinção social era feita, de forma geral, através do recebimento de mercês. Para obter títulos e reconhecimento social, os homens precisavam provar sua pureza de sangue, ou seja, não ter ligações com os cristãos novos e para isso, era necessário a Carta de Familitaura 34. Este documento lhes garantia o título de Familiar do Santo Ofício, com o qual deveriam identificar e punir crimes dentro da Inquisição. No entanto, com o passar dos séculos, pertencer ao tribunal do Santo Ofício, muda de significado na colônia. Em Sacramento, a busca por este título, era em função da distinção social dentro do grupo mercantil. Dos trinta e quatro traficantes de escravos, ao menos cinco eram familiares. Este título foi adaptado pelas elites, que buscavam ascensão e ganhou uma nova configuração social 35. Cabe ressaltar que a Colônia do Sacramento não possuía Câmara nem Santa Casa de Misericórdia, através das quais muitos homens no período colonial se tornavam membros em busca da distinção social. Portanto, os sacramentinos tiveram que buscar outras formas para ascender socialmente, assim, ser Familiar do Santo Ofício era uma opção mudar o status nesta comunidade. Muitos homens de negócio chegavam no Brasil solteiros, e viam no matrimônio com moças de famílias locais, uma possibilidade de aumentarem sua rede de relações e de inserção social 36. Na Colônia do Sacramento, a estratégia social não foi diferente. No grupo de trinta e quatro traficantes 32 BORREGO, Maria Aparecida M. A teia mercantil Negócios e poderes em São Paulo colonial ( ). São Paulo: Alameda, RIBEIRO, Alexandre V. O comercio das almas e a obtenção de prestígio social: traficantes de escravos na Bahia ao longo do século XVIII in: Locus Revista de História. Vol. 12, nº 2, Juiz de Fora, 2006, p KUHN, Fábio. Clandestino e ilegal: O contrabando de escravos na Colônia do Sacramento ( ). In: XAVIER, Regina Célia Lima. Escravidão e Liberdade: Temas, problemas e perspectivas de análise". Alameda Casa Editorial (2012). 35 KUHN, Fábio. As redes da distinção familiares da Inquisição na América Portuguesa do século XVIII. Varia História, Belo Horizonte, vol. 26, nº43. p Idem 33 6

7 de escravos, dezoito estabeleceram laços matrimoniais na praça. O patriarca da família com a qual este contrabandista começava a se relacionar, não era necessariamente, um homem que vivia do seu comércio, podiam viver da terra ou da guerra, também. Não havia uma regra para que os casamentos fossem concluídos, no entanto, o fato era buscar novos contatos e relações familiares. No caso dos traficantes sacramentinos, não é possível saber se tiveram maior êxito comercial, mas o fato que foram inseridos em redes sociais que auxiliaram a ampliar seus contatos mercantis. O tráfico era uma empresa familiar, pois diferentes membros dela se envolviam nas transações comerciais 37. Além disso, constituindo família na Colônia do Sacramento, eles tentavam garantir a mobilidade social, o que era muito almejado em uma sociedade de Antigo Regime, ainda regida pela lei da nobreza 38. Outra forma de distinguirem-se, desta vez dentro do próprio grupo de comerciantes, em relação a largura das trocas mercantis que praticavam, eram as diferentes nomenclaturas. Em geral, homens de negócio eram aqueles cujo comércio e redes sociais eram extensas e fortes 39. Essa diferenciação dentro do grupo mercantil funcionava mais para grandes praças mercantis 40, mas na Colônia do Sacramento, muitos comerciantes se intitulavam Homens de Negócio. Sem dúvida, nenhum comerciante sacramentino se tornou tão importante e rico, quanto os de grandes praças, mas representou muito dentro da sociedade da pequena praça portuguesa no Rio da Prata. Nem todos os comerciantes de escravos tiveram grande sucesso, mas aqueles que alcançaram somaram grandes fortunas. Outro meio de obter sucesso era estabelecer relações com homens responsáveis pela administração. Os traficantes de escravos souberam se aproveitar disso. Os governadores Antônio Pedro de Vasconcelos e Luís Garcia de Bivar tinham fortes relações com comerciantes da praça. Os governadores são testemunhas de casamento de alguns destes homens relacionados ao comércio de 37 THOMPSON, Estevam Costa. Negreiros nos Mares do Sul: Famílias traficantes nas rotas entre Angola e Brasil em fins do século XVIII. Brasilia: Programa de Pós Graduação em História BERTRAND, Michel. De la família a La red de sociabilidad. In: Revista Mexicana de Sociologia, Vol. 61, nº 2. p México Para ver melhor a hierarquia dos comerciantes e nomenclatura ver: FRAGOSO, João Luís Ribeiro. Homens de Grossa Aventura. Editora Civilização Brasieira 1ª edição 40 RODRIGUES, Aldair Carlos. Homens de Negócio: Vocabulário Social, Distinção e Atividades Mercantis nas Minas Setecentistas. HISTÓRIA, São Paulo,

8 almas, além de padrinhos de filhos destes mesmos homens. O que prova a importância das relações familiares. A busca pela aproximação com os governantes por parte dos traficantes, provavelmente se deve a tentativa de aumentar o fluxo do seu comércio com o outro lado do Prata. Manuel Coelho Rosa, um dos homens com o qual Bivar tinha relações pessoais e que foi testemunha de casamento e padrinho de um dos filhos, aparece como consignatário de escravos falecidos dezessete vezes. Todavia, não é possível dizer que por isso, Coelho Rosa foi o maior dos traficantes de escravos de Sacramento, pois este foi o número de cativos que foram perdidos, ou que não chegaram ao seu destino final. No entanto, o número de perda de cativos significa que as relações que este homem estabeleceu, possibilitou as trocas mercantis com Buenos Aires. Manuel Coelho Rosa é um exemplo das estratégias que os traficantes buscavam estabelecer para ascensão social. Natural da cidade do Porto, casou-se com moça sacramentina, teve filhos na praça e ainda assinou carta atestando ser a favor do governo Bivar 41. Além disso, muitos traficantes recebiam patentes militares, em geral relacionadas a alguma das ilhas próximas da Colônia. Como no caso de José de São Luiz, que era capitão da Ilha de Dois Irmãos. Ter patente de uma destas ilhas poderia facilitar a fugir da fiscalização escondendo embarcações quando necessário. Para os governadores também era fundamental ter relação com traficantes e comerciantes, devido a ineficiência das frotas enviadas do Rio de Janeiro para Sacramento, como dito anteriormente. Foram estes homens responsáveis pela movimentação da sociedade e economia colonial, principalmente a partir do século XVIII. Estes traficantes de cativos possuíam contatos para além da Colônia, pois como já foi dito, a praça no Rio da Prata dependia do majoritariamente do comércio interamericano. Os registros paroquiais já citados anteriormente, nos revelaram comércio entre Rio de Janeiro e Colônia do Sacramento, bem como entre a Bahia e a praça lusitana no Prata. As redes sociais que se estabeleciam através destas trocas mercantis redes que fortaleciam seu comércio e garantiam o domínio no ramo de venda de cativos Estas cartas eram assinadas para declarar apoio ou não ao governador Luís Garcia Bivar, elas eram assinadas por pessoas dos mais diferentes grupos sociais, de traficantes de escravos a párocos. 42 RIBEIRO, Alexandre V. O comercio das almas e a obtenção de prestígio social: traficantes de escravos na Bahia ao longo do século XVIII in: Locus Revista de História. Vol. 12, nº 2, Juiz de Fora, 2006, p

9 Apesar de pequena praça no Rio da Prata, a Colônia do Sacramento era um importante entreposto comercial, interligando a América Portuguesa e a Espanhola. Garantindo acesso lusitano à prata espanhola escoada de Potosí, através daquele rio. Pode-se dizer que a maior parte da população sacramentina estava relacionada de alguma forma com o comércio. Os governantes sabiam da existência deste comércio ilícito que acontecia entre os dois lados do Rio da Prata. No entanto, por vezes a Coroa Portuguesa incentivou contrabando, desde que fosse a seu favor, e Sacramento era justamente este caso. A praça representou o acesso aos metais de Potosí, um reestabelecimento econômico e defesa da fronteira sul. A Colônia do Sacramento, por estar em região periférica, não teve a mesma importância de grandes portos como o do Rio de Janeiro e o de Salvador, mas colocou em contato os súditos ibéricos, possibilitando importantes trocas mercantis. FONTES: ACMRJ: Livro 4º de batismos de escravos ( );livros 2º, 3º e 4º de batismos de livres da Colônia do Sacramento ( ); livros de casamentos ( ). 2º Livro de Óbitos de livres e escravos da Colônia do Sacramento, fl v ( ) 6º Livro de Óbitos de negros, índios, mulatos e cativos, fl. 1-54v ( ) BIBLIOGRAFIA: ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul, século XVI e XVII. Companhia das Letras, BERTRAND, Michel. De la família a La red de sociabilidad. In: Revista Mexicana de Sociologia, Vol. 61, nº 2. p México BERUTE, Gabriel. Dos escravos que partem para os portos do Sul Características do tráfico negreiro do Rio Grande de São Pedro do Sul, c c Porto Alegre: Programa de Pós- Graduação em História/UFRGS, dissertação de mestrado, BLACKBURN, Robin. A construção do Escravismo no novo mundo: Editora Record,

10 BORUCKI, Alex. The Slave Trade to the Río de la Plata, : Trans-Imperial Networks and Atlantic Warfare. In: Colonial Latin American Review, vol. 20, No Las rutas del tráfico de esclavos hacia el Rio de la Plata, (2009) Disponível em < Acesso 06.set BORREGO, Maria Aparecida M. A teia mercantil Negócios e poderes em São Paulo colonial ( ). São Paulo: Alameda, CANABRAVA, Alice Piffer. O Comércio português no Rio da Prata: : Ed. Itatiaia; São Paulo, ELTIS, David & RICHARDSON, David. Atlas of the Transatlantic Slave Trade. New Haven & London: Yale University Press, FLORENTINO, Manolo; RIBEIRO, Alexandre Vieira; SILVA, Daniel Domingues da. Aspectos comparativos do tráfico de africanos para o Brasil (séculos XVIII e XIX) in: Afro-Ásia, nº 31, 2004, p KLEIN, Herbert. O tráfico de escravos no Atlântico. Ribeirão Preto: Funpec Editora, KUHN, Fábio. As redes da distinção familiares da Inquisição na América Portuguesa do século XVIII. Varia História, Belo Horizonte, vol. 26, nº43. p Clandestino e ilegal: O contrabando de escravos na Colônia do Sacramento ( ). In: XAVIER, Regina Célia Lima. Escravidão e Liberdade: Temas, problemas e perspectivas de análise". Alameda Casa Editorial (2012).. Os interesses do governador: Luiz Garcia de Bivar e os negociantes da Colônia do Sacramento ( ) Topoi. Revista de História. Rio de Janeiro, v. 13, n. 24, jan-jun. 2012, pp Tráfico negreiro para a Colônia do Sacramento através das fontes paroquiais: algumas considerações metodológicas. Paper apresentado na V Reunião do Comitê Acadêmico História, Regiões e Fronteiras da AUGM. Mar del Plata, Argentina, abril de

11 MILLER, Joseph C. A economia política do Tráfico Angolano no século XVIII. In: PANTOJA, Selma; SARAIVA, José Flávio Sombra. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, OSÓRIO, Helen. Comerciantes do Rio Grande de São Pedro: formação, recrutamento e negócios de um grupo mercantil da América Portuguesa in: Revista Brasileira de História. Vol. 20, nº 39, 2000, p PESAVENTO, Fábio. Um pouco antes da Corte A economia do Rio de Janeiro na segunda metade do Setecentos. Jundiaí: Paco Editorial, PIJNING, Ernst. Contrabando, ilegalidade e medidas políticas no Rio de Janeiro do Século XVIII. Revista brasileira de História. São Paulo, POSSAMAI, Paulo César. O cotidiano da Guerra: a vida dos soldados na Colônia do Sacramento ( ), PRADO, Fabrício. Colônia do Sacramento. O Extremo Sul da América Portuguesa. Porto Alegre Colônia do Sacramento: a situação na fronteira platina no século XVIII RIBEIRO, Alexandre V. O comercio das almas e a obtenção de prestígio social: traficantes de escravos na Bahia ao longo do século XVIII in: Locus Revista de História. Vol. 12, nº 2, Juiz de Fora, 2006, p RODRIGUES, Aldair Carlos. Homens de Negócio: Vocabulário Social, Distinção e Atividades Mercantis nas Minas Setecentistas. HISTÓRIA, São Paulo, ROSAL, Miguel Angel. El tráfico de esclavos hacia el Rio de la Plata a fines del período hispánico. In: PINEAU, Marisa, compiladora. La Ruta del Esclavo en el Rio de la Plata. Aportes para el diálogo intercultural 1ª edição Caseros: Universidade Nacional de Tres de Febrero, SCHWARTZ, Stuart B. Segredos Interno Engenhos e Escravos na Sociedade Colonial Companhia das Letras THOMPSON, Estavam Costa. Negreiros nos Mares do Sul: Famílias traficantes nas rotas entre Angola e Brasil em fins do século XVIII. Brasília: Programa de Pós-Graduação em História

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