TRANSTORNOS MENTAIS RELACIONADOS AO TRABALHO NA ENFERMAGEM

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1 99 TRANSTORNOS MENTAIS RELACIONADOS AO TRABALHO NA ENFERMAGEM LEITE, Maikon Douglas Martins 1 RESUMO A preocupação acerca dos transtornos mentais entre os trabalhadores de é uma questão amplamente discutida atualmente, devido às repercussões provocadas no ambiente de trabalho e no dimensionamento de assitência à saúde. O presente trabalho teve como objetivo identificar os transtornos mentais relacionados à prática de. Realizou-se revisão bibliográfica em produções publicadas entre os anos de 2010 à 2015, mediante pesquisa no acervo da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Os transtornos mentais comuns (TMC), apresentaram-se como o principal transtorno psíquico entre os trabalhadores de, seguidos dos transtornos mentais e comportamentais. Concluiu-se que a origem dos sintomas predisponentes aos transtornos mentais estão relacionados principalmente as condições do ambiente de trabalho. Palavras-chave: Transtornos mentais. Trabalho. Saúde do Trabalhador. Enfermagem. 1 INTRODUÇÃO Atualmente os transtornos mentais e de comportamento vem se apresentando como a segunda maior causa de doenças ocupacionais em trabalhadores da área da saúde, no entanto apontar o trabalho como um fator predisponente ao surgimento de qualquer tipo de processo patológico é intrigante, pois é quase impossível acreditar que a atividade laboral que atualmente se apresenta como fundamental para que o indivíduo se encontre pertencente a uma sociedade e adquira respeito, dignidade e realização pessoal, esteja relacionado a algum tipo de problemática à saúde do trabalhador (MAGNAGO et al., 2010; CARVALHO et al., 2010). Nesse sentido, Santana et al. (2013) e Rodrigues et al. (2014) apontam a como uma das ocupações que apresentam maior susceptibilidade para o desenvolvimento de desgaste e adoecimento frente a prática profissional, situação esta que pode estar condicionada as tensões e aos desgastes emocionais vivenciados por estes profissionais, em 1 Enfermeiro. Especialista em Educação Permanente em Saúde pela Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor Adjunto do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade do Norte Goiano. maikon_martinsleite@hotmail.com

2 100 decorrência da proximidade com o paciente a experimentação de sentimentos que variam desde a satisfação até o fracasso. Nos últimos anos a saúde mental do trabalhador passou a receber um destaque que jamais tivera antes, e sem dúvida um dos determinantes que justificam esse interesse foi a prevalência com que esta problemática vem se apresentando, pois historicamente a é considerada uma das profissões que carregam consigo um grande vínculo emocional, devido às exposições ao sofrimento e a morte, cuja situação acarreta desgaste físico e principalmente psíquico, apresentando possibilidade de se agravar dependendo das condições de trabalho e das individualidades de cada trabalhador, tornando-o susceptível ao desenvolvimento de transtornos mentais (RODRIGUES et al., 2014; TAVARES et al., 2011). Em contrapartida o que tem se observado na prática é que por mais que venham sendo evidenciados, os transtornos mentais ainda não são identificados com clareza, ficando então condicionados a algumas situações subjetivas do cotidiano, que por sua vez não contribuem para a padronização de um acompanhamento e continuam por acometer ainda mais os profissionais de. Portanto emergir sobre esta temática se faz pontual, haja vista a necessidade de se identificar os principais transtornos mentais relacionados à prática de e a partir de então estabelecer critérios que justifiquem a implantação de programas de acompanhamento em saúde mental destes profissionais (TAVARES et al., 2011). Com o intuito de implementar o conhecimento e a discussão em torno da temática proposta, o presente estudo desenvolveu-se com o objetivo de identificar produções científicas que abordaram a prevalência dos transtornos mentais sobre os trabalhadores da equipe de. 2 METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratória utilizando-se a técnica de revisão bibliográfica, onde após a definição do assunto, foram coletados dados através do levantamento das produções cientificas publicadas entre os anos de 2010 à 2015,mediante pesquisa realizada nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), a qual contempla em seu acervo publicações científicas da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de dados de Enfermagem (BDENF), Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE) e Scientific Electronic Library Online (Scielo). Para o levantamento de dados utilizou-se a associação exata dos seguintes

3 101 Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Transtornos mentais, Trabalho, Saúde do Trabalhador e Enfermagem. Inicialmente foram encontrados 263 trabalhos, dos quais foram excluídos aqueles que se apresentavam em outro idioma que não fossem da língua portuguesa, onde restaram 62 produções. Utilizando ainda a opção por texto completo, permaneceram 41 publicações. Destes, foram selecionados apenas aqueles publicados entre os anos de 2010 a 2015, permanecendo assim 25 trabalhos, onde após a leitura dos mesmos foram excluídos 13 produções por apresentarem duplicidade de publicação na BVS, permanecendo então 12 trabalhos para consulta e revisão bibliográfica. O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica da literatura, portanto, não houve riscos e os benefícios são de publicações futuras do tema abordado, não havendo a necessidade de submissão a um Comitê de Ética em Estudo e Pesquisa. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO As evidências que a ocorrência de transtornos mentais vem se apresentando com alta incidência entre os trabalhadores de saúde é um fator amplamente discutido nos dias atuais, e uma das conclusões abordadas sobre essa temática revela a importância que a saúde mental destes trabalhadores possui sobre a oferta de atenção e cuidado, além de assimilar as principais particularidades incluídas na atividade da saúde e mais especificamente do trabalho na. Questões como a produtividade, os acidentes de trabalho, o absenteísmo e os crescentes índices de sintomas físicos e psíquicos, entre os trabalhadores de determinadas categorias profissionais, têm sido objeto desses estudos. Dentre as categorias profissionais, destacam-se os trabalhadores da saúde, especialmente aqueles atuantes em ambiente hospitalar, tendo em vista as inúmeras circunstâncias desgastantes presentes em seu cotidiano laboral. A insalubridade ou a penosidade do trabalho hospitalar provém da permanente exposição a um ou mais fatores que podem levar a doenças ou sofrimento, decorrentes da própria natureza do trabalho e de sua organização, evidenciados por sinais e sintomas orgânicos e psíquicos inespecíficos. Dentre os trabalhadores da saúde, estudos apontam a como uma das ocupações com alto risco para desgaste e adoecimento. (MAGNAGO et al., 2010, p.141) Nesse sentido o que se observa é que apesar da elevada incidência sintomatológica, ainda é visível a falta de padronização para se estabelecer e especificar sintomas sugestivos de transtornos mentais, uma vez que existem características produzidas pelo desgaste no ambiente de trabalho que podem induzir o indivíduo a experimentar sintomas que vão desde a apatia, raiva, irritabilidade e ansiedade, promovendo uma queda na produtividade e gerando ainda a insatisfação do trabalhador e outros fatores que colaboram para o aparecimento de

4 102 transtornos mentais, com uma ênfase aos transtornos mentais comuns (TMC), que por mais que sejam considerados um problema relacionado à saúde mental, ainda se mantém de difícil caracterização e controle, tornando então o indivíduo acometido o único responsável pelas perspectivas da melhora de seus sintomas. As demandas são pressões psicológicas a que os trabalhadores são submetidos no trabalho e que podem se originar da quantidade de trabalho a executar por unidade de tempo e/ou do descompasso entre as capacidades do trabalhador e o trabalho a executar. Quanto ao controle, trata-se da autonomia ou possibilidade que ele tem de governar o seu trabalho, a partir de suas habilidades ou conhecimentos. (RODRIGUES et al., 2014, p. 297) Para explicitar e melhorar a compreensão sobre esta problemática, analisou-se 12 produções científicas que atenderam os critérios de inclusão que serão apresentados a seguir. De acordo com a análise 09 produções abordaram especificamente os profissionais de como os trabalhadores da saúde com maior predisposição ao desenvolvimento de transtornos mentais, sendo que em 03 destes, os enfermeiros são apontados como os profissionais mais atingidos por esta problemática e 02 indicaram os técnicos e auxiliares de como aqueles mais acometidos. Verificou-se também que 02 obras apontam o trabalho da própria equipe de como situação de vulnerabilidade ao aparecimento de transtornos mentais e levantou-se ainda que em 02 publicações as variáveis psicossociais são apontadas, buscando apenas a associação com os distúrbios musculoesqueléticos, não correlacionando seus resultados com o aparecimento de transtornos mentais. Além desses, 01 artigo abordou a incidência de transtornos mentais levando em consideração os trabalhadores em geral, apontando a presença de transtornos mentais nas diversas profissões, 01 evidenciou os instrumentos de coleta de informações sobre trabalhadores a partir de questionários e 01artigo buscou caracterizar trabalhadores consumidores e dependentes de tabaco, não levando em consideração a classe profissional referida, utilizando para tanto outras características. O quadro 1, a seguir, apresenta as características gerais dos artigos selecionados para o desenvolvimento deste trabalho, incluindo os autores, o ano de publicação do estudo, o periódico a população estudada e os principais transtornos mentais observados em suas investigações. Na mesma não se encontram os artigos de Rocha e David (2011), Tavares et al.,(2011) e Gherardi-Donato et al., (2011) já que os estudos destes autores apresentam uma abordagem que não associam os transtornos mentais em profissionais de.

5 103 Quadro 1 Transtornos Evidenciados Autor Ano Periódico População ou Amostra estudada Magnago e 2010 Rev. Latino-Am. Trabalhadores de Cols. Enfermagem Carvalho e 2010 Revista Cienc. Cuid. Trabalhadores de Cols. Saúde Dias e Cols Rev. de Enferm. UERJ, Trabalhadores de Ribeiro e 2011 Revista Baiana de Saúde Trabalhadores de Fernandes Pública Souza 2012 UFRGS (Tese Doutorado) Trabalhadores de Santana e Cols. Lopez- Montesinos Rodrigues e Cols. Tavares e Cols Rev. Gaúcha Enferm. Trabalhadores de saúde 2013 Rev. Latino-Am. Enfermeiros Enfermagem 2014 Rev. Bras. Enferm. Trabalhadores de 2014 Revista de Enfermagem Escola Anna Nery Organização: LEITE, Maikon Douglas Martins 2 Enfermeiros docentes Transtornos Evidenciados - Não Evidenciam - Transtornos mentais e comportamentais - Não Evidenciam - Não Evidenciam - Distúrbios Psiquiátricos Menores/ Transtornos Mentais Comuns - Transtornos mentais e comportamentais - Não Evidenciam - Distúrbios Psiquiátricos Menores/ Transtornos Mentais Comuns - Distúrbios Psiquiátricos Menores/ Transtornos Mentais Comuns Os transtornos mentais evidenciados na tabela permitem apontar a prevalência do quadro de saúde mental dos profissionais de, indicando a existência de duas alterações psíquicas que por sua vez serão discutidas a seguir. 3.1 Distúrbios Psiquiátricos Menores/ Transtornos Mentais Comuns Atualmente um dos problemas mais comumente associados às alterações do quadro de saúde mental dos trabalhadores da saúde são os Distúrbios Psiquiátricos Menores (DPM), que apontam uma série de sintomas como insônia, irritabilidade, ansiedade, depressão e sintomas somáticos, que apesar de se apresentarem como indicativo de uma alteração das funções normais de um indivíduo e se manterem como uma questão de saúde pública, não estabelecem todos os critérios necessários para a designação como doença, segundo a Classificação Internacional de Doencas (CID-10). Tal situação colocam esses sintomas diante de um quadro de dificil caracterização, os quais são descritos na literatura atual como 2 A escala foi elaborada a partir da bibliografia selecionada para a revisão em questão, para tanto foram organizadas de modo a explicitarem os principais transtornos mentais evidenciados pelos autores entre os profissionais da equipe de, sendo estruturados didaticamente em formato de tabela para viabilizar melhor compreensão do conteúdo.

6 104 Morbidade Psiquiátrica Menor (MPM), Transtornos Mentais Comuns (TMC) e Problemas Psiquiátricos Menores (PPM) (TAVARES et al, 2011; RODRIGUES et al, 2014). Em estudo realizado por Rodrigues e Cols. (2014), observou-se que a ocorrência de TMC, apresentou-se de maneira um pouco mais elevada em enfermeiros. Resultados estes confirmados no estudo de Tavares et al., 2014), que apontaram elevados índices de DPM em enfermeiros docentes, justificando tal situação devido o autocomprometimento imposto tanto para a realização das atividades de assistência como as atividades dirigidas ao público acadêmico. Souza (2012) em sua tese de doutorado apresentou outra importante incidência de TMC em trabalhadores de, justificando as características laborais específicas dos serviços de saúde e, sobretudo dos ambientes hospitalares, apresentado relação íntima destes sintomas ao crescente absenteísmo observado em trabalhadores de. O absenteismo é definido a partir da ausência de profissionais do seu posto de trabalho por faltas insjustificadas ou licenças não programadas, e no contexto da vem sendo apreentada como um mecenismo de compensação dos desgastes sofrido no ambiente de trabalho, situação que torna o profissional mais resistente as suas atividades e fazendo com que este recorra a algumas estratégias como faltas e licenças médicas. Sendo observado em grande maioria em profissionais de nível auxiliar e médio em detrimento de sua proximidade com as insatisfações dos usuários dos serviços de saúde (SOUZA 2012). Para caracterizar essa organização e distribuição de tarefas e responsabilidades, temse o enfermeiro como profissional de nível superior e responsável pela supervisão de trabalho e atuação técnica em áreas de maior capacidade intelectual, ficando então os profissionais de nível auxiliar e médio o trabalho de atuação mecanica e diretamente relacionado às insatisafações dos pacientes, já que lidam diretamente com essa realidade dada a sua atuação explícita com o paciente, tornando-os portanto mais susceptíveis as experiências de sofrimento psíquico (CARVALHO et al, 2010). Por sua vez observou-se divergência nas colocações dos TMC, entre os trabalhos apresentados por Tavares et al, (2014) e Souza (2012), já que no primeiro estudo tal problemática mantém-se como segunda causa de acometimento em profissionais da saúde, atingindo principalmente profissionais de nível superior e no estudo abordado por Souza (2012), essa dimensão ocupa o terceiro lugar, direcionando ainda uma importante sobrecarga de trabalho entre os profissionais de nível auxiliar e médio. Associado a esses resultados, algumas características também tem demonstrado uma afinidade ao surgimento de TMC, já que a situações próprias de cada sujeito podem direcioná-

7 105 lo ao desenvolvimento de tal alteração mental, pois situações como baixa remuneração, multiplicidade de trabalho, desemprego e sexo, são colocadas como algumas situações preditivas para tal complicação. Além disso, problemas que são considerados pessoais como as relações conjugais, endividamento financeiro e surgimento de doenças externas, também são eventos que afetam a vida profissional destes trabalhadores (SOUZA, 2012). Um dos fatores que também se apresentam como complicantes se dá na perspectiva de enfretamento dessas desordens, pois atualmente prevalece a ideia de que apenas os acometimentos de ordem física interferem na condução e prática do trabalho, promovendo então uma falsa crença de que a ocorrência desses sintomas não é caracterizada como problemas de saúde, episódio esse que acarreta ainda mais o comprometimento mental dos indivíduos. (SOUZA 2012). 3.2 Transtornos Mentais e Comportamentais Nos estudos realizados por Santana et al (2013) e Carvalho et al, 2010) outra problemática que se apresentou de maneira bem específica foi o modo como os chamados transtornos mentais e comportamentais mantiveram-se como fatores responsáveis principalmente pelo absenteísmo entre os trabalhadores de, evidenciando assim ainda mais a carga psíquica existente no cenário laborativo destes profissionais, contribuindo significativamente para o comprometimento da capacidade mental do trabalhador. Tal carga vem sendo atribuída principalmente ao ritmo frenético e insalubre das instituições de saúde, além da tensão e a insatisfação vivenciada frequentemente frente à dificuldade de oferecer uma assistência com qualidade. Outra questão notória foi a colocação com que os transtornos mentais foram estabelecidos e classificados como complicação, já que a análise dos estudos apontaram os transtornos de comportamento como terceira maior causa de afastamento das atividades de trabalho, situação que apresentou divergência entre os autores ao se referirem aos profissionais acometidos, pois a caracterização existente na divisão de tarefas e organização de trabalho entre os profissionais de direciona algumas atividades com maior possibilidade de esforço físico e exposição psíquica, já outras exigem uma maior aptidão técnica. (SANTANA et al, 2013; CARVALHO et al, 2010). No que tange essa caracterização profissional, têm-se no estudo de Santana et al (2013), resultados que apontam o desenvolvimento de transtornos mentais de modo mais evidenciado em auxiliares de

8 106, com o predomínio de episódios depressivos e relação íntima de problemas direcionados à carga psíquica, com possibilidade de prejuízo também na saúde física, pois é evidente que a falta de comunicação, o trabalho repetitivo, a fadiga e a insatisfação profissional, aliados à precarização de recursos humanos, são fatores geradores de risco para o desenvolvimento do trabalho mecanicista e direcionam os profissionais a desenvolverem sua ações sem se preocuparem com sua postura e potencialidades ergonômicas. Outra situação relevante e observada é o predomínio do gênero feminino entre estes profissionais, e nessa perspectiva é coerente assimilar as particularidades fisiológicas, como as frequentes alterações hormonais às ocorrências de alterações biopsíquicas (SANTANA et al, 2013). O predomínio dos episódios depressivos como transtornos mentais e comportamentais também foi uma situação abordada nos resultados de Carvalho et al (2010), estando comprometendo principalmente os enfermeiros, por estarem envolvidos diretamente na supervisão da equipe e manterem-se no topo da hierarquia entre os profissionais de, além disso, os autores são enfáticos ao afirmarem que a experiência vivenciada por todos os profissionais de contribui para o grau de complicação dos transtornos mentais apontados; enfatizando tal situação como resultante do contato frequente com a dor e o processo de morte. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados encontrados a partir da análise dos estudos permitem evidenciar que os TMC, são as alterações psíquicas mais comumente relacionadas aos trabalhadores de, seguidos da incidência de transtornos mentais e comportamentais, caracterizados principalmente pela presença de episódios depressivos. Apontam também para a alta prevalência de sinais e sintomas que predispõem os trabalhadores de saúde e em especial os profissionais de ao desenvolvimento de transtornos mentais. Todavia, percebe-se que o modo como as queixas psíquicas são abordadas, necessita de uma atenção mais específica, haja vista a possibilidade de identificação e acompanhamento de quadros com potenciais de complicação das funções mentais. No que se refere à gênese dos TMC e dos transtornos mentais e comportamentais, a grande maioria dos estudos apontam as péssimas condições de trabalho dos profissionais de, incluindo ainda a ausência de recursos humanos e a sobrecarga gerada pelo excesso de trabalho e acúmulo de funções. Nesse sentido é necessária a reorganização das

9 107 condições de trabalho desses profissionais e a avaliação contínua e criteriosa das funções mentais destes trabalhadores a fim de atentar principalmente ao crescente absenteísmo. Com relação às produções selecionadas, os dados apresentaram-se suficientes para a elaboração de uma abordagem sobre a problemática, no entanto percebe-se a escassez de estudos que apontem objetivamente os transtornos mentais prevalentes entre profissionais de, a fim de promover uma discussão ampliada sobre o assunto. Enfim, espera-se que este trabalho possa instigar a produção de pesquisas com foco direcionado aos transtornos mentais juntos aos profissionais de, de modo que os resultados encontrados possam auxiliar na implantação de serviços de acompanhamento à profissionais com quadro de complicações mentais. DISORDERS MENTAL RELATED TO WORK IN NURSING ABSTRACT Concern about mental disorders among nursing workers is an issue widely discussed today, because of the repercussions both in the workplace, as in the dimensioning of assistance to health. This study aimed to identify mental disorders related to nursing practice. Held literature review in published productions between the years 2010 to 2015, through research in the Virtual Library of Health (VHL). Common mental disorders (CMD), are presented as the main mental disorders among nursing workers, followed by mental and behavioral disorders. It was concluded that the origin of predisposing symptoms of mental disorders are related mainly the conditions of the working. Keywords: Mental Disorders. Work. Worker's health. Nursing. REFERÊNCIAS CARVALHO, Luciana Souza Freitas et al. MOTIVOS DE AFASTAMENTO POR LICENÇA DE SAÚDE DOS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM. Cienc. Cuid. Saude, Maringá, v. 9, n. 1, p.60-66, Disponível em: < Acesso em: 10 de Dez DIAS, Juliana Rodrigues Ferreira et al. FATORES PREDISPONENTES AO USO PRÓPRIO DE PSICOTRÓPICOS POR PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM. Rev. Enfermagem Uerj, Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p , ISSN Disponível em: < Acesso em: 10 Dez

10 108 GHERARDI-DONATO, Edilaine Cristina da Silva et al. Caracterização de consumo e dependência de tabaco entre trabalhadores de uma instituição de nível superior. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.), Ribeirão Preto, v. 7, n. 3, dez Disponível em < Acesso em 05 Dez LOPEZ-MONTESINOS, Mª José. Estudo psicossocial das consequências do trabalho dos enfermeiros hospitalares como gestão de recursos humanos. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 21, n. spe, fev Disponível em: < &nrm=iso>. Acesso em 05 Dez MAGNAGO, Tânia Solange Bosi de Souza et al. Aspectos psicossociais do trabalho e distúrbio musculoesquelético em trabalhadores de. Rev. Latino-Am. Enfermagem. Ribeirão Preto, v. 18, n. 3, Junho Disponível em < &nrm=iso>. Acesso em 10 Dez RIBEIRO, Natália Fonseca; FERNANDES, Rita de Cássia Pereira. DISTÚRBIOS MUSCULOESQUELÉTICOS EM MEMBROS INFERIORES EM TRABALHADORAS DE ENFERMAGEM. Revista Baiana de Saúde Pública, Bahia, v. 35, n. 1, p , ROCHA, Patrícia Rodrigues da; DAVID, Helena Maria Scherlowski Leal. Questionários sobre o uso de álcool e drogas entre trabalhadores: revisão da literatura. SMAD. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas (Edição em Português), [S.l.], v. 7, n. 2, p , ago ISSN Disponível em: < Acesso em: 10 Dez RODRIGUES, Eder Pereira et al. Prevalência de transtornos mentais comuns em trabalhadores de em um hospital da Bahia. Rev. bras. Enferm., Brasília, v. 67, n. 2, Abr Disponível em < &nrm=iso>. Acesso em 07 Dez SANTANA, Leni de Lima et al. Cargas e desgastes de Trabalho vivenciados entre Trabalhadores de saúde em um Hospital de Ensino. Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre, v. 34, n. 1, março Disponível em: < &nrm=iso>. Acesso em 07 Dez SOUZA, Luccas Melo. Preditores de absenteísmo na de um hospital universitário: estudo de coorte f. Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, TAVARES, Juliana Petri et al. Produção científica sobre os distúrbios psìquicos menores a partir do self report questionnarie. R. Enferm. UFSM, Santa Maria, v. 1, n. 1, p , Disponível em: << /index.php/reufsm/article/view/2091>. Acesso em: 07 Dez TAVARES, Juliana Petri et al. Prevalência de distúrbios psíquicos menores em enfermeiros docentes. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, Set Disponível em:

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