RESPOSTA A RECURSO ADMINISTRATIVO E DECISÃO DO VENCEDOR

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1 1 RESPOSTA A RECURSO ADMINISTRATIVO E DECISÃO DO VENCEDOR Trata-se do Edital da Tomada de Preços nº 01/2015 Embrapa Arroz e Feijão, cujo objeto é a ELABORAÇÃO DE PROJETOS EXECUTIVOS, CONSTRUÇÃO DE DOIS GERECAMP E UM DEPÓSITO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS NA EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO, a Comissão Permanente de Licitação, designada pela Ordem de Serviço nº 029/2015, sob a presidência do Sr. Nauber Crussius Macedo, apresenta suas considerações. DOS FATOS: Às nove horas e trinta minutos do dia dois de agosto do ano de dois mil e dezesseis, no Setor de Patrimônio e Suprimentos, reuniu-se a Comissão de Licitação designada pela Ordem de Serviço nº 029, de 23/09/2015, sob a presidência do Sr. Nauber Crussius Macedo, mediante lista de presença do representante credenciado, qual seja: Sr. Renato Carlos Salgado Fernandes, da empresa Construtora Monferrari Fernandes Ltda EPP. Aberta a sessão pública, cujo objeto é a contratação de empresa de engenharia especializada para execução, mediante o regime de empreitada por preço unitário, de obra referente à elaboração de projetos executivos e a construção de dois GERECAMP e de um depósito de defensivos agrícolas na Embrapa Arroz e Feijão, a Comissão de Licitação apresentou os envelopes Proposta das licitantes habilitadas, todos eles devidamente lacrados e rubricados no seu respectivo fecho. Após a abertura do envelope nº 2, contendo as propostas das licitantes habilitadas, foram as mesmas rubricadas pelos presentes e pela comissão, que abriu vista aos interessados devidamente credenciados. O representante da Construtora Monferrari solicitou que registrasse em ata o fato dos licitantes Engego e Tom terem apresentado apenas 01 (uma) via de proposta. Além disso, salientou que os licitantes Engego, Tom e SC Serra não apresentaram o memorial descritivo. Ainda, informou que a Empresa Engego não apresentou a planilha de encargos sociais. Na sequência, expôs que a empresa Engego apresentou um prazo de garantia da obra de 455 dias. Por fim, argumentou que a empresa SC Serra apresentou valores distintos entre planilha e cronograma referentes à Fazenda Palmital. A licitante Tom Construtora e Empreendimentos Eireli apresentou uma proposta no valor global de R$ ,71 (quinhentos e trinta e quatro mil, oitocentos e setenta e três reais e setenta e um centavos); a licitante S.C. Serra Projetos e Construções ME apresentou uma proposta no valor global de R$ ,33 (quinhentos e dezoito mil, trezentos e um reais e trinta e três centavos); a licitante Engego Construtora Ltda-ME apresentou uma proposta no valor global de R$ ,65 (quatrocentos e oitenta e um mil, cem reais e sessenta e cinco centavos) e a licitante Construtora Monferrari Fernandes Ltda EPP apresentou uma proposta no valor global de R$ ,40 (quinhentos e doze mil, seiscentos e doze reais e quarenta centavos). Após encerrado a sessão, a comissão se reuniu para analise das propostas em ambiente interno, e no dia 17/08/2016 a Embrapa Arroz e Feijão tornou público o resultado das propostas da Tomada de Preços n 01/2016, habilitando as empresas S.C. Serra Projetos e Construções ME, valor de R$

2 ,33 e Tom Construtora e Empreendimentos Eireli, valor de R$ ,71. Inabilitou as empresas Engego Construtora Ltda-ME- Motivo: Ausência de planilha de composição de encargos sociais conforme modelo apresentado pela Embrapa; Construtora Monferrari Fernandes Ltda EPP- Motivo 1: Apresentação de preços unitários com valores inexequíveis (itens / 01,06,02 / / ). Motivo 2: Apresentação de preços unitários com valores irrisórios ( / / / ). Sendo assim, dentro do prazo estipulado para Recurso Administrativo, as empresas Tom Construtora e Empreendimentos Eireli e Construtora Monferrari Fernandes Ltda EPP formalizaram recurso administrativo contra decisão desta Comissão. DA TEMPESTIVIDADE: No caso em apreço, as empresas Tom Construtora e Empreendimentos Eireli e Construtora Monferrari Fernandes Ltda EPP apresentaram tempestivamente as razões do seu recurso, assim, conhecemos o recurso administrativo. DA ANÁLISE DO RECURSO: _ Construtora Monferrari Fernandes Ltda EPP: Relativo ao subitem 6.2 e 6.2.2: Os itens constantes no caput do item 6.2 do edital são exigências padrão dos editais de licitação que visam ordenar e facilitar os trabalhos da comissão, mas que não podem em hipótese alguma por si só constituir motivo para inabilitação de licitantes, uma vez que a forma não deve se sobrepor ao conteúdo, conforme subitem do Edital. Sabe-se que as disposições expressas no Edital devem ser seguidas pelos licitantes face ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório; porém, inabilitar as empresas citadas, que apresentaram a documentação sem observar a forma, seria excesso de rigor. Tal apego ao formalismo poderia trazer prejuízos para a Administração, uma vez que as empresas, continuando presentes no processo licitatório, poderão apresentar a proposta mais vantajosa. Nesse mesmo sentido, o Tribunal de Contas da União vem adotando entendimento no sentido de relevar falhas e impropriedades formais dessa natureza em processos licitatórios (Decisão 17/ Plenário, Ata 2/2001, Decisão 681/ Plenário, Ata 33/2000, Acórdão 1758/2003 Plenário, Ata 46/2003): Acórdão 1758/2003 Plenário (...) Ressalto, preliminarmente, que o edital não constitui um fim em si mesmo. Trata-se de instrumento para a consecução das finalidades do certame licitatório, que são assegurar a contratação da proposta mais vantajosa e a igualdade de oportunidade de participação dos interessados, nos precisos termos do art. 3º, caput, da Lei 8.666/93.

3 3 Assim, a interpretação e aplicação das regras nele estabelecidas deve sempre ter por norte o atingimento das finalidades da licitação, evitando-se o apego a formalismos exagerados, irrelevantes ou desarrazoados, que não contribuem para esse desiderato. O item do edital demanda às empresas licitantes que apresentem as especificações do objeto e não memorial descritivo, conforme citado pela licitante recorrente. As especificações de que trata o item são as descrições dos serviços constantes da planilha orçamentária, que por sua vez devem seguir de forma fiel e clara as descrições propostas no projeto básico apresentado pela Embrapa. Por outro lado, considerando que o memorial descritivo é um documento que complementa a descrição do objeto licitado, não haveria qualquer sentido em exigir que as empresas licitantes apresentassem documento constante do projeto básico já fornecido pela Embrapa, haja visto que não é permitido ao futuro vencedor propor a execução de objeto diverso daquele licitado, o que fatalmente afrontaria o princípio da isonomia. Sendo assim, indeferimos o pedido da licitante em solicitar a inabilitação das empresas Engego, Tom e SC Serra Projetos e Construções ME por este motivo. Relativo ao subitem 6.2.5: A empresa recorrente argumenta em seu recurso que a empresa SC Serra Projetos e Construções ME não apresentou o Cronograma Físico-Financeiro corretamente. Tendo em vista que o cronograma físico financeiro é o documento que tem por objetivo principal o planejamento da consecução das etapas e do desembolso financeiro ao longo do prazo contratual e não a formação dos preços, entende-se que erros de menor relevância tais como o erro no somatório observado na proposta da empresa SC Serra, não afeta o objetivo principal do referido instrumento, tampouco a formulação da proposta de preços, sendo, portanto, passível de correção por parte da Comissão de Licitação conforme o previsto no item no Edital. Nesse mesmo sentido, o Tribunal de Contas da União compreende que erro no preenchimento da planilha de formação de preço do licitante não constitui motivo suficiente para a desclassificação da proposta, quando a planilha puder ser ajustada sem a necessidade de majoração do preço ofertado (Acórdão 1.811/2014 Plenário). Recentemente o TCU, ao analisar hipótese semelhante reiterou que a existência de erros materiais ou omissões nas planilhas de custos e preços das licitantes não enseja a desclassificação antecipada das respectivas propostas, devendo a Administração contratantes realizar diligências junto às licitantes para a devida correção das falhas, desde que não seja alterado o valor global proposto. (Acórdão 2.546/2015 Plenário). Além disso, aos órgãos e entidades subordinados à disciplina das instruções normativas editadas pelo Mpog, a IN nº 02/2008 dispõe expressamente, em seu art. 29-A, 2º, que erros no preenchimento da planilha não são motivo suficiente para a desclassificação da proposta, quando a Planilha puder ser ajustada sem a necessidade de majoração do preço ofertado, e desde que se comprove que este é suficiente para arcar com todos os custos da contratação. Sendo assim, indeferimos o pedido da licitante em solicitar a inabilitação da empresa SC Serra por este motivo.

4 4 Relativo aos subitens da planilha de formação de preços / / / / / / / 26.03): Primeiramente, queremos definir o termo jogo de planilha, haja vista a Comissão de Licitação citar em seu relatório evidências de jogo de planilha na proposta. Conceitualmente, o termo jogo de planilhas significa a ocorrência de alterações quantitativas na planilha, através de acréscimos, decréscimos, supressões ou inclusões de serviços e materiais, bem como de variações de preços nas medições, que modifiquem o ponto de equilíbrio econômicofinanceiro. Este evento pode decorrer dos seguintes fatores: (i) má qualidade do projeto básico; (ii) falta de definição de critérios de aceitabilidade de preços unitários; (iii) contratação de proposta de menor preço global compatível com a estimativa da Administração, mas com grandes disparidades nos preços unitários; e (iv) aumento dos quantitativos dos itens de preços unitários elevados e a diminuição dos quantitativos dos itens com preços inferiores. Dessa forma, pode-se concluir que a existência do jogo de planilha pode ser ocasionada pela falha por parte da Administração Pública em elaborar o documento, como também erro substancial passível de eliminação sem a intenção de má fé, ou mesmo dolo com intenção obter vantagens indevidas. Dentro dessas possibilidades, esta Comissão não quis dar a entender que a empresa Monferrari buscou se utilizar do artifício desta ferramenta com intenção de causar danos ao erário. Aos fatos: Diferentemente dos casos acima citados, a recorrente apresentou em sua proposta itens com valores manifestamente inexequíveis e com valores irrisórios, o que é expressamente vedado pelo item O Edital não prevê a possibilidade de renúncia de remuneração de mão-de-obra necessária para a execução do objeto, ainda que esta mão de obra integre o quadro societário da empresa licitante e que renuncie a tais valores. Há que se considerar ainda, que o valor proposto pela empresa está abaixo do valore estabelecido pelo SENGE - GO como piso salarial devidamente acrescido dos encargos trabalhistas. Para o item solicita-se que a empresa apresente composição de custo unitário que comprove a exequibilidade do referido preço. Na composição de custo unitário a ser apresentada deve ficar comprovada que os preços ofertados estão em conformidade com os pisos salariais da categoria e os coeficientes de utilização devem perfazer valores reais e viáveis. Para o item será deferida somente se a contratada apresentar a composição de custo unitário que englobe o fornecimento e instalação do material para fins de aferição da sua exequibilidade. A justificativa apresentada para o item será deferida mediante apresentação de termo de renúncia devidamente assinado pelo representante da licitante. A justificativa apresentada para os itens e foi indeferida, uma vez que resta evidente a condição irrisória dos preços unitários ofertados pela licitante. Não há na edital condição que permita às licitantes a renúncia de custos relativos à mão de obra.

5 5 _ Tom Construtora e Empreendimentos Eireli Relativo ao item 6.2 e demais subitens do Capítulo VI: A empresa recorrente cita que a licitante SC Serra cometeu erros substanciais na Planilha Orçamentária e Financeira, solicitando sua desclassificação do certame, e que a Comissão da Embrapa Arroz e Feijão não comunicou aos licitantes sobre o erro formal cometido pela SC Serra na planilha orçamentária. Informamos que não havíamos constatado o erro formal, e que agora comunicamos aos licitantes esta falha passível de correção. Com relação ao pedido de desclassificação, como trata-se do mesmo assunto impetrado pela Construtora Monferrari para pedir a exclusão da participação da empresa SC Serra, esta Comissão, com base nos argumentos apresentados acima, indeferi o pedido da licitante em solicitar a inabilitação da empresa SC Serra por este motivo. DA CONCLUSÃO: Ante o exposto, esta Comissão no dia 24 de agosto de 2016, apresentou seu posicionamento mantendo vencedora do certame a empresa S.C. Serra Projetos e Construções ME, habilitando-a. DO ENCAMINHAMENTO: Em atendimento ao Edital da Tomada de Preços nº 01/2016 Embrapa Arroz e Feijão, encaminhamos a decisão contida neste relatório à Chefia-Adjunta de Administração para posterior manifestação. Santo Antônio de Goiás, GO, 02 de setembro de Nauber Crussius Macedo Presidente Abidon Teodorico dos Santos Membro Eduardo Martins Ribeiro Membro Rodrigo Rezende dos Santos Membro Marcos Rafael de Moura Xavier Engenheiro Civil CREA 83364/D MG DPS / Embrapa

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