As belezas do Norte! São Vicente e a floresta encantada ESTA REVISTA FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS E NÃO PODE SER VENDIDA SEPARADAMENTE.

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1 As belezas do Norte! São Vicente e a floresta encantada ESTA REVISTA FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS E NÃO PODE SER VENDIDA SEPARADAMENTE. PUB

2 2 > CONCELHO DE SÃO VICENTE A Capital da Laurissilva São Vicente é um concelho caracterizado pela natureza verde e floresta abundante. É sobretudo na freguesia sede de concelho que se encontra uma extensa mancha de Floresta Laurissilva, razão pela qual São Vicente há muito que passou a ostentar a designação de Capital da Laurissilva. Outro dos símbolos igualmente emblemáticos desta pitoresca localidade do Norte é a pequena capela construída dentro de uma rocha de basalto, na foz da ribeira que atravessa a vila. As atividades económicas predominantes assentam nos sectores primários e terciário, concretamente na agricultura e nos serviços, com realce para a atividade turística. O concelho tem cerca de habitantes distribuídos por uma área de 78,70 km², que abarca as três freguesias que o constituem a saber: São Vicente, Ponta Delgada e Boaventura. Para um concelho que é todo ele um autêntico regalo à vista, os pontos panorâmicos podem proporcionar verdadeiros momentos de contemplação que nos despertam sentimentos por vezes esquecidos. Desde a Encumeada, Bica da Cana, Boca das Voltas e a partir de inúmeros pontos por todo o concelho, é possível desfrutar de excelentes panorâmicas sobre os vales e vertentes que caracterizam o concelho de São Vicente.

3 > CONCELHO DE SÃO VICENTE 3 Sabia que O Concelho de São Vicente foi, desde o século XV, o principal e mais importante núcleo de povoamento do Norte da Madeira. Somente em 1745, com o exercício pleno do município de São Vicente, o Norte teve direito ao registo documental das suas preocupações e realidade quotidiana. A freguesia deve o seu nome possivelmente ao facto dos primeiros povoadores, ao descerem da Encumeada em direção ao vale de São Vicente, se terem deparado com numerosos corvos a sobrevoar o vale tendo-se lembrado do mártir espanhol, chamado São Vicente, cujos restos mortais foram defendidos por uma daquelas aves.

4 4 > CONCELHO DE SÃO VICENTE A floresta encantada! Conhecer a Laurissilva pode ser uma aventura calma se fizer, por exemplo, uma caminhada em zonas acessíveis e garantimos que há muitas que estão devidamente identificadas! Também pode optar por fazer um piquenique em plena floresta num dos lugares belíssimos que existem nesta floresta encantada e histórica. Mas se é daquelas pessoas que gosta de intensidade e adrenalina, então tem de experimentar o canyoning, a escalada, o rappel ou até mesmo o downhill. Existem empresas especializadas que pode contatar e marcar a sua aventura. A Floresta Laurissilva ocupa uma área de cerca de 15,000 hectares, equivalente a 20% da ilha da Madeira. As árvores endémicas predominantes pertencem à família Lauraceae, como é o caso do Til, mas existem muitas outras árvores emblemáticas. A água é uma presença constante, o que faz com que a Laurissilva também seja conhecida como a floresta produtora de água, uma vez que a união de vários componentes contribui para o equilíbrio hidrológico que é essencial à vida na ilha.

5 > CONCELHO DE SÃO VICENTE 5 Curiosidades A Floresta Laurissilva foi classificada como Património Natural da UNESCO em A importância da Laurissilva deve-se tanto pela sua representação em termos de diversidade de espécies de flora e fauna como do respetivo estado de conservação. A Laurissilva remonta aos períodos Miocénico e Pliocénico da Época Terciária, há 20 milhões de anos! As últimas glaciações levaram ao desaparecimento desta floresta no continente europeu, sobrevivendo apenas nos arquipélagos dos Açores, Madeira e Canárias. Entre as várias árvores que compõem a floresta, destacam-se o Til, o Vinhático, o Loureiro e o Barbusano. PUB

6 6 > CONCELHO DE SÃO VICENTE Vamos ao centro da terra? É impensável ir a São Vicente e não visitar as famosas grutas e o Centro de Vulcanismo. A visita, muito bem organizada, tem uma duração de cerca de 30 minutos e é devidamente conduzida por guias especializadas. Na mesma zona das Grutas encontramos o Centro do Vulcanismo que associa a cultura e o conhecimento ao lazer e à animação num pavilhão que permite que os cerca de 90 visitantes possam assistir, de uma forma pedagógica e lúdica, aos espetáculos audiovisuais que fazem a recriação da evolução geológica das grutas. Prepara-se para assistir à erupção dum vulcão e ainda à simulação do nascimento do Arquipélago da Madeira! Descansar no Jardim Bem no centro da vila está o Jardim Indígena com uma área de m², onde estão representadas espécies da flora endémica madeirense. Este jardim conta com mais de 60 espécies foi criado em 1989 pelo Clube de Ecologia Barbusano, com o apoio do Worldwide Fund for Nature. Neste local crescem muitas das espécies da Laurissilva e algumas outras típicas das falésias da beira-mar.

7 > CONCELHO DE SÃO VICENTE 7 Na Rota da Cal Localizado numa área de cerca de m2, no Sítio da Achada do Furtado do Barrinho, nos Lameiros, o Núcleo Museológico da Rota da Cal surge por iniciativa privada. Inclui duas pedreiras de calcário, um forno de cal e imóveis de apoio à produção. A pedra da cal tinha diversas utilizações, entre as quais o calcetamento de pavimentos, material para as pias baptismais, pedras de moinhos, entre outros. A transformação da pedra em cal era feita através da cozedura da pedra que, uma vez em pó, era utilizada como argamassa e pintura na construção civil. A visita ao Museu inicia-se com a caminhada que era feita diariamente pelos trabalhadores do forno da cal para levar o calcário, a água e a lenha. Tem a duração de cerca de 30 minutos, começando na pedreira de extração calcária e terminando no Museu. Aí os visitantes podem encontrar fósseis com mais de cinco milhões de anos e um vídeo que mostra o processo de produção da cal, desde a extração, à sua cozedura e utilização. Tome nota O Núcleo está aberto de terça a sábado das 10:00 às 14:00. Encerra às segundas e aos domingos A entrada é gratuita. PUB

8 8 > CONCELHO DE SÃO VICENTE A matriz de São Vicente A Igreja Matriz de São Vicente, situada no centro da vila, apresenta uma construção eclética datada de A sua fachada é simples e o seu portal maneirista. No seu interior destacam-se alguns tesouros artísticos, como a pintura de São Vicente a abençoar a vila, no teto da igreja, e o altar-mor magnificamente talhado. Na parede lateral esquerda encontra-se a pia baptismal em cantaria com características maneiristas. O seu orago é São Vicente e a festa em honra do santo é celebrada a 22 de janeiro. Do cimo do monte A pequena capela torre de Nossa Senhora de Fátima destaca-se pela sua invulgar tipologia. Construída com uma torre de acentuada verticalidade, fachadas de grande simplicidade e num revivalismo muito tardio, a capela ergue-se na paisagem, captando as atenções de visitantes e locais. O som do seu relógio mecânico é audível em toda a freguesia.

9 > CONCELHO DE SÃO VICENTE 9 Piquenique no Chão dos Louros Há décadas que os madeirenses adoram fazer piqueniques no Chão dos Louros, onde as crianças se divertem a correr e a trepar às árvores, enquanto os adultos estão entretidos a fazer espetada e a preparar as demais iguarias para a refeição. Este é sem dúvida o local ideal para levar a família para um piquenique. Com mesas e espaços próprios para fazer fogueiras, o Chão dos Louros é uma referência e podemos dizer que faz mesmo parte das tradições madeirenses. Localizado entre a Encumeada e São Vicente, o parque florestal do Chão dos Louros faz parte da área integrante da Rede Europeia de Sítios de Importância Comunitária (Rede Natura 2000). O seu nome deve-se à presença de um grande número de Loureiros. Do miradouro ali existente tem uma vista sobre toda a vila até ao mar. Promenade dos Juncos Se gosta de passear à beira mar, aqui está o percurso ideal: a Promenade dos Juncos interliga o varadouro à baía dos Juncos, possibilita um passeio pelas linhas da costa norte da ilha da Madeira. Inaugurado em 2004, o complexo balnear de São Vicente dispõe de infraestruturas de apoio e é bastante procurado pelas boas condições para a prática de surf. Percorrendo as ruas da vila São muitos os turistas que se apaixonam pela vila de São Vicente. Curiosos, de máquinas fotográficas prontas a disparar, entretêm-se a apreciar as ruas limpas e bem cuidadas da pitoresca vila do Norte. Miradouro do Lombinho O Miradouro do Lombinho em São Vicente fica situado na Estrada Regional 101 entre o São Vicente e a Ponta Delgada. Daqui é possível se avistar toda a costa até ao Porto Moniz. Prepare a máquina fotográfica e capte momentos belíssimos!

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11 > CONCELHO DE SÃO VICENTE 11 A Corte do Norte! A freguesia de Ponta Delgada é conhecida por Corte do Norte por aqui terem residido antigas e nobres famílias madeirenses, proprietárias de moradias. Está localizada a cerca de 6 quilómetros da sede do concelho de São Vicente. Reza a história que foi Manoel Afonso Sanha, escudeiro de D. Fernando, o fundador desta povoação, onde lhe foram dadas muitas terras de sesmaria. Nesta freguesia, de solo rico e fértil, a agricultura tem desde sempre um papel preponderante na economia local. O trigo que era inicialmente a produção agrícola abundante, foi substituído pela produção de cana-de-açúcar que alimentava a indústria de aguardente através dos engenhos, hoje totalmente em ruínas. A pesca foi também, em tempos, uma atividade de relevância no equilíbrio da economia local. No entanto e na atualidade, o seu peso económico é pouco considerável. Sabia que A Ponta Delgada é freguesia desde o ano Tem uma área de 8,8 km². A origem do seu nome deve-se ao facto de ser uma «ponta de terra esguia, esvaindo-se mar dentro, que, pelo contraste ao lado, com desabidas penhas, ficou sendo a Ponta Delgada», segundo refere Gaspar Frutuoso no livro Saudades da Terra. A freguesia de Ponta Delgada é o cenário do romance A Corte do Norte de Agustina Bessa-Luís, obra que também foi também passada à sétima arte pelo realizador João Botelho. O Padroeiro da freguesia é o Senhor Bom Jesus, celebrado no primeiro dia de janeiro. Reza a lenda que a imagem do santo terá aparecido dentro de uma caixa que deu à costa em 1540.

12 12 > CONCELHO DE SÃO VICENTE A beleza do Templo Data de inícios do Sec. XVI a construção da Igreja Matriz de Ponta Delgada, uma das mais belas igrejas da Madeira. Em julho de 1908 um violento incêndio reduziu-a a escombros, tendo apenas escapado da fúria das chamas a sacristia onde está exposto o que se salvou. Junto da igreja matriz temos a Casa do Romeiro, datada de finais do século XVII, que vale a pena visitar! O grande arraial do Bom Jesus No primeiro fim de semana de setembro é celebrado na Ponta Delgada um grande arraial em honra do Santíssimo Sacramento, mais conhecido pelo Arraial do Bom Jesus. A este arraial acorrem romeiros de toda a ilha, com as famosas romarias à Ponta Delgada, uma das maiores e mais tradicionais da ilha da Madeira. A terra de Horácio Bento de Gouveia No centro da freguesia pode encontrar a Casa do Ladrilho, onde nasceu Horácio Bento de Gouveia, professor, jornalista e escritor madeirense, autor de uma vasta obra literária. Aberta ao público em 1986 como Casa-Museu, aqui encontram-se expostas diversas peças antigas, bem como objetos ligados ao escritor Horácio Bento de Gouveia, guardados ao longo da sua vida profissional, a quem muitos chamam O Retratista da Vivência Madeirense. Igreja Matriz de Ponta Delgada, uma das mais belas igrejas da Madeira

13 > CONCELHO DE SÃO VICENTE 13 O santuário da Natureza! Chama-lhe o santuário da Natureza e é sem dúvida uma das mais belas freguesias madeirenses. Afastada apenas a 9,5 km da sede do concelho, a Boaventura é conhecida pelos seus fantásticos vales, repletos do verde intenso das serras que transmitem uma sensação de calma e de beleza sem igual! Para quem aprecia o sossego e o contacto com a Natureza, tem obrigatoriamente de fazer uma escapadinha até esta freguesia com muito para ver e conhecer! Sabia que A freguesia da Boaventura foi desmembrada da freguesia da Ponta Delgada no ano de Os terrenos que constituem a paróquia pertenceram durante quase 300 anos, à freguesia de Ponta Delgada. Não se sabe ao certo a origem do seu nome, mas já desde meados do século XVI a Boaventura conserva este nome. Há dois ilhéus que se destacam a pouca distância da costa da freguesia. Chamam-se Ilhéu Preto e Ilhéu Vermelho.

14 14 > CONCELHO DE SÃO VICENTE Tome nota! Matriz dedicada a Santa Quitéria A Igreja Matriz da invocação de Santa Quitéria foi construída em 1835 no local da antiga capela. Em 1739 foi criada a confraria de Santa Quitéria que desde 1771 se empenhou na construção da nova igreja. Desta primeira fase deve ser o pórtico principal em rica cantaria lavrada. O tecto foi pintado em 1929, por José Zeferino Nunes (Cirilho). Dois solares dois destinos No plano da arquitetura destacam-se dois solares: o dos Banhos, dos finais do séc. XVIII, recuperado para pousada em 1992, por Silvano Jesus Teixeira, e o da Silveira, que apresenta gravado na porta de entrada o ano de Este último foi a casa dos morgados Lício de Lagos. Sopas caseiras! Para dar ênfase aos produtos locais, realiza-se todos os anos, na freguesia de Boaventura, a Feira das Sopas do Campo, onde se pode ver e provar as boas sopas à moda madeirense, como a sopa de tripa de porco, de trigo malhado, castanha, peixe, agrião, couve e maçaroca. Também é nesta freguesia que tem lugar todos os anos em dezembro, a Mostra de Iguarias de Natal. Este evento convida a provar as tradições de Natal e marca o início das festividades de Natal na Boaventura. Levadas fantásticas! Para usufruir da espetacular natureza da Boaventura não há melhor do que percorrer, sempre com as devidas cautelas, as fantásticas levadas que atravessam a freguesia: Levada da Achada Grande, Levada Grande, Levadas das Faias, Achada dos Alves, Pastel, Achada e a do Serrão. Desfrute de um dia de praia O Complexo Balnear da Ponta Delgada, localizado mesmo ao lado da igreja, oferece excelentes condições aos banhistas com duas piscinas de água salgada, solários, bar, balneário e serviços de primeiros socorros.

15 > CONCELHO DE SÃO VICENTE 15 PUB As lendas de São Vicente Segundo a crença popular, o Santo São Vicente terá aparecido na cova de um rochedo, junto à foz da ribeira, o que originou a fervorosa devoção do povo. Reza também a história que os primeiros povoadores ao descerem pela Encumeada em direção a São Vicente foram surpreendidos por vários corvos a sobrevoar o vale, o que lhes fez lembrar um mártir espanhol, chamado São Vicente que foi morto pelos romanos e cujo cadáver foi lançado aos animais ferozes que acabaram por ser afugentados por um corvo gigantesco que estava a proteger o corpo do mártir. Festas de arromba! A par das festas religiosas, como é o caso de Nossa Senhora do Rosário em outubro, o concelho tem apostado ao longo dos últimos anos numa animação de excelência nas Festas de São Vicente agendadas para o mês de agosto. Grandes nomes da música nacional e internacional têm pisado os palcos daquela que é conhecida pela capital da Laurissilva. A vila quase que se torna demasiado pequena para tanta gente onde turistas e locais divertem-se nestas grandes festas!

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