PERCEPÇÃO DOS ALUNOS EGRESSOS DE UM CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS EM 2010 QUANTO AO SEU DESENVOLVIMENTO ACADÊMICO E PROFISSIONAL

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1 PERCEPÇÃO DOS ALUNOS EGRESSOS DE UM CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS EM 2010 QUANTO AO SEU DESENVOLVIMENTO ACADÊMICO E PROFISSIONAL Emerson de Assis Moraes Faculdade Sumaré Contador e Pós Graduado em Docência para o Ensino Superior lugo.emerson@globo.com Maria Inês Santos Faculdade Sumaré Doutora em Educação ines.santos@sumare.edu.br

2 2 RESUMO: Esta pesquisa busca analisar a percepção dos egressos em 2010 de um curso de Ciências Contábeis de uma instituição paulistana quanto ao seu desenvolvimento. O trabalho justifica-se para que as instituições saibam do impacto da formação para os egressos. A metodologia utilizada foi analise de significados, com cinco entrevistas com oito questões, categorizadas como: Motivação, expectativa, dificuldades encontradas, desenvolvimento do curso e impacto. Foram criadas dezessete unidades de significado com visões diferentes, pois quando se trata de expectativas e desenvolvimento do curso, os sujeitos demonstram decepção. Evidenciou-se a visões positivas dos formandos sobre o impacto dessa graduação frente ao mercado. PALAVRAS CHAVE: Ciências Contábeis, Formação Superior, Percepção, Desenvolvimento Acadêmico E Profissional. INTRODUÇÃO Anualmente, os cursos de Ciências Contábeis colocam no mercado de trabalho, grande quantidade de recém graduados que esperam estar aptos para exercer a contabilidade. O papel das universidades no processo de formação, é dar suporte para que o aluno conheça novos conceitos e adentre ao mundo acadêmico-contábil. Neste sentido, o profissional que busca atuar em contabilidade, deve estar apto a colocar uma série de procedimentos em prática, verificando a melhor forma para construir seu conhecimento, que por consequência influenciará seu desenvolvimento acadêmico e profissional. A Origem da Ciência Contábil e sua Influência no Ensino Contábil Brasileiro. A contabilidade existe desde que houve a necessidade de controle patrimonial por parte do homem e evoluiu por ser necessário o aprimoramento desses métodos de controle. Em 1494, quando da publicação do Tractatus de Computis et Scripturis Tratado de Contas e Escrituras, pelo frei, Lucca Pacciolli, tomou-se forma o método básico utilizado nos dias atuais para as contabilizações. O método das partidas dobradas, que determinada que para cada registro

3 3 contábil há crédito, é necessário ocorrer um registro a débito de igual valor e vice-versa. Esse tratado também versava sobre o respeito à cronologia dos registros, os livros necessários, à autenticidade e formas de registro, procedimentos de transporte de valores pelas contas contábeis, apuração de resultado e encerramento do exercício (PELEIAS, 2010). Após a publicação do Tratado de Contas e Escrituras, ao longo do tempo, houve uma sucessão de pesquisas que serviram para fomentar a aplicação da Contabilidade e depurar seus métodos transformando-a em um sistema de informação. Esses estudos fizeram surgir as Escolas de pensamento contábil italianas e francesas, com destaque para as Escolas contistas, personalistas, neocontistas, controlistas, aziendalistas, patrimonialistas, além das Escolas alemãs e americanas. Os estudos originados dessas Escolas construíram o que é conhecido hoje como Ciência Contábil. O Brasil, a pretexto de buscar maior controle patrimonial das entidades, adotou, inicialmente, os estudos das Escolas italianas e alemãs. Para que se pudesse capacitar pessoas às aplicações da contabilidade, foi inaugurada em 1902 a Escola de comércio Álvares Penteado, que tinha uma linha educacional focada nos estudos europeus, altamente científicos e voltados para o patrimônio. O desenvolvimento mercantil dos Estados Unidos, aliado à facilidade de elaboração das escriturações contábeis, com seus relatórios mais eficazes, fez com que o Brasil, posteriormente, adotasse o estilo americano de contabilidade. O grande expoente do Ensino contábil com base americana é a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA) com seu curso inaugurado em Essa Graduação objetivava a clareza nas informações contábeis em detrimento ao estudo científico do patrimônio. Profissionalizar os estudantes de Ciências Contábeis requereu muito dos Docentes que iniciaram os cursos de Contabilidade no Brasil. Sempre buscando formar profissionais com condições técnicas e intelectuais para exercer a profissão, esses Docentes traçaram um perfil na relação entre Professores e alunos, centrados em hierarquias e ordens verticalizadas, no período de fortalecimento do Ensino contábil no Brasil, décadas de trinta a sessenta, onde o ambiente social diverge dos dias atuais.

4 4 Atribuições Profissionais Segundo CFC e CNE. Em 1946 foi promulgada a Lei que cria o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) com o intuito de regulamentar a profissão contábil elevando, assim, o oficio à um novo patamar. Em seu artigo 25, a lei determina as funções do profissional de contabilidade, passiveis de fiscalização. Com o tempo, novas especializações surgiram para se agregar a função de contabilista como, tais como, auditores, peritos, contadores gerenciais, de custos, controllers, analistas, dentre outros. Em 2003 foi editado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) o parecer 289 que determinou as diretrizes curriculares para os cursos de Ciências Contábeis no Brasil. Segundo o documento, o profissional, ao sair da Graduação deve estar apto para compreender questões cientificas, técnicas, sociais, econômicas e financeiras, nacional e internacionalmente em diversos modelos de organização, tendo pleno domínio das responsabilidades de suas funções em auditorias, pericias, arbitragens, atuarias e financeiras (PARECER CNE 289/03). Todas essas aptidões, de acordo com o parecer (CNE) 289, devem ser proporcionadas pelas Instituições de Ensino, uma tarefa que, teoricamente, deve condizer com a capacidade estrutural da faculdade. Metodologia de Pesquisa Esta pesquisa utiliza a abordagem qualitativa, pela extensa gama de detalhes analisados, considerando a subjetividade nas respostas dos sujeitos, influenciadas por seu contexto social após a Graduação. A técnica de pesquisa usada foi a entrevista semiestruturada, por dar maior flexibilidade ao pesquisador e entrevistado, com o intuito de se obter respostas com alto teor analítico, calcado nas percepções reais dos sujeitos. Foram entrevistados cinco sujeitos egressos do curso de Ciências Contábeis no ano de 2010, oriundos de uma instituição privada de São Paulo. Todos residentes na Zona Norte, com idades entre vinte e quatro a trinta e seis anos e que trabalham em departamentos contábeis ou áreas correlatas, em empresas de médio e grande porte de setores que vão de outsourcing à materiais esportivos. Os cinco entrevistados foram contatados por a fim de participarem desta pesquisa, sendo que, três responderam por e dois sujeitos responderam por

5 5 mensagem via FACEBOOK aceitando. A maior parte das entrevistas, três, foram feitas presencialmente, as outras duas a distância, por meio do software SKYPE e o gravador de conversas CALL GRAPH TOOLBAR. O roteiro de entrevistas elaborado buscou agrupar as perguntas em categorias que contavam com objetivos pré-definidos que nortearam a análise dos dados. Após as entrevistas, iniciou-se a análise dos dados por meio da elaboração das unidades de significados. Essas seguem o caminho entre obter o relato ingênuo, identificar as atitudes e interpretar os dados (MOREIRA, SIMÕES e PORTO, 2005). Análise das Categorias Categoria 1 Motivação: Teve como objetivo identificar os motivos que levaram o egresso a escolher o curso. A questão formulada foi: O que o levou a escolha do curso de Contabilidade? Foram encontradas duas unidades de significado, sendo elas: Necessidade Profissional e Escolha Casual do Curso. Entre os sujeitos entrevistados, dois já tinham certo conhecimento na área Contábil e buscaram o conhecimento teórico para cruzar a fronteira entre trabalho braçal para o trabalho intelectual. Outros três sujeitos foram classificados na unidade de escolha casual do curso por terem escolhido a Graduação em função de terem ganhado uma bolsas de estudos ou por influências de pessoas próximas. A categoria 2 Expectativa: Teve o objetivo de identificar as expectativas iniciais do egresso ao iniciar o curso. A questão formulada foi: O que você esperava do seu curso de Contabilidade? Duas unidades de significado foram criadas, sendo elas: Aprofundamento do Conteúdo e Ascensão Profissional. Em aprofundamento do conteúdo, dois sujeitos relataram esperar maior aprofundamento no conteúdo das disciplinas buscando sentido ao que estava sendo apresentado agregando, assim, teoria à prática ministrada. Na opinião dos sujeitos, não houve uma programação previa para elaboração das aulas. Expôs-se o conteúdo apenas para atingir o objetivo sem observar o aprendizado do aluno. Um dos sujeitos questionou a carga horária de algumas disciplinas, salientando que em um semestre é difícil abordar todo o conteúdo como o de custos, por exemplo. A segunda unidade de significados encontrada foi Ascensão Profissional, dois sujeitos relataram que esperavam que cursar contabilidade poderia trazer novas chances em seu ambiente profissional. O benefício de cursar uma faculdade pode abrir portas para promoções dentro das

6 6 empresas, pois o aluno universitário muda sua forma de agir, profissionalmente, já impactado pela experiência no Ensino Superior (LAFFIN, 2002). Categoria 3 Dificuldades Encontradas: Teve como objetivo expor os entraves encontrados após o término do curso, observando se estão ligados ao desenvolvimento de competências. A pergunta formulada foi: Quais foram as principais dificuldades encontradas depois de formado? Esta categoria agrupa três unidades de significados, sendo elas: Teoria Aliada à Prática, Faculdade Desconhecida Status, Direcionamento Acadêmico. Em Teoria Aliada à Prática, dois sujeitos observaram que não conseguiam ver ligações entre os conceitos apresentados e sua rotina de trabalho. Muitos alunos acabaram buscando estágios em empresas para aperfeiçoar seu aprendizado (REINA, SMANIA NETO, ENSSLIN, 2011). Em Faculdade Desconhecida Status, um sujeito indicou que ter cursado uma faculdade desconhecida lhe trouxe alguns problemas de ordem pessoal, por conta do julgamento de outros, quanto a qualidade do curso e de sua formação. Em Direcionamento Acadêmico, um dos sujeitos relatou não conseguir definir qual o curso de Pós-Graduação que deve fazer, pois a Graduação não o auxiliou nessa questão. Categoria 4 Desenvolvimento do Curso: Os objetivos foram identificar aspectos considerados mais importantes, sendo esses: didática dos Professores, conteúdo ministrado, desenvolvimento de conhecimento contábil, aceitação no mercado e atualização do curso ante as diversas mudanças ocorridas no período de 2007 até Alteração da Lei das S/A. As duas questões formuladas foram: Que aspecto você considera que tenha sido mais importante no desenvolvimento do curso realizado? Justifique a sua resposta. Você considera que o seu curso estava em sintonia com o mercado de trabalho? Justifique a sua resposta. Essa categoria contém cinco unidades de significados, sendo elas: Didática, Conteúdo Ministrado, Desenvolvimento do Conhecimento Contábil, Aceitação do Curso Pelo Mercado e Atualização Ante a Legislação. Em didática, cinco sujeitos afirmaram que houve um déficit de preparação dos Professores. O uso de slides somente para leitura, com simples exposição, não se mostrou satisfatório para o aprendizado. Os sujeitos apontaram falta de preparo didático dos Docentes para que se pudessem constituir como Professores. Em Conteúdo Ministrado, quatro sujeitos expuseram que o conteúdo não foi suficiente para considerarem como satisfatório. Houve relato de excesso de leituras sem contexto prático e conteúdos desnecessários, ou mesmo relevantes, mas abordados de forma ineficiente. A terceira unidade, Desenvolvimento do

7 7 Conhecimento Contábil, constatou que três sujeitos não desenvolveram, satisfatoriamente, seu conhecimento em contabilidade por meio do curso universitário. Grupos de estudos e estágios em empresas foram apontados como úteis ao aprendizado por estarem mais avançados. A quarta unidade, Aceitação do Curso Pelo Mercado, constatou, por meio de três sujeitos, que ter a Graduação em Ciências Contábeis é um facilitador para entrar no mercado de trabalho, pois esse profissional é muito requisitado pelas empresas. A quinta unidade, Atualização do Curso Ante a Legislação, demonstrou que quatro sujeitos acreditam que o curso estava aquém das determinações das novas práticas contábeis. Os sujeitos relataram que as informações foram pinceladas, sem um aprofundamento, somente para constar. Outro ponto levantado, foi que os Professores desconheciam as alterações para poder lecioná-las, deixando as ideias esparsas. A categoria 5 Impacto: O objetivo foi o de identificar as contribuições do curso para amadurecimento profissional, identificar o impacto do curso na colocação do profissional no mercado de trabalho atualmente e expor o impacto que o curso pode ter causado na atuação profissional do indivíduo. As perguntas feitas foram: Ao concluir o curso você sentiu-se seguro para enfrentar novos desafios profissionais? Após o término do curso, houve alteração na sua vida profissional? De que maneira o curso contribuiu para a sua atuação profissional? Esta categoria é composta por cinco unidades de significados sendo elas: Insegurança Com o Aprendizado, Amadurecimento Pessoal, Promoção de Cargo, Remuneração e Criticidade. A primeira unidade, Insegurança Com o Aprendizado, foi motivada pela citação de um sujeito que afirmou não se sentir seguro para se lançar no mercado de trabalho com o conhecimento desenvolvido no curso. A segunda unidade, Amadurecimento Pessoal, dois sujeitos relataram um desenvolvimento pessoal, pois o convívio acadêmico de quatro anos em que se passa por uma série de experiências educacionais, faz com que o egresso repense novos conceitos. A terceira unidade, Promoção de Cargo, foi representada por três sujeitos que foram taxativos ao afirmar que após a conclusão da Graduação, foram promovidos nas empresas onde trabalhavam na época. Depois de Graduados, há um consenso para que se eleve do sujeito à um novo estágio na organização, dando-lhe mais responsabilidades. Para a quarta unidade de significado, Remuneração, dois sujeitos relataram ter recebido um aumento de salário após a conclusão do curso e um sujeito destacou ter benefícios dentro da empresa. Na quinta unidade, Criticidade Desenvolvida Pelos Sujeitos, dois dos entrevistados disseram que seu senso crítico em relação ao trabalho se refinou, já que sua forma de analisar os fatos se alterou, tendo esses,

8 uma visão mais ampla, pois a Contabilidade conhece todos os departamentos da empresa o que acaba por ampliar as perspectivas sobre cada assunto. 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS A formação superior para muitos é o grande salto para a transformação de vida, pois o diploma tem valor intangível, independente da qualidade da formação (DURHAN, 2008). Com a Graduação espera-se romper com o cotidiano estabelecido para adentrar no ambiente da profissionalização. No Brasil, o egresso de cursos superiores, dependendo de sua formação, consegue alocar-se no mercado de trabalho sem muita dificuldade, pois esse, escasso de mão de obra, minimamente qualificada, acaba por capacitar sua novata massa de trabalho na prática diária do serviço. Nesta pesquisa foi possível observar que os egressos não sentiram-se, plenamente, satisfeitos com sua Graduação. Apontaram uma série de falhas que desviaram do bom ambiente de aprendizagem, como conteúdo desinteressantes, didática falha dos Professores e desenvolvimento do conhecimento contábil deficitário. Em contrapartida, os sujeitos apontaram como impacto profissional, o aumento de remuneração e promoção de cargos, além da pouca dificuldade em se colocar no mercado de trabalho. Schwartzman (2000, p. 5) afirma que o Ensino Superior é um processo de mobilidade social e ocorre ao mesmo tempo em que existe um consenso de que a Educação Superior brasileira, em geral, não é muito boa. Essa afirmação condiz com os resultados obtidos junto aos sujeitos. Concluindo esta pesquisa, é possível afirmar que cabe ao egresso buscar novas formas de desenvolver suas competências, aprimorando o aprendizado inicial obtido na Graduação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BRASIL. Decreto 9.295, de 27 de maio de Cria o Conselho Federal de Contabilidade, define as atribuições do Contador e do Guarda-livros, e dá outras providências. Disponível em: < >. Acesso em: abr. de 2013 DISTRITO FEDERAL. Parecer CNE/CES, de 06 de novembro de 2003.

9 9 Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Ciências Contábeis. Disponível em: < >. Acesso em: Abr. de DURHAM, Eunice Ribeiro. Fábrica de Maus Professores. Revista Veja, São Paulo, novembro, Seção Entrevistas. Edição EVANGELISTA, Armindo Aparecido. O Currículo do curso de ciências contábeis e o mercado de trabalho para o profissional contador. São Paulo, 2005, p Dissertação. Mestrado em controladoria e contabilidade estratégica. Centro Universitário Álvares Penteado. KUENZER, A. Z. Educação e Trabalho no Brasil. O Estado da Questão. 1. ed. Brasilia: Inep, LAFFIN, Marcos. De contador a professor: a trajetória da docência no ensino superior de contabilidade. 2002, 271f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, LOUSADA, Ana Cristina Zenha and MARTINS, Gilberto de Andadre. Egressos como fonte de informação à gestão dos cursos de Ciências Contábeis. Rev. contab. finanç. [on-line]. 2005, vol.16, n.37, pp ISSN X. MOREIRA, W.W.; SIMÕES, R.; PORTO, E. Análise de conteúdo: técnica de elaboração e análise de unidades de significado. R. bras. Ci e Mov. 2005; 13(4): PELEIAS, I. R. LUCA PACIOLI: Um mestre do Renascimento. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade - REPEC, Brasília, v.4, n.2, p.101, PILETTI, C. Didática Geral 23. ed. São Paulo:, Editora Ática, p REINA, Diane R. M; NETO, Arthur S; ENSSLIN, Sandra Rolim; REINA Donizete. Estágio curricular: Avaliação de sua formação acadêmica e profissional dos graduandos em Ciências Contábeis. RIC Revista de Informação Contábil. Santa Catarina. n.1, p.19-35, Jan/mar.2011

10 10 SCHWARTZMAN, Simon. A Revolução silenciosa do Ensino Superior. Nupes/USP. São Paulo. p , março