Pedro Athayde 28/03/2017
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- Cármen Macedo Espírito Santo
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1 Pedro Athayde 28/03/2017
2 THOMPSON, E. P. Tempo, disciplina de trabalho e o capitalismo industrial. In: Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular e tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
3 De que forma a mudança no senso do tempo afetou a disciplina do trabalho? Até que ponto influenciou a percepção interna de tempo dos trabalhadores?
4 Para os povos primitivos a percepção do tempo estava diretamente ligada às tarefas. Há o descaso/desprezo pela pressa e pelo tempo do relógio.
5 Humanamente é mais compreensível a orientação pela tarefa do que a do trabalho de horário marcado. Isso porque ela se pauta pela necessidade. Há pouca ou nenhuma separação entre o trabalho e a vida. O trabalho se mistura com as relações sociais. O descaso pelo tempo do relógio só é possível numa comunidade de pequenos agricultores e pescadores, cuja estrutura de mercado e administração é mínima, e na qual as tarefas diárias parecem se desenrolar pela necessidade diária.
6 Quando se emprega mão-de-obra na orientação pelas tarefas a situação começa a ficar mais complicada, pois o tempo está começando a se tornar dinheiro. No momento da contratação de mão-de-obra percebe-se que a orientação por tarefas está se tornando trabalho de horário marcado e o controle dele precede a difusão do relógio. Essa forma de organização parece perdulária e carente de exigência para aqueles que estão acostumados/disciplinados ao trabalho marcado pelo relógio.
7 Orientação pelas Tarefas O dia de trabalho Tempo do Empregador Tempo do Empregado Contratação do Tempo de Trabalho Ninguém passa o tempo, e sim o gasta. Deve usar o tempo da mão de obra e evitar o desperdício.
8 Mudanças na percepção do tempo. Mudanças nos comportamentos. Disciplina das horas e minutos.
9 O Relógio como símbolo de distinção social. Taxação sobre os relógios.
10 Apesar de parecer um acessório banal nos dias de hoje, o relógio, naquela época, era um importante instrumento para regular os novos ritmos da vida industrial e, ao mesmo tempo, uma das mais urgentes necessidades que o capitalismo industrial exigia para impulsionar seu avanço.
11 Ainda no início das manufaturas era possível identificar uma multiplicidade de tarefas sendo realizada por um mesmo trabalhador. Como consequência, não há ainda um rígido controle do ritmo de trabalho e tampouco uma especialização da tarefa a ser realizada. O padrão de trabalho alternava momentos de atividade intensa e de ociosidade quando o homem detinha o controle de sua vida produtiva. Começam a surgir as críticas moralistas e mercantilistas do Século XVII à falta de controle do tempo e ritmo de trabalho.
12 A introdução das máquinas nas manufaturas acabou por controlar o ritmo de trabalho e disciplinar os trabalhadores. O autor não está preocupado apenas com as mudanças técnicas implantadas nas manufaturas, mas sim de que forma a percepção do tempo promove um condicionamento tecnológico e como a medição do tempo é utilizada como meio de exploração da mão de obra.
13 Resistência Industrialização Cultura Aceitação Sistemas de poder, as relações de propriedade, as instituições religiosas, etc.
14 Uso do tempo marcado como forma de controle sobre a produtividade do trabalhador e combate a ociosidade. Folha de controle do tempo, controlador do tempo, delatores e multas... Há uma condenação moral às atividades desenvolvidas no momento de ócio (dormir até mais tarde, fazer compras, idas a eventos sociais etc...). Ataque moralista contundente aos costumes, esportes e feriados populares.
15 A escola como espaço de estímulo ao uso-econômico-dotempo. A educação como treinamento para adquirir o hábito do trabalho, habituar-se ao trabalho e à fadiga.
16 Surgem as primeiras organizações dos trabalhadores e com elas as lutas pela redução da jornada de trabalho e ampliação do tempo livre. Resistência à tentativa dos empregadores de expropriar os trabalhadores de todo o conhecimento sobre o tempo. Os trabalhadores, enfim, tinham aceito, apesar de suas lutas, as categorias de seus empregadores, haviam apreendido que tempo é dinheiro!
17 Empregar todo o tempo para o dever. Tempo é dinheiro! O homem que ficou rico com seu trabalho fez um bom uso do seu tempo. O tempo não deve ser perdido com preguiça desnecessária.
18 Supervisão do Trabalho (multas, sinos e relógios) Incentivos em dinheiro Proposta de Ensino Divisão do Tempo Novos hábitos de trabalho e Nova disciplina de tempo Supressão do ócio
19 Inculcação de que o sucesso estava vinculado a novos hábitos. O Homem humilde que teve sucesso, o conquistou porque levantava cedo e trabalhava diligentemente. Na sociedade capitalista madura, todo o tempo deve ser consumido, negociado, utilizado; é uma ofensa que a força de trabalho meramente passe o tempo.
20 A união entre o puritanismo e o capitalismo industrial internalizaram, desde cedo, a valorização de cada hora de vida, ou seja, a ideia de que tempo é dinheiro. Se a automação nos garantirá mais tempo livre, a pergunta a ser feita não é como as pessoas irão consumir esse tempo, mas sim como será a experiência das pessoas com esse tempo livre?
21 Se prevalecer a lógica puritana e da mercadoria, provavelmente esse tempo será preenchido a partir daquilo que é ofertado pela indústria do entretenimento. De outro lado, se a noção de emprego útil do tempo se tornar menos compulsiva, é possível resgatar formas de vivenciar esse tempo perdidas na Revolução Industrial, tais como: preencher o tempo livre com relações sociais e pessoais enriquecedoras e descompromissadas, derrubando as barreiras entre o trabalho e a vida.
22 Muito obrigado!!!
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