PESQUISA BIBLRÁFICA SOBRE ACIDENTES DE TRÂNSITO
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- João Batista da Cunha Braga
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1 PESQUISA BIBLRÁFICA SOBRE ACIDENTES DE TRÂNSITO Andrea Nunes Lima Franco* - NOVAFAPI Bárbara Gonçalves de Assunção* - NOVAFAPI Cyhelle de Almada Coutinho* - NOVAFAPI Gilianna Aguiar Lima * - NOVAFAPI Ana Maria Ribeiro dos Santos ** - NOVAFAPI INTRODUÇÃO Os acidentes de trânsitos (AT) constituem um grave problema de saúde pública, da qual podemos citar três enfoques: a alta morbi-mortalidade conseqüente aos acidentes; sua predominância em populações jovens e/ou economicamente ativas; e o elevado custo ao sistema de saúde e previdência (OTT et al, 1993). De acordo com o DENATRAN (2006, p. 3) acidente de trânsito é um evento não intencional, envolvendo pelo menos um veículo, motorizado ou não, que circula por uma via para trânsito de veículos. Muitas são as causas desses acidentes e dentre elas podemos citar a falha humana como negligência, imperícia, imprudência, falta de conhecimento do veículo e das leis de trânsito; a falha mecânica; as más condições das vias como falta de sinalização, buracos e em alguns casos águas sobre a pista; excesso de velocidade; pneus em mau estado; e freios deficientes (BRUNS, 2005). As deficiências físicas resultantes de AT trazem graves prejuízos ao indivíduo (financeiros, familiares, de locomoção, profissionais, dentre outros). E, para a sociedade se podem citar os gastos hospitalares, a diminuição de produção, além de custos previdenciários (MARIN; QUEIROZ, 2000). O objetivo do atendimento inicial à vítima de trauma é identificar rapidamente situações que coloquem a vida em risco e que demandem atenção imediata pela equipe de socorro. Deve ser rápido, organizado e eficiente de forma que permita decisões quanto ao atendimento e ao transporte adequado, assegurando maiores chances de sobrevida. De acordo com Oliveira, Parolin e Teixeira Junior (2004, p. 77) o atendimento inicial à vítima de trauma é realizado em cinco etapas: 1ª - controle de cena; 2ª - abordagem primária; 3ª - abordagem secundária; 4ª - sinais vitais; 5ª - escalas de coma e trauma. Por todos estes aspectos elencados o presente estudo teve como objetivos identificar os de comportamentos de risco para acidentes de trânsito na população jovem, levantar às medidas de segurança que previnem os citados acidentes e descrever o atendimento de enfermagem prestado as vítimas, nas publicações científicas sobre esse tema. METODOLOGIA Esse estudo se constitui em uma pesquisa bibliográfica que teve como objetivo oferecer meios para definir, resolver, não somente problemas já conhecidos, como também
2 explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente. Por isso dizemos que através de uma pesquisa bibliográfica pode-se fazer o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras (MARCONI; LAKATOS, 1999). Neste estudo o tema escolhido foi acidente de trânsito devido ao grande aumento de casos, como também por seu extraordinário crescimento estar levando a uma alta taxa de mortalidade por esta causa em nosso país. Para realizar esta pesquisa foi feita uma busca eletrônica no site usando os seguintes descritores: acidentes de trânsito, fatores de risco, prevenção, acidentes, trânsito, emergência, enfermagem e sono. Foram utilizados os artigos nacionais publicados no período de 2001 a 2006, obtendo-se um resultado de 15 artigos. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS Após análise, os dados foram categorizados por áreas temáticas e emergiram três categorias: comportamento de risco na população jovem, medidas de prevenção de acidentes de trânsito e atendimento de enfermagem prestado as vítimas. Comportamento de risco na população jovem Alguns fatores têm sido destacados na literatura sobre o trauma como determinantes da origem e da gravidade dos AT. Dentre esses, são freqüentemente citados a idade, o gênero, as condições sócio-econômicas, o desrespeito à legislação de trânsito especialmente o abuso de velocidade e o consumo de bebidas alcoólicas previamente à direção de veículos automotores, associados, em geral, a uma inadequada fiscalização do trânsito (ANDRADE et al, 2003). Observa-se alta incidência de AT em pessoas do sexo masculino, principalmente jovens, pois eles tendem a não reconhecer a sua responsabilidade nos AT. Como agravante, os jovens, geralmente, consomem mais freqüentemente bebidas alcoólicas e drogas do que os adultos, bem como tendem a exceder mais os limites de velocidade e a desrespeitar outras normas de segurança no trânsito, o que aumenta as chances de ocorrência de acidentes (ANDRADE et al, 2003). Outro fator bastante importante é a sonolência diurna excessiva (SDE), assim como o excesso de velocidade, o uso de álcool, a imprudência e o mau tempo tanto podem contribuir como a causa de muitos acidentes automobilísticos. Foi notado que a SDE é sabidamente afetada por hábitos inadequados de sono, incluindo sono em quantidade insuficiente, pela idade, pelo uso de medicamentos e drogas (álcool e outras) (CANANI; BARRETO, 2001). Medidas de prevenção de acidentes de trânsito Pelo fato dos AT serem um dos maiores responsáveis pela alta taxa de mortalidade das pessoas no Brasil este quadro revelou a necessidade da adoção de medidas para minimizar a incidência e a gravidade desses acidentes. A primeira delas foi o uso obrigatório do cinto de segurança (reduz a gravidade do trauma em AT), seguida pelo uso de radares ocultos para redução da velocidade e a implementação da lei que dá a preferência ao pedestre na faixa de segurança, ambas em 1996 (FARAGE et al, 2002). Os estudos passaram a identificar medidas efetivas de controle e redução da ocorrência e da gravidade dos acidentes, tais como: modificações no desenho de vias e estradas, ampliação dos itens de segurança dos veículos, e medidas legislativas que reorientam o comportamento de condutores e passageiros de veículos (SOARES; BARROS, 2006).
3 Atendimento de enfermagem prestado às vítimas de AT O atendimento às vítimas de trânsito começa mesmo antes de chegar ao hospital. E é a esse tipo de atendimento que denominamos Atendimento Pré Hospitalar Móvel (APH). Do momento do evento traumático até a chegada ao hospital, a gravidade do trauma deve ser avaliada, bem como devem ser instituídas manobras para a manutenção básica da vida com o objetivo de diminuir a mortalidade (BATISTA et al, 2006). Cabe à equipe de enfermagem a responsabilidade pelos cuidados intensivos ao paciente crítico, por meio da avaliação permanente, da vigilância, e da realização de procedimentos e técnicas que complementam a terapêutica médica (TACSI; VENDRUSCOLO, 2004). A qualidade de vida da população, especialmente das áreas urbanas, está ligada a uma variedade de serviços públicos dentre os quais se destaca o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU). Quando projetado e operado com eficiência, o SAMU pode salvar vidas; por outro lado, quando ineficiente, é um potencial responsável pelo agravamento dos casos. A rapidez no atendimento às vítimas é uma das maiores exigências destes sistemas, e o tempo decorrido entre o instante da solicitação pelo serviço e o início do atendimento, denominado tempo de resposta, é um dos principais fatores que influenciam o nível de serviço aos usuários (TAKEDA; WIDMER; MORABITO, 2004). Os SAMU's são sistemas que englobam uma determinada cidade ou até uma região constituída de várias cidades, e contém uma central telefônica de recepção de chamados, equipes de socorristas, centralizados ou distribuídos pela área de atuação do sistema, ambulâncias com equipamentos de suporte básico de vida, e em alguns casos, unidades de reanimação préhospitalar (UTI's móveis) com equipe qualificada (TAKEDA; WIDMER; MORABITO, 2004). É muito importante ressaltar que o atendimento pré-hospitalar não é um tratamento definitivo, mas sim um agente temporário que tem como objetivo tentar manter a homeostase até haver a possibilidade da realização do tratamento adequado ao chegar ao hospital (BATISTA et al, 2006). CONCLUSÕES Com o estudo se pode verificar que os AT aumentaram em nosso país de uma forma exorbitante e que esse extraordinário crescimento tem levado a uma alta taxa de mortalidade por esta causa. Estes acidentes se tornaram uma epidemia capaz de produzir muitas mortes e ferimentos, gerando custos financeiros e sociais enormes para o país. Observou-se que no Brasil, os grandes índices de AT estão associados tanto à falta de uma legislação, como de políticas públicas adequadas em relação a esse fenômeno. Sendo que o fato é agravado principalmente pelo mau comportamento dos motoristas que desrespeitam as legislações, dirigem alcoolizados e excedem a velocidade permitida. Por fim, se destaca a grande importância do Atendimento Pré-Hospitalar que tem um papel fundamental quando se fala em salvar a vida das vítimas de AT. Ressaltando-se aqui o importante papel desempenhado pela equipe de enfermagem nesse tipo de atendimento, por serem os profissionais desta área, que atuam diretamente com o acidentado. Palavras-chave: Acidentes de trânsito. Prevenção. Primeiros Socorros.
4 REFERÊNCIAS ANDRADE, S. M. et al. Comportamentos de risco para acidentes de trânsito: um inquérito entre estudantes de medicina na região sul do Brasil. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 49, n. 4, Disponível em: < Acesso em: 06 Out 2006 BATISTA, S. E. A. et al. Análise comparativa entre os mecanismos de trauma, as lesões e o perfil de gravidade das vítimas, em Catanduva - SP. Rev. Col. Bras. Cir., Rio de Janeiro, v. 33, n. 1, Disponível em: < Acesso em: 07 Out BRUNS, C. B. Curso de Formação de Condutores. 15 ed. Curitiba: Tecnodata, 2005, 140p. CANANI, S. F.; BARRETO, S. S. M. Sonolência e acidentes automobilísticos. J. Pneumologia., São Paulo, v. 27, n. 2, Disponível em: < Acesso em: 07 Out DENATRAN. Conceitos Adotados. Disponível em: < MES.htm >. Acessado em: 09 Out 2006 FARAGE, L.et al. As medidas de segurança no trânsito e a morbimortalidade intra-hospitalar por traumatismo craniencefálico no Distrito Federal. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 48, n. 2, Disponível em: < Acesso em: 07 Out MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. 4ed. São Paulo: Atlas, p. MARIN, L.; QUEIROZ, M. S. A atualidade dos acidentes de trânsito na era da velocidade: uma visão geral. Cad. Saúde Pública., Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, Disponível em: < Acesso em: 09 Set OLIVEIRA, B. F. M.; PAROLIN, M. K. F.; TEIXEIRA JR., E.V. Trauma Atendimento Pré- Hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2004, 306p. OTT, E. A. et al. Acidentes de trânsito em área metropolitana da região sul do Brasil: caracterização da vítima e das lesões. Rev. Saúde Pública., São Paulo, v. 27, n. 5, Disponível em: < Acesso em: 09 Set SOARES, D. F. P. P.; BARROS, M. B. A. Fatores associados ao risco de internação por acidentes de trânsito no Município de Maringá-PR. Rev. bras. epidemiol., São Paulo, v. 9, n. 2, Disponível em: < Acesso em: 12 Out 2006.
5 TACSI, Y. R. C.; VENDRUSCOLO, D. M. S. A assistência de enfermagem no serviço de emergência pediátrica. Rev. Latino-Am. Enfermagem., Ribeirão Preto, v. 12, n. 3, Disponível em: < Acesso em: 09 Out TAKEDA, R. A.; WIDMER, J.A.; MORABITO, R.. Aplicação do modelo hipercubo de filas para avaliar a descentralização de ambulâncias em um sistema urbano de atendimento médico de urgência. Pesqui. Oper., Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, Disponível em: < Acesso em: 07 Out * Graduandas do Curso de Enfermagem da Faculdade NOVAFAPI andrea_nlf@yahoo.com.br, giliannalima@hotmail.com. ** Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Professora NOVAFAPI/UFPI.
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