O Processo de Independência do Brasil
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- Otávio Cavalheiro Figueira
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1 O Processo de Independência do Brasil
2 A Crise do Antigo Regime A independência das Treze Colônias e a Revolução Francesa (que tinham ideais iluministas) serviram de inspiração de modelo para as bases da independência do Brasil.
3 A Fragilidade Portuguesa Portugal havia perdido colônias, o controle sobre algumas rotas comerciais, possuía manufaturas e campos agrícolas pouco produtivos e o açúcar brasileiro perdia cada vez mais espaço para o antilhano; Com isso, Portugal tinha uma economia muito frágil e dependente de suas colônias;
4 O exclusivo comercial metropolitano garantia a exploração do Brasil por Portugal.
5 Marquês de Pombal O aumento da fiscalização portuguesa no Brasil aumentou com Sebastião José de Carvalho e Melo, o futuro Marquês de Pombal, ministro de Estados dos Domínios Ultramarinos do rei D. José I, entre os anos de 1750 e 1777.
6 Reformas Pombalinas Objetivo: modernizar o reino português, fortalecer o absolutismo e ampliar a participação de Portugal no comércio externo e aumentar os lucros com a exploração colonial.
7 Algumas medidas gerais: 1. Criação de manufaturas no Reino; 2. Redução da Liberdade Comercial; 3. Aumento de impostos em todo Império Português; 4. Expulsão dos jesuítas (1759). Algumas medidas para a colônia brasileira: 1. Fixação da cota anual de 100 arrobas de ouro (1750) e a derrama; 2. Transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro.
8 A Conjuração Mineira Com a morte de D. José 1777 e aclamação de sua filha D. Maria I a era pombalina chega ao fim; Em 1788, Visconde de Barbacena assume a administração da capitania de Minas Gerais com o propósito de executar a derrama dos impostos atrasados pelos contratadores que somavam 538 arrobas de ouro (aproximadamente 8 toneladas).
9 Início da Conspiração Apavorados com a derrama, os conspiradores pretendiam instituir uma república na região de Minas, criar manufaturas e fundar uma universidade em Vila Rica; O plano também previa o perdão de todas as dívidas com a Coroa e a libertação do Distrito Diamantino para toda a população mineira.
10 O Movimento O início do levante foi marcado para o dia previsto da derrama; Joaquim Silvério dos Reis quando chamado para quitar as suas dívidas, denunciou seus companheiros em troca do perdão das suas dívidas; A partir disso, os envolvidos foram presos e abriuse um inquérito para apurar os fatos; Onze conjurados foram sentenciados à pena de morte pelo crime de inconfidência, mas a pena só foi aplicada a Tiradentes.
11 Personagens da Inconfidência O movimento contava com a forte presença da elite mineira. Principais destaques da Inconfidência: Cláudio Manuel da Costa (poeta); José Alvarenga Peixoto (poeta); Tomás Antônio Gonzaga (poeta); José Alvares Maciel (advogado); Domingos Vidal de Barbosa (médico); Joaquim José da Silva Xavier (o Tiradentes) (alferes); Luiz Vieira da Silva (cônego); Carlos Correia de Toledo e Melo (padre taubateano); Luís Vaz de Toledo Piza (militar nascido em Taubaté).
12 As Mulheres na Conjuração Mineira Bárbara Eliodora Guilhermina d Silveira; Hipólita Jacinta Teixeira de Melo.
13 Conjuração Baiana No final do século XVIII, a Bahia também foi palco de uma revolta contra a dominação portuguesa; A população de Salvador sofria com a escassez de alimentos, ocasionada principalmente pelo aumento da produção açucareira (independência do Haiti).
14 O Iluminismo em Salvador Em 1797, importantes intelectuais da Bahia, como o comerciante Francisco Agostinho Gomes, o médico Cipriano Barata e o professor Francisco Muniz Barreto, criaram a Sociedade Maçônica Cavaleiros da Luz; Os membros reuniam-se para traduzir e discutir textos iluministas;
15 Os conspiradores pretendiam realizar uma reforma social e política profunda na Bahia; Pretendiam atender as reivindicações de grupos menos favorecidos, criar a liberdade de comércio entre países, abolir a escravidão e implantar uma república democrática na Bahia, nos moldes da república francesa.
16 Eclosão e Derrota do Movimento Em agosto de 1798, a cidade de Salvador amanheceu com diversos cartazes, conhecidos como pasquins, cheio de ideais revolucionários; A reação do governo foi rápida ao prender o soldado Luís Gonzaga das Virgens, um dos líderes do movimento; Esta prisão levou os conjurados a preparar um motim, mas a ação do governo em acabar com o movimento foi mais rápida;
17 Fim do Movimento Os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino dos Santos, o soldado Lucas Dantas do Amorim e o próprio Luís Gonzaga foram condenados à morte e executados em 1799; Alguns membros da maçonaria cumpriram penas leves ou foram absolvidos.
18 Tensões na Metrópole Além da crise na colônia americana, Portugal enfrentava um clima de tensão na metrópole causada pela ação expansionista de Napoleão; No fim de 1807, devido à concentração das tropas de Napoleão entre as fronteiras de Espanha e Portugal, D. João acertou com a Inglaterra a transferência da corte para o Brasil;
19 Com a escolta de navios ingleses em troca de vantagens comerciais, a corte chegou ao Brasil em janeiro de 1808 primeiro fazendo uma parada em Salvador e dois meses depois no Rio de Janeiro.
20 O Fim do Exclusivo Metropolitano Em 1808 D. João fez a abertura dos portos para as nações amigas, o que na prática significou o fim do pacto colonial; Revogação do Alvará de 1785 que proibia a instalação de manufaturas na colônia; D. João ainda favoreceu a introdução de novas máquinas no Brasil e criou outros benefícios para a instalação de manufaturas em sua colônia.
21 Negócios com a Inglaterra Tratado de Aliança e Amizade Comércio e Navegação (1810) Plena liberdade religiosa para os ingleses aqui residentes; Ingleses seriam julgados por juízes ingleses; O Governo português se comprometeu em abolir gradualmente a escravidão; Portugal também cedeu aos ingleses o direito de patrulhar a costa brasileira e das demais colônias portuguesas.
22 Novas Taxas Alfandegárias Produtos Ingleses pagariam 15% sobre os seus produtos Produtos Portugueses pagariam 16% sobre seus produtos Produtos de demais nacionalidades pagariam 24%
23 Mudanças no Rio de Janeiro Com a chegada da corte, o Rio de Janeiro tornouse sede do governo português; Com a vinda da família real para o Brasil foi criada a Imprensa Régia, a Real Biblioteca (atual Biblioteca Nacional), inaugurou o Jardim Botânico, escolas e foram criadas casas comerciais de artigos de luxo;
24 D. João financiou espetáculos de ópera e balé no Brasil e muitos artistas como Debret e Taunay vieram para o Brasil, nas chamadas missões artísticas; Apesar do grande desenvolvimento gerado pela vinda da família real, o Brasil sofria com graves contrastes, pois havia o problema de abastecimento de água potável, escassez de alimentos, as ruas eram escuras e não havia sistema de esgoto, além de outras carências;
25 Em 1815, com o objetivo de permanecer na colônia, D. João elevou o Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves.
26 A Revolução Pernambucana de 1817 Em março de 1817, eclodiu a maior insurreição contra o poder do rei de Portugal: a Revolução Pernambucana; O movimento era contra os privilégios dos portugueses e era formado por diversas camadas populares; Partindo de Recife, o movimento se expandiu para Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte;
27 Os revoltosos instalaram um governo provisório em Recife, proclamou a República e estabeleceu a liberdade de opinião, de imprensa e a tolerância religiosa; Em maio de 1817, as tropas reais tomaram Recife, após batalhas travadas no sertão; Os líderes da insurreição foram presos e executados.
28 Revolução Liberal de 1820/ Revolução do Porto Após a derrota de Napoleão, Portugal passou a ser governada pelo marechal inglês Baresford, que também assumiu o exército português, desagradando os militares lusos; Para agravar a situação, estourou uma grave crise econômica no local; Por isso eclode uma revolta na cidade do Porto, na qual era exigido a volta de D. João VI, para Lisboa e a Convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte; Defendiam ainda o fim da monarquia absolutista e a transferência do poder político para o parlamento inglês;
29 D. João viu-se pressionado e, temendo perder o trono, decidiu retornar para Portugal em 25 de abril de 1821, deixando seu filho D. Pedro como príncipe regente do Brasil.
30 Rumo à Independência Com as medidas aprovadas pelas Cortes, as diferenças que dividiam as elites brasileiras resultaram na formulação de três grupos políticos: 1. Partido brasileiro: defendiam a autonomia do Brasil e a manutenção da monarquia. Este grupo era formado comerciantes, fazendeiros e altos funcionários;
31 2. Partido Português: defendiam as reformas propostas de recolonização feita Revolução do Porto. Este grupo era formado por comerciantes portugueses, militares e funcionários da Coroa; 3. Liberais radicais: eram mais radicais e democráticos, defendiam a ruptura com Portugal a instalação de uma república. Este grupo era formado por membros das camadas médias urbanas.
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33 Dia do Fico 09/01/1822
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35 A Proclamação da Independência Em maio de 1822, o príncipe ordenou que os decretos das Cortes só seriam aplicados no Brasil com a sua aprovação e decidiu que as tropas portuguesas que tentassem desembarcar no Brasil seriam declaradas inimigas;
36 As Cortes reagiram às novas medidas reduzindo a autoridade de D. Pedro; Informado do fato, no dia 7/09/1822, em Passagem por São Paulo, D. Pedro formalizou a independência do Brasil.
37 A pintura Independência ou Morte, também conhecida como Grito do Ipiranga de Pedro Américo foi finalizada em 1888, na Itália (66 anos após a independência ser proclamada). Foi a Família Real que encomendou a obra, pois ela investia na construção do Museu do Ipiranga (atual Museu Paulista). A ideia da obra era ressaltar o poder monárquico do recém-instaurado império.
38 As Guerras de Independência A independência do Brasil não foi aceita em todas as regiões; Nas províncias do Maranhão, Ceará, Piauí e Para, parte da Bahia e a Província Cisplatina (atual Uruguai), os partidários das Cortes recusaram-se a aceitar a ruptura com Portugal e decidiram resistir; Na Bahia, os escravos também participaram dos combates, pois eles acreditavam que a independência deveria levar à abolição da escravatura, o que não aconteceu;
39 Somente um ano após a independência, as províncias rebeldes foram vencidas e a unidade do Brasil foi concluída; O primeiro país a reconhecer a independência do Brasil foi a Inglaterra, seguida pelos EUA; No ano de 1825, Portugal reconheceu a independência brasileira, em troca de uma indenização no valor de 2 milhões de libras esterlinas.
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