Vol. 42 N.º 1 Lisboa 2007

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Vol. 42 N.º 1 Lisboa 2007"

Transcrição

1

2

3 Vol. 42 N.º 1 Lisboa 2007 Aproveitamento Geotérmico em Cascata em São Pedro do Sul 5 L. M. Ferreira Gomes A Concessionária das Termas de São Pedro do Sul, dispõe legalmente desde 1998 da sua água sulfúrea quente como um recurso classificado em simultâneo como água mineral e geotérmico. Aquela situação resultou no seguimento de vários trabalhos e estudos, que levaram a um parecer favorável da Direcção-Geral de Energia e Geologia, no sentido de se usar legalmente a água mineral como um recurso geotérmico para efeito do disposto no Art. 3º do Decreto-Lei n.º 87/97 de 16 de Março. No presente artigo, depois de se apresentar uma breve síntese das características do recurso, dos aspectos geológicos e hidrogeológicos, desenvolvem-se com algum detalhe os aspectos associados aos aproveitamentos em cascata e em particular à energia disponível para aquecimento de espaços urbanos, salientando as vantagens económicas e ambientais. A Hidrologia Isotópica na Avaliação de Recursos Hidrominerais e Geotérmicos: O caso de estudo de algumas águas gasocarbónicas do Norte de Portugal Continental 19 José M. Marques, Paula M. Carreira e Luís A. Aires-Barros Em Portugal Continental a afluência às Termas tem vindo a registar um desenvolvimento considerável, não apenas na vertente Termalismo Clássico mas igualmente no sentido do Bem-Estar Termal. As Termas de modo geral (e Portugal não é excepção) encontram-se localizadas em enquadramentos naturais de excelência que, associados às estruturas termais (incluindo hotéis), equipamentos e tecnologias disponíveis nas Estâncias Termais, proporcionam excelentes condições para recuperar o corpo e a alma do stress do dia a dia que se vive nos grandes centros urbanos. A conjugação destas qualidades faz com que possamos encarar o Termalismo como um veículo do desenvolvimento sócio-económico quer das localidades quer das regiões onde se insere. Em muitos casos é mesmo uma das principais, senão a principal, fonte de desenvolvimento local / regional. Na avaliação de recursos hidrominerais e geotérmicos, a hidrologia isotópica apresenta-se como uma ferramenta hidrogeológica extremamente importante que, conjuntamente com a informação proveniente de outras disciplinas (geoquímica convencional, geologia e geofísica), permite a elaboração de um modelo hidrogeológico conceptual consistente, base para o planeamento de futuras campanhas de perfuração e planos de desenvolvimento. Casos de estudos em Portugal serão apresentados onde a geoquímica isotópica se revelou fundamental no conhecimento do funcionamento destes sistemas hidrominerais. A Valorização do Minério de Ferro de Moncorvo 31 Horácio Maia e Costa O jazigo de ferro de Moncorvo, foi estudado sob os pontos de vista geológico e mineiro duma maneira bastante exaustiva. Por isso, são conhecidas as suas características morfológicas, mineraológicas, petrográficas e químicas visando a determinação das reservas e a definição do processo de concentração. As reservas estimadas são da ordem dos 550 milhões de toneladas inseridas num total mundial estimado em milhões (1998) ou seja 0,18% apenas das reservas mundiais. Os estudos de concentração primeiro realizados por via térmica (processo Krupp-Renn), foram depois conduzidos localmente recorrendo ao processo de flutuação por espumas e depois ao processo de separação magnética em alta intensidade de campo e meio húmido. Os resultados obtidos por esta última via foram considerados aceitáveis e conclusivos. A peletização dos concentrados será a aglomeração a realizar recorrendo

4 ao processo Dwight-Lloyd misto ou ao processo Grate-Kiln (Allis-Chalmers-Lepol). No trabalho são tiradas conclusões e feitas recomendações sobre a viabilidade económica actual de Jazigo considerando a evolução qualitativa e quantitativa da indústria siderúrgica a nível mundial. Ferramentas Informáticas no Apoio à Actividade Mineira 51 Humberto J. P. Guerreiro, João M. L. Meira, Nuno R. A. N. Ferreira e Sofia L. D. C. Sobreiro O ciclo de vida da actividade mineira, desde a prospecção até à desactivação, incorpora um conjunto de estudos cujo recurso a ferramentas informáticas resulta em mais valias importantes para a gestão, designadamente ao nível económico e operacional, do bom aproveitamento do jazigo e no respeito pelo ambiente. A concepção de um projecto mineiro com recurso a programas informáticos de Planeamento Mineiro integrados com Sistemas de Informação Geográfica (SIG) permite a constituição de uma base de dados dinâmica, capaz de dimensionar e optimizar a exploração face a alterações de cotações do minério, da variação do teor de corte, da fixação de relações estéril/minério, de critérios químicos ou de aptidão ornamental e, simultaneamente, gerir a exploração ao nível ambiental prevenindo conflitos com as populações. Engarrafamento de Águas Minerais Naturais e de Nascente e Termalismo em José F. Alcântara da Cruz Neste artigo difunde-se a informação estatística sobre termalismo e indústria de engarrafamento de águas e faz-se a análise da evolução do subsector em Actividade Mineira 89 Contratos de Prospecção e Pesquisa Transmissão de Contratos de Prospecção e Pesquisa Contratos de Concessão de Exploração Contratos de Concessão Rescindidos Águas Minerais e de Nascente 95 Contratos de Concessão Contratos de Prospecção e Pesquisa Transmissão da Concessão Perímetros de Protecção Licenças de Exploração Pedreiras 99 Licenças de Prospecção e Pesquisa Novas Licenças de Exploração Cessação da Licença de Exploração Transmissão da Licença de Exploração Nomeação de Directores Técnicos A Indústria Extractiva - Comércio Internacional 107 Evolução do Comércio Internacional Janeiro a Junho de 2007 Legislação 113 Decreto Regulamentar n.º 1/ Cria uma área de reserva geológica de interesse regional no município do Seixal. Decreto-Lei n.º 139/ Aprova a orgânica da Direcção-Geral de Energia e Geologia. Portaria n.º 535/ Estabelece a estrutura nuclear da Direcção-Geral de Energia e Geologia e as competências das respectivas unidades orgânicas. Portaria n.º 566/ Fixa o número máximo de unidades orgânicas flexíveis da Direcção-Geral de Energia e Geologia. Informação Vária 129 Reuniões dos Grupos Internacionais de Estudo dos Metais não-ferrosos de Maio de Contratos para a concessão de direitos de prospecção, pesquisa, desenvolvimento e produção de petróleo assinados entre o Estado Português e o consórcio Petrobras/Galp/Partex. Assinaturas de contratos de prospecção e pesquisa e exploração de massas minerais e de recursos hidro-minerais, nas minas da Panasqueira.

5

6 FICHA TÉCNICA Propriedade e Edição: Direcção-Geral de Energia e Geologia Av. 5 de Outubro, Lisboa Tel: Fax: Director: Miguel Barreto Caldeira Antunes Comissão Editorial: Carlos Caxaria, José Cruz, Cristina Lourenço, Correia Gomes e Maria José Sobreiro Redacção e Coordenação: Direcção de Serviços de Recursos Hidrogeológicos, Geotérmicos e Petróleo Execução Gráfica: Nuance Design, Lda. Tiragem: 750 exemplares Periodicidade: Semestral Preço da Capa: 4,00 L (IVA Incluído) Depósito Legal: Nº 3581/93 ISSN:

7 Aproveitamento Geotérmico em Cascata em São Pedro do Sul (*) L. M. Ferreira Gomes Director Técnico das Termas de S. Pedro do Sul, Professor Associado do Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura da Universidade da Beira Interior 1 - INTRODUÇÃO As Termas de São Pedro do Sul localizam-se na Vila de S. Pedro do Sul, Distrito de Viseu, região Centro de Portugal (Fig.1). A Concessão do recurso, designada oficialmente por Termas de São Pedro do Sul (designada pelo autor por Campo Hidromineral e Geotérmico de São Pedro do Sul), tem dois sectores produtores de água mineral: o Pólo das Termas e o Pólo do Vau; estes estão distanciados, um do outro, cerca de 1.2 km. No Pólo das Termas localizam-se o Centro Termal para tratamentos medicinais e a Central Geotérmica que permite o aquecimento de águas normais (a partir do calor da água mineral), que por sua vez possibilitam o aquecimento ambiental de unidades hoteleiras e respectivas águas sanitárias. Neste pólo, há um furo recente (AC1), com o comprimento de 500 m, e uma nascente muito antiga (Nascente Tradicional); aquelas captações debitam, em simultâneo, por artesianismo o caudal máximo de 16.9 l/s, com uma temperatura de 67.5 ºC aproximadamente. O Pólo do Vau, mais a sul, tem dois furos, o SDV1 com 216 m, e SDV2 com 151 m; neste pólo, apenas SDV1 apresenta artesianismo de 1.5 l/s, apesar de haver potencial para se explorar cerca de 10 l/s. Neste pólo, actualmente, o recurso está a ser explorado para aquecimento de estufas para produção de frutos tropicais, como a banana e o ananás. A água mineral natural de S. Pedro do Sul pertence a um grupo designado por águas sulfúreas. Em relação aos seus iões principais é designada por bicarbonatada sódica, carbonatada, fluoretada e sulfídratada. Apresenta em termos aproximados os seguintes parâmetros: mineralização total de 355 mg/l, sulfuração total de 22 ml/l; ph de 8.82 e condutividade de 412 µs/cm. Os estudos da sua composição química ao longo dos anos têm mostrado que se está perante um recurso de espectacular estabilidade. A sua composição química detalhada poderá ser consultada em Ferreira Gomes et al. (2001). (*) Apresentado oralmente em III Sessões Técnicas Aproveitamento da Energia Geotérmica em Portugal. Instituto Geológico e Mineiro; 23 e 24 de Setembro de

8 FIGURA 1 Localização do Campo Hidromineral e Geotérmico de São Pedro do Sul - Termas de São Pedro do Sul A partir de Ferreira Gomes e Albuquerque, Escala ~ 1: ASPECTOS HIDROGEOLÓGICOS As condições geológicas da área de S. Pedro do Sul foram objecto de estudos por vários investigadores, merecendo referência os trabalhos de Pereira e Ferreira (1985). Salienta-se que as áreas das Termas e do Vau (Fig.2), fazem parte de um extenso maciço de granitos. À escala regional a ocorrência das nascentes é favorecida pela grande falha activa Verin (Espanha) - Régua - Penacova, que na região em estudo tem o seu prolongamento para a falha de Ribamá (N0º-10ºE) e que poderá conduzir fluxos de grandes distâncias e profundidades (Pereira e Ferreira,1985). À escala local as emergências de água quente das Termas e do Vau estão condicionadas por nós tectónicos, entre N45ºE (Falha das Termas) e N70ºW. A unidade geológica onde ocorrem aquelas emergências é designada por Granito de S. Pedro do Sul, constituída por granito de grão fino a médio e porfiróide, composto essencialmente por microclina, plagioclase, quartzo, moscovite e biotite. O modelo geohidráulico genérico, avançado por Haven et al. (1985), apresenta-se na Fig.2. Nas zonas de descarga, segundo A. Cavaco (1995), o aquífero hidromineral comporta-se como confinado, com os seguintes parâmetros: transmissividade (T) 109 m 2 /dia, coeficiente de armazenamento (S) 4.3 x 10-5, e condutividade hidráulica (K) 0.5 m/dia. Os valores apresentados correspondem às condições ocorrentes nos nós tectónicos 8

9 ao longo da Falha das Termas, e foram determinados a partir de ensaios de caudal, considerando um meio contínuo poroso equivalente e com 200 m de espessura saturada, depois de se aplicar o modelo de Theis. FIGURA 2 Esboço sobre o modelo geohidráulico da água mineral de S. Pedro do Sul (continua) 9

10 FIGURA 2 Esboço sobre o modelo geohidráulico da água mineral de S. Pedro do Sul (continuação) segundo Haven et al., 1985, in A. Cavaco, PLANOS DE EXPLORAÇÃO: UTILIZAÇÃO DO RECURSO EM CASCATA Os Planos de Exploração para o Campo Hidromineral e Geotérmico de São Pedro do Sul, foram apresentados em UBI (1998), com aplicações medicinais (no Centro Termal) e geotérmicas em termos genéricos, no Pólo das Termas, e climatização de estufas no Pólo do Vau. No seguimento, para o Pólo das Termas, foi proposto a nível superior a revisão do Plano de Exploração (UBI, 1999), de modo a se poder passar a utilizar o Furo AC1 para usos medicinais. A última revisão verificou-se em 2001 (UBI, 2001) para incluir no Plano de Exploração, a Central Geotérmica e aquecimento do Hotel do Parque e da Pousada da Juventude. Entretanto, salienta-se que estão previstas a curto prazo, novas revisões do Plano de Exploração, quer para alargamento dos aproveitamentos geotérmicos, quer no que diz respeito à implementação de nova captação. Na Fig.3 apresenta-se a situação genérica do Plano de Exploração no Pólo das Termas. Na Fig.4 apresentam-se esquemas de princípio do aproveitamento geotérmico no mesmo pólo. Na Fig.5 apresenta-se também o esquema de princípio do Plano de Exploração do Pólo do Vau, em aproveitamento geotérmico com a climatização de estufas de frutos tropicais. O fornecimento de geocalor nas situações referidas foi previsto no documento UBI (1997), que constituiu o relatório que serviu de base para que se verificasse um parecer favorável por parte da então Direcção-Geral de Energia, no sentido de se efectuar o aproveitamento do geocalor, permitindo assim pela primeira vez em Portugal, a classificação de um recurso como Água Mineral e Geotérmico, em simultâneo. O referido documento (UBI, 1997) foi realizado com base no relatório de A. Cavaco (1994), que apresentou o Projecto Geotérmico para as Termas de São Pedro do Sul, tal como ele, em termos gerais, foi implementado. O Projecto Geotérmico, realizado no âmbito do Programa Thermie, incluiu as seguintes tarefas: i) Projecto de Execução (A. Cavaco, 1994); ii) Sondagem e Testes (A. Cavaco, 1998); e iii) Instalações de Superfície, com construção de Central Geotérmica, instalação de rede de distribuição de geocalor, construção de subestações térmicas nos hotéis (Hotel do Parque e Pousada da Juventude), e instalação de equipamento de monitorização. O aproveitamento geotérmico no Pólo das Termas, na sequência da sua instalação, começou o seu funciomamento oficial em Outubro de Nas Figs.6 e 7 apresentam-se imagens da Central Geotérmica e das unidades hoteleiras inicialmente previstas para receber o geocalor e ainda de alguns detalhes dos aproveitamentos geotérmicos. Em relação aos esquemas de princípio já referidos (Fig.4) sobre o aproveitamento geotérmico, onde são apresentados os valores de temperaturas (T), de potência (E) e outros, salienta-se que estes correspondem a valores numa situação optimizada do processo, admitindo as permutas de temperatura com os caudais máximos (Q), numa situação de temperatura inicial da água mineral de 67ºC; salienta-se ainda que no processo não foi contabilizada a queda de temperatura no transporte dos 10

11 fluidos visto que para uma conduta bem isolada, essa queda é apenas da ordem de 1ºC/km, e no presente caso, as distâncias, são apenas da ordem de 130 m no máximo. Assim, sobre o Sistema Global do Aproveitamento Geotérmico, distinguem-se os seguintes principais componentes: i) Central Geotérmica (Figs.4 e 6), constituída no essencial por um principal permutador de placas, PP1, que transfere a temperatura da água mineral para a água normal da rede (água não mineral); inclui ainda um colector de ida, com seis saídas de modo a levar a água não mineral aquecida para os vários consumidores de geocalor, e um colector de retorno, com seis entradas de modo a receber a água não mineral então já fria, após ter ido aos permutadores dos consumidores, onde perde o seu geocalor; os colectores estão associados em série à rede de água não mineral designada neste trabalho por rede de água não mineral de 1ª ordem (ANM1); ii) Rede de água mineral, dupla, para transportar a água mineral natural quente desde as captações (Nascente Tradicional e Furo AC1) até PP1, e depois fria, até à central de bombagem do Centro Termal; iii) Rede de água não mineral de 1ª ordem (ANM1), para transportar a água não mineral quente desde o colector de ida até às subestações geotérmicas dos consumidores onde estão os permutadores PP2; estes permitem que a água desta rede tenha uma perda em temperatura de 10ºC aproximadamente, de modo a continuar para os permutadores PP3, onde aí pode perder mais cerca de 10ºC, ficando portanto ainda menos quente, para de seguida regressar ao colector de retorno, já na Central Geotérmica, e então poder iniciar novo ciclo, em circuito fechado; os colectores, estão preparados para 6 consumidores, estando já implementados 3, o da Pousada da Juventude, o do Hotel do Parque e o da Sala de Demonstração no Balneário Rainha Dona Amélia. iv) Rede de água não mineral de 2ª ordem (ANM2), que serve de base ao Aquecimento Central Ambiente ; esta rede serve para transportar a água normal quente, após ter adquirido aquecimento em PP2, para o colector de aquecimento central, já no interior das unidades consumidoras de geocalor; esta água serve de base ao aquecimento ambiental, e em particular a 128 quartos na Pousada de Juventude, 120 quartos no Hotel do Parque, além de outros espaços que usualmente aqueles tipos de equipamentos incluem (salas, cozinhas,...); note-se que cada hotel tem a sua própria rede de 2ª ordem; salienta-se que no caso particular da Sala de Demonstração, o permutador, PP2 está no interior da Central Geotérmica, por questões operacionais; v) Rede de água não mineral de 3ª ordem (ANM3), que serve de base ao Aquecimento de Águas Sanitárias ; esta rede serve para transportar a água potável da rede normal de abastecimento dos hotéis, a temperatura inicial entre 10 e 15ºC, até aos PP3, onde aí é aquecida, e depois é transportada para o depósito de água quente sanitária; esta água serve de base ao consumo corrente de águas quentes na Pousada de Juventude e no Hotel do Parque; a Sala de Demonstração, não inclui esta parte; a água sanitária no interior das unidades hoteleiras, pode receber um reforço de temperatura, por sistemas complementares aí implementados. Assim, no Pólo das Termas, a cascata inclui a água mineral numa primeira fase a perder temperatura de modo a passar o respectivo geocalor para água normal, que por sua vez entra numa sub-cascata, primeiro para aquecer o ambiente, e segundo para aquecer a água sanitária. A água mineral, mantendo as suas características químicas, segue então, já menos quente, para outro patamar da cascata, em aplicações diferentes das anteriores, de modo a cumprir as suas funções no Centro Termal em aplicações medicinais. 4 - ENERGIA DISPONÍVEL E ACTUAIS APLICAÇÕES De acordo com os Planos de Exploração aprovados, considera-se como energia disponível aquela que se poderá retirar da água mineral com temperatura superior a 38ºC, dando total prioridade às aplicações do Termalismo Pólo das Termas Com base no recurso disponível, água mineral termal quente a 67ºC, com um caudal em continuo todo ano de 16.9 l/s, e havendo necessidade que chegue ao Centro Termal apenas com 38ºC, ao se considerar a equação fundamental da transmissão de calor (in Monteiro, 2001), permite contabilizar como energia disponível, E = kcal/s ( kwh/ano). 11

12 12 FIGURA 3 Esquema genérico do Plano de Exploração do Pólo das Termas, com aproveitamentos geotérmico e medicinal, do Campo Hidromineral e Geotérmico de S. Pedro do Sul Boletim de Minas, 42 (1) (Na Fig.4, apresentam-se os principais detalhes sobre a Central Geotérmica e o uso do geocalor). Notas: a capacidade de produção máxima de água mineral é de 16.9 l/s, com a exploração em simultâneo da Nascente Tradicional (4.7 l/s) e do Furo AC1 (12.2 l/s); em situações de necessidade inferior a 10 l/s estará apenas em utilização a Nascente Tradicional. AMQ e AMF correspondem às redes de água mineral quente e fria, respectivamente; ANM1-Q e ANM1-F, correspondem à rede de água não mineral de 1ª ordem quente e fria, respectivamente; CBAMQ e CBAMF correspondem à Central de Bombagem de água mineral quente e fria, respectivamente. TORRE, é um sistema electro-mecânico de arrefecimento ar/água (UBI,2001).

13 FIGURA 4 Detalhes do Plano de Exploração em cascata do Pólo das Termas, com esquemas de principio dos aproveitamentos medicinal e geotérmico, do Campo Hidromineral e Geotérmico de S. Pedro do Sul 13 A água mineral quente (AMQ), ao passar no permutador PP1, apenas perde temperatura, passando a água mineral fria (AMF). A rede de água não mineral de 1ª ordem (ANM1) está em circuito fechado, servindo apenas para receber geocalor no permutador PP1, transportá-lo para PP2 numa primeira fase, e PP3 numa segunda fase, para depois regressar a PP1. A rede de água não mineral de 2ª ordem (ANM2) é aquela que serve o Aquecimento Central dos Hotéis. A rede de água não mineral de 3ª ordem (ANM3) é aquela que serve o uso de Águas Sanitárias dos Hotéis. Salienta-se que as letras Q, F, e I, correspondem a água Quente, Fria, e de temperatura Intermédia, no entanto porque há várias cascatas no sistema, consequentemente há várias temperaturas conforme se apresenta no esquema onde se colocaram os vários valores e que serão aferidos no futuro, com a experiência a adquirir a partir da monitorização já implementada. Em relação aos valores de temperatura (T) apresentados, salienta-se também que são aqueles que correspondem aos caudais, Q, apresentados e que estes são os valores máximos que os permutadores de capacidade, E, admitem, no entanto se os caudais forem menores as transferências de geocalor serão diferentes (UBI, 2001). Boletim de Minas, 42 (1)

14 FIGURA 5 Esboço sobre o esquema de principio do Plano de Exploração do Pólo do Vau, do Campo Hidromineral e Geotérmico de S. Pedro do Sul (UBI,2001) A água mineral (M) sai da cabeça do furo (SDV1) com 1.5 l/s em artesianismo, à temperatura de 67ºC, sendo elevada pela bomba (B) para o depósito que se situa a uma cota superior à das estufas. Do depósito a água é encaminhada para as estufas, onde circula numa rede (R) de tubos semi-enterrados; alguns destes tubos deixam vazar água nas caleiras (C) a céu aberto, cujo vapor é lançado no ambiente. A água das caleiras é colectada num tubo para ser lançada no Rio Vouga. a) FIGURA 6 Aspectos da Central Geotérmica b) c) (a) exterior; (b, c) interiores com permutador PP1 e colectores. 14

15 FIGURA 7 Unidades hoteleiras equipadas com sistemas adaptados para receber o geocalor e alguns detalhes interiores e em particular das subestações geotérmicas com os permutadores do tipo PP2 e PP3 instalados Hotel do Parque Pousada da Juventude S U B E S T A Ç Ã O G E O T É R M I C A S U B E S T A Ç Ã O G E O T É R M I C A De acordo com a Central Geotérmica, implementada e projectada no âmbito do Projecto Geotérmico já referido, a prever o uso do geocalor em vários espaços urbanos e em concreto no Hotel do Parque, no Hotel das Termas (actual Pousada da Juventude) e na Sala de Demonstração, tem-se em capacidade de produção de energia implementada, de acordo com as características do permutador de placas PP1 (Fig.4), uma capacidade de E = kcal/s ( kwh/ano), que corresponde a 49 % da capacidade de energia disponível. Estudos sobre consumos de energia que merecem referência de modo a usar o geocalor, foram efectuados por A. Cavaco (1991) para o Hotel do Parque e para a Pousada da Juventude, e ainda por Joyce (1997) para o Centro Termal. Os consumos de energia previstos para aquelas estruturas apresentam-se no Quadro I, sendo de salientar que o consumo previsto para um ano é de kwh/ano, ou seja, 29.2% da capacidade implementada com a Central Geotérmica e de 14.2% da energia disponível no Pólo das Termas. Salienta-se que actualmente apenas o Hotel do Parque e a Pousada da Juventude estão em condições de consumir geocalor de acordo com o Plano de Exploração, ou seja, há apenas a capacidade de consumir kwh/ano, que correspondem a 4.1 % da energia disponível no Pólo das Termas. Assim, enfatiza-se que há ainda muita energia disponível no sentido do aproveitamento poder ser alargado a outros consumidores. 15

16 QUADRO I Necessidades de energia, em kwh, para um ano a partir de aproveitamentos geotérmicos no Campo Hidromineral e Geotérmico de São Pedro do Sul (in Ferreira Gomes, 1999). Época Baixa Época Alta Local / Autor (Jan/Fev/Mar/ (Abr/Mai/Jun/ Total Out/Nov/Dez) Jul/Ago/Set) Águas Sanitárias (1) Centro Termal Águas na Piscina (Termas) Aquecimento Piso Ambiental (2) Piso (a partir de Joyce,1997) Piso sub-total (anual) Hotel do Parque (120 quartos) Águas Sanitárias (3) (a partir de Aquecimento ambiental (4) A. Cavaco,1991) Pousada da Juventude (128 quartos) Águas Sanitárias (3) (a partir de Aquecimento ambiental (4) A. Cavaco,1991) Total (1) Considerou-se a temperatura da água da rede a 10ºC e 15ºC na época baixa e alta respectivamente, com um consumo por pessoa de 50 l/dia a 45ºC, considerando 400 e aquistas por dia na época baixa e alta respectivamente. (2) as zonas das piscinas e tanques não foram consideradas para aquecimento ambiental. (3) foi previsto o aquecimento de águas sanitárias durante todo o ano com ocupação média a 70 %, com duas pessoas por quarto a consumir 60 l/dia cada pessoa e a ser aquecida de 15 ºC para 50ºC. (4) foi previsto o aquecimento ambiental com 11.6 kwh/quarto/dia durante 7 meses com ocupação média a 70 % Pólo do Vau Com base no Plano de Exploração existente para o Pólo do Vau, em que, a água mineral termal quente a 67 ºC, é já uma realidade, com um caudal de 1.5 l/s em continuo todo ano, e admitindo também que se usaria numa unidade termal a 38ºC, ao se considerar a equação fundamental de transmissão de calor (in Monteiro, 2001), obtém-se para energia disponível: E = 43.5 kcal/s ( kwh/ano). De acordo com o sistema montado (Fig.5), tem-se em capacidade de produção implementada, a energia seguinte: E = 10.5 kcal/s ( kwh/ano), ou seja 24 % da capacidade disponível. Na realidade, o consumo de energia na actual aplicação de aquecimento de estufas, só é requerido no período do ano mais frio e que de um modo genérico se considera Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Outubro, Novembro e Dezembro. Neste período, também se considera em termos genéricos, o aquecimento durante apenas 14 horas por dia, ou seja, das 20 horas da noite até às 10 horas do dia seguinte. Nesta situação, em termos anuais, só é solicitada a energia de: E = (0.012kWh/s) x 180 dias x 14h x 3 600s = kwh/ano, ou seja, apenas 7% da energia disponível. 5 - ASPECTOS ECONÓMICOS Em relação a aspectos económicos não há com certeza nenhuma dúvida das vantagens das águas minerais de S. Pedro do Sul, no uso dos aproveitamentos medicinais, bastando salientar que nos últimos anos têm sido as Termas mais frequentadas no País. Por exemplo, no ano de 2001 frequentaram as Termas de S.Pedro do Sul, aquistas (Alcântara da Cruz, 2002), que corresponderam a 27.3% do total de aquistas do país. Aquele número de aquistas possibilitou obter uma receita directa de cerca de euros em inscrições, tratamentos, aplicações e consultas e ainda em receitas 16

17 indirectas cerca de euros, considerando que cada aquista esteve nas termas 15 dias e gastou 50 euros/ /dia, em comida, dormida e outras necessidades. Em relação ao rendimento resultante dos aproveitamentos geotérmicos e em particular ao aquecimento de espaços urbanos e respectivas águas sanitárias, não se pode afirmar que é neste momento um espectacular êxito, até porque é uma energia alternativa e os potenciais aderentes estão com alguma cautela em relação à adesão. Prova dessa situação, é o facto de, até ao momento, só haver um consumidor completamente integrado, que é o Hotel do Parque. De qualquer modo, para se ter uma noção da importância económica do uso do geocalor, consideram-se os valores de energia previstos nos estudos já efectuados até ao momento, a consumir anualmente (Hotel do Parque, Pousada da Juventude e Centro Termal), ou seja, de acordo com o Quadro I, considera-se um total de kwh/ano (9 172GJ/ano). Admitindo, que aquela energia poderia ser fornecida por uma caldeira a gás propano com poder calorífico (PCI) de 12,9kWh/kg (GDP, 1998), com um rendimento de queima de 90%, levaria a gastar kg/ano de gás, que a um custo de 0.50 euros/kg, corresponde a euros/ano. Se eventualmente a energia fosse fornecida pela EDP, como energia eléctrica com o custo de 0.09 euros/kwh, levaria a um custo global de euros/ano. Pelos valores apresentados, é obvio que sem geotermia a preços aceitáveis, os consumidores usam o gás, resultando daí uma desvantagem ambiental devido à libertação de CO 2 para o meio ambiente. Salienta-se que já se efectuaram estudos para o caso de São Pedro do Sul, sobre os custos da energia geotérmica, admitindo como consumidores o Hotel do Parque e a Pousada da Juventude (Cardoso, 1999a,b); Naqueles estudos, considerando os investimentos efectuados a 50% (dado que se verificou um apoio a 50 % a fundo perdido) e ainda os custos da manutenção, concluiu-se que para haver uma recuperação financeira ao fim de 25 anos, levaria a uma taxa de euros/kwh, com a actualização de 3% por ano devido à inflação. Claro que, se no processo aderirem mais consumidores, ou, se a taxa for superior àquele valor, a recuperação financeira será num período de tempo menor que 25 anos. Assim, como exemplo, para o período de um ano, se apenas os hotéis (Parque e Pousada da Juventude) fossem os únicos consumidores, com um total de kwh/ /ano (Quadro I), à taxa de euros/kwh, teriam que efectuar um pagamento de euros/ano. No Pólo do Vau a produção de frutos tropicais tem-se mostrado um mercado interessante, na medida em que tem havido uma procura continua dos frutos produzidos, a custo muito superior ao corrente da mesma fruta importada; esta situação explica-se, pela ansiedade que as pessoas normalmente apresentam, ao consumir por exemplo um ananás produzido na Beira Alta, não se importando de pagar muito mais que o normal. Números rigorosos sobre as receitas não se dispõem, na medida em que são do foro do explorador que é um particular e não a Concessionária do recurso. Por fim, como indicador de potencial da geotermia, admitindo que toda a energia disponível ( kwh/ano - Pólo das Termas kwh/ano Pólo do Vau) se optimiza num processo ideal de total consumo, e é vendida a euros/kwh, possibilitaria uma receita de euros/ano ( contos), sem interferir com a actividade das termas. 6 - IMPACTO AMBIENTAL Uma análise em termos de impacto ambiental, tem sentido, tendo em consideração que o uso do geocalor, vai substituir os combustíveis fósseis e que esses combustíveis, como é usual na região, são constituídos pelo gás propano ou outro do tipo. Sabe-se que ao consumir gás propano, há a produção de CO 2 e este é um dos principais gases que leva ao efeito estufa e que por sua vez essa situação poderá levar a mudanças climáticas de tal ordem, capazes de provocarem impactos dramáticos no ambiente global (Prates, 1998). Assim, tendo em consideração o poder calorifico (PCI) do gás propano de 12.9 kwh/kg e admitindo produzir a energia prevista para os edifícios mencionados no Quadro I ( kwh) por uma caldeira com o rendimento de 90% haverá necessidade de kg de gás propano. Ora, tendo em consideração que no consumo de 1 grama de gás propano se formam gramas de CO 2, com aquela energia a ser produzida pelos sistemas geotérmicos, evitar-se-ia lançar para a atmosfera 17

18 kg de CO 2 por ano; esta situação, significa que na produção de energia pelos sistemas geotérmicos, em substituição do gás propano (PCI a 90%), por cada 1kWh evita-se o lançamento na atmosfera de gramas de CO 2. Também, se se considerasse toda a energia disponível ( kwh/ano - Pólo das Termas kwh/ano Pólo do Vau), ao substituir gás propano, na mesma situação, evitar-se-iam toneladas/ano de CO 2. Estes valores fazem, com certeza, reflectir e consequentemente admitir que a energia geotérmica, sempre que disponível, será uma boa alternativa. 7 - CONCLUSÕES E NOTAS FINAIS O presente trabalho vem mostrar que no Campo Hidromineral e Geotérmico de São Pedro do Sul, se faz a aplicação do recurso (água mineral quente) em dois pólos: - Pólo das Termas, numa primeira fase, o uso do geocalor em espaços urbanos para: i) aquecimento ambiental, e ii) aquecimento de águas sanitárias; e numa segunda fase, em: i) aplicações medicinais nas Termas. - Pólo do Vau, i) aquecimento de estufas para produção de frutos tropicais. Em termos de aplicações medicinais, cuja tradição já vem de muito longe no tempo, apesar de haver potencial para mais, frequentaram as termas aquistas no ano de 2002, resultando uma receita global (directa e indirecta) da ordem de euros/ano. Em relação aos aproveitamentos geotérmicos, há já a capacidade de consumo de energia por ano de kwh e kwh, para o Pólo das Termas e do Vau, respectivamente, que a uma taxa de euros daria um receita de euros/ano. Salienta-se que a energia prevista para o actual efectivo consumo, em ambos os Pólos, corresponde apenas a cerca de 4.3 % em relação à energia total disponível. Aquela energia global se fosse paga a euros/kwh daria uma receita global de euros/ano. Actualmente existem equipamentos e acessórios montados, para possibilitar o consumo de energia em cerca de 49 % e 24 % para o Pólo das Termas e do Vau, respectivamente. Estão a desenvolver-se trabalhos e pesquisas, no sentido do geocalor poder ficar disponível para vários consumidores, até à capacidade de energia implementada numa primeira fase, e até à capacidade de energia disponível numa segunda fase. Também estão a decorrer trabalhos e estudos, no sentido de em particular no Pólo do Vau se realizar um nova captação, de modo a que este pólo, venha a ter aproximadamente capacidade de energia disponível com a mesma ordem de grandeza à do Pólo das Termas. Em termos ambientais, ao se considerar que, com o uso desta energia limpa, se está no geral a evitar o consumo de gás propano e ao mesmo tempo a evitar a produção de gases poluentes, para o montante global de energia disponível, se se estiver a substituir o gás propano (PCI a 90%) evitar-se-á lançar na atmosfera toneladas/ ano de CO 2. Por fim, refere-se ainda que a própria água mineral após o seu uso, é no geral lançada no rio com cerca de 30ºC; este fluido poderia ainda, em termos geotérmicos, ser aproveitado para outras aplicações, como por exemplo em aproveitamentos piscícolas. Esses aspectos serão equacionados no futuro, após a implementação de um modo sistemático das aplicações geotérmicas em curso. Agradecimentos Agradece-se ao Engº Albuquerque, à Nilza Martins e ao Sérgio Santos, da Câmara Municipal de São Pedro do Sul pela colaboração prestada no âmbito do presente trabalho. 18

19 BIBLIOGRAFIA A. Cavaco (1991). Projecto Geotérmico de S. Pedro do Sul. Fase 1. Estudo Prévio de Viabilidade. Relatório Final. C. M. S. Pedro do Sul. (Relatório Interno). A. Cavaco (1994). Projecto Geotérmico GE-306/94 PO de S. Pedro do Sul. Projecto de Execução. Programa Thermie. C. M. S. Pedro do Sul. (Relatório Interno). A. Cavaco (1998). Relatório Final. Furo AC1. C. M. S. Pedro do Sul. (Relatório Interno). Alcântara da Cruz, J.F. (2002). Engarrafamento de Águas Minerais Naturais e de Nascente e Termalismo em Boletim de Minas Online, Vol. 39 nº 2. Instituto Geológico e Mineiro. Versão Online no site do IGM ( vol39_2artigo2.htm). Cardoso, S. E. B. (1999a). Energias Renováveis: Aproveitamento optimizado da energia geotérmica. O caso de S. Pedro do Sul. Projecto Final de Curso. UBI. Cardoso, S. E. B. (1999b). Proposta de uma Tarifa relativa ao calor geotérmico, no âmbito do Projecto Geotérmico de S.Pedro do Sul. C. M. S. Pedro do Sul. Ferreira Gomes, L. M. e Albuquerque, F. (1998). A utilização em multi-usos da água minero-termal do Campo Geotérmico de S. Pedro do Sul. 4º Congresso da Água. FIL Lisboa. Paper 062; 15 p. Ferreira Gomes, L. M. (1999). Aproveitamento geotérmico em cascata em S. Pedro do Sul. III as Sessões Técnicas Aproveitamento da Energia Geotérmica em Portugal. Instituto Geológico e Mineiro. 23 e 24 de Setembro de Apresentação oral. Ferreira Gomes, L. M.; Afonso de Albuquerque, F. J. e Fresco, H. (2001). Protection areas of the São Pedro do Sul Spa, Portugal. Rev. Engineering Geology. Nº 60. Elsevier. pp GDP (1998). Unidades de energia e estrutura do tarifário do Gás Natural. Gás de Portugal, SGPS, AS. Rev. Energia nº1. pp. 32 a 36. Haven et al. (1985). Geochemical studies in the drainage basin of the Rio Vouga. Chemical Geology, 51; pp Joyce, A. L. M. (1997). Estudo de viabilidade técnica e económica para introdução da energia geotérmica no Centro Termal e Igreja das Termas de S. Pedro do Sul. Departamento de Energias Renováveis do INETI/ITE. (Relatório Interno). Monteiro, V. (2001). Novas Técnicas de Refrigeração Comercial em Hoteleira. Vol. I. Lidel Edições Técnicas, Lda. 243p. Pereira, E. e Ferreira, N. (1985). Geologia regional e controlo estrutural das nascentes termais de S. Pedro do Sul. Comun. Serv. Geol. Portugal. T. 71, fase 1, pp Prates, M. J. L. (1998). O Acordo de Quioto, as questões comuns sobre mudança do clima e as Energias Renováveis. Rev. Energia nº 1, pp. 4 a 12. UBI (1997). Legalização da água mineral termal do Campo Geotérmico de S. Pedro do Sul como Recurso Geotérmico. Memória Descritiva. Termas de S. Pedro do Sul. C. M. de S. Pedro do Sul. (Relatório Interno). UBI (1998). Plano de Exploração da Água mineral termal do Campo Geotérmico de S.Pedro do Sul. Termas de S. Pedro do Sul. C. M. de S. Pedro do Sul. (Relatório Interno). UBI (1999). Revisão do Plano de Exploração. Furo AC1. Termas de S. Pedro do Sul. C. M. de S. Pedro do Sul. (Relatório Interno). UBI (2001). Revisão do Plano de Exploração. Aproveitamento Geotérmico no Polo das Termas. Termas de S. Pedro do Sul. C. M. de S. Pedro do Sul. (Relatório Interno). 19

20 20

21 A Hidrologia Isotópica na Avaliação de Recursos Hidrominerais e Geotérmicos: O caso de estudo de algumas águas gasocarbónicas do Norte de Portugal Continental José M. Marques Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, Centro de Petrologia e Geoquímica; jose.marques@ist.utl.pt Paula M. Carreira Instituto Tecnológico e Nuclear, Departamento de Química; carreira@itn.pt Luís A. Aires-Barros Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, Centro de Petrologia e Geoquímica airesbarros@ist.utl.pt PALAVRAS CHAVE Hidrologia Isotópica ( 2 H, 13 C 18 O, 3 H, 14 C e 87 Sr ); modelos conceptuais; recursos hidrominerais e geotérmicos; Portugal Continental. INTRODUÇÃO As águas termominerais de Portugal Continental têm sido, ao longo dos anos, objecto de estudo nos domínios da hidrogeologia, hidrogeoquímica, geotermometria e geoquímica isotópica. Desde o início da década de noventa que o Laboratório de Mineralogia e Petrologia do Instituto Superior Técnico (LAMPIST), da Universidade Técnica de Lisboa, tem vindo a proceder à caracterização geoquímica e isotópica das águas minerais gasocarbónicas do N de Portugal (Figura 1), associadas ao grande acidente tectónico de Verin Chaves Régua Penacova. Inicialmente foi dada especial atenção ao caso do sistema geotérmico de Chaves (Aires-Barros et. al., 1995) tendo posteriormente a área de investigação sido alargada a Vilarelho da Raia, Vidago e Pedras Salgadas (Aires-Barros et al., 1998; Marques et al., 1996; 1998; 1999; 2000a,b; 2001). Neste artigo, serão apresentados casos de estudo realizados nos sistemas gaso-carbónicos do N de Portugal onde a geoquímica isotópica foi fundamental na compreensão e elaboração de modelos de circulação e funcionamento dos sistemas. 21

22 FIGURA 1 Enquadramento geológico da região Segundo Sousa Oliveira (1995). OXIGÉNIO-18 ( 18 O) E DEUTÉRIO ( 2 H) A utilização das espécies isotópicas estáveis faz-se sob a forma de diferenças relativas, ou seja, a partir da razão entre a espécie isotópica mais pesada e a espécie isotópica mais leve e mais abundante, comparada relativamente a um padrão específico. Dado que as diferenças isotópicas entre o padrão e as amostras são em geral muito pequenas os resultados isotópicos são expressos em notação delta (δ) relativamente a um padrão internacional. O valor δ é adimensional, expresso em permilagem ( o / oo ) e definido por: δ ( o / oo ) = [(R amostra / R padrão ) 1] x 1000 R amostra representa 2 H/ 1 H, 13 C/ 12 C ou 18 O/ 16 O; R padrão refere-se à mesma razão determinada no padrão. Os resultados isotópicos de δ 18 O e de δ 2 H determinados em amostras de água são expressos relativamente ao padrão internacional V-SMOW, que fixa, por convenção, 22

23 o zero da escala δ 18 O e da escala δ 2 H. O V-SMOW representa uma mistura de águas que reflectem a composição isotópica média da água de vários oceanos, que constituem o início e o fim do Ciclo Hidrológico. Os oceanos contêm cerca de 97% da água existente na Hidrosfera, e apresentam na sua globalidade, uma composição isotópica aproximadamente uniforme, que expressa na notação delta, será próxima de zero (0 o / oo ), tanto para o δ 2 H como para o δ 18 O (IAEA, 1981). A espectrometria de massa tornou possível proceder, com rigor, à identificação da origem das águas em sistemas hidrominerais. Durante muito tempo atribuiu-se a origem destes sistemas hídricos a águas de origem magmática e/ou juvenil. Craig (1961) após uma análise sistemática das águas de precipitação estabelece uma correlação linear entre a concentração em 18 O e em 2 H. Os valores de δ 18 O e δ 2 H nas águas meteóricas são linearmente correlacionáveis através da seguinte equação: δ 2 H = 8 δ 18 O + 10 Deste modo, uma água proveniente da precipitação atmosférica, que não tenha sido alvo de variação na composição isotópica ao longo do sistema de fluxo subterrâneo, apresentará valores de δ 18 O e δ 2 H que se distribuem ao longo e/ou próximo da recta das águas meteóricas mundiais Global Meteoric Water Line (Figura 2). Nos sistemas hidrogeológicos a composição isotópica das águas deverá ser encarada como o resultado de diversos processos de trocas isotópicas susceptíveis de modificar a composição isotópica original das águas meteóricas. Assim, os valores δ 18 O e δ 2 H nas águas subterrâneas irão depender de processos tais como por exemplo a mistura entre unidades aquíferas e a interacção água-rocha, os quais influenciam directamente a composição isotópica dos sistemas aquíferos e consequentemente a projecção gráfica dos valores δ 18 O e δ 2 H das águas relativamente à recta das águas meteóricas mundiais (Figura 2). FIGURA 2 Esquema dos vários processos que provocam um desvio nos valores δ 18 0 e δ 2 H relativamente à recta das águas meteóricas mundiais (global MWL Recta das águas meteóricas mundiais; local MWL recta das águas de precipitação Mediterrânica). Adaptado de Geyh (2000). Qualquer água que tenha sofrido evaporação significativa, antes da infiltração, irá apresentar um enriquecimento em isótopos pesados relativamente à composição inicial, representado graficamente por uma recta de declive menor que a recta das águas meteóricas mundiais, ou seja com valores de declive que variam entre 4 e 6 (IAEA, 1981). O ponto de intercepção entre essas rectas corresponderá à sua composição inicial antes do processo de evaporação ter ocorrido. Por outro lado, em sistemas de alta entalpia (águas geotérmicas) o efeito isotópico mais significativo é representado por um enriquecimento em 18 O associado a processos de interacção água-rocha a temperaturas superiores a 100ºC (Figura 2). Os teores em 2 H mantêm-se constantes devido à quantidade de 2 H nas rochas ser muito baixa quando comparada com a das águas (Sheppard, 1986). Os sistemas hidrominerais, caso das águas termais de Portugal Continental, apresentam uma composição em isótopos estáveis muito próxima das águas meteóricas locais. Isto deve-se ao facto de a temperatura de interacção água-rocha ser insuficiente para favorecer um enriquecimento em 18 O (Gonfiantini et al., 1998). Deste modo, a correlação entre as águas subterrâneas e a precipitação leva a que a utilização destes isótopos seja extremamente útil na identificação das áreas de recarga dos sistemas. As composições isotópicas das águas mineralizadas quentes (Chaves) e frias (Vilarelho da Raia, Vidago e Pedras Salgadas) encontram-se projectadas na Figura 3. Da sua projecção no diagrama δ 2 H vs δ 18 O 23

24 verifica-se que estas águas se distribuem em cima ou próximo da recta das águas meteóricas mundiais indicando: i) tratar-se de águas meteóricas que não foram sujeitas a fenómenos de evaporação, ii) não existirem evidências de interacção água-rocha a temperaturas muito elevadas. FIGURA 3 Diagrama δ 2 H - δ 18 O para as águas mineralizadas da região de Vilarelho da Raia, Chaves, Vidago e Pedras Salgadas Adaptado de Andrade (2003). A identificação das altitudes (e áreas) de recarga dos sistemas aquíferos (Figura 4) é uma questão extremamente pertinente tendo em vista a protecção das águas minerais a possíveis fontes de poluição. Na Figura 4 apresenta-se a determinação das altitudes de recarga das águas mineralizadas, tendo por base o chamado efeito de altitude. O efeito de altitude foi calculado através da composição isotópica de águas normais (não mineralizadas; sistemas aquíferos mais superficiais) amostradas em nascentes localizadas a diferentes altitudes. Após as áreas de recarga serem devidamente identificadas, há necessidade de proceder ao rastreio da utilização dos solos aí existentes uma vez que com esses dados será possível estimar a probabilidade de num futuro, poder ocorrer contaminação das nascentes e furos de captação das águas minerais. FIGURA 4 Determinação das altitudes de recarga através da composição isotópica (δ 18 O 0 / 00 ) das águas mineralizadas da região de Vilarelho da Raia, Chaves, Vidago e Pedras Salgadas Adaptado de Andrade (2003). 24

25 Como exemplo de elaboração de um modelo conceptual de circulação, salienta-se o caso de estudo das águas quentes de Chaves (76ºC), cujo empobrecimento em isótopos pesados indica que se tratam de águas meteóricas, cuja recarga é efectuada em pontos de cota elevada (maciço granítico da Bolideira / NE Chaves), que se infiltram a profundidades da ordem dos 3-4 km, aquecem por condução, e ascendem à superfície em pontos de cota mais baixa localizados na Veiga de Chaves (Figura 5). FIGURA 5 Proposta do modelo de circulação do sistema hidrotermal de Chaves. (RG) reservatório geotérmico; (R) rochas encaixantes (soco); (D) depósitos de cobertura; (AM) águas meteóricas; (ATC) águas termais de Chaves; (-54;-8.1) composição isotópica (δ 2 H; δ 18 O) das águas. Segundo Aires-Barros et al. (1995). TRÍTIO ( 3 H) Os teores em trítio determinados nas águas são expressos em unidades de trítio (TU). Uma unidade de trítio corresponde à razão 3 H/ 1 H igual a O trítio existente na precipitação é o resultado de dois processos distintos. O primeiro, de origem natural, é resultante da reacção de neutrões (térmicos), produzidos pela interacção dos raios cósmicos com as partículas existentes nas altas camadas da atmosfera, com os núcleos de átomos de azoto. O segundo, tem uma origem artificial (antrópica) resultante de: explosões termonucleares realizadas na atmosfera, indústria nuclear (centrais nucleares, fábricas de reprocessamento de combustível) e produtos de consumo tais como tintas, lâmpadas e componentes de relógios. Importa referir que as explosões nucleares na atmosfera, levadas a efeito entre 1952 e 1963, libertaram cerca de 600 kg de 3 H. Para além disso, a indústria nuclear (por ex., água utilizada no arrefecimento dos reactores) liberta este isótopo radioactivo para a atmosfera sob a forma de efluentes gasosos e líquídos (IAEA, 1981; Rozanski et al., 1991). Este aumento foi registado a partir de 1952/3, tendo o pico máximo da concentração em trítio na precipitação (superior a 1000 TU) coincidido com o ano de Importa referir que tanto o 3 H produzido na atmosfera por processos naturais como o resultante da acção do Homem é rapidamente oxidado, passando a vapor de água atmosférico ( 1 H 3 HO). Entra, assim, no Ciclo Hidrológico através da precipitação e da troca isotópica entre o ar atmosférico e as massas de água oceânicas. Desde então (1963), no hemisfério Norte, tem-se observado um decréscimo da concentração em trítio na atmosfera (Figura 6). Actualmente a utilização do conteúdo em trítio presente nas águas fornece essencialmente informações de carácter qualitativo, sobre: i) recarga activa do sistema; ii) a idade das águas subterrâneas, iii) a duração dos percursos subterrâneos, iv) a existência de mistura entre águas de infiltração recente e águas subterrâneas mais antigas. O 3 H tem um período de 12,32 anos e é um emissor β fraco (E max = 18,6 kev) (Lucas & Unterweger, 2000). 25

26 FIGURA 6 Concentração de trítio na precipitação atmosférica ( ) - Ottawa, Canadá Adaptado de Albu et al. (1997). Noutros casos de estudo, e com o objectivo de clarificar a possibilidade de existência de mistura entre as águas mineralizadas e as águas não mineralizadas, optou-se pela análise dos seguintes diagramas: Cl em função do δ 18 O, 3 H em função do δ 18 O e 3 H em função do Cl (Figura 7). Uma das hipóteses formuladas foi a possível existência de mistura entre as águas não mineralizadas e as águas mineralizadas de Vidago e de Pedras Salgadas, dado o enriquecimento isotópico em 18 O a par de um empobrecimento em Cl (ver diagrama do Cl em função do δ 18 O). Numa primeira aproximação, as águas do furo AC16 de Vidago, caracterizadas pela sistemática presença de 3 H (Marques et al., 1996), podem ser interpretadas como o resultado de um processo de mistura entre as águas não mineralizadas e mineralizadas da região de Vidago (furos AC18 e Areal 3). No entanto, se tivermos como referência o teor em Cl, a hipótese de mistura entre as águas mineralizadas e não mineralizadas só ocorreria se a percentagem destas últimas fosse muito elevada. Por outro lado, as proporções de mistura deveriam ser da mesma ordem de grandeza nos diversos parâmetros analisados, o que não se verifica (Figura 7). No que concerne às águas mineralizadas de Pedras Salgadas é unicamente possível formular a hipótese de as águas do furo AC17 resultarem de um processo de mistura entre as águas não mineralizadas e as águas mineralizadas do furo AC22, uma vez que as águas do furo AC17 apresentam, sistematicamente, actividade em trítio. No entanto, este modelo de mistura deve ser considerado com algumas reservas, visto a concentração em Cl do furo AC17 ser idêntica à do furo AC25, o qual não apresenta actividade em 3 H. Tendo em atenção todos estes aspectos, as diferentes assinaturas isotópicas ( 18 O) podem ser um mero resultado do chamado efeito da altitude, ou seja, as águas mineralizadas com valores δ 18 O mais empobrecidos e teores em Cl mais elevados resultam de percursos subterrâneos mais longos e altitudes de recarga mais elevadas. 26

27 FIGURA 7 Diagramas do Cl (mg/l) em função do δ 18 O ( 0 / 00 ), do 3 H (TU) em função do δ 18 O ( 0 / 00 ) e do 3 H (TU) em função do Cl (mg/l) Adaptado de Andrade (2003). 27

28 CARBONO-13 ( 13 C) E CARBONO-14 ( 14 C) O padrão internacional adoptado para os valores de δ 13 C é o PDB - rostro de belemnite (Belemmnitella americana), de idade cretácica e da formação Pee Dee da Carolina do Sul. Para a datação das águas subterrâneas através do teor em 14 C, o cálculo das idades aparentes envolve correcções que consideram a composição mineralógica da matriz do aquífero. Através do teor em carbono-13, determinado no Carbono Inorgânico Total Dissolvido (CITD) é possível determinar a principal origem do carbono dissolvido no sistema aquoso. Quando num sistema aquoso o carbono tem fundamentalmente uma origem biogénica (Figura 8), o 13 C determinado no CITD representa exclusivamente uma origem orgânica (δ 13 C em torno de -25 o / oo ). No entanto, quando no sistema aquoso o carbono é de origem orgânica e mineral (por exemplo, proveniente da dissolução de carbonatos), os valores de 13 C de origem biogénica serão enriquecidos pela entrada de carbono resultante da dissolução de minerais carbonatados (δ 13 C em torno de 0 o / oo ). Tendo como objectivo a determinação da origem do CO 2 nas águas gasocarbónicas do N de Portugal, Aires-Barros et al. (1998) procederam à determinação dos valores de δ 13 C no carbono inorgânico total dissolvido / CITD (Tabela 1). Posteriormente, Marques et al. (1998) efectuaram a determinação dos valores de δ 13 C (CITD) em 4 amostras de águas gasocarbónicas mineralizadas (-6.0 < δ 13 C < -1.1 o / oo ) e em 2 nascentes de águas não mineralizadas da região (δ 13 C = ± 0.1 o / oo ). TABELA 1 Valores δ 13 C (CITD) e 14 C determinados na Universidade de Utrecht/Holanda 3 H ± σ δ 13 C (CITD) 14 C CO 2 Idade Local (TU) ( o / oo vs PDB) (pmc) (mg/l) * Aparente (**) (ka ± σ ) Vilarelho da Raia 0.3 ± ± 3.07 Chaves 0.8 ± ± 2.65 Campilho n.a ± 2.21 Sabroso 0.0 ± ± 2.54 Pedras Salgadas 7.9 ± ± 4.33 (*) Valores médios; n.a. não analisado (**) Idade aparente da água subterrânea calculada segundo um modelo de piston (Salem et al., 1980). Os valores δ 13 C apresentados por Aires-Barros et al. (1998) sugerem a possibilidade de existência de mistura de carbono de origem mantélica com carbono proveniente da dissolução de rochas carbonatadas em profundidade. Tendo em atenção os resultados isotópicos obtidos por Marques et al. (1998) é possível identificar claramente duas origens distintas para o carbono. Enquanto que nas águas normais (não mineralizadas; sistemas aquíferos mais superficiais) amostradas em nascentes os valores δ 13 C caracterizam uma origem orgânica (valor médio de δ 13 C= o / oo ), nas águas profundas os valores δ 13 C apontam uma origem mantélica (-6.0 < δ 13 C < -1.1 o / oo ), ou seja, a maior parte do carbono terá origem endógena no manto superior, o que está de acordo com os valores referidos na literatura para sistemas hidrotermais (Truesdell & Hulston, 1980). Muitas tentativas têm sido efectuadas com o objectivo de utilizar os dados de carbono-14 (tempo de semi-vida de anos) na datação de águas subterrâneas (Truesdell & Hulston, 1980). No entanto, nos sistemas hidrotermais, as pequenas concentrações de dióxido de carbono nas águas de recarga (derivadas da atmosfera ou do ambiente geológico) podem vir a ser mascaradas por grandes quantidades de CO 2 introduzido por metamorfismo térmico ou fontes magmáticas. Deste modo, as determinações de 14 C deverão ser encaradas com algumas restrições. 28

29 FIGURA 8 Valores δ 13 C dos reservatórios mais importantes de carbono Adaptado de Birkle (2001). Tendo em atenção os resultados físico-químicos e isotópicos obtidos nas amostras de águas gasocarbónicas mineralizadas e nas águas normais algumas ilações poderão ser obtidas acerca da dinâmica, tempo de residência e idade aparente das águas subterrâneas da região de Chaves - Vidago - Pedras Salgadas. As águas gasocarbónicas de Vidago (AC16) e Pedras Salgadas (AC17) parecem tratar-se de águas de circulação local, face aos teores em trítio determinados nas diversas campanhas. O decréscimo em 3 H registado de 1986 para 2000 nestes sistemas está associado à diminuição dos teores desta espécie isotópica na atmosfera (Carreira et al., 2001). Os teores em 3 H obtidos são contraditórios com a concentração em 14 C do CITD. Os valores de idade aparente em 14 C calculados para este grupo de águas indicam idades que rodam os 9 ka BP (Tabela 1). Relativamente às águas de Chaves e Vilarelho da Raia, a ausência sistemática de 3 H caracteriza um tempo de residência superior, comparativamente com o primeiro grupo de águas. Ao aplicar-se os teores em 14 C no cálculo das idades aparentes das águas subterrâneas (Carreira et al., 2001) encontra-se uma relação directa entre as idades aparentes e os teores em CO 2 (mais CO 2 idades mais antigas). Nas águas termais de Chaves esta relação directa não se verifica devido às elevadas temperaturas (76ºC), que favorecem a libertação de CO 2. Os resultados obtidos sugerem que o CO 2, a ter uma origem preferencialmente mantélica (sem 14 C), faz com que águas com (e sem) teores significativos em 3 H possam apresentar idades aparentes bastante antigas. GEOQUÍMICA ISOTÓPICA DO Sr ( 87 Sr/ 86 Sr) Devido à ausência de fraccionamento dos isótopos pesados de Sr por qualquer processo natural, as diferenças nas razões 87 Sr/ 86 Sr determinadas nas águas subterrâneas estão fundamentalmente relacionadas com a interacção com rochas diferentes, apresentando, consequentemente, composições isotópicas distintas. Deste modo, a razão isotópica 87 Sr/ 86 Sr determinada nas águas irá relacionar-se quer com as razões Rb/Sr quer com a idade das rochas por onde circulam (Stettler, 1977; Faure, 1986). No caso de ocorrer interacção preferencial de determinado tipo de constituintes da rocha, a composição isotópica do Sr na água será condicionada pela composição isotópica do Sr nos minerais mais alteráveis. Assim, a razão 87 Sr/ 86 Sr nas águas associadas a determinado sistema hidrogeológico pode proporcionar informações extremamente úteis quer sobre as fontes/ origem de Sr quer sobre os diferentes processos de mistura existentes. 29

30 FIGURA 9 Diagrama da razão isotópica 87 Sr/ 86 Sr em função de 1/Sr (l/mg) Adaptado de Andrade (2003) As águas de (!/!) Vilarelho da Raia/Chaves, (") Vidago e (#) Pedras Salgadas projectam-se em domínios distintos no diagrama 87 Sr/ 86 Sr vs 1/Sr (Figura 9). Estes três domínios podem ser encarados como extremos de uma tendência de concentração desde as ($) águas da chuva até às águas mineralizadas, realçando o facto de estarmos perante águas minerais associadas a sistemas hidrogeológicos distintos. É igualmente possível observar que, ao longo da megaestrutura de Verin-Chaves-Régua-Penacova, as águas localizadas mais a N (!/! Vilarelho da Raia/Chaves) são as que apresentam razões 87 Sr/ 86 Sr mais elevadas, sendo as águas localizadas mais a S (# Sabroso/Pedras Salgadas) as que possuem razões 87 Sr/ 86 Sr menores. As razões 87 Sr/ 86 Sr encontradas nas águas mineralizadas deverão ser encaradas como o resultado do equilíbrio entre as águas de circulação profunda e as plagioclases das rochas granitóides da região, dado que nas águas mineralizadas o valor médio da razão 87 Sr/ 86 Sr ( ) é semelhante aos valores das razões 87 Sr/ 86 Sr das plagioclases (Marques et al., 2001). De referir que as águas minerais gasocarbónicas apresentam razões 87 Sr/ 86 Sr compreendidas entre e , valores superiores ao da razão 87 Sr/ 86 Sr encontrada em rochas carbonatadas aflorantes na parte Sul da região em estudo ( 87 Sr/ 86 Sr = ). Deste modo, poderemos admitir que a contribuição de rochas carbonatadas para a origem do CO 2 nas águas gasocarbónicas deverá ser bastante reduzida (Marques et al., 2001). Esta conclusão é igualmente corroborada pelo facto de as águas gasocarbónicas que apresentam os valores menos negativos de δ 13 C (Vidago AC18: -1.0 o / oo vs PDB) apresentarem valores 87 Sr/ 86 Sr relativamente elevados ( 87 Sr/ 86 Sr = ). CONSIDERAÇÕES FINAIS A investigação de sistemas hidrogeológicos faz-se em estágios progressivos que frequentemente se sobrepõem. Tais estágios deverão ser levados a cabo no contexto do desenvolvimento de um modelo conceptual para o sistema, o qual se vai aperfeiçoando à medida que mais e mais informações vão sendo obtidas. Cada fase de investigação envolve um determinado número de operações para obter, processar e interpretar os dados de campo e de laboratório, com pormenor correspondente ao grau de conhecimento alcançado. Este trabalho deverá ser encarado como uma forma de demonstrar a aplicabilidade das técnicas da geoquímica isotópica na resolução de questões de índole hidrogeológica. Esta forma de abordar a questão pretendeu possibilitar a identificação das potencialidades (e limitações) da utilização das técnicas isotópicas na resolução de problemas específicos. É de salientar o facto de as técnicas isotópicas poderem proporcionar uma abordagem independente na resolução de determinado problema hidrogeológico, já que as assinaturas isotópicas das águas termais são autênticos arquivos que guardam a memória da sua evolução: altitude da área de recarga, 30

31 por onde circularam, que rochas percorreram, que tempo aí residiram, etc. No entanto, devemos estar conscientes de que estas técnicas são apenas uma das inúmeras ferramentas hoje disponíveis, e a sua utilização em paralelo com outras disciplinas das Geociências (geoquímica convencional, geologia e geofísica) será, certamente, bastante proveitosa. Agradecimentos - Este estudo foi suportado pelo Centro de Petrologia e Geoquímica do Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia através dos Projectos de I&D PRAXIS/C/CTE/11004/98 e POCTI 39435/CTA/2001. BIBLIOGRAFIA Aires-Barros, L., Marques, J.M. & Graça, R. C. (1995) Elemental and isotopic geochemistry in the hydrothermal area of Chaves / Vila Pouca de Aguiar (Northern Portugal). Environmental Geology, 25 (4), pp. Aires-Barros, L., Marques, J. M., Graça, R. C., Matias, M. J., Weijden, C. H. van der, Kreulen, R. & Eggenkamp, H. G. M. (1998) Hot and cold CO 2 -rich mineral waters in Chaves geothermal area (northern Portugal). Geothermics, 27 (1), pp. Albu. M., Banks. D. & Nash. H. (1997) Mineral and thermal groundwater resources. Chapman and Hall, London, UK. 444 pp. Andrade, M. P. L A geoquímica isotópica e as águas termominerais. Contribuição dos isótopos do Sr ( 87 Sr/ 86 Sr) e do Cl ( 37 Cl/ 35 Cl) na elaboração de modelos de circulação. O caso de algumas águas gasocarbónicas do N de Portugal. Tese de Mestrado. Universidade Técnica de Lisboa. Instituto Superior Técnico. 104 pp. Birkle, P. (2001) Deep aquifer systems of geothermal and petroleum reservoirs in México. New approaches characterizing groundwater flow, Seiler & Wohnlich (eds), A. A. Balkema, 2, pp. Carreira, P. M., Marques, J.M. & Aires-Barros, L. (2001) A problemática da datação por 14 C em águas gasocarbónicas. Actas do VI Congresso de Geoquímica dos Países de Língua Portuguesa / XII Semana de Geoquímica, pp. Craig, H. (1961) Isotopic variations in meteoric waters. Science, 133, pp. Faure, G. (1986) Principles of Isotope Geology. 2 nd Edition. John Wiley & Sons. 589 pp. Geyh, M. A. (2000) Environmental isotopes in the hydrological cycle. Technical Documents in Hydrology, 39 (IV) Groundwater. Unesco. Paris. 196 pp. Gonfiantini, R., Fröhlich, K., Araguás-Araguás, L. & Rozanski, K. (1998) Isotopes in Groundwater Hydrology. In: Isotope Tracers in Catchment Hydrology. Elsevier. New York pp. IAEA (1981) Stable Isotope Hydrology. Deuterium and Oxygen-18 in the Water Cycle. IAEA. Vienna. Technical Reports Series, 210, 339 pp. Lucas, L. L. & Unterweger, M. P. (2000) Comprehensive review and critical evaluation of the half-life of tritium. J. Res. Natl. Inst. Technol., 105, pp. Marques, J. M., Aires-Barros, L. & Graça, R. C. (1996) The origin and relation among hot and cold CO 2 -rich mineral waters in Vilarelho da Raia - Pedras Salgadas region, northern Portugal: a geochemical approach. Geothermal Resources Council Transactions, 20, pp. Marques, J. M., Aires-Barros, L. & Graça, R. C. (1999) Geochemical and isotopic features of hot and cold CO 2 -rich mineral waters of northern Portugal: a review and reinterpretation. Bulletin d Hydrogéologie, 17, pp. Marques, J. M., Aires-Barros, L., Graça, R. C., Matias, M. J. & Basto, M. J. (2000a) Water/rock interaction in a CO 2 -rich geothermal area (Northern Portugal): an 18 O/ 16 O and 2 H/ 1 H isotope study. Geothermal Resources Council Transactions, 24, pp. Marques, J. M., Andrade, M., Aires-Barros, L., Graça, R. C., Eggenkamp, H.G.M. & Antunes da Silva, M. (2001) 87 Sr/ 86 Sr and 37 Cl/ 35 Cl signatures of CO 2 -rich mineral waters (N-Portugal): preliminary results. New approaches characterizing groundwater flow. Seiler & Wohnlich (eds). A. A. Balkema, 2, pp. Marques, J. M., Carreira, P. M., Aires-Barros, L. & Graça, R. C. (1998) About the origin of CO 2 in some HCO 3 /Na/CO 2 -rich Portuguese mineral waters. Geothermal Resources Council Transactions, 22, pp. Marques, J.M., Carreira, P. M., Aires-Barros, L. & Graça, R.C. (2000b) Nature and role of CO 2 in some hot and cold HCO 3 /Na/CO 2 -rich Portuguese mineral waters: a review and reinterpretation. Environmental Geology, 40 (1,2), pp. Rozanski, K., Gonfiantini, R. & Araguás-Araguás, L. (1991) Tritium in the global atmosphere: Distribution patterns and recent trends. Journal of Physics G: Nuclear Particle Physics, 17, pp. Salem, O., Visser, J.M., Dray, M. & Gonfiantini, R. (1980) Groundwater flow patterns in the western Libyan Arab Jamahiriya evaluated from isotopic data. In: Arid-Zone Hydrology: investigation with isotope techniques (Proc. Advisory Group Metg. Vienna 1978), International Atomic Energy Agency (eds.), pp. Sheppard, S. M. F. (1986) Characterization and isotopic variations in natural waters. In: Stable isotopes in high temperature geological processes. Reviews in Mineralogy. Valley, Taylor and O Neill (eds.). Mineralogical Society of América, 16, pp. 31

32 Sousa Oliveira, A Hidrogeologia da Região de Pedras Salgadas. Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Vila Real, Portugal. 230 pp. Stettler, A. (1977) 87 Rb- 87 Sr systematics of a geothermal water-rock association in the Massif Central, France. Earth and Planetary Science Letters, 34, pp. Truesdell, A. H. & Hulston, J. R. (1980) Isotopic evidence on environments of geothermal systems. In: Handbook of Environmental Isotope Geochemistry, 1, The Terrestrial Environment. Fritz & Fontes (eds), pp. 32

33 A valorização do minério de ferro de Moncorvo Seminário Da tradição à modernidade. Moncorvo de 16 e 17 de Fevereiro de 2007 Horácio Maia e Costa Prof. Catedrático da FEUP 1 - INTRODUÇÃO Na abordagem de qualquer tema relacionado com Moncorvo está implícita a ideia de que no centro do debate se encontra o Jazigo de Ferro, que ocupa uma grande parte da serra de Reboredo, deixando de lado os problemas de muito maior abrangência, económicos, sociais e políticos, que condicionaram e condicionam cada vez mais expressivamente o desenvolvimento do interior norte do País. Sendo o tema do Seminário muito abrangente haverá certamente quem se disponha a inventariar aqueles problemas, deduzindo as suas causas, de onde resultam consequências, positivas e negativas, que são responsáveis pelo estado actual de desenvolvimento do Concelho e da Região. Por isso, me limitarei a abordar o problema do ferro, no mundo globalizado em que nos encontramos inseridos, cuja evolução é crítica, ao alterar o centro de gravidade dos poderes económico, financeiro e político a nível mundial e contribuir para a mudança dos parâmetros a ter em consideração quando se procura equacionar qualquer empreendimento que envolva capitais vultuosos. 2 - A ACTUALIDADE DA INDÚSTRIA SIDE- RÚRGICA É surpreendente, quase chocante, o desenvolvimento deste sector produtivo nos últimos cinco anos. Da observação da figura 1 verifica-se que o crescimento da produção de aço entre 2000 e 2005 deu-se ao ritmo de 6% ao ano, traduzido por um valor de 848 milhões de toneladas em 2000 e toneladas em Para este acelerado crescimento vem contribuindo fundamentalmente a China que elevou a sua produção de 280,5 milhões de toneladas em 2004 para 349,4 milhões de toneladas em 2005 (+69 milhões) valor este que terá subido para cerca de 380 milhões de toneladas em 2006 (+30 milhões). Tirando a Índia cuja produção cresceu de 32,6 milhões de toneladas em 2004 para 38,1 milhões de toneladas em 2005 (+ 5,5 milhões) a produção nos restantes países ou decresceu ou manteve-se mais ou menos estável. Esta concentração da produção no continente asiático determina a mudança do centro de gravidade da indústria pesada mundial. Ao analisar-se a distribuição 33

34 percentual da produção a nível mundial, verifica-se que a China em 2005 contribuiu para o valor global com 30,9%, a Outra Ásia (sem Japão nem Índia) (Coreia do Sul, Taiwan,...) 10,8%, a União Europeia com14,6%, a NAFTA com 13,4%, a CIS com10,0% e o Japão com 9,9%. Deste modo a Ásia representa mais de 50%, da produção mundial (Fig.2). Este aumento acelerado da produção de aço arrastou o consumo de minérios de ferro para 1.380,0 milhões de toneladas em 2004 onde a China se encontra com um consumo de 543,7 milhões de toneladas das quais importou 208,1 milhões. Estes valores, dado o aumento da produção, cresceram consideravelmente em 2005 e em Os consumos de sucata a nível mundial situavam-se em 2004 em 440,4 milhões de toneladas sendo a produção doméstica de 432,5 milhões de toneladas. A diferença entre estes dois valores indica um saldo de 7,7 milhões de toneladas entre importações e exportações. Também neste caso, os consumos aumentaram proporcionalmente ao aumento das produções de 2005 e De realçar que a percentagem do consumo de sucata por tonelada de aço que se situava, tradicionalmente, antes de 2000, em cerca de 30%, atinge actualmente o valor de 41% dado o crescimento do fabrico de aço em fornos eléctricos de arco. Haveria ainda a considerar nesta massificação da produção os aspectos ambientais e o consumo energético a que não irei referir-me. FIGURA 1 Produção mundial de aço bruto (10 6 toneladas métricas) 34

35 FIGURA 2 Produção mundial de aço: Distribuição geográfica em 2005 e países maiores produtores PRODUÇÃO Total em 2005:1.132x10 6 tons métricas (*) África 1,6%; América do Sul e Central 4,1%; Médio Oriente 1,4%; Austrália e Nova Zelândia 0,8%. Países maiores produtores de aço em 2004 e 2005 (Milhões de tons métricas) Rank 10 6 tons. Rank 10 6 tons. Rank 10 6 tons. Rank 10 6 tons. China 1 349, ,5 Austrália 22 7,8 22 7,4 Japão 2 112, ,7 Áustria 23 7,0 25 6,5 USA 3 94,9 3 99,7 Holanda 24 6,9 24 6,8 Rússia 4 66,1 4 65,6 Malásia 25 6,3 28 5,7 Coreia do Sul 5 47,8 5 47,5 Roménia 26 6,2 26 6,0 Alemanha 6 44,5 6 46,4 Rep. Checa 27 6,2 23 7,0 Ucrânia 7 38,6 7 38,7 Suécia 28 5,7 27 6,0 Índia 8 38,1 9 32,6 Egipto 29 5,6 32 4,8 Brasil 9 31,6 8 32,9 Argentina 30 5,4 30 5,1 Itália 10 29, ,5 Tailândia 31 5,3 34 4,5 Turquia 11 21, ,5 Venezuela 32 4,9 33 4,6 França 12 19, ,8 Finlândia 33 4,7 31 4,8 Taiwan 13 18, ,6 Eslováquia 34 4,5 35 4,5 Espanha 14 17, ,6 Cazaquistão 35 4,5 29 5,4 México 15 16, ,7 Arábia Saudita 36 4,2 36 3,9 Canadá 16 15, ,3 Indonésia 37 2,8 38 2,4 Inglaterra 17 13, ,8 Grécia 38 2,3 40 2,0 Bélgica 18 10, ,7 Luxemburgo 39 2,2 37 2,7 África do Sul 19 9,5 20 9,5 Bielorússia 40 2,0 42 1,8 Irão 20 9,4 21 8,7 Hungria 41 2,0 41 2,0 Polónia 21 8, ,6 Outros - 23,1-22,2 Total 1 131, ,0 35

36 No entanto não posso deixar de chamar a vossa atenção para os critérios de sustentabilidade da indústria siderúrgica aceites para 2004 e 2005 (Quadro I): QUADRO I Critérios de sustentabilidade da indústria siderúrgica aceites para 2004 e 2005 Ordem Indicador Unidades Investimento em novos processos e produtos % da receita 6,2 6,0 2 Margem da operação % da receita 15,7 8,9 3 Retorno do capital investido % do capital investido 22,3 9,1 4 Valor acrescentado % da receita 11,7 2,6 5 Intensidade energética GJ/ton. de aço bruto 19,1 19,0 6 Emissões gasosas (1) Tons de CO 2 /ton. de aço bruto 1,7 1,6 7 Eficiência material % 95,6 96,8 8 Reciclagem de aço 9 Sistemas de gestão ambiental % de sucata de aço usada na produção de aço bruto % de empregados e contratados trabalhando nas instalações 42,7 42,3 90,7 85,4 10 Treino de empregados Dias de treino /empregado 9,9 6, Tempo perdido por acidentes (taxa de frequência) Receita gerada pelas empresas participantes Frequência/ milhão de horas de trabalho 6,6 7,8 US$ (1) - Em 2005 a emissão de CO 2 para a atmosfera foi da ordem toneladas ou m 3. Se nestes indicadores incluíssemos também os custos do transporte dos minérios hematíticos, considerando que estes têm, em média, um teor (em peso) de ferro de 64% e por isso, cerca de 27,4% de oxigénio e 8,6% de estéreis ou seja 36% de produtos que são para eliminar no processo, os pesos a transportar poder-se-iam reduzir em cerca de 1/3. Para isso, teria de ser adoptada uma estratégia que apontasse para que os países produtores de minério de ferro, fossem os seus consumidores, produzindo aço sob a forma de longos e de planos. Os custos dos transportes seriam ainda mais significativamente reduzidos se se considerasse a movimentação de carvões necessários à produção de coque cujo consumo por tonelada de gusa é superior a 500kg. Daqui se conclui que há um número enorme de navios usados no transporte de produtos que irão ser eliminados no processo que consomem elevadas quantidades de energia que contribuem para aumentar o volume de gases com efeitos de estufa. Ainda por cima, estes produtos são os que provocam maiores problemas ambientais traduzidos pelo elevado volume de CO 2 que sai pelas chaminés e pela dificuldade de encontrar aterros onde armazenar as escórias e poeiras não recicláveis. 3 - JAZIGO DE MONCORVO Antes de nos circunscrevermos ao Jazigo de Moncorvo teremos de ter uma ideia das reservas conhecidas existentes no mundo. É possível que estes números, referidos a 1998 (Quadro II), apesar dos intensos consumos, tenham aumentado dado que os processos de concentração vêm evoluindo e por isso, na lista poderão ser incluídos novos jazigos que passaram de potenciais a economicamente exploráveis. Aliás, a estimativa das reservas mundiais é da ordem das tons. Para o crescimento das reservas, pode também contribuir o aumento dos preços dos minérios face ao 36

37 aumento muito considerável da procura ocorrida nos anos mais recentes como ficou demonstrado anteriormente. Os números são elucidativos do volume de reservas disponíveis e mostram que a nível da União Europeia só tem alguma expressão, neste contexto, a Suécia. O volume de reservas de Moncorvo, admitindo que poderá montar a toneladas, conforme Quadro III, representa nos Outros Países apenas 1,45% e no cômputo global 0,18%. O valor das reservas de minério admitidas para Moncorvo pelos cálculos efectuados pelo Serviço de Fomento Mineiro e pelo Dr. H. Gruss, acima referido, é explicitado detalhadamente para cada uma das concessões no Quadro III. QUADRO II Reservas de Jazigos conhecidas existentes no mundo em 1998 País Reservas % das reservas (10 6 tons.) mundiais China ,3 Ucrânia ,3 Rússia ,7 Austrália ,1 USA ,5 Brasil ,4 Kasaquistão ,2 Suécia ,5 Índia ,0 Canadá ,3 África do Sul ,8 Mauritânia ,5 Outros países ,4 Total , O minério de Moncorvo A composição do minério de Moncorvo para se estudar a sua possível valorização industrial, pode resumir-se à indicação das espécies minerais, identificáveis pela forma, composição química e granulometria de cada uma. Com efeito, haverá que encarar, em primeiro lugar, libertação das espécies minerais úteis das gangas por recurso à fragmentação, que é a operação técnica e economicamente mais importante do processo, por condicionar os resultados (rendimento ponderal e recuperação ferro) da operação de concentração. Por isso, vão ser apresentadas diversas composições por todas terem interesse na abordagem dos processos que foram utilizados nas tentativas de industrialização do jazigo de Moncorvo Composição mineralógica média das camadas ferríferas (Prof. Cotelo Neiva): Minerais de ferro (óxidos) 70% Quartzo 25% Mica 5% As proporções aproximadas dos três tipos de minérios identificados (Prof. Cotelo Neiva) são as seguintes: Minério martítico+especularítico 70% Minério especularítico 23% Minério martítico 7% com as seguintes composições mineralógicas média: QUADRO III Volume de reservas de Moncorvo Concessão Cubicagem (Milhões de Tons) Teor em Fe (%) Mua 73,42 42,7 (1) Carvalhosa 90,16 33,5 Pedrada Ocidental 112,56 36,2 Pedrada oriental 56,96 38,3 Pedrada Inter-Blocos 11,70 37,4 Reboredo 174,60 34,9 Reboredo Ocidental 32,91 33,9 (1) Reboredo Oriental?? (2) Total 552,31 36 (1) - Dr. H. Gruss (2) - Estima-se que seja superior a 100 milhões de tons. QUADRO IV Minério Minério Minério Martítico Especularítico Martítico +Especularítico (%) (%) (%) Especularite 68,5 - - Martite - 76,0 - Especularite+martite ,5 Quartzo 26,5 15,0 24,0 Sericite+clorite+etc. 5,0 9,0 4,5 Os constituintes minerais essenciais são a hematite e o quartzo tendo como minerais acessórios a magnetite, a limonite, a sericite, a apatite e a lazulite. O Prof. Décio Thadeu, considerou, a partir de análises químicas que, para um minério com 50% de Fe e 20% de quartzo, 37

38 ocorrem como constituintes secundários: Magnetite 0,9-1,0% Ilmenite 0,5-1,0% Mn 2 O 3 1,0-1,5% Al 2 O 3 3,5-4,0% P 2 O 5 0,8-1,0% CaO 0,2% Outros elementos metálicos (Cu, Pb, Ni, Co) aparecem sob ligeiros vestígios. Interessante é analisar a maneira como o fósforo ocorre pois, é fundamental para a valorização do minério, que a sua libertação e ulterior eliminação para os estéreis seja conseguida tão extensamente quanto possível. Segundo J. L. Almeida Rebelo verificar-se-á "...uma distribuição mais ou menos uniforme em todo o jazigo. Os teores em P mais comuns situam-se entre 0,3 e 0,7% aparentando ser o bloco da Carvalhosa aquele em que os teores em P são mais baixos- 0,4 a 0,5%". É apresentada no Quadro V a distribuição do fósforo nas camadas mineralizadas e no estéril que, sendo de interesse, não é muito diferenciada. QUADRO V Distribuição de fósforo Nas camadas mineralizadas No estéril 30% Fe 0,52% <30% Fe 0,47% 25% Fe 0,51% < 25% Fe 0,45% Como minerais responsáveis pelo teor em P do jazigo são considerados a lazulite (PO 4 ) 2 Mg,FeAl 2 (OH) 2, a vavelite (PO 4 ) 2 Al 3 (OH) 3,5H 2 O e a apatite P 2 O 5.3CaO. 4 - VALORIZAÇÃO DO MINÉRIO Desde muito cedo parece ter havido interesse pela libertação do ferro e sua utilização no fabrico de ferramentas, de que se encarregavam os ferreiros instalados localmente. O Prof. Santos Júnior, zoólogo, antropólogo e arqueólogo, referia a existência de assentos, na Câmara Municipal de Moncorvo, que aludiam ao facto de as mulheres, enquanto fiavam o linho utilizando as mãos, accionavam com os pés foles que permitiam aos ferreiros obter ferro que transformavam em peças. Não eram indicadas as datas desses assentos e também nunca me foi dado observar, para caracterização, escórias dessa actividade, que existem em quantidades muito significativas em numerosos locais devidamente identificados, cujo interesse científico e cultural, por ser relevante, deveria merecer uma particular atenção da comunidade científica e da tutela. No entanto, recentemente foi-me possível analisar escórias recolhidas em escavações arqueológicas que se desenvolvem no concelho de Macedo de Cavaleiros, nas quais identifiquei ferro metálico globulizado envolvido por silicatos de ferro (fayalite). Destes trabalhos e destas observações é possível concluir-se que em forjas ou em fornos escavados no terreno ou edificados em locais devidamente escolhidos foram feitas tentativas para obter ferro. O Jazigo de Ferro de Moncorvo, foi objecto de algumas tentativas de exploração industrial a partir dos anos 50 do século passado em que se utilizou a escolha manual para promover o enriquecimento do minério arrancado. A produtividade do processo era, naturalmente, muito baixa, o enriquecimento muito pouco significativo (50% de Fe) e os custos de transporte, para os centros de utilização estrangeiros, muito vultuosos. Por isso, esta actividade não pode ser considerada como tendo sido importante para a Região, dado que se filiava num muito baixo custo da mão-de-obra e, como era de antever, antieconómica. Um dos problemas maiores residia nos transportes que se encontravam disponíveis. Assistiu-se, nos anos 60, à definição do transporte fluvial através do rio Douro, pretendendo desenvolver a sua navegabilidade desde o Pocinho até ao mar. Para isso, foram dimensionadas eclusas, nas barragens em construção, para permitirem, entre outros, o transporte do minério de Moncorvo, em barcaças, com uma capacidade de até toneladas, capazes de chegarem ao Porto de Leixões ou ao Seixal, onde a Siderurgia Nacional já produzia aço de maneira integrada. Nesta época, a indústria siderúrgica mundial estava em plena expansão, devido à investigação e desenvolvimento que se verificavam nos países já industrializados e que tinham como objectivo aumentar a produtividade das unidades em laboração, alimentando-as com minérios com teores em ferro acima de 60%, redução do consumo específico de coque e diminuição do peso da mão de obra. Ao longo deste trabalho referirei, de passagem, as alterações estruturais verificadas nas instalações já em laboração e em particular à concepção das novas siderurgias e à sua localização "à borda do mar". 38

39 4.1 - Processo Krupp-Renn Os estudos de valorização dos minérios de ferro nacionais, onde se inclui de maneira relevante Moncorvo, nunca constituíram um desígnio nacional e por isso, foram sendo objecto de iniciativas avulsas que terminavam no final dos ensaios que iam sendo propostos e acompanhados por entidades nacionais que assumiam a responsabilidade da sua contratação, recorrendo quase sempre a empresas estrangeiras. Os ensaios para estudo da possibilidade de valorização económica dos minérios de Moncorvo e da antracite dos jazigos da bacia carbonífera do Douro (Pejão e S. Pedro da Cova) tiveram lugar na Alemanha (Fried.Krupp Industriebau) em 1958 e foram conduzidos sob a supervisão da Direcção-Geral de Minas e Serviços Geológicos que assinou o contrato visando a produção de "lupa" num forno Krupp-Renn (fig.3). FIGURA 3 Esquema do processo Krupp-Renn (CODIR) Nesta data já se encontrava em construção a Siderurgia Nacional no Seixal, uma siderurgia integrada, que utilizando minérios de diversas proveniências (quase todos importados) e coque (também importado), produziria aço sob a forma de lingotes que em seguida seriam transformados, por laminagem a quente, em longos (varão para betão, carril e perfis). No Relatório publicado sobre este ensaio não se faz qualquer referência a esta nova realidade nacional, nem a estudos e a instalações já em laboração, principalmente nos EUA e no Canadá, para a concentração por flutuação e por concentração hidrogravítica (espirais d'humphrey) de minérios hematíticos de fino calibre de libertação, assimiláveis aos de Moncorvo. Os resultados dos ensaios na instalação piloto Hutenwerk Rheinhausen foram coroados de êxito técnico pois, foi possível produzir lupa, produto aceroso, que constitui um pré-reduzido, que depois terá de ser fundido, tal qual uma sucata, para ser transformado em aço. Normalmente, o processo de fusão de pré-reduzidos é o forno eléctrico de arco. Foram feitos alguns ensaios de fusão destas lupas num forno eléctrico de arco trifásico Brown Boveri que provaram ser tecnicamente possível a sua utilização na carga desses fornos. Mas, destes ensaios, não foram tiradas ilações nem técnicas nem económico-financeiras pelo que o processo terá morrido aí. Um engenheiro de processo teria liminarmente recusado utilizar estas lupas em forno eléctrico de arco dados os seus elevados teores em P e em S pois, seria bastante difícil senão impossível produzir um aço de qualidade a partir de uma matéria-prima com esta composição. 39

40 Não vou analisar em pormenor o processo nem os resultados obtidos. No entanto, é para ilustrar esta tentativa de valorização do minério de Moncorvo e poder compará-la com os processos de concentração e peletização, que abordarei em seguida o que se encontra relatado. Importa referir o seguinte: a - Matérias-primas utilizadas a.1 - Minério Foram transportadas para a Alemanha 53 toneladas de minério tal-qual, da concessão Fraga da Carvalhosa, que amostrado e analisado no Serviço de Fomento Mineiro (S.F.M.) e na Fried. Krupp (F.K.) deu os seguintes resultados: a Granulometria do minério fragmentado, pronto a carregar: > 3 mm 2,94% 3/2 mm 17,54% 2/1 mm 29,26% 1/0,5 mm 16,06% 0,5/0,1 mm 19,64% < 0,1 mm 14,56% a Composição química: QUADRO VI S. F. M. F. K. % % Fe total 38,34 38,6 Fe ,3 SiO 2 33,06 34,87 Al 2 O 3 +TiO 2 4,92 5,51 MgO vest. 0,25 CaO vest. 0,36 S 0,28 0,02 P 0,50 0,51 MnO 0,05 0,05 Na 2 O 0,70 0,21 K 2 O 1,44 0,9 CO 2-0,1 CuO 0 vest. ZnO vest. vest. PbO vest. 0,05 Ni vest. - a.2 - Combustíveis/redutores Para avaliação do comportamento da antracite na redução foi realizado um ensaio com finos de coque. As análises destas matérias-primas deram os seguintes resultados (amostras secas): QUADRO VII Finos de coque (%) Antracite (%) Carbono fixo 76,3 67,1 Matérias voláteis 5,2 4,1 Enxofre total 0,9 1,25 Cinzas (1) 18,5 28,8 Humidade 10,1 7,8 Poder calorífico inferior kcal kcal (1) Cinzas Fe 2 O 3 47,2 12,01 SiO 2 22,3 55,24 Al 2 O 3 10,8 24,7 CaO 6,1 0,8 MgO 1,8 1,64 SO 2 3,5 0,34 A composição granulométrica da antracite do Pejão, utilizada depois de fragmentada por razões técnicas, era a seguinte: >5 mm 0,60% 5/3 mm 9,96% 3/2 mm 15,12% 2/1 mm 21,24% 1/0,5 mm 18,63% 0,5/0,1mm 23,84% <0,1 mm 10,56% Para comparação apresenta-se a composição granulométrica dos finos de coque: >3 mm 7,3% 3/2 mm 19,54% 2/1 mm 24,72% 1/0,5mm 17,52% 0,5/0,1 mm 22,51% <0,1 mm 8,42% Para aquecimento do forno Krupp-Renn utilizou-se, como combustível, uma hulha gorda alemã. a.3 - Castinas Como fundentes, para compor o leito de fusão, dado que o minério é muito silicioso, foram usadas matérias-primas alemãs cujas composições química e 40

41 granulométrica eram as seguintes: QUADRO VIII Composição química Cal viva (%) Castina (%) CaO 82,2 53,3 Al 2 O 3 0,4 0,18 MgO 1,77 0,80 SiO 2 4,73 0,44 Fe 2 O 3 1,28 0,2 S 0,23 0,01 CO 2 1,8 43,6 H 2 O comb 6,4 1,7 Humidade - 8,8 Composição granulométrica (%) > 3 mm 13,8 30,18 3/2 mm 22,16 25,38 2/1 mm 33,3 29,64 1/0,5 mm 6,16 11,16 0,5/0,1 5,12 1,7 <0,1 mm 19,46 1,94 b - Resultados Apresenta-se em seguida apenas o resultado do "ensaio principal", que se seguiu a vários outros ensaios preliminares: b.1- Composição da carga Iniciou-se a operação carregando: 100kg/hora de minério 20 kg/hora de cal viva Finos de antracite (60% do leito de fusão) que depois foi alterada para: 100kg/hora de minério 22kg/hora de cal viva Finos de antracite (60% do leito de fusão) e mais tarde para: 140 kg/hora de minério 28 kg/hora de castina Finos de antracite (50% do leito de fusão) b.2- Produtos O ensaio decorreu ao longo de 17 dias com as diversas composições da carga acima referidas e com ajustamentos da quantidade de antracite. Escolhemos, como exemplo representativo dos resultados conseguidos, um dia de marcha, em que se manteve constante a carga e se recolheram os diversos produtos cuja quantidade e análise fazem parte da tabela seguinte: b Carga: Minério 120kg/h Castina 24kg/h (20% do minério) Antracite 78kg/h (54% do leito de fusão) b.2.2 -Descarga: QUADRO IX Concentrado Escória Final Lupa A 1 Lupa A 2 magnético (1) Poeiras Quantidade(kg) (2) Peso (%) 21,8 9,1 4,3 55,5 9,3 Fe t (%) 97,6 92,4 62,0 6,4 9,0 Fe m (%) 97,4 90,9-0,4 - P(%) 0,96 1,06 - S 0,90 0,92 - C n.d. n.d. - SiO 2 n.d. Al 2 O 3 n.d. CaO n.d. MgO n.d. (1) - A composição da escória deverá sempre obedecer às seguintes relações %CaO+%MgO = 0,42 e %Al 2 O 3 = 0,20 (2) - A quantidade total de produtos descarregados foi de kg. %SiO 2 %SiO 2 41

42 c - Análise dos dados e dos resultados c.1 - As análises químicas do minério, da antracite e da castina apontam para teores de ferro do leito de fusão muito baixos e para teores muito elevados de fósforo e enxofre; c.2 - A composição da escória e o seu carácter ácido determinam que, à temperatura de trabalho, ela será muito pastosa e incapaz, por razões de ordem termodinâmica, de promover a eliminação de quantidades significativas de fósforo e de enxofre; a baixa basicidade da escória é determinada pelo processo e destina-se a evitar acidentes de marcha resultantes da criação de crostas sobre as paredes interiores (refractárias) do forno; c.3 - Os resultados técnicos, se relativos à redução do ferro, são aceitáveis e permitem concluir por uma elevada recuperação do ferro contido no minério; c.4 - A quantidade de escória é muito elevada: superior, na maior parte dos casos, a 50% do peso total; c.5 - Os teores em P e em S das lupas são extremamente elevados como era de esperar dada a composição do minério, da castina e das cinzas do combustível e devido aos baixos teores em elementos básicos da escória; o fabrico de aço, em fornos de arco, a partir desta matéria-prima seria, tecnicamente, bastante difícil senão mesmo impossível; a sua utilização em convertidores Thomas, em substituição de sucatas de arrefecimento, permitiria o consumo, embora contribuísse para aumentar os custos do produto final; c.6 - As reservas de carvões nas Minas do Pejão e de S. Pedro da Cova, sendo em 1958 já relativamente pequenas, certamente não suportariam uma exploração intensiva necessária à produção de uma tonelagem aceitável de lupas pelo processo Krupp Renn; c.7 - Por todas estas razões a viabilidade económica deverá ter sido considerada negativa e a continuidade do empreendimento não se colocou, até porque havendo uma siderurgia integrada, já em construção, os caminhos a percorrer, para a valorização do minério de Moncorvo, deveriam ser completamente diferentes Processos de concentração do minério Na década de 60 os processos de concentração, adaptados a minérios hematíticos, que estavam a ser considerados como tecnicamente viáveis, eram os seguintes: - grelhagem magnetizante, concentração gravítica em meios densos e flutuação. Vou apenas referir-me ao processo de flutuação por ser o que se poderia adaptar ao minério de Moncorvo Flutuação Nada se sabe sobre os resultados obtidos na instalação de concentração por flutuação que esteve a funcionar na Minacorvo. Do nosso conhecimento não existem relatórios publicados. A história da instalação é interessante e inicia-se em 1963/1964 quando do meu estágio, visando o doutoramento, efectuado no IRSID, em Maizières-les-Metz, no Nordeste de França. A Siderurgia Francesa estava praticamente toda sediada, nessa época, na proximidade dos jazigos de ferro limoníticos da região Briey-Nancy. São jazigos sedimentares com uma estrutura muito particular: oólitos ligados entre si por argilas ferruginosas. Estas podem ser siliciosas, calcáreas ou autofundentes (relação CaO/SiO 2 1,2). Os teores em ferro são normalmente inferiores a 40%. Por exemplo, Bazailles recebia um minério silicioso com 34,5% de ferro e 25% de SiO 2. Do Fe total, 6/7% encontrava-se sob a forma de Fe ++ e 27/28% sob a forma de Fe +++ A fragmentação dos minérios produzia uma grande quantidade de finos. Após classificação, as diversas classes granulométricas, eram submetidas a uma separação magnética em alta intensidade de campo e meio seco. Os concentrados de Bazailles atingiam um teor em Fe de 40,5% e continham 25% de SiO 2 ; o rendimento ponderal era de 70/75% e a recuperação do ferro de 85%. A evolução dos processos, equipamentos e produtividades, que então se verificava noutros países, nomeadamente nos EUA, determinava uma modificação radical da siderurgia francesa, com a sua deslocalização e reinstalação à borda do mar, como efectivamente veio mais tarde a acontecer: Dunquerque (USINOR) e Marselha (SOLMER). Esta modificação que se apresentava como inevitável e urgente provocou convulsões sociais naquela Região, que era, na altura, a mais rica de França, com os Sindicatos Metalúrgicos a convocarem greves, reivindicando a manutenção da estrutura industrial existente, que era altamente deficitária. Para tentar ultrapassar esta crise o IRSID foi chamado a realizar estudos para verificar da existência 42

43 de novos processos de enriquecimento que fossem técnica e economicamente recomendáveis. Nessa altura estavam já em laboração as Minas de Groveland e de Republic, no estado de Michigan (USA), utilizando como processo de enriquecimento a flutuação aniónica directa e produzindo concentrados com teores em ferro da ordem dos 64 a 65%. Por isso, iniciaram-se os ensaios de flutuação sobre os minérios oolíticos tendo-se verificado que o consumo de reagentes era extremamente elevado. Isso era devido à muito elevada superfície específica dos finos a submeter a flutuação pois, os grãos tinham uma superfície muito irregular e eram muito fissurados. Foi então tentado, por recurso à Microssonda de Castaing, cujo protótipo se encontrava disponível nos Laboratórios do IRSID, situados em St. Germain-en-Laye, produzir um colector, com uma molécula de dimensões suficientes para não penetrar nas rugosidades e fissuras dos grãos. Verificou-se ser um problema complexo. Por isso, posto o assunto à consideração da CECA (Comunidade Europeia do Carbono e do Aço) esta entendeu que, para começar a estudar uma possível solução, se deveria escolher um minério europeu simples. Daí a opção por Moncorvo onde existiam concessões (Cabeço da Mua) detidas por uma empresa alemã. Porque não disponho do diagrama de tratamento nem dos resultados conseguidos na instalação piloto de flutuação da Minacorvo apenas vou referir-me, sumariamente, ao que se conhece da instalação de Republic Mine (USA) dados de 1963 (Fig.4). Assim, a lavaria produzia anualmente 2, toneladas de concentrado com um teor superior a 63% de ferro a partir de um minério, inteiramente hematítico, com 35% de ferro. O rendimento ponderal era de 50% e a recuperação do ferro era superior a 90%. O concentrado tinha uma granulometria 50% inferior a 44µm, pelo que teria de ser remoído para que fosse possível a aglomeração por peletização. No entanto, uma parte do concentrado remoído era submetido a uma relavagem, por flutuação a quente, que permitia elevar o teor em ferro para 66/ 67%, obter um rendimento ponderal de 88% e uma recuperação do ferro de 95%. A granulometria final do concentrado a aglomerar em Republic Mine era de 83% inferior a 44µm. Na flutuação empregava-se um ácido gordo (ácido oleico?) como colector e M.I.B.C. (metil-iso-butil-carbinol) como espumante. Trata-se de um minério semelhante ao de Moncorvo com duas diferenças essenciais: Moncorvo tem uma pequena quantidade de magnetite que é mais difícil de flutuar que a hematite e necessita por isso, de ser recuperada por separação magnética em baixa intensidade de campo e meio húmido (SMBI húmido) e a libertação dá-se a granulometrias inferiores, 88µm em vez de 200µm. Daqui resultaria que a percentagem de finos a serem produzidos na moagem seria maior em Moncorvo e por isso, as perdas resultantes da eliminação das granulometrias inferiores a 10µm, para que o rendimento da flutuação fosse aceitável, fossem maiores. O rendimento ponderal e a recuperação do ferro seriam por isso, inferiores. Os processos de flutuação implicam um controle extremamente apertado de múltiplos factores de marcha. Um desvio, ainda que insignificante, pode afectar consideravelmente os resultados e a sua detecção, sempre difícil e demorada, concorre para uma perda da produção de concentrados e problemas a jusante. Para além disso é um processo muito dispendioso devido ao emprego de um conjunto de reagentes normalmente de preço elevado. Este processo foi analisado quando a Siderurgia Nacional pensou em promover Moncorvo como possível fornecedor de minério para o Plano Siderúrgico, que estava em vias de concretização (início dos anos 70) mas, não adoptado, considerando que os problemas técnicos seriam consideráveis, os custos seriam elevados e haveria ainda que resolver problemas que se apresentam quando da peletização de concentrados hidrófobos. Por isso, foi decidido procurar um processo alternativo que só poderia ser a Separação Magnética em Alta Intensidade de Campo e Meio Húmido (SMHI húmida) hoje também apresentada como Separação Magnética em Campo de Alto Gradiente (HGSM). Esta decisão vinha ao arrepio de soluções preconizadas por consultas feitas e pela análise do que tinha sido adoptado noutros jazigos, nomeadamente nos americanos (Groveland Mine e Republic Mine), flutuação e canadianos (Carol Lake) hidrogravítica (espirais d'humphrey). 43

44 FIGURA 4 Diagrama de concentração de Republic Mine Separação magnética (Figura 5) No final dos anos 60 do Século XX, surgiram as primeiros estudos laboratoriais e piloto que conduziram ao desenvolvimento de equipamentos magnéticos de elevada intensidade de campo e meio húmido, para a concentração de minérios de ferro fracamente magnéticos (hematite e goethite) e paramagnéticos não só ferrosos (óxidos de ferro e ferrosilicatos para as indústrias do vidro e cerâmicas) mas também não ferrosos (ilmenite, wolframite, cromite, etc.). Atento a estes avanços tecnológicos, visto que até aí apenas eram conhecidos equipamentos de separação magnética de alta intensidade de campo em meio seco (caso dos minérios oolíticos franceses a que nos referimos anteriormente), o Professor Alberto de Morais Cerveira, solicitado pela Administração da Siderurgia Nacional, procurou documentar-se sobre o assunto e propôs um ensaio do minério de Moncorvo, que veio a realizar-se, no Canadá. Dados os bons resultados obtidos, foi proposta a aquisição 44

45 do primeiro aparelho disponível, a uma empresa canadiana (CARPCO), para a realização de ensaios piloto directamente em Moncorvo. Foi possível nessa altura (1971) alugar a instalação da Minacorvo, que tinha sido utilizada nos ensaios de concentração por flutuação dos minérios do Cabeço da Mua, para resolver os problemas de fragmentação e de classificação granulométrica dos minérios das concessões da Siderurgia Nacional, futura Ferrominas, E.P.. A instalação piloto foi posta a funcionar e os ensaios programados foram conduzidos sob a orientação do Engº António Fernandes Amaro. FIGURA 5 Separador de alto campo (SMHIhúmida/HGMS) Entretanto, foi também por mim determinado que o minério a concentrar deveria ser moído a uma granulometria inferior a 88µm, procurando baixar a fracção de ultrafinos (<10µm) que concorria para a diminuição da recuperação e trazia problemas à separação magnética. Assim, os problemas maiores diziam respeito à fragmentação a realizar em meio húmido em fragmentadores autogéneos e moinhos de barras/bolas e à classificação em microcrivos, classificadores mecânicos (Akins) ou ciclones. Como já foi referido, o minério é constituído por espécies minerais de diversa permeabilidade magnética que são por ordem decrescente: magnetite, martite e especularite. Deste modo, a concentração teria de ser realizada em campos magnéticos de intensidades crescentes: baixo (2 kgauss), médio (5 kgauss) e alto (14 kgauss) utilizando o primeiro na fase de desengrossamento e mais tarde de apuramento e os outros nos estágios de reclamação. Para que o processo pudesse funcionar sem percalços importava que o minério proveniente da exploração do jazigo fosse homogeneizado qualitativa e quantitativamente considerando a sua retoma programada a partir de um parque de armazenamento. Como se referiu, o comportamento do minério na concentração, depende dos calibres obtidos durante a fragmentação e, em particular, da percentagem de ultrafinos (<25µm). Para complicar o processo, é na fracção de ultrafinos que ocorrem, em maior percentagem, as espécies de menor permeabilidade magnética (martite, especularite, limonite e silicatos de ferro), por estarem isentos de magnetite. As perdas totais em ferro variam entre 34,1 e 42,1% sendo que os ultrafinos contribuem com perdas entre 25,4 e 34,1%. Pensa-se que estas elevadas perdas podem ser reduzidas se for possível trabalhar com campos magnéticos mais elevados. Com efeito, a intensidade de campo magnético permitida pelo separador CARPCO, instalado em Moncorvo, não ultrapassava os 8 kgauss, quando era desejável utilizar na operação 14 kgauss. O aperfeiçoamento destes equipamentos permite chegar hoje a intensidades de campo de 20 kgauss o que torna 45

46 possível, se o problema for retomado, melhorar a recuperação ferro. O teor médio dos concentrados finais obtidos na instalação piloto, com uma alimentação de 30 a 35% de Fe foi de 61,6 a 62,8% de Fe. Os Quadros n.º X e nº. XI dão uma informação mais completa dos resultados obtidos nos quatro ensaios em que se utilizaram 20 toneladas de minério por ensaio. O Quadro nº. XII resume os resultados previsíveis, na sequência de um projecto industrial com uma proposta de equipamentos melhor ajustados, segundo os proponentes, ao tratamento do minério de Moncorvo. QUADRO X Alimentação Concentrados Estéreis Peso (%) 100 Mina 31,8 Britagem 31,9 Fe (%) Moagem 32,7 30,2 100,0 25,9 74,1 21,6 78,4 Peso (%) Separação 25,1 74,9 em médio 23,1 76,9 campo 31,8 64,0 21,8 magnético 31,9 63,5 22,3 Fe(%) 32,7 64,4 22,1 30,2 63,0 21,0 74,1 10,6 63,5 78,4 7,8 70,6 Peso (%) Separação 74,9 8,9 66,0 em alto 76,9 7,0 69,9 campo 21,8 59,4 18,4 magnético 22,3 60,3 19,2 Fe (%) 22,1 58,8 16,8 21,0 58,1 16,8 QUADRO XI Alimentação Concentrados Estéreis Mina, Peso (%) 100 Britagem Fe (%) 32 e Moagem Recup. (%) 100 Separação Peso (%) 23,0 77,0 em médio Fe (%) 63,5 22,0 campo Recup. (%) 45,6 54,4 Separação Peso (%) 77,0 8,0 69,0 em alto Fe (%) 22,0 59,0 18,0 campo Recup. (%) 54,4 14,3 40,1 Valores Peso (%) 100,0 31,0 69,0 globais Fe (%) 32,0 62,1 18,0 da separação Recup. (%) 100,0 59,9 40,1 46

47 QUADRO XII Alimentação Concentrados Recup. calculada (%) Recup. estimada (%) Fe Peso Fe Peso (%) (10 6 tons.) (%) (10 6 tons.) Alimentação estimada (l0 6 Tons.) 30 3, , , , , x64 = 71, ,1=64,0 1x64 = 3,33 3,0x30 30x0,64 1x64 = 79,5 79,5-7,9=71,6 1x64 = 2,55 2,3x35 35x0,716 1x64 = 84,2 84,2-8,4=75,8 1x64 = 2,11 1,9x40 40x0,758 1x64 = 88,8 88,8-8,8=80,0 1x64 = 1,77 1,6x45 45x0,800 1x64 = 91,4 91,4-9,1=82,3 1x64 = 1,56 1,4x50 50x0,820 Os diagramas de tratamento concebidos para uma instalação industrial com uma capacidade de 1 milhão de toneladas anuais de concentrado com um teor em ferro de 64% a partir de um minério tal-qual com 32,5% de Fe compreendia uma secção de fragmentação capaz de triturar 600 tons/hora em dois turnos a instalar junto à mina. Cada turno seria de 8 horas e o trabalho distribuía-se ao longo do ano por 300 dias. Admitia-se que o rendimento ponderal seria de 2,9:1. A secção de concentração teria a capacidade de 400 tons/hora laborando continuamente durante 6 dias por semana. A figura 7 representa o diagrama simplificado de capacidades anteriormente referido e a figura 6 representa o esquema geral qualitativo de tratamento que procura explicitar as operações de fragmentação, classificação e concentração que deverão realizar-se para obter um concentrado com as características químicas e granulométricas necessárias à subsequente operação de aglomeração. Não foi ainda abordado o problema do fósforo nos concentrados a obter por SMHI húmida que é também crucial para a caracterização dos minérios a serem utilizados na indústria siderúrgica. Com efeito, as gusas a produzir no alto-forno para serem tratadas numa acearia a oxigénio LD (BOP), Q-BOP ou LBE deverão necessariamente ter um teor em P inferior a 0,30% e de preferência da ordem dos 0,20%. Portanto, o teor em P dos leitos de fusão, a carregar no alto forno, deverá situar-se entre 0,12 e 0,17%. No caso de Moncorvo o assunto mereceu uma atenção particular tendo sido sugeridos diversos processos (floculação selectiva e flutuação) para tentar baixar o teor em P dos concentrados. Porém, estas operações teriam de ser antecedidas por uma moagem fina o que, na opinião dos técnicos, tornaria aquelas operações muito difíceis de controlar e depois, os concentrados, de consistência argilosa, difíceis de filtrar antes da aglomeração. Como o Plano Siderúrgico Nacional apontava para a produção, só no Seixal, de 1, tons de aço por ano era necessário dispor de cerca de 1, ton. de minério de ferro, para a produção de cerca de ton. de gusa de afinação A diferença entre 1,0 e 1,6 milhões de toneladas de minério teria de ser importada pelo que, se se recorresse a um minério de ferro de baixo teor em P os leitos de fusão poderiam corresponder ao desejado quanto ao teor em P. Por isso, embora pudessem fazer-se tentativas para baixar o teor em P dos concentrados, ensaiando uma relavagem dos concentrados após moagem muito fina ( 90% <44µm), necessária à aglomeração por peletização, o problema deixou de ser premente e os ensaios foram concluídos. 47

48 FIGURA 6 Diagrama de capacidades 48

49 FIGURA 7 Diagrama de tratamento (Proposta Humbolt) 5 - AGLOMERAÇÃO POR PELETIZAÇÃO A finura dos concentrados (<88µm) não permite nem a sua carga directa no alto-forno nem a aglomeração por sinterização. Por isso, restava a aglomeração por peletização. Puseram-se na altura diversas hipóteses quanto à localização da instalação de peletização: Moncorvo, Pocinho e Seixal. Foi nossa opinião, expressa na altura, que a única localização possível técnica e economicamente seria Moncorvo. Com efeito, os concentrados obtidos após concentração magnética eram hidrófilos e a moagem final para aumentar a sua superfície específica para valores superiores a cm 2 /g (índice de Blaine) iria aumentar o teor da humidade retida após filtragem. Admitia-se ser impossível baixar esse teor para valores inferiores a 12%. Por isso, após moagem e filtragem a humidade era de 120 kg /ton. de concentrado seco. Se a solução escolhida fosse o Pocinho e o transporte se fizesse em pipe-line, as instalações de moagem fina e de filtragem teriam de ser para ali deslocadas o que, tecnicamente, não parecia ser viável por razões de controle do processo e por implicar um transporte de uma polpa diluída com elevados consumos de água e de energia suplementares. O transporte para o Seixal, só por se admitir ali a existência de gás disponível para a cozedura das peletes, era uma aberração. Com efeito, ao transporte de 1 milhão de toneladas de concentrados secos acrescia o transporte 49

50 de toneladas de água, isto é, a mobilização de muitos comboios (barcaças) só para o transporte de água! Acrescia ainda a necessidade de construir no Seixal uma instalação suplementar de descarga do minério e as de moagem fina e de filtragem. A descarga era certamente crítica porque no transporte do concentrado húmido duas questões de punham: a) - utilização de vagões (barcaças) abertos: nos períodos quentes o concentrado era sujeito a secagem das camadas superficiais e perdas de finos para a atmosfera e em períodos chuvosos os concentrados eram humidificados para valores superiores aos da saída de Moncorvo; b) -utilização de vagões (barcaças) fechados ou cobertos o que aumentava os custos de investimento e de transporte. Porém, em qualquer dos casos as vibrações que necessariamente se fariam sentir durante o transporte dariam lugar a uma elevada compactação do concentrado o que impediria a sua descarga sem recorrer à injecção de água sob pressão e consequente filtragem ulterior. A instalação em Moncorvo eliminava a maior parte destes inconvenientes embora obrigasse ao transporte para Moncorvo de bentonite, para o fabrico das peletes, e de fuel-óleo/gás natural, para a cozedura. A bentonite é utilizada em teores inferiores a 1% e o fuel óleo/gás natural terá de ser o suficiente para elevar a temperatura de cozedura a cerca de 1300ºC e situa-se entre 160 e 250 termias/ton. de peletes. O transporte destes produtos, para além da carga e descarga, não seria de contabilizar uma vez que os transportadores regressariam a Moncorvo vazios. O processo de peletização a adoptar, que nós saibamos, nunca foi testado, até porque nunca foi produzida uma quantidade de concentrados que permitisse o seu envio para as diferentes instalações piloto dos fabricantes a consultar. No entanto, pelo que é conhecido de outras instalações industriais seriam de considerar os sistemas Dwight-Lloyd mistos (Reserve Mining, novo) (Fig. 8) ou o sistema Grate-Kiln (Allis Chalmers-Lepol) (Fig. 9). O equipamento adoptado em Republic Mine, que trata concentrados de hematite obtidos por flutuação, é o Grate-Kiln (Allis Chalmers-Lepol) e os elementos conhecidos de fabrico que permitem uma avaliação técnica e económica são os seguintes (números de 1963): a - Produção anual 2, tons de peletes; b - Dimensões: da grelha 3,68x36,9 metros; do forno (kiln) 4,5x34,2 metros; c - Tonelagem tratada: 95 tons/hora (2300 tons/dia); d - Temperatura máxima de cozedura: 1330 ºC; e - Consumo/ton.: bentonite 5 a 6 kg; fuel 250 th; energia eléctrica 15 a 21 kwh (engloba a remoagem e a flutuação a quente); f - Mão de obra: produção+conservação 0,046 h/ton. (45 homens na produção e 27 homens na conservação). 50

51 FIGURA 8 Sistema Dwight-Lloyd de peletização misto (Reserve Mining) FIGURA 9 Sistema de peletização Grate-Kiln (Allis Chalmers-Lepol) 51

52 6 - CONCLUSÕES Parece-me importante afirmar que a exploração do minério de Moncorvo só será possível se estiver directamente ligada à garantia do consumo das peletes, que venham a ser ali fabricadas, por uma siderurgia integrada. Deve ter-se em conta o teor em P dos concentrados a obter que, sendo elevado, condiciona o preço de venda no mercado livre De acordo com a análise feita não haverá problemas técnicos de fundo a resolver pois, os ensaios realizados em SMHIhúmido são conclusivos e respondem ao que era expectável. A produção anual, sendo da ordem de 1 milhão de toneladas, é muito pequena para o mercado internacional. Porém, se se verificar a possibilidade de vir a realizar o investimento, haverá que exigir da empresa fornecedora dos equipamentos uma garantia qualitativa e quantitativa dos resultados a obter e um estudo de pormenor visando a simplificação do diagrama a implantar tendo em consideração os avanços tecnológicos que entretanto se tenham verificado Do ponto de vista económico o investimento a realizar deverá ter em atenção múltiplos factores que se colocam numa economia globalizada nomeadamente, a qualidade do produto, a quantidade a disponibilizar no período de vida do empreendimento, os preços internacionais e a sua previsível evolução no curto e médio prazos, os custos de exploração, os custos de transporte, onde as infra-estruturas terão de ser criadas e correspondem a investimentos muito vultuosos que só o Estado poderá realizar, etc O desaparecimento da siderurgia integrada em Portugal, quando se deixou cair o Plano Siderúrgico Nacional, reduziu consideravelmente a possibilidade de pôr em marcha o Projecto de Moncorvo apesar de as concessões terem sido abandonadas e estarem, actualmente, na totalidade, sob a tutela do governo português. Por isso, o futuro do empreendimento, no mundo globalizado em que vivemos, quando se admite que o volume de reservas mundiais de minério de ferro é da ordem dos 800 mil milhões de toneladas, os processos de exploração serão, em muitos casos, a céu aberto, os enriquecimentos são tecnicamente mais fáceis devido aos novos e sempre mais fiáveis equipamentos disponibilizados pelo mercado e ainda os baixos custos de transporte devido à utilização de navios mineraleiros de muito grande tonelagem (até tons.), não é risonho Podemos enfim afirmar, para concluir, que o empreendimento não será viável mesmo a longo prazo. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA Catálogos de Fabricantes de Equipamentos: Eriez e Metso Equipments. Cerveira, A. Morais, Costa, H. Maia, Amaro, A. Fernandes e Gonçalves, J. Pinto, "Projecto de Moncorvo no que Concerne à Concentração do Minério, In: Resumo Síntese dos Conhecimentos no Final de 1973, Congresso da Ordem dos Engenheiros, 78 - Porto. Estudos, Notas e Trabalhos - S.F.M. - vol. XIV - Fascs: 1 e 2. Maumene, J., Préparation du minerai de fer de la Région du Lac Supérieur (USA), (1963). Relatórios Internos de Ferrominas - EP. Stephenson, Robert L., Direct Reduced Iron. Editor World Steel in Figures - Internet

53 Ferramentas Informáticas no Apoio à Actividade Mineira Humberto Guerreiro * Eng. de Minas João Meira * Geólogo Nuno Ferreira * Eng. do Ambiente Sofia Sobreiro * Geóloga * Visa Consultores, S. A., Oeiras. 1 - INTRODUÇÃO A actividade mineira é caracterizada por um conjunto de fases que evoluem no tempo, desde a identificação do jazigo mineral até à desactivação e ao abandono controlado da área afectada, passando pela caracterização e avaliação do potencial mineiro, pelo licenciamento da unidade extractiva e pela exploração do recurso mineral. Durante a vida de um empreendimento mineiro são desenvolvidos estudos indispensáveis à boa gestão dos meios financeiros, humanos e tecnológicos envolvidos. Para apoiar os estudos necessários à caracterização do jazigo mineral, ao planeamento mineiro e à gestão ambiental da actividade, encontram-se disponíveis diversas ferramentas informáticas que permitem um tratamento de dados integrado, célere e com a geração de modelos que apoiam a tomada de decisão. O acelerado avanço tecnológico tem gerado ferramentas informáticas específicas para a actividade mineira e outras que, integradas com estas, contribuem para a solução de problemas e constituem um factor de desenvolvimento no sector, a par com a evolução contínua dos equipamentos e das técnicas mineiras. 2 - FASES DA ACTIVIDADE MINEIRA A actividade mineira é composta por um conjunto de etapas principais que se apresentam no Quadro 1. Estas são estudadas nos capítulos seguintes, ao nível da aplicabilidade das ferramentas informáticas. 53

54 QUADRO 1 Etapas principais da actividade mineira Etapas Ilustração Descrição Prospecção e pesquisa A prospecção e pesquisa têm como objectivo a identificação de áreas com potencial mineiro e a sua posterior caracterização, em termos da quantificação das reservas, dos estéreis e da morfologia do jazigo mineral. Simultaneamente, é avaliada a possibilidade de licenciamento, despistando-se as condicionantes de ordenamento do território e ambientais, entre outras. No final desta fase, caso os resultados sejam positivos, avança-se para a fase de projecto. Sondagem Projecto mineiro (licenciamento) Na fase de projecto, com base nos dados resultantes da prospecção e pesquisa, serão planeados os trabalhos mineiros, os equipamentos, os recursos humanos e as instalações da unidade extractiva. O projecto é peça indispensável ao licenciamento da exploração, carecendo de aprovação pelas entidades da tutela. Na fase de projecto, e no âmbito do licenciamento, pode ser necessária a sujeição do projecto a um processo de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), devendo neste caso ser elaborado um Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do projecto mineiro. Configuração final da escavação Exploração A fase de exploração consiste na extracção do minério de acordo com o projecto elaborado e aprovado pela entidade licenciadora, no respeito pelo ambiente, pelas condições de segurança e garantindo a viabilidade económica da actividade. Nesta fase são, geralmente, complementadas as informações da prospecção geológica, de modo a incrementar e aperfeiçoar o conhecimento do jazigo mineral. É também realizada a monitorização ambiental, de modo a garantir um bom desempenho da unidade extractiva. Corta de uma pedreira Desactivação A fase de desactivação consiste na libertação, para outros usos, da área onde está implantada a unidade extractiva, geralmente através do desmantelamento das instalações e da remoção dos equipamentos, garantindo boas condições de segurança e de enquadramento ambiental. Trabalhos de recuperação paisagística 54

55 3 - PROSPECÇÃO E PESQUISA Identificação de áreas com potencial mineiro Para a selecção de áreas com potencial mineiro a utilização de métodos informáticos baseados na aplicação de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), tais como o ArcGis, o Geomedia, o Microstation, ou outros, permite relacionar a informação alfanumérica (tabelas de dados) e a informação espacial (cartografia), sendo esta inter-relação efectuada através de bases de dados georeferenciadas. A aplicação de um SIG neste tipo de estudo permite a interligação entre a cartografia existente e as condicionantes e características de uma determinada região. A base de dados criada poderá ser constantemente actualizada e georeferenciada, possibilitando uma visão global do território e da interdependência entre os vários descritores e áreas temáticas analisadas. A metodologia de trabalho a desenvolver para a selecção de áreas com potencial mineiro através da utilização de um SIG envolve, geralmente, cinco fases que se apresentam no Quadro 2. QUADRO 2 Fases de identificação de áreas com potencial mineiro com recurso ao SIG Fases Descrição Consiste na consulta bibliográfica com o objectivo de coligir a documentação científica com interesse para o estudo, designadamente artigos científicos, cartas geológicas, cartas de recursos minerais, cartas de concessões mineiras, cartas militares, planos de ordenamento de áreas protegidas, planos directores municipais, entre outros. Ilustração Recolha bibliográfica e entrada de dados (Input) Cartografia geológica Cartografia de ordenamento (fonte: Direcção-Geral de Minas (fonte: Plano de Ordenamento do Parque Natural e Serviços Geológicos 1965) das Serras de Aire e Candeeiros 1988) 55

56 Fases Descrição Toda a informação recolhida será introduzida num programa SIG e transformada em formato vectorial (com a localização dos elementos no espaço) de forma a poder relacionar a informação entre si. Num SIG, a organização da informação deverá ser efectuada por área temática, tal como: litologia, ordenamento do território, concessões existentes, ocupação do solo, tipologia de acessos, entre outros. Ilustração Armazenamento e organização dos dados Organização por áreas temáticas (fonte: Descrição Na fase de pesquisa e análise são realizadas as seguintes etapas: 1. Selecção das litologias com interesse para o estudo; 2. Cruzamento das litologias com as condicionantes do ordenamento de território e condicionantes ambientais, obtendo-se áreas sem condicionantes; 3. Realização de trabalho de campo para validar a informação existente. No trabalho de campo é necessário verificar o interesse económico das litologias em questão, através da realização de prospecção e pesquisa (sanjas, poços, sondagens mecânicas, recolha de amostras para análises fisico-mecânicas e/ou químicas), seleccionar os melhores acessos às áreas e verificar a presença de possíveis obstáculos ambientais para uma futura área mineira (existência de edificações nas proximidades e qualidade visual da área em estudo); 4. A informação obtida do trabalho de campo é inserida na base de dados, sendo necessário voltar a relacionar a informação de modo a obter as áreas com as litologias desejadas e sem condicionantes de ordenamento do território e ambientais. Ilustração Pesquisa e análise Litologias com potencial mineiro e condicionantes de ordenamento Log de sondagens 56

57 Fases Descrição Com base nos objectivos inicialmente definidos pelo utilizador para a selecção de áreas com potencial mineiro, por exemplo a existência de calcários cristalinos, com valores de CaCO 3 superior a x %, reservas superiores a y t/ano e distância inferior a z km por estrada a uma determinada localidade, é efectuada uma pesquisa na base de dados e seleccionadas áreas com potencial mineiro hierarquizadas de acordo com os objectivos definidos. Ilustração Hierarquização de áreas com potencial mineiro Áreas com potencial mineiro Descrição A saída de resultados pode ser feita através de peças desenhadas, relatórios, gráficos e imagens. Ilustração Saída de resultados (Output) Exemplo de uma imagem Exemplo de um gráfico Caracterização do Jazigo Mineral Na caracterização geológica do jazigo, o rigor no tratamento de dados e a identificação espacial do recurso mineral são essenciais para um correcto cálculo de reservas e quantificação da relação estéril-minério. Neste contexto, assume particular importância o desenvolvimento que se tem verificado nas últimas décadas de ferramentas informáticas, direccionadas para o planeamento mineiro, que permitem um processamento tridimensional dos dados. Num estudo geológico de um jazigo mineral, as informações recolhidas pela observação directa das formações geológicas em afloramento é, normalmente, insuficiente para uma correcta caracterização de todo o jazigo, designadamente, em profundidade. Para ultrapassar esse facto recorre-se, com frequência, a métodos de análise directa, onde se inclui a realização 57

58 de sondagens com recolha contínua de testemunho. As sondagens permitem, não só a observação directa das formações geológicas em profundidade mas, principalmente, a obtenção da informação necessária à caracterização geológica, através da realização de ensaios físicos, químicos e/ou tecnológicos sobre os testemunhos de sondagem. A quantidade de informação a tratar numa caracterização geológica é condicionada pelo rigor que se pretende obter nos resultados, o qual resulta, ou influencia, os trabalhos de campo (na avaliação geológica de superfície) e a quantidade de sondagens e amostras a submeter a ensaios laboratoriais. A gestão dessa quantidade de dados justifica, na maior parte das vezes, a utilização de ferramentas informáticas para auxílio na identificação da estrutura geológica local e para a identificação da posição das formações geológicas e do respectivo recurso mineral, para além de facilitar a sua caracterização. Além disso, permitem uma visualização espacial do jazigo mineral, essencial para auxílio na realização das inevitáveis extrapolações para zonas não cobertas por observações directas. A criação de Modelos Digitais do Terreno (MDT) é, normalmente, vista como uma ferramenta essencial na cartografia geológica e na determinação da estrutura geológica local. Os MDT são obtidos a partir de cartas topográficas vectoriais ou levantamentos topográficos realizados especificamente para as áreas em estudo, que traduzem a morfologia do terreno através de uma imagem digital (Figura 1). FIGURA 1 Exemplo de um Modelo Digital de Terreno (MDT) Após a cartografia geológica de superfície, através da identificação e separação cartográfica das formações geológicas que afloram na área, é possível projectar essa cartografia sobre o MDT de forma a visualizar a posição das formações geológicas no terreno através de uma imagem digital (Figura 2). FIGURA 2 Projecção da cartografia geológica sobre o MDT Essa projecção auxilia na determinação da estrutura geológica local, sendo possível criar um modelo digital referente à geologia, onde se determina a posição tridimensional das diferentes formações geológicas (Figura 3). 58

59 FIGURA 3 Modelo digital que traduz a estrutura geológica resultante das informações de campo Assume particular importância na determinação da estrutura geológica local, a conjugação dos dados dos levantamentos geológicos de superfície com as informações obtidas nas sondagens. Essa conjugação é possível através de uma análise de correlação entre as diferentes sondagens, a qual se obtém à custa de uma visualização tridimensional da posição das formações geológicas sobre o MDT e intersectadas nas sondagens. Na Figura 4 apresenta-se uma imagem com essa correlação. FIGURA 4 Visualização tridimensional da posição das sondagens com indicação das formações geológicas atravessadas A aplicação ou destino final do material em apreço obriga, por vezes, a que a caracterização geológica do jazigo mineral tenha de recorrer à determinação das características químicas, através da colheita de amostras (superficiais ou de sub-superfície) e a sua sujeição a análises químicas. Os resultados dessas análises químicas sofrem um tratamento geoestatístico, cujos métodos diferem para cada tipologia de jazigo mineral, obtendo-se uma interpretação espacial química das formações geológicas. O tratamento dos dados é, geralmente, efectuado através da criação de um modelo de blocos do jazigo mineral (Figura 5), sendo essencial o método geoestatístico interpretativo e a quantidade de amostras para atribuir valores a cada bloco. 59

60 FIGURA 5 Modelo de blocos com distribuição hipotética das formações geológicas A criação do modelo de blocos do jazigo mineral permite visualizar espacialmente as variações composicionais do maciço e identificar as zonas do maciço que possuam determinadas características (Figura 6). FIGURA 6 Modelo de bloco de variações composicionais A caracterização final do jazigo mineral consiste na caracterização geológica, essencial para uma avaliação do potencial mineiro juntamente com o cálculo das reservas geológicas. Para o cálculo dessas reservas são utilizados o MDT e a estrutura geológica local ou, em alternativa, o modelo de blocos. 4 - PROJECTO MINEIRO Para realizar o projecto de uma mina ou pedreira é fundamental dispor de uma boa caracterização do jazigo mineral, ao nível da sua morfologia, orientação e distribuição ou variação espacial (quer seja da litologia, dos teores ou das características ornamentais, dependendo do tipo de recurso em estudo). Com base no conhecimento existente é projectada a lavra, o método de exploração e respectivas geometrias, o método de desmonte, as operações unitárias e acessórias, os equipamentos e os recursos humanos, entre outros. Para o planeamento mineiro existem programas informáticos que permitem optimizar a configuração dos desmontes em função das características do corpo mineralizado em estudo, atendendo a factores tais como o teor de corte, a relação estéril-minério, ou mesmo a critérios de aptidão ornamental, estes últimos apenas aplicáveis às rochas ornamentais. 60

61 A utilização dessas ferramentas informáticas permite optimizar a exploração e, simultaneamente, garantir um contínuo aperfeiçoamento no planeamento através da introdução de novos dados no modelo. Atendendo às principais peças técnicas da fase de projecto, e às respectivas tarefas, indicam-se no quadro 3, algumas das vantagens da utilização de ferramentas informáticas. Como peças técnicas inclui-se também o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) que, em muitos casos, é exigido para obtenção da licença de exploração (e.g. áreas com mais de 5 ha, unidades que produzam mais de t/ano, entre outros). QUADRO 3 Vantagens da utilização de ferramentas informáticas na fase de projecto Peça Técnica Plano de lavra Estudo de Impacte Ambiental Tarefa Cálculo de reservas Planeamento da extracção Diagramas de fogo Hidrogeologia Qualidade do ar Ruído ambiental Vibrações Paisagem Principais vantagens na utilização das ferramentas informáticas Cálculo de reservas automático e rápido, permitindo analisar os valores para diferentes cenários, da geometria dos desmontes, dos teores de corte, das relações estéril-minério, entre outros. Definição da geometria dos desmontes, quer sejam a céu aberto, quer em subterrâneo, e da sua sequência, entre outros. Podem ser efectuadas simulações para diferentes capacidades produtivas função dos equipamentos e dos recursos humanos a utilizar. Estudo de diferentes diagramas de fogo para vários diâmetros de perfuração, tipos de carregamento, tipos de explosivos, malhas de perfuração, obtendo informações sobre os consumos específicos, perfurações específicas e curvas granulométricas características do material a desmontar. Construção do modelo hidrogeológico associado à situação de referência (antes da implementação do projecto), permitindo estudar a evolução dos aquíferos durante a implementação do projecto mineiro, e assim, avaliar os potenciais impactes. Definição do modelo de dispersão dos poluentes associado à situação de referência, permitindo estudar a evolução da dispersão durante a implementação do projecto em função das quantidades de poluentes geradas para a atmosfera e da dinâmica climática e, por conseguinte, avaliar os impactes gerados. Construção do mapa de ruído da situação de referência e estudo da evolução do níveis de ruído gerados pela implementação do projecto, em função das fontes de ruído a instalar e da sua distribuição e evolução espacial. Construção de um modelo de propagação de vibrações no maciço rochoso que permite prever impactes e estudar a sua evolução durante a exploração, fornecendo informações úteis para o dimensionamento dos diagramas de fogo, prevendo situações de incomodidade. Análise de declives e estudo das visibilidades para diferentes observadores, o que permite avaliar os principais impactes ambientais causados na paisagem com o evoluir da escavação ou dos aterros de estéreis (escombreiras). Na Figura 7 é possível observar três exemplos a 3D da configuração final da escavação de uma unidade extractiva. Este tipo de representações permitem também obter uma visão mais realista do projecto em causa e avaliar com mais rigor os impactes associados, quer na fase de estudo, quer na fase de avaliação, por parte das entidades envolvidas no licenciamento. 61

62 FIGURA 7 Exemplos de representação a 3D da situação final de escavação de três explorações a céu aberto Na Figura 8 apresenta-se a configuração final de escavação para explorar, a céu aberto, a totalidade de um corpo mineralizado que se representa em duas perspectivas distintas. FIGURA 8 Representação a 3D da configuração final de escavação para explorar a céu aberto a totalidade de um corpo mineralizado (fonte: 62

63 Na Figura 9 apresenta-se, a 3D, um corpo mineralizado, sub vertical, e as galerias projectadas para realizar os desmontes em subterrâneo. FIGURA 9 Representação a 3D das galerias de acesso para desmonte, em subterrâneo, de um corpo mineralizado subvertical (fonte: A utilização de programas informáticos de planeamento mineiro na fase de prospecção e pesquisa e na fase de projecto, permite a construção gradual do modelo do jazigo mineral e a definição da geometria dos desmontes, podendo ser utilizado na fase de exploração como uma ferramenta de apoio à gestão. Por outro lado, o recurso aos SIG desde a fase de prospecção e pesquisa até à fase de projecto, nesta, essencialmente, como auxiliar na elaboração do Estudo de Impacte Ambiental, permite a construção de uma base de dados que se revela de extrema utilidade na gestão ambiental da actividade mineira durante a fase de exploração, prevendo impactes e evitando conflitos com as entidades e/ou com a população. Nos projectos mineiros existe a necessidade de recorrer, por vezes, a programas informáticos auxiliares para determinadas tarefas, tais como o dimensionamento de sustimento (garantia da estabilidade geomecânica), modelação da dispersão de poluentes, mapeamento do ruído entre outros. Apesar disso, os dados retirados desses programas podem ser incorporados nas duas grandes ferramentas anteriormente apresentadas, designadamente nos programas de Planeamento Mineiro e/ou nos SIG. 5 - EXPLORAÇÃO Durante a fase de exploração do recurso mineral, devem ser analisados e utilizados todos os modelos criados nas fases anteriores com recurso a ferramentas informáticas, para uma melhor gestão dos trabalhos. Um projecto elaborado com recurso a essas ferramentas informáticas, como complemento ao habitual documento em papel, permite à empresa exploradora vários benefícios: Programas de Planeamento Mineiro: Actualizar o modelo com os dados dos trabalhos complementares de prospecção efectuados durante a exploração; Optimizar a sequência dos desmontes em função da variação de cotações ou pelo aparecimento de novos dados geológicos; Actualizar a configuração de escavação em função dos desmontes realizados e saber, a qualquer momento, a geometria dos desmontes e as reservas existentes de minério (função do teor de corte, da relação estéril-minério, ou das características químicas ou ornamentais); 63

64 Controlar a gestão de estéreis da exploração e planear a sua deposição; Controlar a alocação de equipamentos e de recursos humanos e estudar os seus rendimentos e desempenhos. Sistemas de Informação Geográfica (SIG): Introduzir novos dados, entretanto recolhidos, que possam condicionar a exploração (e.g. descoberta arqueológica, alteração do nível freático, etc.), relacionando-os com os preexistentes; Actualizar a base de dados e, consequentemente, os modelos relativos aos descritores ambientais estudados na fase de projecto (e.g. dados da monitorização ambiental qualidade do ar, ruído ambiental, etc.), permitindo uma análise no momento; Previsão de impactes e possibilidade de implementar antecipadamente medidas de controlo ambiental de modo a manter a qualidade ambiental; Consulta da informação e emissão de relatórios para diversos fins (e. g. relatórios de monitorização ambiental para as entidades da tutela). Na Figura 10 apresenta-se, a título de exemplo, uma simulação do faseamento de exploração de uma pedreira, destinada ao fornecimento de calcário, baseada exclusivamente em critérios químicos. A tonalidade dos blocos representa a sequência de desmonte para cada ano. FIGURA 10 Simulação do faseamento da exploração de uma pedreira de calcário através do modelo de blocos, vista em planta 64

65 Com o objectivo de avaliar os impactes da laboração de uma pedreira ou mina ao nível do ruído ambiente, são utilizados programas informáticos de mapeamento, recorrendo a dados de planeamento mineiro, como seja a localização das frentes de desmonte. Estes programas permitem perspectivar os níveis de ruído associados a cada fase da exploração, e assim reajustar o desenvolvimento da exploração ou o dimensionamento de medidas de minimização. Os dados obtidos, sob a forma de linhas isofónicas, são exportados para SIG. Na Figura 11 apresenta-se, a título exemplificativo, a variação dos níveis de ruído com o evoluir da exploração para uma pedreira a céu aberto, que cruzada com informação de outros descritores ambientais conduz a uma análise ambiental integrada. FIGURA 11 Mapas de ruído para diversas fases da exploração de uma pedreira a céu aberto 6 - DESACTIVAÇÃO Na fase de desactivação, e de abandono controlado, da unidade extractiva, as ferramentas informáticas assumem menor importância. No entanto, como importa continuar a monitorizar alguns parâmetros ambientais, nomeadamente, a qualidade da paisagem, a qualidade das águas e as condições geotécnicas do aterro criado, a existência de ferramentas informáticas contendo a informação gerada ao longo das várias fases da actividade mineira pode ser útil, uma vez que permite: Analisar diferenças ao nível do projecto de recuperação paisagística, e fazer contagens de um modo expedito das plantas em falta ou das diferenças existentes entre o projectado e o implementado; Relacionar os valores das monitorizações da fase de desactivação e abandono com valores anteriores e perceber eventuais valores anómalos, com todas as vantagens daí decorrentes; Explicar possíveis assentamentos ou situações de instabilidade no aterro em função do historial da deposição dos estéreis no interior das cavidades mineiras. 7 - CONCLUSÕES O uso de ferramentas informáticas nas diversas fases da actividade mineira resulta em benefícios importantes, essencialmente, ao nível do planeamento mineiro e da gestão ambiental da exploração. A constituição de bases de dados em programas informáticos de Planeamento Mineiro e Sistemas de Informação Geográfica (SIG) permitem a optimização de processos face às variações de factores directamente relacionados com a actividade mineira, tais como variações de cotações, novos dados geológicos ou monitorizações ambientais, de um modo célere e ajustado às características de gestão deste tipo de indústria. 65

66 A utilização intensiva deste tipo de ferramentas, considerando o custo das mesmas e a necessidade de recursos humanos especializados apresenta, na indústria extractiva, uma maior aplicação ao nível das minas, das pedreiras para fabrico de cimento ou similares, e das explorações de rocha ornamental de elevado valor. Considera-se, porém, que o avanço tecnológico tenderá a incorporar, naturalmente, as referidas ferramentas informáticas nos processos de gestão da actividade mineira, não apenas nas grandes minas, que já as utilizam, mas também nas minas e pedreiras de menores dimensões em que a tipologia do recurso apresenta variações geológicas importantes e depende de factores externos como cotações, critérios estéticos, ou outros. Agradecimentos A Visa Consultores, S.A. agradece a todos os clientes que autorizaram a utilização de imagens e dados para a elaboração deste documento. Sites consultados

67 Engarrafamento de Águas Minerais Naturais e de Nascente e Termalismo em 2006 José F. Alcântara da Cruz Chefe da Divisão de Recursos Hidrogeológicos e Geotérmicos da Direcção-Geral de Energia e Geologia 1 - INTRODUÇÃO A análise estatística efectuada neste trabalho pretende fazer uma breve abordagem da indústria de engarrafamento de águas minerais naturais e de nascente e ainda do termalismo. Estas duas actividades exploram recursos hidrogeológicos do domínio público do Estado (águas minerais naturais) e do domínio privado (águas de nascente). Estes recursos, desde a sua qualificação à exploração, são enquadrados pela legislação publicada no Diário da República n.º 63, I Série, de 16 de Março de 1990: Decreto-Lei n.º 90/90, que disciplina o regime geral de revelação e aproveitamento dos recursos geológicos; Decreto-Lei n.º 86/90, que regulamenta a exploração das águas minerais naturais; e o Decreto-Lei n.º 84/90 que regulamenta a exploração das águas de nascente. Além destes Decretos-Lei aplica-se ainda a Portaria n.º 897/95, de 17 de Julho, que estabelece o pagamento de taxas a que fica sujeito o exercício das actividades de prospecção, pesquisa e exploração dos recursos geológicos. A rotulagem e comercialização das águas minerais naturais e de nascente são legisladas pelos Decretos-Lei n. os 156/98, de 6 de Junho e 72/2004, de 25 de Março. Relativamente ao termalismo, para além dos Decretos-Lei n. os 90/90 e 86/90, ambos de 16 de Março, aplica-se o Decreto-Lei n.º 142/2004, de 11 de Junho que regulamenta o licenciamento e fiscalização dos estabelecimentos termais. Os dados estatísticos referentes às termas e oficinas de engarrafamento das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, não são incluídos neste trabalho, pois não se dispõe desses elementos, dado que a tutela daquelas actividades é da competência dos respectivos Organismos Regionais. Decorridos 17 anos da publicação da legislação referida no 2.º parágrafo deste capítulo, podemos constatar pela observação do gráfico n.º 1 que a exploração da água mineral, em cerca de 96 % das concessões hidrominerais, é acompanhada por um Director Técnico, ou seja, por pessoa com formação adequada, normalmente Geólogo, Engenheiro Geólogo ou Engenheiro de Minas. 67

68 GRÁFICO N.º 1 Directores técnicos das concessões hidrominerais Evolução percentual das nomeações GRÁFICO N.º 3 Perímetros de protecção de concessões hidrominerais Evolução dos processos Muitas das concessões hidrominerais já possuem Planos de Exploração aprovados (Gráfico n.º 2). No entanto, em algumas concessões hidrominerais estão a ser desenvolvidos trabalhos com o objectivo de elaborar as respectivas memórias descritivas sobre as características do recurso bem como a descrição pormenorizada dos processos e exploração desses mesmos recursos, com o objectivo de submeter à aprovação os respectivos Planos de Exploração, ou mesmo proceder à sua revisão. GRÁFICO N.º 2 Planos de exploração de concessões hidrominerais Evolução dos processos Como se tem vindo a verificar desde há anos, a indústria de engarrafamento (águas minerais naturais e águas de nascente) continuou o seu crescimento, pois, relativamente a 2005, houve um aumento, em volume, de 9,4 %. Relativamente ao termalismo verificou-se, em 2006, um novo decréscimo de 5,1 % no número de aquistas que frequentaram os estabelecimentos termais, em relação ao ano de 2005, facto que ficou a dever-se a diversos factores, entre eles o encerramento de alguns estabelecimentos termais com o objectivo de serem efectuadas grandes remodelações. A receita das duas actividades (termalismo e engarrafamento) atingiu, em 2006, os 281 milhões de euros, portanto, mais 13,8 % do que em O interesse por estas actividades (engarrafamento e termalismo), continuou a crescer em 2006, como se pode constatar pelo aumento dos pedidos de atribuição de direitos de Prospecção e Pesquisa e de Exploração de águas minerais naturais. 2 - INDÚSTRIA DE ENGARRAFAMENTO Uma outra figura criada pela Legislação de 1990 é o Perímetro de Protecção. Pelo gráfico n.º 3 podemos verificar que já se encontram publicadas 34 Portarias que fixam os Perímetros de Protecção de águas minerais naturais. São processos que têm uma tramitação processual longa, pois para além de exigirem estudos hidrogeológicos mais minuciosos, é necessário proceder à publicação de Éditos e ao pedido de parecer de um Organismo do Ministério do Ambiente Apreciação geral No ano 2006 estiveram em actividade 29 unidades industriais de engarrafamento (MAPAS I e II): 18 de águas minerais naturais e 11 de águas de nascente. 68

69 69

70 70

71 De salientar que a unidade industrial de Bem-Saúde engarrafa água com marcas distintas; Bem-Saúde (água gasocarbónica natural) e Frize (água gasocarbónica com adjunção de gás natural). A Unidade de engarrafamento de água mineral do Alardo, engarrafa a água de nascente com a marca Castelo Novo e a unidade de engarrafamento de Água do Marão engarrafa também a água de nascente gaseificada denominada Serra do Marão. O quimismo e a mineralização das águas minerais naturais e de nascente permite reuni-las em 4 grandes grupos: hipossalinas (mineralização total inferior a 200 mg/l), fracamente mineralizadas (mineralização entre 200 e os 1000 mg/l), gasocarbónicas (hipersalinas com a presença de dióxido de carbono natural em quantidades superiores a 500 mg/l) e gaseificadas (águas muito mineralizadas às quais é adicionado gás carbónico industrial). O Quadro I e o Gráfico n.º 4 permitem visualizar que a grande maioria das águas portuguesas engarrafadas (minerais naturais e de nascente) são águas hipossalinas, correspondendo a 84,6 % do total das águas engarrafadas, reflectindo por isso o gosto dos portugueses por este tipo de águas. Tal facto é consequência das formações geológicas que ocorrem no nosso país, condicionando a composição físico-química das nossas águas subterrâneas. Tipo Químico QUADRO I Água engarrafada em 2006 por tipo de águas Volume Valor litros % 10 3 L % Hipossalinas , ,4 Francamente Mineralizadas , ,5 Gasocarbónicas , ,8 Gaseificadas , ,2 Total GRÁFICO N.º 4 Quimismo da água engarrafada em 2006 (Mineral e de Nascente) No mercado de águas engarrafadas encontramos três tipos de águas: lisa (engarrafada tal como é captada), gasocarbónica (água naturalmente gasosa) e gaseificada (água a que é adicionado gás carbónico industrial). O gráfico n.º 5 mostra-nos as percentagens, em 2006, para cada um destes três tipos de águas e, comparando-o com o gráfico idêntico referente a 2005, pode-se constatar que a percentagem relativa do volume de água lisa aumentou relativamente aos outros dois tipos de água, nomeadamente as gaseificadas e as gasocarbónicas, que baixaram ligeiramente as suas percentagens. O Quadro II mostra-nos os volumes engarrafados dos diferentes tipos de água. QUADRO II Desagregação dos vários tipos de águas engarrafadas em 2006 Volume (litros) Lisa Gaseificada Gasocarbónica Total Água Mineral Natural Água de Nascente Total

72 GRÁFICO N.º 5 Água engarrafada em 2006 (Mineral e de Nascente) O preço unitário (euros/litro), do mesmo tipo de água, seja mineral natural ou de nascente, varia consideravelmente de marca para marca. Esta variação deve-se essencialmente: às capacidades em que a água é comercializada, pois uma marca que comercialize uma percentagem elevada da produção em embalagens de menor capacidade, por exemplo 0,25 litros, apresenta um preço por litro superior a outra que seja fundamentalmente comercializada em embalagens de maior capacidade. Também uma marca que engarrafe simultaneamente água lisa e gaseificada, apresenta valores de produção superiores a outra que engarrafe exclusivamente água lisa; e ainda ao facto de uma determinada água que engarrafa produto branco, normalmente têm preços de venda inferiores às marcas. Como se pode verificar no Quadro III e Gráfico n.º 6, em 2006, produziram-se cerca de 1 bilião e 135 milhões de litros de água, sendo 58 % de água mineral natural e 42 % de água de nascente. 72

73 QUADRO III Águas engarrafadas em 2006 por tipo de embalagem s/ Retorno Marca c/ Retorno Vidro PET PVC Lata Total Águas Minerais Luso Caldas de Penacova Vitalis Fastio São Silvestre Carvalhelhos Pedras Salgadas Sete Fontes Salutis Vitális-Vida Monchique Castello Vimeiro Vidago Bem-Saúde e Frize Alardo Campilho Melgaço Subtotal Águas de Nascente Fonte da Fraga S. Martinho Serra da Estrela Caramulo Serrana Glaciar Cruzeiro Castelo Novo S. Domingos Serra da Penha Água do Marão Água S. Cristovão Areeiro Serra do Marão Subtotal Total

74 GRÁFICO N.º 6 Água engarrafada em 2006 (Mineral e de Nascente) GRÁFICO N.º 7 Percentagem do volume de água engarrafada por tipo de embalagem (Evolução no decénio) Analisando os Quadros III e IV e ainda pelo Gráfico n.º 7 verifica-se que a percentagem de água vendida em embalagens retornáveis baixou, relativamente ao ano 2005, ou seja, de 4,3 %, passou para 3,7 %. As embalagens de tara perdida de vidro baixaram ligeiramente, relativamente ao ano 2005, ou seja, de 3,8% em 2005, passou para 3,6 % em O engarrafamento em embalagens de PET continua o crescimento, pois de 27,3 % em 1997 passou-se para 92,3 % em 2006, opondo-se ao engarrafamento em PVC que passou de 59 % em 1997 para 0,5 % em QUADRO IV Percentagem do volume de água engarrafada por tipo de embalagem (%) ANO c/retorno s/retorno Vidro Vidro Pet PVC Tetrapack Lata Total ,80 4,80 27,30 59,00 0,00 0,01 91, ,60 4,00 66,70 20,30 0,38 0,02 91, ,74 4,13 82,28 4,82 0,00 0,02 91, ,66 4,12 86,26 0,94 0,00 0,02 91, ,46 4,69 86,92 0,92 0,00 0,01 92, ,87 4,42 88,51 0,28 0,00 0,01 93, ,87 4,41 89,61 0,11 0,00 0,01 94, ,16 4,14 88,9 1,8 0,00 0,01 94, ,28 3,81 91,92 0,00 0,00 0,00 95, ,71 3,55 92,25 0,50 0,00 0,00 96,29 Dado que não se inclui neste trabalho os dados estatísticos das regiões autónomas dos Açores e da Madeira, como foi referido, os consumos foram calculados para a população residente no Continente. Assim, o consumo per capita de água engarrafada em Portugal, considerando os dados do INE a 31 de Dezembro de 2006, a população residente, no Continente, atingiu os 107,0 litros/ /habitante/ano, mais 7,8 litros/habitante/ano que em Águas minerais naturais Em 2006, as 18 marcas de águas minerais naturais engarrafadas continuaram a crescer, correspondendo a uma percentagem de 3,2 %, em relação a Este crescimento ficou a dever-se essencialmente ao aumento da produção das Águas das CALDAS DE PENACOVA, SALUTIS e LUSO. Em valor registou-se um aumento de 23,2 milhões de euros, correspondendo a uma percentagem, relativamente a 2005, de 2,0% (Quadro V). 74

75 QUADRO V Águas minerais engarrafadas em 2006 Nº de ordem Marca Volume Valor Litros Var L Var Luso Caldas de Penacova Vitalis Fastio São Silvestre Carvalhelhos Pedras Salgadas Sete Fontes Salutis Vitalis-Vida Monchique Castello Vimeiro Vidago Bem-Saúde e Frize Alardo Campilho Melgaço Total No ano 2006 a produção das águas minerais naturais desceu ligeiramente relativamente à produção das águas de nascente, pois de 61,2% do volume registado em 2005, passou-se para 58 % em Em valor, as águas minerais naturais correspondem a 75,6% do mercado das águas engarrafadas. A discrepância entre as percentagens do volume e da receita deve-se ao facto de, por um lado, uma parte significativa das águas minerais serem águas gasosas (gasocarbónicas e gaseificadas), portanto águas com maior valor, e, por outro muitas águas de nascente são engarrafadas como produto branco, sem marca, portanto, de menor valor. Como se pode verificar pela análise do Quadro VI, a produção de água mineral natural em 2006 distribui-se, em percentagem, do seguinte modo: 90,4 % de água lisa, 5,9 % de água gasocarbónica e 3,7 % de água gaseificada. Em 3 concessões (Carvalhelhos, Vimeiro e Luso) engarrafam simultaneamente água lisa e água gaseificada. 75

76 QUADRO VI Desagregação das águas minerais engarrafadas em 2006 Volume (Litros) Nº de ordem Marca Lisa Gaseificada Gasocarbónica Total 1 Luso Caldas de Penacova Vitalis Fastio São Silvestre Carvalhelhos Pedras Salgadas Sete Fontes Salutis Vitális-Vida Monchique Castello Vimeiro Vidago Bem-Saúde e Frize Alardo Campilho Melgaço Total O consumo per capita de água mineral natural engarrafada em Portugal foi, em 2006 no continente, de 62,5 litros/habitante/ano, mais 4,1 litros/habitante/ano do que em 2005 (veja-se Quadro XV) Águas de nascente Estiveram em actividade durante o ano de 2006, 11 unidades industriais de engarrafamento de águas de QUADRO VII Águas de nascente engarrafadas em 2006 Nº de ordem Marca Volume Valor Litros Var L Var Fonte da Fraga Água de S. Martinho Serra da Estrela Caramulo Serrana Glaciar Cruzeiro Castelo Novo S. Domingos Água Serra da Penha Água do Marão Água S. Cristovão Areeiro Serra do Marão Total

77 nascente. Produzido cerca de 476,8 milhões de litros de água. Relativamente a 2005, verificou-se um aumento de produção de águas de nascente de 19,3 % em volume e um aumento de 19,8 % em valor. (Gráfico n.º 8). GRÁFICO Nº 8 Produção de águas engarrafadas (evolução no decénio) O Quadro VIII dá-nos a desagregação das águas de nascente vendidas no ano Nele podemos observar que a Cruzeiro e a Glaciar engarrafaram água lisa e água gaseificada e a Areeiro e a Serra do Marão engarrafaram somente água gaseificada. A percentagem de água de nascente gaseificada é apenas de 0,4 % em relação ao total da água de nascente. O consumo per capita de água de nascente engarrafada em Portugal foi, no ano 2006, no Continente, de 44,5 litros/habitante/ano, mais 3,7 litros/habitante/ano do que em 2005 (vidé Quadro XV) Exportação Verificamos que, os dados estatísticos da exportação das águas minerais naturais, sobretudo para os países da União Europeia, têm sofrido nos últimos anos uma perca de exaustividade, pois colhemos somente os dados dos QUADRO VIII Desagregação das águas de nascente engarrafadas em 2006 Volume (litros) Nº de ordem Marca Lisa Gaseificada Total 1 Fonte da Fraga Água de S. Martinho Serra da Estrela Caramulo Serrana Glaciar Cruzeiro Castelo Novo S. Domingos Água Serra da Penha Água do Marão Água S. Cristovão Areeiro Serra do Marão Total industriais e não dos clientes exportadores, que certamente são responsáveis pela exportação de uma parte significativa de água engarrafada. Apesar disso, os dados de que dispomos permite-nos afirmar que em 2006, se exportaram 52,6 milhões de litros de águas engarrafadas (minerais naturais e de nascente), correspondendo a um valor de 13,3 milhões de euros (Gráfico n.º 9). Do volume da água exportada, 49,1% foi de águas minerais naturais e 50,9 % de águas de nascente. 77

78 GRÁFICO N.º 9 Exportação de águas engarrafadas (no decénio) Os 25,9 milhões de litros de águas minerais exportadas dividiram-se por 16 marcas (Quadro IX) e os 26,8 milhões de águas de nascente por 8 marcas (Quadro X). A produção de água engarrafada destinada à exportação, passou de 3,8 % em 2004, para 4,6 % no ano 2006, portanto, registou-se um ligeiro crescimento. Luso (água mineral natural) e Caramulo (água de nascente) ocuparam os primeiros lugares de volume de águas exportadas. Estas duas marcas representam em conjunto 65,9 % do volume total exportado. QUADRO IX Águas minerais exportadas em 2006 Nº de ordem Marca Volume Valor Litros Var L Var Luso Carvalhelhos Vitalis Monchique Pedras Salgadas Alardo Castello Fastio São Silvestre Sete Fontes Bem-Saúde e Frise Vitalis Vida Vimeiro Vidago Campilho Melgaço Total QUADRO X Águas de nascente exportadas em 2006 Nº de ordem Marca Volume Valor Litros Var L Var Caramulo Água de S. Martinho Glaciar Água de S. Cristovão Fonte da Fraga Água do Marão Areeiro Serra do Marão Cruzeiro Total

79 QUADRO XI Águas exportadas em 2006 Água Mineral Água de Nascente Total País Volume Valor Volume Valor Volume Valor Litros Var L Var Litros Var L Var Litros Var L Var Alemanha ,9 89, ,9 83, ,8 172,7 Bélgica ,1 7, ,2 87, ,3 95,3 Dinamarca ,0 11, ,2 31, ,2 43,0 Espanha ,5 29, ,9-109, ,4-79,5 França ,7 27, ,8 9, ,5 37,5 Grécia 0 0 0,0 0, ,0-3, ,0-3,5 Holanda ,7-9, ,0 0, ,7-9,9 Luxemburgo ,1 121, ,0-2, ,1 118,2 Reino Unido ,3 97, ,6 2, ,9 99,2 Suécia ,4 0, ,0 0, ,4 0,4 Hungria ,7-5, ,0 0, ,7-5,3 Gibraltar ,7 15, ,0 0, ,7 15,7 Canárias 0 0 0,0 0, ,1 29, ,1 29,1 Liechenstein ,0-3, ,7 2, ,7-0,6 Suiça ,4 84, ,5 5, ,9 89,3 Angola , , , , , ,7 Cabo Verde ,0 137, ,5 136, ,5 274,2 Guiné-Bissau ,6 37, ,9 102, ,5 139,7 Moçambique ,2 27, ,1 87, ,3 115,6 S. T. Príncipe ,0 100, ,0 4, ,0 104,5 África do Sul ,6 12, ,0 0, ,6 12,7 Congo ,9 0, ,3-6, ,2-6,3 Guadalupe ,0-10, ,0-10,3 Libéria 0 0 0,0 0, ,3 28, ,3 28,3 Togo 0 0 0,0 0, ,8 4, ,8 4,8 Canadá , ,4 8, ,5 27,8 Curaçao 0 0 0,0 0, ,0-4, ,0-4,4 E.U.A ,2-306, ,7-6, ,9-312,4 Ant. Francesas ,2 11, ,0 0, ,2 11,2 Ant. Holandesas ,1 21, ,0 0, ,1 21,3 México ,2 25, ,0 0, ,2 25,2 Aruba , ,0 0, ,0-4,6 Brasil ,1 18, ,0 0, ,1 18,1 Bermudas ,8 35, ,0 0, ,8 35,0 Guiana Francesa ,0-2, ,0 0, ,0-2,9 Marrocos ,0-3, , ,0-3,7 China 0 0 0,0 0, ,4-2, ,4-2,6 Filipinas ,0-1, ,0-0, ,0-1,7 Japão ,3 27, ,3 27,7 Macau ,0 357, ,6 29, ,6 387,5 Austrália ,2 12, ,0-0, ,2 11,8 Taiwan 0 0 0,0 0, ,2-4, ,2-4,1 Martinica ,0-4, ,0 0, ,0-4,7 Timor ,3 7, , ,3 7,5 Suazilândia ,0-10, ,0-1, ,0-11,3 Outros ,4-615, , , , ,4 Total

80 Analisando o Quadro XI podemos verificar o destino de cada marca. Luso foi a água mineral natural que exportou para um maior número de países (23) e o Caramulo foi a marca de água de nascente que atingiu o maior número de países para onde foi exportado esse tipo de água (13). Pelos Quadros XI, XII e XIII podemos observar que, em 2006, Portugal exportou água para 37 países, sendo Angola o nosso principal cliente com 28,5 milhões de litros, seguindo-se os E.U.A com 4,2, Cabo Verde com 3,8, Macau com 2,4 e o Canadá com 2,1. Estes 5 países receberam 77,8 % do total das nossas exportações de água engarrafada. No ano 2006 deixámos de exportar para a Grécia, Guadalupe, Curaçao, Aruba, Guiana Francesa, Filipinas, Martinica e Suazilândia e ganhámos 8 destinos: Suécia, Gibraltar, Canárias, Libéria, Togo, Antilhas Francesas, México e Brasil. 80

81 QUADRO XII Destino das águas exportadas em 2006 Água Mineral Natural Água de Nascente Destino Alardo Bem-Saúde e Frize Campilho Carvalhelhos Castello Fastio Luso Melgaço Monchique Pedras Salgadas São Silvestre Sete Fontes Vidago Vimeiro Vitális Vitális-Vida Água do Areeiro Água do Marão Água de S. Martinho Água de S. Cristovão Caramulo Fonte da Fraga Glaciar Serra do Marão Alemanha * * * * * * * * Bélgica * * * * Dinamarca * * * * * Espanha * * * * * * * França * * * * * * * * * * Holanda * * * Hungria * Luxemburgo * * * * Reino Unido * * * * * * Suécia * Canárias * Gibraltar * Liechenstein * * Suiça * * * * * * * * * Angola * * * * * * * * * * * * * * * * * * * Cabo Verde * * * * * * * * * * * * Guiné-Bissau * * * * * * * Moçambique * * * * * * * * * S.T.Príncipe * * * * * África do Sul * * Congo * * Libéria * Marrocos * Togo * An. Holandesas * Antilhas Francesas * * Bermudas * Canadá * * * * * * * * * * E.U.A. * * * * * * * * * * México * Brasil * Austrália * * * * * China * Japão * Macau * * * * * * * * * * * * Timor * Taiwan * Outros * * * * * * * * 81

82 QUADRO XIII Destino das exportações no decénio Destino Alemanha * * * * * * * * * * Áustria * Bélgica * * * * * * * * * * Dinamarca * * * * * * * * * * Espanha * * * * * * * * * França * * * * * * * * * * Grécia * * * * * * Holanda * * * * * * * * * Irlanda * * * * * Luxemburgo * * * * * * * * * Reino Unido * * * * * * * * * * Suécia * * * Hungria * * Liechenstein * * * * * Noruega * * Andorra * * * * Canárias * Gibraltar * * Malta * Polónia * Suiça * * * * * * * * * * Angola * * * * * * * * * * Cabo Verde * * * * * * * * * * Guiné-Bissau * * * * * * * * * * Moçambique * * * * * * * * * * S.T.Príncipe * * * * * * * * * * África do Sul * * * * * * * * * Argélia * * Guadalupe * Congo Brasavil * * * Costa do Marfim * Gâmbia * * * * Marrocos * * Namíbia * * Senegal * * * * * * Suazilândia * Serra Leoa * Togo * Zaire * * * * * * Zâmbia * Libéria * Bermudas * * * * * * * Brasil * * * * * * * * Canadá * * * * * * * * * * E.U.A. * * * * * * * * * * Curaçao * Ilhas Virginias * Venezuela * * * * México * * Guiana Francesa * Rep. Dominicana * * Panamá * * Antilhas * * * * * * * * * Antilhas Francesas * Aruba * * * * * * * * China * * * Filipinas * Hong-Kong * * * Japão * * * * * * * * Macau * * * * * * * * * * Taiwan * * * * * * * * Martinica * Austrália * * * * * * * * * Timor * * * * * * Outros * * * * * * * 82

83 Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) importaram no ano 2006, 66,1 % das nossas águas exportadas, sendo Angola, como já foi referido, o principal importador, com 28,5 milhões de litros. Pelo gráfico n.º 9 podemos constatar que, no último decénio, o volume de água exportada mais que triplicou, pois passou-se de 14,8 milhões de litros de água (mineral e de nascente) exportada em 1997, para 52,6 milhões de litros, no ano GRÁFICO N.º 10 Consumo interno de águas engarrafadas (no decénio) Evolução da actividade Consumo No último decénio a indústria de engarrafamento de águas registou um enorme crescimento, quer na produção, quer na exportação. No Quadro XIV e no gráfico n.º 8 podemos constatar que a produção de água engarrafada passou de 600 milhões de litros em 1997, para 1135 milhões de litros em 2006, ou seja, a produção quase duplicou no decénio. O gráfico n.º 10 dá-nos a distribuição do consumo interno de águas engarrafadas ao longo do decénio, ou seja, ao volume da produção foi subtraído o volume da exportação. O gráfico n.º 12 mostram-nos a evolução do engarrafamento no decénio por tipo de águas. Nesses gráficos pode observar-se que as águas com gás (gasocarbónicas e gaseificadas) têm mantido aproximadamente os mesmos volumes de produção, não acontecendo o mesmo com as águas lisas que têm registado um enorme crescimento. QUADRO XIV Evolução do mercado por tipos de águas (no decénio) Lisa Gaseificada Gasocarbónica Total Ano Volume Valor Volume Valor Volume Valor Volume Valor (litros) % 10 3 L % (litros) % 10 3 L % (litros) % 10 3 L % (litros) 10 3 L , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,

84 GRÁFICO N.º 11 Evolução do mercado por tipo de águas (no decénio) GRÁFICO N.º 12 Consumo per capita de água engarrafada em Portugal (no decénio) O consumo per capita de água engarrafada, foi baseado apenas na produção nacional, pois não dispomos de elementos relativos à importação. Como se pode verificar pelo Quadro XV e Gráfico n.º 12 o consumo per capita passou de 61,9 litros/habitante em 1997 para 107,0 litros/ habitante em 2006, ou seja, no último decénio quase duplicou o consumo per capita de água engarrafada em Portugal. QUADRO XV Consumo per capita de água engarrafada em Portugal Litros/habitante/ano Água Água de Total (Água mineral natural Anos mineral natural nascente e Água de nascente) ,5 21,4 61, ,9 22,7 66, ,9 23,7 68, ,1 26,8 73, ,7 30,7 77, ,5 33,6 82, ,4 39,9 92, ,3 37,7 93, ,4 40,8 99, ,5 44,5 107, Preços Nos últimos anos têm sido calculados valores para as embalagens mais representativas de cada tipo de água vendida. No quadro XVI verifica-se que, de ano para ano, tem-se registado variações do preço por embalagem da água engarrafada. Um dos factores que mais contribui para essa variação deverá ser a aplicação do bónus, por algumas empresas e o engarrafamento de água produto branco, portanto, com valores mais baixos que as marcas. No entanto, pode verificar-se que para as águas com gás tem-se registado, nos últimos dois anos, um ligeiro aumento, nomeadamente as águas gasocarbónicas. QUADRO XVI Preços por tipo de água em algumas embalagens Euros (L) Lisa Gaseificada Gasocarbónica Anos (embalagem (embalagem (embalagem de 1,5 l) de 0,33 l) de 0,25 l) ,24 0,17 0, ,24 0,18 0, ,24 0,18 0, ,23 0,19 0, ,23 0,19 0, ,25 0,21 0, ,22 0,23 0, ,23 0,23 0, ,22 0,22 0, ,24 0,21 0,27 84

85 2.7 - Emprego Por imposição do Instituto Nacional de Estatística foram modificados os boletins de recolha de dados, daí que se tenha deixado de diferenciar os trabalhadores efectivos dos temporários. No entanto, os dados disponíveis permitem-nos concluir que a indústria de engarrafamento empregou no ano 2006, funcionários (Quadro XVII). Pelo gráfico n.º 17 é possível observar a distribuição dos trabalhadores pelos vários grupos profissionais. GRÁFICO N.º 13 Pessoal afecto ao engarrafamento QUADRO XVII Pessoal afecto ao engarrafamento Ano Dirigente Técnico Administ. Chefia Operário Outros Total

86 86

87 3 - TERMALISMO Actividade Termal No ano 2006 estiveram em actividade 35 estabelecimentos termais (Quadro XVIII e MAPA III), menos 1 (Pedras Salgadas) que no ano anterior, que encerrou para efectuar obras de remodelação total. De registar que as Termas de Almeida, as Caldas do Cró e as Termas da Longroiva estiveram em funcionamento provisório com o objectivo de realizaram estudos médico- -hidrológicos que perspectivem a construção de novos estabelecimentos termais com indicações terapêuticas cientificamente comprovadas. QUADRO XVIII Evolução da frequência termal (último decénio) Ano Nº de Inscrições Valor Ano Var. (%) 10 3 L Var. (%) , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,22 GRÁFICO N.º 14 Taxa de evolução da frequência termal (no decénio) Pela análise do Quadro XVIII verifica-se que, durante a época termal de 2006, houve, de novo, um decréscimo no número total de aquistas que frequentaram os estabelecimentos termais portugueses. Assim, no ano de 2006, aquistas frequentaram os estabelecimentos termais portugueses, menos que em A taxa de crescimento da frequência termal (Gráfico n.º 19), relativamente a 2005, foi de -5,1 %. Nos 35 estabelecimentos termais que estiveram em actividade, houve um aumento da frequência em 26,5% dos estabelecimentos termais (9) e um decréscimo em 73,5 % deles (25). O estabelecimento termal de S. Pedro do Sul ocupou, por mais um ano consecutivo, o primeiro lugar na frequência termal com inscrições, o que corresponde 23,7 % do total das inscrições nos estabelecimentos termais portugueses. O estabelecimento termal onde se registou a maior taxa de crescimento da frequência termal em 2006, relativamente a 2005, foi as Caldas de Chaves (995 aquistas). Contrariamente, onde se registou a maior descida, em igual período, foi nas Termas de S. Pedro do Sul (4 094 aquistas). Pelo Quadro XIX e no que diz respeito aos valores das receitas (inscrições, tratamento e aplicações) verifica-se que, de 2005 para 2006, houve um ligeiro crescimento, da ordem dos 2,2 %. Dos 35 estabelecimentos termais que estiveram em actividade em 2006, houve um decréscimo de receitas em 17 estabelecimentos termais. Pelo Quadro XIX poderemos retirar que, durante a época termal de 2006, cada aquista pagou, em média, cerca de 226 euros em inscrição, tratamentos e aplicações, durante a sua estadia no estabelecimento termal, ou seja, pagou mais 16 euros que em De referir que os 3 estabelecimentos termais que estiveram a realizar estudos médico-hidrológicos não foram registadas cobranças de inscrições, tratamentos e aplicações. A taxa de evolução da frequência termal calculada para os dados de 2005, foi de -5,1 %, relativamente a 2005 (Gráfico n.º 14). 87

88 QUADRO XIX Frequência termal em 2006 Nº de Termas Inscrições Valor ordem Nº Var L Var S. Pedro do Sul Caldas de Chaves T. da Felgueira Banhos de Alcafache Termas do Gerês Caldas de S. Jorge Termas do Carvalhal T. de Caldelas Monte Real Caldas de Vizela Sulfúrea* T. de Monfortinho Termas da Curia Caldas da Rainha Caldas da Saúde Fadagosa de Nisa T. de Entre-os-Rios Termas do Luso Caldas de Sangemil Caldas de Manteigas Caldas de Aregos T. da Longroiva** Caldas de Monchique Termas de Almeida** Ladeira de Envendos Caldas de Moledo Termas do Vimeiro Caldas do Cró** Caldas das Taipas Termas de Eirogo Termas de Vidago Caldas do Carlão T. do Vale da Mó T. de Melgaço C. S. de Carvalhelhos T. de Pedras Salgadas Total * Anteriormente denominada por Cabeço de Vide ** Funcionamento provisório para realização de estudo médico-hidrológico QUADRO XX Quimismo das águas minerais utilizadas nas termas Quimismo Nº de estabelecimentos Nº de Aquistas % Sulfúreas ,29 Sulfatadas ,12 Gasocarbónicas ,56 Bicarbonatadas ,40 Hipossalinas ,00 Cloretadas ,63 Total , A Actividade termal e o quimismo das suas águas Pelo Mapa III e Quadro n.º XX, podemos verificar a distribuição dos estabelecimentos termais pelo quimismo das águas minerais naturais. Constata-se que 68,3 % dos estabelecimentos termais que funcionaram durante o ano de 2006 utilizam água mineral natural sulfúrea. Destes 22 estabelecimentos termais verificamos que existem diferenças, por vezes significativas, do quimismo das suas águas. Decidimos colocá-las todas dentro desta categoria pelo facto das águas possuírem formas reduzidas de enxofre. No entanto, podemos dizer que praticamente não existem duas águas minerais naturais perfeitamente iguais. Os restantes 13 estabelecimentos termais que estiveram em actividade durante a época termal de 2006, repartem-se pelos outros 5 tipos químicos Frequência estrangeira Durante o ano de 2006 frequentaram os estabelecimentos termais portuguesas 694 aquistas estrangeiros, ou seja, mais 158 que na época termal de Esta frequência corresponde a cerca de 0,9 % do total de inscrições nos estabelecimentos termais (Quadro XXI). 88

89 QUADRO XXI Frequência termal estrangeira em 2006 País 2006 Var Alemanha Bélgica 13 4 Espanha França Holanda 9 8 Irlanda 1 1 Itália Luxemburgo Reino Unido 6 1 Hungria 2 2 Suiça 37 8 Ucrânia 0-2 Angola 0-2 Cabo Verde 1 1 Moçambique 0-2 África do Sul 1 1 Brasil Canadá 8 6 E.U.A Venezuela 1 1 Índia 0-2 Israel 3 3 Japão 1 0 Austrália 2 2 Outros 0-11 Total Observando o Gráfico n.º 16 podemos verificar que, de novo, voltamos à tendência de crescimento da frequência de estrangeiros nos nossos estabelecimentos termais Emprego GRÁFICO N.º 16 Evolução da frequência termal estrangeira (no decénio) Apesar da tendência ser para o alargamento do período de funcionamento dos estabelecimentos termais, esta actividade continua a ter um carácter essencialmente sazonal, empregando anualmente cerca de trabalhadores, número registado durante o ano de (Quadro XXII). GRÁFICO N.º 17 Pessoal afecto às termas Dos estrangeiros que frequentaram os nossos estabelecimentos termais, 87,2% são oriundos dos nossos parceiros comunitários, nomeadamente da Espanha, donde vieram 56 %. GRÁFICO N.º 15 Evolução da frequência termal (no decénio) 89

90 QUADRO XXII Pessoal afecto às termas Ano Dirigente Médico Técnico Administrativo Chefia Operário Outros Total NOTAS FINAIS 5 - AGRADECIMENTOS Como ficou demonstrado nos dados estatísticos apresentados, o sector das águas engarrafadas e do termalismo continua, de ano para ano, a crescer, como atestam os números que se apresentaram. Durante o ano de 2006 foram celebrados mais 1 contrato de concessão de exploração TERMAS DE MOURA- (concelho de Moura), estando mais 3 em condições de poderem ser assinados. Ao terminar mais este trabalho anual da estatística dos sectores das águas engarrafadas (minerais naturais e de nascente, e do termalismo não o posso fazer sem deixar expressos sinceros agradecimentos à Senhora Dra. Ana Cristina Oliveira pelo trabalho de compilação e revisão de provas e à Senhora D. Maria do Céu Loureiro que introduziu os dados no sistema informático. 90

91 Actividade Mineira CONTRATOS DE PROSPECÇÃO E PESQUISA TRANSMISSÃO DE CONTRATOS DE PROSPECÇÃO E PESQUISA CONTRATOS DE CONCESSÃO DE EXPLORAÇÃO CONTRATOS DE CONCESSÃO RESCINDIDOS 91

92 92 DEPÓSITOS MINERAIS - Contratos de Prospecção e Pesquisa - 1.º Semestre de 2007 Empresa Contrato Data da outorga Base Jurídica Nome da área Substância (s) Concelho (s) Distrito (s) Área (ha) NORTE Maepa - Empreendimentos Mineiros 2/ Covas W, Sn e Au Vila Nova de Cerveira Viana do e Participações, Lda. e Caminha Castelo Maepa - Empreendimentos Mineiros 04/ Bragança Au, Ag, Cu, Pb, Zn, Fe, Bragança, Vinhais e Macedo Bragança Participações, Lda. Art.ºs 5.º e 8.º do Dec. Lei n.º 88/90 e Mn e Ba de Cavaleiros Saibrais - Areais e Caulinos, S. A. 14/ Art.ºs 9.º e 13.º do Dec. Lei n.º 90/90 Romainho Sul Quartzo e feldspato Boticas Vila Real 106 Boletim de Minas, 42 (1) MTI - Mining Technology, 15/ de 16 de Março. Rebordelo/Murços Sn e W Vinhais, Macedo de Cavaleiros, Bragança Unipessoal, Lda. Mirandela e Valpaços Kernow Mining Portugal 16/ Sobrido Sb, Au, Ag, Cu, Pb, Zn e Gondomar e Paredes Porto Pirites CENTRO Iberian Resources Portugal Recursos 07/ Armamar/ W, Sn, Au, Cu e minerais Armamar e Tabuaço Viseu Minerais, Unipessoal, Lda. /Tabuaço acessórios Sorgila - Sociedade de Argilas, S.A. 9/ Art.ºs 5.º e 8.º do Dec. Lei n.º 88/90 e Lousã Caulino Lousã Coimbra 592 Felmica - Minerais Industriais, S.A. 10/ Art.ºs 9.º e 13.º do Dec. Lei n.º 90/90 Vale Mourisco Quartzo e feldspato Sabugal Guarda Felmica - Minerais Industriais, S.A. 12/ de 16 de Março. Sátão Quartzo e feldspato Sátão Viseu Felmica - Minerais Industriais, S.A. 13/ Gradiz Quartzo e feldspato Aguiar da Beira e Sernancelhe Guarda José Aldeia Lagoa & Filhos, S.A. 17/ Figueiredo Caulino Pombal Leiria 288 Argilis - Extracção de Areias e 18/ Guia 1 Caulino Pombal Leiria 366 Argilas, Lda.

93 DEPÓSITOS MINERAIS - Contratos de Prospecção e Pesquisa - 1.º Semestre de 2007 (Cont.) Empresa Contrato Data da outorga Base Jurídica Nome da área Substância (s) Concelho (s) Distrito (s) Área (ha) ALENTEJO Iberian Resources Portugal Recursos 2/ Monfurado Au, Ag, Cu, Pb, Zn e Évora, Montemor-Novo, Évora Minerais, Unipessoal, Lda. * minerais associados Arraiolos e Vendas Novas Maepa - Empreendimentos Mineiros 1/ Portel Zn, Pb, Ag, Cu e Au Portel e Vidigueira Évora e Participações, Lda. Maepa - Empreendimentos Mineiros 3/ Art.ºs 5.º e 8.º do Dec. Lei n.º 88/90 e Estremoz/ Fe, Cu, Pb, Zn, Au e Ag Arraiolos, Évora, Estremoz, Évora e Participações, Lda. Art.ºs 9.º e 13.º do Dec. Lei n.º 90/90 /Vila Viçosa Borba, Vila Viçosa e Redondo Maepa - Empreendimentos Mineiros 5/ de 16 de Março. Ferreira do Alentejo Cu, Pb, Zn, Au e Ag Ferreira do Alentejo Beja e Participações, Lda. Iberian Resources Portugal Recursos 6/ Caveira Au, Ag, Cu, Pb, Zn, Grândola e Santiago do Cacém Setúbal Minerais, Unipessoal, Lda. pirites e minerais acessórios Northern Lion Gold, Actividades 8/ Moura/Ficalho Zn, Pb, Cu, Ag, Au, Sb, Moura e Serpa Beja Mineiras, Unipessoal, Lda. Ge, Ga e In LISBOA E VALE DO TEJO Art.ºs 5.º e 8.º do Dec. Lei n.º 88/90 e Sorgila - Sociedade de Argilas, S.A. 11/ Art.ºs 9.º e 13.º do Dec. Lei n.º 90/90 Pederneira Caulino Ourém Santarém 835 de 16 de Março. * Adenda a contrato Boletim de Minas, 42 (1)

94 94 DEPÓSITOS MINERAIS - Transmissão de Contratos de Prospecção e Pesquisa - 1.º Semestre de 2007 Número Data da Autorização Anterior Titular Novo Titular Base Jurídica Denominação Substância (s) Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s) Área (ha) Areias, cascalhos 11/ Dragamais - Sociedade Marinertes, S.A. Art.º 11.º do Decreto-Lei Plataforma e outros agregados ,985,00 de Dragagens, Lda. n.º 88/90 de 16 de Março. Continental do leito e subsolo marinhos Boletim de Minas, 42 (1) DEPÓSITOS MINERAIS - Contratos de Concessão de Exploração - 1.º Semestre de 2007 Concessionário Número Data da outorga Base Jurídica Denominação Substância (s) Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s) Área (ha) Art.ºs 21.º e 24.º do Dec. Lei n.º 88/90 de 16 de Saibrais - Areias e Caulinos, S.A. C Março e Art.ºs 9º e 21º Casal dos Braçais Caulino Amoreira Óbidos Leiria 103,6452 do Dec. Lei n.º 90/90 de 16 de Março. Art.ºs 21.º e 24.º do Dec. Lei n.º 88/90 de 16 de Felmica - Minerais Industriais C Março e Art.ºs 9º e 21º Castanho Sul Feldspato e quartzo Gonçalo Guarda Guarda 71,9944 do Dec. Lei n.º 90/90 de 16 de Março.

95 DEPÓSITOS MINERAIS - Contratos de Concessão de Exploração - 1.º Semestre de 2007 (Cont.) Concessionário Número Data da outorga Base Jurídica Denominação Substância (s) Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s) Área (ha) Art.ºs 21.º e 24.º do Dec. Lei n.º 88/90 de 16 de Cabeço Feldspato Barco Covilhã Castelo Unizel - Minerais, Lda. C Março e Art.ºs 9º e 21º da Argemela e quartzo e Lavacolhos e Fundão Branco 4,9297 do Dec. Lei n.º 90/90 de 16 de Março. Art.ºs 16.º e 21.º do Dec. Lei n.º 88/90 de 16 de Minas de Barqueiros, S.A. C Março e Art.ºs 9º e 21º Gandra Caulino Vila Chã Barcelos Braga 41,925 do Dec. Lei n.º 90/90 de 16 de Março. Kernow Mining Portugal Prospecção MNCEX Mineira, Sociedade Unipessoal, Lda Art.ºs 16.º e 21.º do Dec. Lei n.º 88/90 de 16 de Ouro, prata, Vreia de Jales Vila Pouca Março e Art.ºs 9º e 21º Gralheira - Jales cobre, chumbo, e Alfarela de Jales de Aguiar Vila Real 520,345 do Dec. Lei n.º 90/90 zinco e pirites de 16 de Março. Art.ºs 16.º e 21.º do Dec. Lei n.º 88/90 de 16 de José ALdeia Lagoa & Filhos, S.A. C Março e Art.ºs 9º e 21º Roussa Caulino Pombal Pombal Leiria 103,3659 do Dec. Lei n.º 90/90 de 16 de Março. Art.ºs 16.º e 21.º do Dec. Lei n.º 88/90 de 16 de Feldspato, Boticas e Braga e Felmica - Minerais Industriais, S.A. C Março e Art.ºs 9º e 21º Gondiães quartzo e lítio Gondiães Cabeceiras Vila Real 27,92 do Dec. Lei n.º 90/90 de Basto de 16 de Março. Boletim de Minas, 42 (1)

96 96 Empresa Contrato DEPÓSITOS MINERAIS - Contratos de Concessão Rescindidos - 1.º Semestre de 2007 Data da rescisão Data da Publicação no Diário da República Base Jurídica Denominação Substância (s) Freguesia Concelhos Distrito Área (ha) Cassiterite, Nortenha - Minérios de Estanho, S.A C N.º 1 do Art.º 34.º do Dec-Lei n.º 88/90 de 16 de Março. Vieiros tantalite, quartzo Rebordelo Amarante Porto e feldspato Boletim de Minas, 42 (1)

97 Águas Minerais e de Nascente CONTRATOS DE CONCESSÃO CONTRATOS DE PROSPECÇÃO E PESQUISA TRANSMISSÃO DA CONCESSÃO PERÍMETROS DE PROTECÇÃO LICENÇAS DE EXPLORAÇÃO 97

98 98 ÁGUAS MINERAIS - Contratos de Concessão de Exploração - 1.º Semestre de 2007 Data da outorga Nº cadastro Nome da Concessão Concessionário Área Freguesia Concelho Distrito NORTE HM-62 Caldas das Murtas Câmara Municipal de Amarante 43,7800 Madalena Amarante Porto CENTRO HM-61 Água de Cambres Águas de Cambres, Lda. 33,0000 Cambres Lamego Viseu LISBOA E VALE DO TEJO HM-38 Termas do Vale dos Cucos Acqualibrium, S.A. 50,0013 Matacães Torres Vedras Lisboa Boletim de Minas, 42 (1) ÁGUAS MINERAIS - Contratos de Prospecção e Pesquisa - 1.º Semestre de 2007 Data da outorga Nº cadastro Nome do contrato Titular dos direitos Área Concelho Distrito CENTRO PP-HM-20 Gaeiras Associação Nacional das Farmácias 6,0790 Óbidos Leiria

99 ÁGUAS MINERAIS - Transmissão da concessão - 1.º Semestre de 2007 Nº Cadastro Denominação Anterior concessionário Novo concessionário Data do despacho Freguesia Concelho Distrito HM-17 Pisões-Moura Nestlé Waters Portugal, S.A. Mineraqua Portugal - Exploração e Comercialização de Águas, Lda Santo Agostinho Moura Beja PERÍMETROS DE PROTECÇÃO FIXADOS - 1.º Semestre de 2007 Nº cadastro Nome da Concessão Concessionário Portaria n.º Data da Publicação HM-17 Pisões-Moura Nestlé Waters Portugal, S.A. 329/ HM-39 Águas de Sandim Empresa das Águas de Sandim, Lda. 330/ HM-45 Fonte Santa de Monfortinho Companhia das Águas da Fonte Santa de Monfortinho, S.A. 393/ Boletim de Minas, 42 (1)

100 100 ÁGUAS DE NASCENTE - Licenças de Exploração - 1.º Semestre de 2007 Data da outorga Nº cadastro Nome da Licença Titular da Licença Freguesia Concelho Distrito CENTRO /NAS Água da Gardunha António Pereira Nunes, Lda. Donas Fundão Castelo Branco LISBOA E VALE DO TEJO /NAS Água da Nossa Senhora da Conceição Ernâni José Canto Lopes da Costa Ulme Chamusca Santarém Boletim de Minas, 42 (1)

101 Pedreiras LICENÇAS DE PROSPECÇÃO E PESQUISA NOVAS LICENÇAS DE EXPLORAÇÃO CESSAÇÃO DA LICENÇA DE EXPLORAÇÃO TRANSMISSÃO DA LICENÇA DE EXPLORAÇÃO NOMEAÇÃO DE DIRECTORES TÉCNICOS 101

102 102 PEDREIRAS - Licenças de prospecção e pesquisa - 1.º Semestre de 2007 Data da Entidade Nº atribuição licencia- cadastro Denominação Substância Titular da licença Freguesia Concelho Distrito da licença dora LISBOA E VALE DO TEJO DRE 5 Vale da Relvinha Calcário Pedramoca - Sociedade Extractiva de Pedra, Lda. Alcanede Santarém Santarém Boletim de Minas, 42 (1) PEDREIRAS - Novas licenças de exploração - 1.º Semestre de 2007 Data da Entidade Nº atribuição licencia- cadastro Denominação Substância Titular da licença Director Técnico Titular do terreno Freguesia Concelho Distrito da licença dora NORTE DRE 4745 Fojos n.º 2 Granito Irmãos Queirós, Lda. João Marcelino do Espírito Santo Conselho Directivo dos Baldios de Bragado Vila Pouca Vila Real Nobrega Rodrigues Bragado de Aguiar DRE 5109 Souto Sabroso n.º 1 Granito Moura e Silva & Filhos, S.A. Filipe Alexandre Ferreira da Silva Melo Conselho Directivo dos Baldios de Bornes Vila Pouca Vila Real Lago Bom de Aguiar DRE 6545 Fraga do Bombo Granito Transgranitos-Mármores e Granitos do Luís Manuel Oliveira Sousa Conselho Directivo dos Baldios Vreia de Jales Vila Pouca Vila Real Alto Tâmega, Lda. e Tourencinho de Aguiar DRE 6547 Fraga do Carvalhoto Granito ROR - Rochas Ornamentais, S.A. Adriano Manuel dos Santos de Morais Conselho Directivo dos Baldios de Telões Vila Pouca Vila Real Antas Quintã de Jales, Tourencinho de Aguiar DRE 6548 Pedreira da Granito José Martins e Costa - Exploração de Manuel José Santos da Cerveira Pinto Conselho Directivo dos Baldios de Torre Torre do Pinhão Sabrosa Vila Real Fraga n.º 2 Granitos, Lda. Ferreira do Pinhão DRE 6550 Fraga do Gaio Granito António Mesia da Silva João Gabriel Vermelho da Saúde Conselho Directivo dos Baldios de Vila S. Tomé Vila Real Vila Real Miã do Castelo DRE 6556 Sorte do Bolhão Granito António José Gonçalves Gomes Oliveira Manuel Luís da Rocha e Sousa António José Gonçalves Gomes Oliveira Rosém Marco de Porto Canavezes DRE 6559 Alto das Bouças Granito Os Vilarinhos - Sociedade de Extracção Manuel José Santos da Cerveira Pinto Conselho Directivo dos Baldios da Vreia de Jales Vila Pouca Vila Real de Granitos, Lda. Ferreira Quinta de Jales de Aguiar CENTRO DRE 3152 Linguarita Argila Cerâmica Castros, S.A. Elísio Pereira dos Santos Joaquim Santiago e Castro Sucrs, Lda. Oliveira Oliveira Aveiro do Bairro do Bairro DRE 4465 Chã n.º 3 Argila Cerâmica Castros, S.A. Elísio Pereira dos Santos Cerâmica Castros, S.A. Sangalhos Anadia Aveiro DRE 4729 Fical Granito Brigalde - Britas de Mangualde, S.A. João Gabriel Vermelho da Saúde Sebrical - Sociedade de Exploração de Freixiosa Mangualde Viseu Britas de Calcário, Lda DRE 4826 Pedreira do Infesto Granito Leonel da Conceição Eva Margarida Correia Freitas Leonel da Conceição S. João Tondela Viseu do Monte DRE 5174 Vale do Boi Granito Agrepor - Agregados - Extracção de António Paulo Marques Caetano Agrepor - Agregados - Extracção de Canas de Nelas Viseu Inertes, S.A. Inertes, S.A. Senhorim

103 PEDREIRAS - Novas licenças de exploração - 1.º Semestre de 2007 (Cont.) Data da Entidade Nº atribuição licencia- cadastro Denominação Substância Titular da licença Director Técnico Titular do terreno Freguesia Concelho Distrito da licença dora CENTRO (Cont.) DRE 5419 Ervilhão Granito Blocifel - Materiais de Construção, Lda. Carlos Alberto da Costa Rodrigues Alcides António Quirino e Maria de Jesus Pereiro Pinhel Guarda Monteiro DRE 5585 Serra de Todo Basalto Jobasaltos - Extracção e Britagem, S.A. João Batista Jobasaltos - Extracção e Britagem, S.A. A-dos-Francos Caldas da Rainha Leiria o Mundo n.º DRE 5707 Piornal Granito António Saraiva & Filhos, Lda. Elísio Pereira dos Santos António Saraiva & Filhos, Lda. Arrifana Guarda Guarda DRE 5820 Bustelo Argila Arginorte - Extracção de Barros Filomena de Jesus Martins Arginorte - Extracção de Barros Aguada Águeda Aveiro Cerâmicos, Lda. Cerâmicos, Lda. de Cima DRE 6085 Escorregadia nº 1 Granito José Tavares da Cunha, Lda. Maria Filomena Coelho das Dores José Cardoso Vilhena de Carvalho Vascoveiro Pinhel Guarda CM 6540 Lanceiros Granito José Pereira Ferreira José Pereira Ferreira José Pereira Ferreira Vila Ferrnado Guarda Guarda DRE 6542 Vale da Argila Simões de Sá & Pereira, S.A. Susana Isabel Silva Ferreira Simões de Sá & Pereira, S.A. Aguada Águeda Aveiro Alagoa de Cima CM 6543 Vale de Ílhavo Areia Carocho-Sociedade de Extracção e Mário Cardoso Gonçalves Carocho - Sociedade de Extracção e S. Salvador Ílhavo Aveiro Exploração de Minerais, Lda. Exploração de Minerais, Lda CM 6544 Quinta do Ribeiro Areia Joaquim Antero Batista Filipe Miguel Rosa Guerra Joaquim Antero Batista Baraçal Celorico da Beira Guarda da Lameira CM 6552 Paramuna Granito Carcubos - Granitos, Lda. José Fonseca de Sousa Andrade Junta de Freguesia de Esmolfe Esmolfe Penalva do Castelo Viseu DRE 6553 Granjinha Areia Aspor - Areias e Seixos de Portugal, S.A. Gilberto Fernando Mohamadû Charifo Aspor - Areias e Seixos de Portugal, S.A. Escalos de Baixo Castelo Branco Castelo Baldé Branco DRE 6554 Pêga Areia comum Argilis - Extracção de Areias e Fernando António Leal Pacheco Argilis - Extracção de Areias e Souta da Leiria Leiria e argila Argilas, Lda. Argilas, Lda. Carpalhosa DRE 6555 Vale Galego Argila Adelino Duarte da Mota, S.A. Sofia Maria Rodrigues dos Santos Adelino Duarte da Mota, S.A. Meirinhas Pombal Leiria DRE 6560 Barreiras - Carapinhal Argila Inducerâmica - Indústrias de Vitor Manuel Curto Simões Inducerâmica - Indústrias de Miranda Miranda Coimbra Cerâmica, S.A. Cerâmica, S.A. do Corvo do Corvo LISBOA E VALE DO TEJO DRE 5608 Outeiro da Cabeça Argila Cerâmica Torreense de Miguel Pereira, António Pedro da Silva Mimoso Cerâmica Torreense de Miguel Pereira, Outeiro da Cabeça Torres Vedras Lisboa Sucrs, Lda. Sucrs, Lda DRE 5809 Casalinho Farto Calcário Marsefal - Mármores Serrados de Ana Cristina S. de Oliveira Azevedo Pedra Alva-Sociedade Exploradora de Fátima Ourém Santarém Fátima, Lda. Matos Calcários do Centro, Lda DRE 6435 Cabeço do Pino Dolerito Eurobasalto-Extracção e Comércio de João Manuel Loureiro Meira Tibúrcio Pinto Alguber Cadaval Lisboa Basaltos, Lda DRE 6530 Vale do Curral Calcário Celestino Ribeiro & Filhos, Lda. José António de Oliveira Nunes Arrendado Fátima Ourém Santarém CM 6539 Charnequinha Argila A. Silva & Silva António Pedro da Silva Mimoso Assimec - Imóveis e Construcções de A. Pinhal Novo Palmela Lisboa Silva & Silva Lda CM 6541 Nicho das Figueiras Areia Custódio Emerenciano & Filhos, Lda. Custódio da Silva Emerenciano Custódio da Silva Emerenciano e Gisel Santo Isidro Montijo Lisboa Emerenciano de Pegões ALENTEJO DRE 6549 Monte das Pedras Granito Geobalastro-Comércio de Rochas Américo Luís Parreirão e Gomes Geobalastro-Comércio de Rochas Arraiolos Arraiolos Évora Industriais, Lda. Industriais, Lda. ALGARVE DRE 6546 Covada areia Areia Anabela Maria Pires Faustino Arvela Paulo Sérgio da Cunha Pereira Anabela M. P. Faustino Arvela e Francisco Silves Silves Faro P. Faustino Boletim de Minas, 42 (1)

104 104 PEDREIRAS - Cessação da licença de exploração - 1.º Semestre de 2007 Data da cessação Nº cadastro Denominação Substância Titular da licença da licença Freguesia Concelho Distrito 4126 Granja de Baixo Areia João Simões Marques Vieira & Filhos, Lda Oliveirinha Aveiro Aveiro 5744 Lavandeira n.º 5 Saibro João Batista Julião Sosa Vagos Aveiro 6278 Cela n.º 2 Granito Maroufi - Sociedade de Granitos e Mármores, Lda Cela Castro Daire Viseu 6290 Sobral n.º 1 Calcário Ferrarias, Lda Nossa Senhora Ourém Santarém das Misericórdias Boletim de Minas, 42 (1) Pegões Velhos Argila Cerâmica de Pegões J. G. Silva, Lda. Baixa até Santo Isidro Montijo Setúbal de Pegões

105 PEDREIRAS - Transmissão da licença de exploração - 1.º Semestre de 2007 Nº cadastro Denominação Substância Anterior titular da licença Novo titular da licença Data do despacho Freguesia Concelho Distrito 2010 Pedreira do Covão Calcário Fornecedora de Britas do Carregado, Lda. Agrepor Agregados - Extracção de Castelo Sessimbra Setúbal Inertes, S.A Herdade do Mouro Calcário Calemar - Mármores e Granitos, Lda. Solubema - Sociedade Belga de Rio de Moinhos Borba Évora Courela C Mármores, S.A Laboreiro, n.º 1 Calcário ECOB - Empresa de Construção de Britas, S.A. Secil Britas, S.A Mexilhoeira Grande Portimão Faro 3479 Cabanas n.º 9 Mármore Irmãos Baptista, Lda. Ezequiel Francisco Alves, Lda Conceição Vila Viçosa Évora 4078 Britadeira Calcário ECOB - Empresa de Construção de Britas, S.A. Secil Britas, S.A S. Sebastião Loulé Faro 4118 S. Marcos n.º 8 Mármore António Bento Vermelho António Bento Vermelho, Lda Pardais Vila Viçosa Évora 4119 S. Marcos n.º 9 Calcário António Bento Vermelho António Bento Vermelho, Lda Pardais Vila Viçosa Évora 4305 Escarpão n.º 3 Calcário ECOB - Empresa de Construção de Britas, S.A. Secil Britas, S.A Paderne Albufeira Faro 4321 Das Colmeias Calcário Henrique Borges & Arenga, Lda. AZCA - Agregados e Calcários Castelo Sesimbra Setúbal Unipessoal, Lda Ladoeiro n.º 7 Granito Abel Cardoso Correia Granicorreia - Exploração e Comercialização Mancelos Amarante Porto de Pedra, Lda Vilar n.º 5 Granito Abílio Rodrigues Britafiel - Agregados e Ornamentais, S.A Duas Igrejas Penafiel Porto 5133 Felgueira do Moço Granito Granitos do Fojo, Lda. Granicon - Granitos e Construções, Lda Bragado Vila Pouca de Aguiar Vila Real 5302 Pedreira da Cancela n.º 2 Granito Agostinho da Silva Soares Desenvolvimento Unipessoal, Lda Cabeça Santa Penafiel Porto 5388 Mouro 3-5 Mármore Armando Duarte, S.A. Solubema - Sociedade Belga de Rio de Moinhos Borba Évora Mármores, Lda Laboreiro n.º 3 Calcário ECOB - Empresa de Construção de Britas, S.A. Secil Britas, S.A Mexilhoeira Grande Portimão Faro 5537 Eira da Morgada Calcário Manuel Cordeiro Rei Rei do Calcário - Sociedade Extractiva, Lda S. Bento Porto de Mós Leiria 5545 Herdade do Mouro Mármore Civimármores - Mármores e Cantarias, Lda. Solubema - Sociedade Belga de Rio de Moinhos Borba Évora Courela N Mármores, S.A Poço Negro n.º 4 Granito Abílio Rodrigues Britafiel - Agregados e Ornamentais, S.A Duas Igrejas Penafiel Porto Alpinina Calcário Pardal Monteiro, Lda. Candipedra - Mármores dos Candeeiros, Lda Alvados Porto de Mós Leiria 5556 Pia das Lajes, n.º 3 Calcário António Bentos & Irmãos, Lda. Bentos - Indústria de Mármores, Lda Serro Ventoso Porto de Mós Leiria 5591 Herdade do Montinho Granito Granobra - Granitos e Obras Públicas, Lda. Monte Adriano Agregados, S.A Assunção Arronches Portalegre 5652 Tesido Granito Jabarfil - Sociedade Comercial de Pedras, Lda. Domingos Arantes & Sousa, S.A Estorãos Ponte de Lima Viana do Castelo 5683 Bouça n.º 3 Argila Maria de Jesus Mota Adelino Duarte da Mota S. A Colmeias Leiria Leiria 5812 S. Marcos - ABV Mármore António Bento Vermelho António Bento Vermelho, Lda Pardais Vila Viçosa Évora 6233 Cela n.º 1 Granito Mendes Peixoto, S.A. Monte Adriano Agregados, S.A Moledo Castro Daire Viseu Boletim de Minas, 42 (1)

106 106 PEDREIRAS - Nomeação de Directores Técnicos - 1.º Semestre de 2007 Nome do Director Técnico: José Ribeiro Baltazar da Costa Nº cadastro Denominação Substância Titular da licença Freguesia Concelho Distrito Data do Despacho de Nomeação 5449 Pinoca Areia Armindo dos Santos Marques & Filhos, Lda. Silgueiros Viseu Viseu Nome do Director Técnico: José João Estevão Arvela Nº cadastro Denominação Substância Titular da licença Freguesia Concelho Distrito Data do Despacho de Nomeação Boletim de Minas, 42 (1) Pontal Areia Arvela, Lda. S. Pedro Faro Faro Nome do Director Técnico: João Miguel da Costa Rodrigues Nº cadastro Denominação Substância Titular da licença Freguesia Concelho Distrito Data do Despacho de Nomeação 4922 Das Mós Calcário Ricel - Indústria de Pré-Fabricados de Betão e Cerâmica, Lda. S. Pedro Porto de Mós Leiria Nome do Director Técnico: Ana Margarida Carvalheiro Luís Nº cadastro Denominação Substância Titular da licença Freguesia Concelho Distrito Data do Despacho de Nomeação 5511 Cabeça Gorda (PRS-5) Calcário Pedramoca - Sociedade Extractiva de Pedra, Lda. Serro Ventoso Porto de Mós Leiria Nome do Director Técnico: Paulo Alexandre de Sá Moreira Nº cadastro Denominação Substância Titular da licença Freguesia Concelho Distrito Data do Despacho de Nomeação 4512 Brejo-Largo-Cimeira Saibro Aldeia & Irmão, Lda. Colmeias Leiria Leiria Fonte Oleiros Argila especial Aldeia & Irmão, Lda. Boavista Leiria Leiria Nome do Director Técnico: Ascencion Maria Mendes de Sousa Nº cadastro Denominação Substância Titular da licença Freguesia Concelho Distrito Data do Despacho de Nomeação 5700 Cabeça Gorda n.º 6 Calcário Marcofil - Indústria de Mármores, Lda. Serro Ventoso Porto de Mós Leiria Nome do Director Técnico: Filipa de Jesus Gomes Nº cadastro Denominação Substância Titular da licença Freguesia Concelho Distrito Data do Despacho de Nomeação 4241 Barrocal n.º 2 Calcário Iberobrita - Produtora de Inertes, S.A. Pombal Pombal Leiria

107 Nome do Director Técnico: Ricardo Jorge da Silva Martins PEDREIRAS - Nomeação de Directores Técnicos - 1.º Semestre de 2007 (Cont.) Nº cadastro Denominação Substância Titular da licença Freguesia Concelho Distrito Data do Despacho de Nomeação 5750 Monteiras Granito Francisco Pereira Marinho & Irmãos, Lda. Monteiras Castro Daire Viseu Nome do Director Técnico: Maribel Cerca Simões Nº cadastro Denominação Substância Titular da licença Freguesia Concelho Distrito Data do Despacho de Nomeação 5679 Os Três Teares Areia comum Argilacentro - Argilas do Centro, S.A. Redinha Pombal Leiria Cavadas II Argila comum Argilacentro - Argilas do Centro, S.A. Redinha Pombal Leiria Nome do Director Técnico: Maria Judite Martins Ramos Nº cadastro Denominação Substância Titular da licença Freguesia Concelho Distrito Data do Despacho de Nomeação 4656 Ladeiras Granito P.D.L. - Pedreiras da Ladeira, S.A. Cótimos Trancoso Guarda Nome do Director Técnico: Ricardo José Marques Ferreira Nº cadastro Denominação Substância Titular da licença Freguesia Concelho Distrito Data do Despacho de Nomeação 6528 Guia Areia comum Lusosílica - Sílicas Industriais, Lda. Carriço Pombal Leiria Nome do Director Técnico: Nuno Manuel Fernandes de Faria Nº cadastro Denominação Substância Titular da licença Freguesia Concelho Distrito Data do Despacho de Nomeação 4365 Póvoa Granito Aurélio Martins Sobreiro & Filhos, S.A. Vila Praia de Âncora Caminha Viana do Castelo Boletim de Minas, 42 (1)

108 108

109 Indústria Extractiva - Comércio Internacional Evolução do Comércio Internacional Janeiro a Junho de 2007 NOTA PRÉVIA Nos quadros que se seguem, apresentam-se alguns indicadores de comércio internacional da indústria extractiva, tomando como base os últimos dados disponibilizados pelo Gabinete de Estatísticas Europeias (EUROSTAT), relativamente ao período de Janeiro a Junho de 2007 e tendo como referência os valores do período homólogo de A designação saídas traduz o somatório das expedições para o espaço comunitário com as exportações para países terceiros. De igual modo, a designação entradas traduz o somatório das chegadas de países comunitários, com as importações provenientes de países terceiros. EVOLUÇÃO GLOBAL De acordo com os recentes dados do Comércio Internacional divulgados pelo EUROSTAT, no período de Janeiro a Junho de 2007, as saídas de produtos da indústria extractiva (comércio Intra + extra UE) em termos homólogos, aumentaram, quer em volume quer em valor, cerca de 18% e 14% respectivamente, situando-se nos 361,6 milhões de euros. Por sua vez, as entradas diminuíram cerca de 19% em volume e 7% em valor no mesmo período. A taxa de cobertura (Fob/Cif) total das entradas pelas saídas, no primeiro semestre de 2007, situou-se em 181%, correspondendo a um saldo positivo de cerca de 162 milhões de Euros. Neste mesmo período, nas trocas com a União Europeia, a taxa de cobertura situou-se em 403% correspondendo também a um saldo positivo de cerca de 227 milhões de Euros. Por outro lado, com os países terceiros, a taxa de cobertura foi de 48%, o que correspondeu a um saldo negativo de 65 milhões de Euros. COMÉRCIO INTERNACIONAL Janeiro a Junho Variação homóloga Milhões de Euros (%) Total Saídas (FOB) Entradas (CIF) Saldo Taxa de cobertura (%) _ União Europeia Expedição (FOB) Chegada (CIF) Saldo Taxa de cobertura (%) _ Países Terceiros Exportação (FOB) Importação (CIF) Saldo Taxa de cobertura (%) _ Fonte: DGEG com dados base Eurostat. As saídas não incluem águas. As Entradas não incluem petróleo. 109

110 Saídas por subsectores Durante o primeiro semestre de 2007, o valor das saídas tiveram um acréscimo de cerca de 14% relativamente ao período homólogo do ano anterior, alcançando cerca de 362 milhões de Euros. Este acréscimo foi devido essencialmente ao aumento do valor das saídas dos minérios metálicos e das rochas ornamentais, que juntos representam cerca de 97% do valor total das saídas. Nos minérios metálicos não ferrosos, o crescimento das saídas foi da ordem dos 23% em volume e 20% em valor, relativamente ao período homólogo de Este crescimento deve-se essencialmente ao aumento do valor da saída dos minérios de cobre, associado à contínua escalada das suas cotações. No entanto, acresce a estes valores, a saída de minérios de Zinco após o início da produção desta substância em 2006 nas Minas de Neves-Corvo. Nas rochas ornamentais, pela análise dos dados referentes ao primeiro semestre de 2007, ainda não se evidencia uma retoma deste sector, tendo-se verificado uma estabilização do valor das saídas. Os mármores e calcários que continuam a ter um peso significativo na estrutura das saídas, apresentaram apenas um ligeiro acréscimo do volume de saídas (cerca de 5%) e uma estabilização do valor, o que poderá evidenciar um aumento das saídas de calcários em detrimento dos mármores. Nos granitos e rochas similares o aumento das saídas, relativamente ao mesmo período do ano anterior, foi da ordem dos 21%, em volume e valor. Nas ardósias verificou-se uma diminuição de 15%, em valor, relativamente ao mesmo período do ano anterior. Neste primeiro semestre de 2007, continuou-se a verificar a expedição de minérios energéticos, essencialmente Antracite, para Espanha, no valor de 874 mil euros e cerca de 6,1 mil toneladas. SAÍDAS POR SUBSECTORES Janeiro a Junho SUBSECTORES Variação (%) Estrutura(%) Toneladas 10 3 euros Toneladas 10 3 euros Vol. Valor Valor-2007 ENERGÉTICOS ,2 Hulha e antracite ,2 MINÉRIOS METÁLICOS ,6 20,4 60,1 Minérios de ferro ,0 Minérios metálicos não ferrosos ,1 R. ORNAMENTAIS E R. INDUSTRIAIS ,2 6,1 38,8 ROCHAS ORNAMENTAIS ,8 Granito e r. similares ,7 Mármores e calcários ,1 Pedra nat.talhada p/calcetamento ,0 Ardósia ,9 ROCHAS INDUSTRIAIS ,0 Calcário, gesso e cré ,3 Saibro, areia e pedra britada ,4 Caulino e outras argilas ,3 MINERAIS NÃO METÁLICOS ,5 15,0 0,8 Minerais para indústria química ,3 Sal ,4 Outros minerais não metálicos ,2 TOTAL GERAL ,5 14,4 100,0 Fonte: DGEG com dados base Eurostat. Não inclui águas. 110

111 SAÍDAS DAS PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS POR PAÍSES DE DESTINO Janeiro a Junho de 2007 Minérios de cobre País Tonelada Mil Euros Total do qual: UE Finlândia Espanha Suécia Reino Unido França Bélgica Alemanha Minérios de zinco País Tonelada Mil Euros Total do qual: UE Bélgica Países Baixos Espanha Austrália 0 1 Pedra para calcetamento País Tonelada Mil Euros Total do qual: UE Alemanha França Dinamarca Suécia Itália Reino Unido Países Baixos Luxemburgo Bélgica Finlândia Espanha Irlanda Estónia 10 1 Noruega Suiça Macau Outros países Mármores e calcários País Tonelada Mil Euros Total do qual: UE Espanha Reino Unido Itália França Bélgica Alemanha Irlanda Suécia Dinamarca Outros da UE Arábia Saudita China Estados Unidos da América Emirados Árabes Unidos Japão Angola Coreia do Sul Hong-Kong Síria, República Árabe da Canadá Marrocos Líbano Austrália Cabo Verde Taiwan Jordânia Indonésia Anguila Singapura Barém Rússia Suiça Outros países

112 Granitos e outras rochas similares País Tonelada Mil Euros Total do qual: UE Espanha Alemanha França Países Baixos Irlanda Reino Unido Itália Bélgica Luxemburgo Polónia Finlândia Bulgária Estónia Áustria Suécia 6 6 Dinamarca 1 3 Angola Estados Unidos da América China Suiça Cabo Verde Japão Brasil Canadá Israel Panamá Rússia Outros países

113 Entradas por subsectores As entradas de produtos da indústria extractiva, registaram no primeiro semestre de 2007 um valor total de cerca de 200 milhões de Euros, acusando um decréscimo de cerca de 7% relativamente ao período homólogo do ano anterior. Este decréscimo foi provocado, essencialmente pela diminuição verificada no valor da Hulha, que representa cerca de 56% do valor global das entradas. Com menor importância, verificou-se também uma diminuição no valor global de entrada de algumas rochas ornamentais. No sector das rochas ornamentais, verificou-se um decréscimo na entrada de granitos e rochas similares (que são as rochas com maior peso na estrutura das entradas), quer em volume quer em valor, relativamente ao mesmo período de Nos minerais não metálicos, cujas principais substâncias importadas são o sal, o feldspato, o talco e os fosfatos de cálcio, verificou-se neste primeiro semestre de 2007, um acréscimo quer do volume quer do valor das entradas relativamente ao mesmo período de Já nas rochas industriais, verificou-se um ligeiro decréscimo do volume e valor das entradas. ENTRADAS POR SUBSECTORES Janeiro a Junho SUBSECTORES Variação (%) Estrutura(%) Toneladas 10 3 euros Toneladas 10 3 euros Vol. Valor Valor-2007 ENERGÉTICOS ,1-11,4 56,3 Hulha e antracite ,1-11,4 56,3 MINÉRIOS METÁLICOS ,4 3,8 2,2 Minérios de ferro ,0 382,5 0,0 Minérios metálicos não ferrosos ,1 2,5 2,2 R. ORNAMENTAIS E R. INDUSTRIAIS ,6-2,3 30,3 ROCHAS ORNAMENTAIS ,2-4,3 14,9 Granito e r. similares ,3-7,8 9,1 Mármores e calcários ,0 2,9 5,4 Pedra nat.talhada p/calcetamento ,7 62,8 0,1 Ardósia ,4-18,5 0,3 ROCHAS INDUSTRIAIS ,6-0,4 15,4 Calcário, gesso e cré ,2-6,1 7,2 Saibro, areia e pedra britada ,2-3,6 2,1 Caulino e outras argilas ,4 8,6 6,1 MINERAIS NÃO METÁLICOS ,5 3,7 11,3 Minerais para indústria química ,8 8,5 3,5 Sal ,5 24,4 2,5 Outros minerais não metálicos ,7-6,3 5,3 TOTAL GERAL ,4-7,0 100,0 Fonte: DGEG com dados de base do Eurostat. Não inclui petróleo. 113

114 ENTRADAS DAS PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS POR PAÍSES DE ORIGEM Janeiro a Junho de 2007 Hulha (inclui antracite) País Tonelada Mil Euros Total do qual: UE Espanha Bélgica Outros da UE Colômbia África do Sul Estados Unidos da América Indonésia Noruega Outros países Granitos e outras rochas similares País Tonelada Mil Euros Total do qual: UE Espanha Irlanda Itália Reino Unido Países Baixos Grécia França Outros da UE China Brasil Índia África do Sul Noruega Zimbabwe Angola Moçambique Estados Unidos da América 4 20 Turquia Outros países Mármores e Calcários País Tonelada Mil Euros Total do qual: UE Espanha Grécia Itália Bélgica França Países Baixos Reino Unido Alemanha 2 7 Luxemburgo 32 4 Suécia 55 4 Egipto Turquia China Israel Índia Marrocos Perú Brasil Estados Unidos da América Paquistão Outros países Gesso País Tonelada Mil Euros Total do qual:ue Espanha Alemanha França Itália Reino Unido Países Baixos 2 2 Marrocos Estados Unidos da América 0 11 Outros países

115 Legislação Decreto Regulamentar n.º 1/2007 (Diário da República, 1.ª Série, n.º 6, de 9 de Janeiro de 2007) Ministério da Economia e da Inovação Existem na península de Setúbal, e especificamente no concelho do Seixal, áreas de grande interesse geológico caracterizadas pela presença de complexos arenosos de expressão considerável. Estes complexos constituem uma importante fonte de matérias-primas para abastecimento da indústria da construção civil e obras públicas, direccionada para diversos mercados, dos quais se destacam os da área metropolitana de Lisboa. A contínua expansão urbanística e a de outras ocupações do solo para esta zona tem colocado sérios riscos de, a médio prazo, se comprometer o abastecimento à indústria desta matéria-prima não renovável e escassa. Neste sentido, e considerando que a exploração destas reservas terá reflexos muito favoráveis a nível social, económico e de gestão do território, não apenas à escala local e regional, mas também nacional, torna-se urgente definir esta área como reserva geológica e de interesse regional, com o fim de impedir ou minorar os efeitos prejudiciais ao seu aproveitamento decorrentes de tais ocupações. Na sequência da definição desta área de reserva, ficam criadas as condições para, através de portaria conjunta dos ministros responsáveis pelas áreas da economia, do ambiente e do ordenamento do território, se proceder à cativação prevista no artigo 3º do Decreto-Lei nº 270/ /2001, de 6 de Outubro, onde se fixarão os requisitos de carácter técnico a observar no aproveitamento de massas minerais pelos titulares das respectivas licenças de exploração. A definição de área de reserva geológica não prejudica a necessidade de consulta às entidades competentes no âmbito da protecção e valorização do património cultural, nos termos do disposto na Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro. Assim: Ao abrigo do disposto no artigo 36º do Decreto-Lei nº 90/90, de 16 de Março, e nos termos da alínea c) do artigo 199º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1º Área de reserva É constituída uma área de reserva, para efeitos de aproveitamento de areias que nela ocorram, a qual é compreendida pelas áreas a seguir indicadas, cujas coordenadas no sistema Hayford Gauss, referidas ao ponto central, constam do quadro anexo ao presente decreto regulamentar, do qual faz parte integrante: a) Área A, constituída pela poligonal formada pelos vértices 1 a 12. b) Área B, constituída pela poligonal formada pelos vértices 1 a

116 Artigo 2º Condicionantes 1 A área A, onde ocorre uma actividade produtiva significativa, e cujo desenvolvimento deve ser objecto de uma abordagem global, tendo em vista o aproveitamento do recurso geológico dentro dos valores de qualidade ambiental, é considerada como área de exploração consolidada. 2 A área B é constituída por duas áreas distintas, respectivamente área B(1) e área B(2), subdivididas pela linha recta que une os vértices 9 e 17 e em que a área B(1) é considerada como área de exploração consolidada e a área B(2) é considerada como área de exploração complementar da área B(1). 3 A atribuição de licenciamentos para exploração na área B(2) está condicionada ao esgotamento e recuperação paisagística de uma área mínima correspondente a metade da área B(1). 4 - Ficam sujeitas a parecer prévio favorável da Direcção Regional de Economia de Lisboa e Vale do Tejo (DRELVT) todas as acções de ocupação de solo a realizar no interior das áreas A e B, incluindo as áreas B(1) e B(2), que sejam susceptíveis de impedir ou prejudicar a exploração dos recursos geológicos que nelas ocorram e, em especial, as seguintes: a) Construção ou ampliação de edifícios destinados a fins comerciais, industriais, agrícolas, habitacionais ou outros; b) Construção ou ampliação de infra-estruturas conexas com os mesmos fins, de interesse público ou privado. 5 São nulas todas as licenças e autorizações que habilitem os interessados a realizar acções de ocupação do solo referidas no número anterior sem observância do que nele se dispõe, de acordo com o previsto na alínea c) do artigo 68º do Decreto-Lei nº 555/99, de 16 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei nº 177/2001, de 4 de Junho. 6 A exploração de recursos geológicos nas áreas abrangidas pelo presente decreto regulamentar não prejudica a observância das zonas de defesa previstas na lei ou o cumprimento das exigências legais de acesso à actividade. Artigo 3º Consulta 1 A emissão do parecer a que se refere o nº 4 do artigo anterior é solicitada pela entidade competente para o licenciamento, que envia à DRELVT os seguintes elementos: a) O tipo de ocupação pretendida e sua finalidade; b) A localização no interior da área de reserva e implantação em planta à escala apropriada; c) A área de ocupação prevista. 2 A DRELVT emite parecer no prazo máximo de 60 dias contados da data da recepção dos elementos referidos no nº 1 do artigo anterior ou dos elementos adicionais, quando solicitados. 3 Decorrido o prazo previsto no número anterior sem que seja emitido parecer, considera-se que foi emitido parecer favorável. 4 É aplicável o disposto no artigo 19º do Decreto-Lei nº 555/99, de 16 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei nº 177/2001, de 4 de Junho. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 26 de Outubro de José Sócrates Carvalho de Pinto e Sousa Francisco Carlos da Graça Nunes Correia Fernando Pereira Serrasqueiro. Promulgado em 7 de Dezembro de Publique-se. O Presidente de República, ANÍBAL CAVACO SILVA. Referenciado em 13 de Dezembro de O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho de Pinto e Sousa 116

117 ÁREA DE RESERVA DE MASSAS MINERAIS NO CONCELHO DO SEIXAL Extracto da carta n.º 442 do Instituto Geográfico do Exército à escala de 1/

118 VÉRTICES DOS POLIGONOS DAS ÁREAS DE RESERVA DE MASSAS MINERAIS NO CONCELHO DO SEIXAL Sistema de Projecção: Hayford-Gauss Sistema de Referenciação: Sistema de coordenadas rectangulares referidas ao ponto central BLOCO A ÁREA 90,8635 hectares VÉRTICE MERIDIANA (m) PERPENDICULAR (m) , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,5770 BLOCO B ÁREA 136,9678 hectares VÉRTICE MERIDIANA (m) PERPENDICULAR (m) , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,

119 Decreto-Lei n.º 139/2007 (Diário da República, 1.ª Série, n.º 82, de 27 de Abril de 2007) Ministério da Economia e da Inovação No quadro das orientações definidas pelo Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE) e dos objectivos do Programa do Governo no tocante à modernização administrativa e à melhoria da qualidade dos serviços públicos, com ganhos de eficiência, importa concretizar o esforço de racionalização estrutural consagrado no Decreto-Lei n.º 208/2006, de 27 de Outubro, que aprovou a Lei Orgânica do Ministério da Economia e da Inovação, avançando na definição dos modelos organizacionais dos serviços que integram a respectiva estrutura. A nova orgânica do Ministério responsável pelas áreas da energia e dos recursos geológicos procura responder não só aos desafios de simplificação e modernização das estruturas públicas e de favorecimento da melhoria competitiva das empresas mas, também, aos novos enquadramentos legislativos do sector energético, cujos grandes princípios estão traduzidos nos Decretos-Leis n.os 29/2006, 30/2006 e 31/2006, todos de 15 de Fevereiro, relativos à electricidade, ao gás natural e ao petróleo, respectivamente, e prevendo já a necessária modernização legislativa do sector dos recursos geológicos. É neste novo contexto que se cria a Direcção-Geral de Energia e Geologia, cuja orgânica interna visa contribuir para a concepção, promoção e avaliação das políticas relativas à energia e aos recursos geológicos, numa óptica da modernização da economia, da garantia do abastecimento, da maximização do contributo dos recursos endógenos e da protecção do ambiente, isto é do desenvolvimento sustentável. O processo de reestruturação da Direcção-Geral de Energia e Geologia tem, assim, como objectivo responder a todos os desafios que a actualidade e o futuro colocam, tais como a simplificação administrativa, a automatização de procedimentos e a optimização na gestão dos recursos, numa perspectiva de aumento da eficiência dos serviços e, consequentemente, de melhoria da qualidade do serviço prestado. Assim: Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.º Natureza A Direcção-Geral de Energia e Geologia, abreviadamente designada por DGEG, é um serviço central da administração directa do Estado, dotado de autonomia administrativa. Artigo 2.º Missão e atribuições 1 A DGEG tem por missão contribuir para a concepção, promoção e avaliação das políticas relativas à energia e aos recursos geológicos, numa óptica do desenvolvimento sustentável e de garantia da segurança do abastecimento. 2 A DGEG prossegue as seguintes atribuições: a) Contribuir para a definição, realização e avaliação da execução das políticas energética e de identificação e exploração dos recursos geológicos, visando a sua valorização e utilização apropriada e acompanhando o funcionamento dos respectivos mercados, empresas e produtos; b) Promover e participar na elaboração do enquadramento legislativo e regulamentar adequado ao desenvolvimento dos sistemas, processos e equipamentos ligados à produção, transporte, distribuição e utilização da energia, em particular visando a segurança do abastecimento, diversificação das fontes energéticas, a eficiência energética e a preservação do ambiente; c) Promover e participar na elaboração do enquadramento legislativo e regulamentar, relativo ao desenvolvimento das políticas e medidas para a prospecção, aproveitamento, protecção e valorização dos recursos geológicos e o respectivo contexto empresarial e contratual; 119

120 d) Apoiar a participação do MEI no domínio comunitário e internacional, na área da energia e dos recursos geológicos, bem como promover a transposição de directivas comunitárias e acompanhar a implementação das mesmas; e) Proceder a acções de fiscalização nos domínios da energia e recursos geológicos, nos termos da legislação aplicável aos respectivos sectores; f) Apoiar o Governo na tomada de decisão em situações de crise ou de emergência, no âmbito da lei, e proporcionar os meios para o funcionamento permanente da Comissão de Planeamento Energético de Emergência. Artigo 3.º Órgãos A DGEG é dirigida por um director-geral, coadjuvado por dois subdirectores-gerais. Artigo 4.º Director-geral 1 Sem prejuízo das competências que lhe forem conferidas por lei ou nele delegadas ou subdelegadas, compete ainda ao director-geral: a) Presidir à Comissão Consultiva da Entidade Gestora das Reservas Estratégicas de Produtos Petrolíferos (EGREP); b) Presidir à Comissão Permanente de Emergência Energética (CPEE) e definir e proporcionar as condições necessárias ao funcionamento desta Comissão; c) Aprovar e apresentar superiormente o plano e o relatório de actividades e o balanço social da DGEG, bem como submeter à aprovação das entidades competentes o orçamento e contas anuais da DGEG. 2 Os subdirectores-gerais exercem as competências que neles forem delegadas ou subdelegadas pelo directorgeral, devendo este identificar quem compete substituí-lo nas suas faltas e impedimentos. Artigo 5.º Tipo de organização interna A organização interna dos serviços obedece ao modelo de estrutura hierarquizada. Artigo 6.º Receitas 1 A DGEG dispõe das receitas provenientes de dotações que lhe forem atribuídas no Orçamento do Estado. 2 A DGEG dispõe ainda das seguintes receitas próprias: a) O produto da prestação de serviços; b) O produto resultante da edição ou venda de publicações e de dados relativos à energia e aos recursos geológicos; c) Os prémios e outras compensações pecuniárias devidos pela outorga de contratos de prospecção, pesquisa e exploração de recursos geológicos, na percentagem que vier a ser definida por despacho do ministro responsável pelas áreas da energia e dos recursos geológicos; d) As compensações a atribuir pelos concessionários de recursos geológicos, na percentagem que vier a ser definida por despacho do ministro responsável pelas áreas da energia e dos recursos geológicos; e) O produto das taxas, coimas e outros valores de natureza pecuniária que, por lei, lhe sejam consignados; f) Os subsídios, subvenções, comparticipações, doações e legados concedidos por entidades públicas e privadas; g) Quaisquer outras receitas que por lei, contrato ou outro título lhe sejam atribuídas. Artigo 7.º Despesas Constituem despesas da DGEG as que resultem de encargos decorrentes da prossecução das atribuições que lhe estão cometidas, nomeadamente: a) As respeitantes à execução de protocolos entre a DGEG e entidades sem fins lucrativos nas áreas de interesse comum; b) As relativas à organização, patrocínio, co-financiamento ou participação, em iniciativas de interesse público, exposições, congressos ou outros eventos e projectos que se integram no âmbito das suas actividades; c) As inerentes à representação sectorial do Estado Português em organizações internacionais na área da energia e dos recursos geológicos. 120

121 Artigo 8.º Quadro de cargos de direcção Os lugares de direcção superior de 1.º e 2.º graus e de direcção intermédia de 1.º grau constam do mapa anexo ao presente decreto-lei, do qual fazem parte integrante. Artigo 9.º Sucessão A DGEG sucede nas atribuições da Direcção-Geral de Geologia e Energia. Artigo 10.º Pessoal com funções de fiscalização 1 O pessoal que se encontre no exercício de funções de fiscalização deve ser portador de cartão de identificação especial, de modelo aprovado pelo ministro responsável pela área da energia e dos recursos geológicos. 2 Os funcionários na situação prevista no número anterior são considerados agentes de autoridade, gozando dos seguintes direitos e prerrogativas: a) Acesso e livre trânsito nas instalações e equipamentos que produzam, utilizem ou armazenem produtos energéticos, nas que tenham sido objecto de apoio financeiro ao investimento mediante contrato em que intervenha a DGEG e, ainda, em todas as áreas de prospecção, pesquisa e exploração de depósitos minerais e de recursos hidrogeológicos; b) Examinar livros, documentos e arquivos relativos às matérias inspeccionadas; c) Proceder à selagem de quaisquer instalações ou equipamentos quando isso se mostre necessário face às infracções detectadas; d) Levantar autos de notícia por infracção ao cumprimento de normas e regulamentos cuja fiscalização seja da competência da DGEG; e) Solicitar o apoio das autoridades administrativas e policiais para cumprimento das respectivas funções. Artigo 11.º Efeitos revogatórios Nos termos do artigo 5.º do Decreto-Lei n.o 201/2006, de 27 de Outubro, considera-se revogado, na data de entrada em vigor do presente decreto-lei, o Decreto-Lei n.º 15/2004, de 14 de Janeiro. Artigo 12.º Entrada em vigor O presente decreto-lei entra em vigor no 1.º dia do mês seguinte ao da sua publicação. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 11 de Janeiro de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa Emanuel Augusto dos Santos Manuel António Gomes de Almeida de Pinho. Promulgado em 4 de Abril de Publique-se. O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. Referendado em 5 de Abril de O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa. ANEXO (a que se refere o artigo 8.º) Designação dos cargos Qualificação dos cargos Número Grau dirigentes dirigentes de lugares Director-geral... Direcção superior... 1.º 1 Subdirector-geral... Direcção superior... 2.º 2 Director de serviços... Direcção intermédia... 1.º 6 121

122 Portaria n.º 535/2007 (Diário da República, 1.ª Série, n.º 83, de 30 de Abril de 2007) Ministérios das Finanças e da Administração Pública e da Economia e da Inovação O Decreto-Lei n.º 139/2007, de 27 de Abril, definiu a missão, atribuições e tipo de organização interna da Direcção-Geral de Energia e Geologia. Importa agora, no desenvolvimento daquele decreto-lei, determinar a estrutura nuclear dos serviços e as competências das respectivas unidades orgânicas. Assim: Ao abrigo do n.º 4 do artigo 21.º da Lei n.º 4/2004, de 15 de Janeiro: Manda o Governo, pelos Ministros de Estado e das Finanças e da Economia e da Inovação, o seguinte: Artigo 1.º Estrutura nuclear da Direcção-Geral de Energia e Geologia A Direcção-Geral de Energia e Geologia estrutura-se nas seguintes unidades orgânicas nucleares: a) Direcção de Serviços de Assuntos Comunitários, Internacionais e Ambientais; b) Direcção de Serviços de Electricidade; c) Direcção de Serviços de Combustíveis; d) Direcção de Serviços de Renováveis, Eficiência e Inovação; e) Direcção de Serviços de Minas e Pedreiras; f) Direcção de Serviços de Recursos Hidrogeológicos, Geotérmicos e Petróleo. Artigo 2.º Direcção de Serviços de Assuntos Comunitários, Internacionais e Ambientais À Direcção de Serviços de Assuntos Comunitários, Internacionais e Ambientais, abreviadamente designada por DSACIA, compete: a) Articular com as instituições internacionais nas áreas da energia e dos recursos geológicos, bem como com as políticas ambientais mais relevantes para o sector e, ainda, coordenar a participação da DGEG em programas nacionais de carácter interministerial; b) Apoiar a DGEG na participação e na coordenação, em matérias da competência da DGEG, no âmbito das políticas de energia e de recursos geológicos da União Europeia; c) Acompanhar e assegurar a participação em comités comunitários relevantes, particularmente o Grupo de Trabalho Energia; d) Apoiar os serviços operacionais da DGEG na transposição de directivas comunitárias; e) Apoiar os serviços operacionais da DGEG na elaboração de relatórios devidos no âmbito da União Europeia e da Agência Internacional de Energia, relativamente ao sector energético e aos recursos geológicos; f) Acompanhar a evolução da política externa da União Europeia, no âmbito da energia e dos recursos geológicos; g) Acompanhar e participar nos comités do Tratado da Carta da Energia, Tratado da Comunidade de Energia e Euro-Med, na esfera de atribuições da DGEG; h) Apoiar os serviços operacionais da DGEG no acompanhamento da evolução do Mibel e do Mercado Interno de Energia, na óptica da eficiência, da competitividade e da segurança do abastecimento; i) Apoiar a DGEG a assegurar a adequada representação nos trabalhos da Agência Internacional de Energia; j) Apoiar e colaborar, quer nas negociações conduzidas pelo Estado Português, quer no seu relacionamento normal, com instâncias internacionais envolvendo as políticas energéticas e de recursos geológicos, com vista à sua adequação aos interesses da política económica nacional; l) Elaborar, em colaboração com as direcções de serviço relevantes da DGEG e outros serviços do Estado, posições nacionais a defender nas negociações a nível comunitário e internacional, em matéria de política energética e de recursos geológicos, em especial quanto ao impacto e 122

123 integração nas políticas da competitividade, económica, financeira e inovação; m) Participar e colaborar em estudos e trabalhos de formulação e de revisão de políticas e medidas nacionais visando a compatibilidade das políticas energética e de recursos geológicos com as políticas de ambiente, visando o desenvolvimento sustentável; n) Participar no acompanhamento do processo de implementação do Comércio Europeu de Licenças de Emissão, em especial na elaboração do Plano Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão (PNALE); o) Participar, colaborar e proceder ao acompanhamento do processo de implementação do Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC), nas matérias de política energética; p) Participar, colaborar e proceder ao acompanhamento do processo de concretização da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável, em matéria de política energética e de recursos geológicos, bem como de outros programas nacionais, que tenham impacte na política energética nacional ou na de desenvolvimento dos recursos geológicos; q) Elaborar relatórios de avaliação do grau de execução e impactos da concretização de políticas e medidas no sector energético e de recursos naturais no âmbito dos programas, planos e estratégias nacionais, nomeadamente na área ambiental. Artigo 3.º Direcção de Serviços de Electricidade À Direcção de Serviços de Electricidade, abreviadamente designada por DSE, compete: a) Promover a garantia da segurança técnica, designadamente de pessoas e bens, e do abastecimento de electricidade; b) Promover e participar na elaboração de legislação e regulamentação relativa ao licenciamento, à responsabilidade técnica, à segurança, à eficiência e à fiscalização das instalações eléctricas e respectivas taxas; c) Propor os regulamentos de segurança, projectos tipo, guias técnicos, especificações técnicas e normas respeitantes ao projecto, execução e exploração de instalações eléctricas; d) Assegurar a representação nacional nas organizações internacionais no que respeita os trabalhos dos comités especializados em matéria de electricidade; e) Coordenar e propor os relatórios de monitorização previstos na legislação em matéria de electricidade; f) Propor, em articulação com a Comissão de Planeamento Energético de Emergência (CPEE), as acções adequadas em situações de crise ou emergência, ou em caso de ocorrência de acidentes graves; g) Promover as acções que permitam assegurar o acesso, a garantia de serviço público e a qualidade de serviço das redes nacionais de electricidade; h) Estudar e propor a transposição de directivas e a elaboração de legislação técnica relativas à sua área de atribuições; i) Propor, ou colaborar com o Instituto Português da Qualidade e demais entidades competentes na elaboração de normas relativas a instalações, equipamentos e materiais eléctricos; j) Promover o apoio à aplicação da regulamentação técnica de segurança de pessoas e bens, bem como de outra legislação, respeitante às instalações eléctricas; l) Elaborar estudos conducentes à formulação da posição nacional e assegurar a representação da DGEG nos comités e grupos de trabalho criados no âmbito das directivas cujo acompanhamento esteja na sua área de competência e nos comités e grupos de trabalho no âmbito da utilização da água para a produção de electricidade; m) Proceder ao licenciamento das redes e instalações de electricidade que lhe sejam cometidas por lei, e proceder à fiscalização daquelas instalações; n) Proceder ao licenciamento e acompanhamento da actividade de comercialização de electricidade, mantendo um registo de todos os agentes de mercado devidamente actualizado; o) Apreciar os projectos tipo e os elementos tipo de instalações eléctricas; p) Acompanhar a formulação e a execução dos planos de expansão e investimento das infra-estruturas de electricidade na óptica da garantia de abastecimento e do direito de acesso às redes e às interligações; q) Participar na elaboração dos instrumentos de gestão e ordenamento territorial; 123

124 r) Proceder à análise e avaliação das causas dos acidentes provocados por acção da electricidade, bem como dos incidentes mais importantes ocorridos nas respectivas redes e instalações; s) Apreciar e propor as respostas às consultas e reclamações sobre aspectos regulamentares da sua competência referentes às várias actividades inerentes às cadeias de valor do mercado da electricidade; t) Coordenar a área dos aparelhos de elevação, promover acções tendentes à sua qualidade de funcionamento e respectiva normalização; u) Acompanhar a actividade das associações inspectoras de instalações eléctricas. Artigo 4.º Direcção de Serviços de Combustíveis 1 À Direcção de Serviços de Combustíveis, abreviadamente designada por DSC, compete: a) A garantia da segurança técnica e de abastecimento de combustíveis fósseis sólidos e produtos derivados do petróleo, incluindo gases de petróleo liquefeitos (GPL) canalizado e o gás natural; b) Promover e participar na elaboração de legislação e regulamentação relativa ao licenciamento, à responsabilidade técnica, à segurança, à eficiência e à fiscalização das instalações e respectivas taxas; c) Propor os regulamentos de segurança, projectos tipo, guias técnicos, especificações técnicas e normas respeitantes ao projecto, execução e exploração de instalações; d) Elaborar estudos visando, junto dos organismos competentes, a elaboração de normas e especificações técnicas relativas a instalações, produtos, equipamentos e, quando aplicável, novos materiais; e) Propor, em articulação com a CPEE, com a colaboração das entidades competentes, as medidas e as acções adequadas em situações de crise ou emergência, ou em caso de ocorrência de acidentes graves; f) Coordenar os procedimentos técnicos e administrativos relativos às instalações de combustíveis, da responsabilidade das direcções regionais de economia; g) Apoiar tecnicamente a participação da DGEG nos trabalhos e comités da AIE no domínio da segurança do abastecimento; h) Estudar e propor a transposição de directivas relativas à sua área de atribuições e elaborar estudos conducentes à definição da posição nacional nos comités criados no âmbito das directivas cujo acompanhamento esteja na sua área de competências; i) Exercer a tutela sobre as entidades montadoras, instaladoras, exploradoras e inspectoras de redes, ramais e instalações de combustíveis, nos termos da lei e dos respectivos estatutos e promover a definição dos correspondentes grupos profissionais junto das entidades competentes; j) Participar na elaboração dos instrumentos de gestão e ordenamento territorial; l) Promover a criação de um cadastro nacional dos licenciamentos de instalações petrolíferas, nos termos a regulamentar; m) Desempenhar as competências regulatórias no sector do gás natural e dos produtos do petróleo, incluindo GPL canalizado, que sejam atribuídas à DGEG nos termos de legislação específica. 2 No domínio do petróleo bruto e dos produtos derivados do petróleo, compete à DSC: a) Participar na elaboração de legislação e regulamentação relativa ao licenciamento das actividades e instalações de recepção, fabrico, transformação, armazenagem, transporte, distribuição, comercialização e utilização de produtos petrolíferos; b) Proceder ao licenciamento das instalações de produtos petrolíferos, designadamente de refinação, transporte, distribuição e armazenagem, que lhe sejam cometidas por lei, e proceder à fiscalização daquelas instalações; c) Proceder ao licenciamento e acompanhamento da actividade de comercialização de carburantes, mantendo um registo de todos os agentes de mercado devidamente actualizado; d) Apreciar e responder às consultas e reclamações sobre aspectos regulamentares referentes à produção, transporte, distribuição e comercialização de carburantes; e) Promover a segurança de pessoas e bens e a defesa dos consumidores apoiando a aplicação da regulamentação técnica de segurança e de qualidade de serviço, junto das entidades que 124

125 actuam no sector dos carburantes e do público em geral; f) Monitorizar o cumprimento das obrigações relativas a reservas obrigatórias de produtos de petróleo; g) Apoiar e contribuir para a elaboração de relatórios de monitorização previstos na legislação, em matéria de carburantes; h) Proceder à análise e avaliação das causas dos acidentes provocados pelo uso de carburantes; i) Apoiar a execução de programas de controlo de qualidade dos carburantes fornecidos para consumo, assegurando a interface com as instâncias comunitárias. 3 No domínio do gás natural e do GPL fornecido em redes de gás, compete à DSC: a) Participar na elaboração de legislação e regulamentação relativa ao licenciamento, à responsabilidade técnica, à segurança, à eficiência e à fiscalização das instalações de gás natural e de GPL canalizado e respectivas taxas; b) Proceder ao licenciamento das instalações e redes de gás natural e de GPL canalizado, das infra-estruturas de armazenamento subterrâneo de gás natural e terminais de recepção, armazenamento e regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) que lhe sejam cometidas por lei, e proceder à fiscalização daquelas instalações; c) Proceder ao licenciamento e acompanhamento da actividade de comercialização de gás natural e de GPL canalizado, mantendo um registo de todos os agentes de mercado devidamente actualizado; d) Promover a segurança de pessoas e bens e a defesa dos consumidores apoiando a aplicação da regulamentação técnica de segurança, junto das entidades que actuam no sector do gás natural e GPL canalizado, bem como do público em geral; e) Apreciar e responder às consultas e reclamações sobre aspectos regulamentares referentes às várias actividades inerentes às cadeias de valor dos mercados do gás natural e do GPL canalizado; f) Acompanhar a formulação e a execução dos planos de expansão e investimento das infra-estruturas de gás natural na óptica da garantia de abastecimento e do direito de acesso às redes, às interligações e às instalações; g) Monitorizar o cumprimento das obrigações no âmbito das concessões e licenças de gás natural e GPL canalizado da sua competência, promovendo as acções que permitam assegurar o acesso, a garantia de serviço público e a segurança; h) Monitorizar o cumprimento das obrigações relativas a reservas obrigatórias de gás natural; i) Apoiar e contribuir para a elaboração de relatórios de monitorização previstos na legislação em matéria de gás natural e de GPL canalizado; j) Proceder à análise e avaliação das causas dos acidentes provocados por acção do gás natural e do GPL canalizado, bem como dos incidentes mais importantes ocorridos nas respectivas redes e instalações. Artigo 5.º Direcção de Serviços de Renováveis, Eficiência e Inovação 1 À Direcção de Serviços de Renováveis, Eficiência e Inovação, abreviadamente designada por DSREI, compete: a) Acompanhar e dinamizar o desenvolvimento das fontes renováveis e da eficiência energética, acompanhando e promovendo a inovação em ambas estas vertentes; b) Elaborar estudos para a definição dos objectivos estratégicos sectoriais e das medidas adequadas à exploração económica dos recursos energéticos endógenos renováveis de energia e do potencial para utilização racional de energia, designadamente através da introdução de inovação, quer tecnológica, quer comportamental, com vista à melhoria da eficiência energética; c) Elaborar estudos conducentes à perspectivação do desenvolvimento do sector energético nacional em termos, simultaneamente, da eficiência e da competitividade; d) Apoiar a constituição e promoção do enquadramento das agências de energia, em particular, no que toca a coordenação da Agência para a Energia (ADENE), assegurando que o desenvolvimento dos planos de actividade desta agência seja coerente com as directrizes da política energética; e) Estudar e propor a transposição de directivas relativas à sua área de atribuições e elaborar estudos conducentes à representação nacional nos comités criados no âmbito das directivas cujo 125

126 acompanhamento esteja na sua área de competências; f) Elaborar estudos visando, junto dos organismos competentes, a elaboração de normas e especificações técnicas relativas a instalações, produtos, equipamentos e, quando aplicável, novos materiais. 2 No domínio das fontes renováveis de energia, compete à DSREI: a) Elaborar estudos para a definição dos objectivos estratégicos sectoriais e das medidas adequadas à maximização económica da exploração das fontes renováveis de energia; b) Promover a utilização de energias renováveis, mediante a definição de programas, iniciativas ou acções específicas junto dos agentes económicos e consumidores; c) Participar na elaboração dos instrumentos de gestão territorial, designadamente dos planos directores municipais (PDM) e colaborar com os organismos competentes nos domínios do ordenamento do território e da protecção do ambiente, na partilha da informação relevante para o aproveitamento racional dos recursos renováveis; d) Acompanhar a inovação dos processos de produção de energia, incluindo na perspectiva da protecção do ambiente; e) Promover e cooperar na elaboração de normas, regulamentos e especificações técnicas relativos a instalações de conversão, de fontes renováveis de energia; f) Analisar e emitir parecer técnico sobre programas e projectos de aproveitamento de fontes renováveis de energia; g) Apoiar a formulação dos sistemas de incentivos e regimes de apoio a nível nacional ou comunitário, destinados ao aproveitamento económico dos recursos endógenos renováveis. 3 No domínio da eficiência energética, compete à DSREI: a) Elaborar estudos para a definição dos objectivos estratégicos sectoriais e das medidas adequadas à exploração económica do potencial para utilização racional de energia, particularmente por introdução de inovação tecnológica e comportamental dos consumidores; b) Promover a eficiência energética e o uso racional de energia; c) Promover e cooperar na elaboração de normas, regulamentos e especificações técnicas relativos a instalações e equipamentos de consumo de energia; d) Promover a elaboração de legislação regulamentar relativa à eficiência e gestão de consumos de energia e assegurar o seu cumprimento; e) Apoiar, técnica e tecnologicamente, os consumidores visando uma maior eficiência na utilização da energia; f) Analisar e emitir parecer técnico sobre programas e projectos de conservação de energia; g) Apoiar a formulação dos sistemas de incentivos e regimes de apoio a nível nacional ou comunitário, destinados aos recursos endógenos e à eficiência energética. 4 No domínio da inovação, compete à DSREI: a) Acompanhar a evolução tecnológica dos equipamentos de consumo final de energia, visando a eficiência energética e o uso de energias renováveis e promover a respectiva divulgação; b) Acompanhar a inovação dos processos de produção de energia e das tecnologias limpas, numa perspectiva de inovação tecnológica; c) Acompanhar a participação nacional em redes internacionais de investigação, que estejam alinhadas com as prioridades de política energética; d) Acompanhar as competências nacionais de investigação e desenvolvimento nos diversos pólos universitários e de investigação. Artigo 6.º Direcção de Serviços de Minas e Pedreiras 1 À Direcção de Serviços de Minas e Pedreiras, abreviadamente designada por DSMP, compete a coordenação dos trabalhos de definição, concretização e avaliação da política de identificação, desenvolvimento e exploração dos depósitos e massas minerais, promovendo e participando na elaboração do enquadramento legislativo e regulamentar com vista à sua valorização e utilização apropriada e acompanhando o funcionamento dos respectivos mercados, empresas e produtos. 2 No domínio dos depósitos minerais compete à DSMP: a) Coordenar as acções que visam a identificação, a valorização e o aproveitamento económico dos 126

127 recursos geológicos nacionais, designadamente de depósitos minerais; b) Promover a transposição de directivas e a elaboração de legislação reguladora da actividade de prospecção, pesquisa e exploração de depósitos minerais; c) Elaborar ou colaborar na elaboração de normas, especificações e regulamentos relativos ao acesso e disciplina da actividade de prospecção, pesquisa e exploração de depósitos minerais; d) Participar na elaboração dos instrumentos de gestão e ordenamento territorial; e) Participar nas negociações e na elaboração dos procedimentos complementares relativos aos processos de atribuição, transmissão e extinção de direitos relativos à prospecção, pesquisa e exploração de depósitos minerais; f) Elaborar e acompanhar a execução de contratos de prospecção e pesquisa e de concessão de exploração de depósitos minerais; g) Coordenar a realização de estudos especializados de índole geológica, de exploração e de processamento mineralúrgico, orientados para valorização dos recursos geológicos; h) Garantir as condições gerais do aproveitamento e da correcta gestão dos depósitos minerais; i) Propor e apreciar medidas tendentes à conservação das características essenciais dos depósitos minerais, tendo em vista garantir a sua explorabilidade económica; j) Colaborar no planeamento das acções relativas ao correcto aproveitamento dos depósitos minerais; l) Apreciar e propor para aprovação os programas de trabalhos e os relatórios técnicos relativos ao aproveitamento dos depósitos minerais, acompanhar os trabalhos de prospecção, pesquisa e exploração executados em áreas concedidas e homologar a nomeação dos respectivos directores técnicos; m) Participar na elaboração dos instrumentos de gestão territorial, designadamente dos planos directores municipais (PDM) e colaborar com os organismos competentes nos domínios do ordenamento do território e da protecção do ambiente, na partilha da informação relevante para o aproveitamento racional dos recursos geológicos; n) Estudar e propor a demarcação de áreas de reserva e de áreas cativas nos termos do previsto no Decreto-Lei n.º 90/90, de 16 de Março; o) Emitir parecer sobre a viabilidade técnico-económica de projectos de aproveitamento de depósitos minerais; p) Fiscalizar o cumprimento das disposições legais e regulamentares em vigor relativas aos depósitos minerais. 3 No domínio das massas minerais compete à DSMP: a) Promover a transposição de directivas e a elaboração de legislação reguladora da actividade de pesquisa e exploração de massas minerais; b) Elaborar ou colaborar na elaboração de normas, especificações e regulamentos relativos ao acesso e disciplina da actividade de pesquisa e exploração de massas minerais e coordenar a transposição de directivas em que a DGEG seja a entidade sectorial competente, emitindo os esclarecimentos necessários sempre que se colocarem dúvidas quanto à sua interpretação; c) Coordenar os procedimentos técnicos e administrativos relativos ao aproveitamento de massas minerais, da responsabilidade das direcções regionais de economia, incluindo anexos mineiros e outros estabelecimentos industriais imediatamente a jusante da sua exploração; d) Estudar e propor a demarcação de áreas de reserva e de áreas cativas nos termos do previsto no Decreto-Lei n.º 90/90, de 16 de Março; e) Organizar e manter actualizado o cadastro das unidades extractivas e industriais afins, em articulação com as DRE. Artigo 7.º Direcção de Serviços de Recursos Hidrogeológicos, Geotérmicos e Petróleo 1 À Direcção de Serviços de Recursos Hidrogeológicos, Geotérmicos e Petróleo, abreviadamente designada por DSRHGP, compete a coordenação dos trabalhos de definição, concretização e avaliação da política de identificação, desenvolvimento e exploração dos recursos hidrogeológicos, geotérmicos e de petróleo, promovendo e participando na elaboração do enquadramento legislativo e regulamentar com vista à sua valorização e utilização apropriada e acompanhando o funcionamento dos respectivos mercados, empresas e produtos. 2 No domínio dos recursos hidrogeológicos e geotérmicos compete à DSRHGP: 127

128 a) Promover a transposição de directivas e a elaboração de legislação reguladora da actividade de prospecção, pesquisa e exploração de recursos hidrogeológicos e geotérmicos; b) Elaborar ou colaborar na elaboração de normas, especificações e regulamentos relativos ao acesso e disciplina da actividade de prospecção, pesquisa e exploração de recursos hidrogeológicos e geotérmicos; c) Conduzir as negociações e assegurar os procedimentos complementares relativos aos processos de atribuição, transmissão e extinção de direitos relativos à prospecção, pesquisa e exploração dos recursos hidrominerais e geotérmicos; d) Elaborar e acompanhar a execução de contratos de prospecção e pesquisa e de concessão de exploração de recursos hidrominerais e geotérmicos; e) Apreciação e licenciamento de processos de águas de nascente; f) Promover a realização de estudos especializados de índole geológica, orientados para valorização dos recursos hidrogeológicos e geotérmicos; g) Garantir as condições gerais do aproveitamento e da correcta gestão dos recursos hidrogeológicos e geotérmicos; h) Propor e apreciar medidas tendentes à conservação das características essenciais dos recursos hidrogeológicos e geotérmicos, tendo em vista garantir a sua explorabilidade económica; i) Colaborar no planeamento das acções relativas ao correcto aproveitamento dos recursos hidrogeológicos e geotérmicos; j) Apreciar e aprovar os programas de trabalhos e os relatórios técnicos relativos ao aproveitamento dos recursos hidrogeológicos e geotérmicos, acompanhar os trabalhos de prospecção, pesquisa e exploração executados em áreas concedidas e homologar a nomeação dos respectivos directores técnicos; l) Emitir parecer sobre a viabilidade técnico-económica de projectos de aproveitamento de recursos hidrogeológicos e geotérmicos; m) Colaborar com as direcções regionais de economia no domínio do licenciamento dos estabelecimentos industriais de engarrafamento e com a Direcção-Geral da Saúde no domínio do termalismo; n) Organizar e manter actualizado o cadastro dos recursos hidrogeológicos e geotérmicos; o) Fiscalizar o cumprimento das disposições legais e regulamentares em vigor relativas aos recursos hidrogeológicos e geotérmicos. 3 No domínio da prospecção e exploração de petróleo, compete à DSRHGP: a) Participar nas negociações e na elaboração dos procedimentos complementares relativos aos processos de atribuição, transmissão e extinção de direitos relativos à prospecção, pesquisa e exploração de hidrocarbonetos; b) Elaborar e acompanhar a execução das licenças de avaliação prévia e dos contratos de prospecção, pesquisa, desenvolvimento e produção de hidrocarboneto; c) Coordenar a realização de estudos especializados de índole geológica, de exploração e de processamento mineralúrgico, orientados para valorização dos eventuais recursos petrolíferos do País; d) Garantir as condições gerais do aproveitamento e da correcta gestão dos eventuais depósitos petrolíferos; e) Propor e apreciar medidas tendentes à conservação das características essenciais dos eventuais depósitos de hidrocarbonetos, tendo em vista garantir a sua explorabilidade económica; f) Colaborar no planeamento das acções relativas ao correcto aproveitamento dos eventuais depósitos de hidrocarbonetos; g) Apreciar e propor para aprovação os programas de trabalhos e os relatórios técnicos relativos ao aproveitamento dos eventuais depósitos de hidrocarbonetos, acompanhar os trabalhos de prospecção, pesquisa e exploração executados em áreas concedidas e homologar a nomeação dos respectivos directores técnicos; h) Estudar e propor a transposição de directivas e a elaboração de legislação reguladora da actividade de prospecção, pesquisa, desenvolvimento e produção de petróleo, emitindo os esclarecimentos necessários sempre que se colocarem dúvidas quanto à sua interpretação; i) Emitir parecer sobre a viabilidade técnico-económica de projectos de aproveitamento de eventuais depósitos de hidrocarbonetos; 128

129 j) Propor ou colaborar na elaboração de normas, especificações e regulamentos relativos ao acesso e disciplina da actividade de prospecção, pesquisa e exploração de eventuais depósitos de hidrocarbonetos, e acompanhar a transposição de directivas em que a DGEG seja a entidade sectorial competente; l) Fiscalizar o cumprimento das disposições legais e regulamentares em vigor relativas aos eventuais depósitos de hidrocarbonetos. Artigo 8.º Entrada em vigor A presente portaria entra em vigor no 1.º dia do mês seguinte ao da sua publicação. Em 24 de Abril de O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos. O Ministro da Economia e da Inovação, Manuel António Gomes de Almeida de Pinho Portaria n.º 566/2007 (Diário da República, 1.ª Série, n.º 83, de 30 de Abril de 2007) Ministério da Economia e da Inovação O Decreto-Lei n.º 139/2007, de 27 de Abril, definiu a missão, atribuições e o tipo de organização interna da Direcção-Geral de Energia e Geologia. Importa agora fixar o número máximo de unidades orgânicas flexíveis dos serviços. Assim: Ao abrigo do n.º 5 do artigo 21.º da Lei n.º 4/2004, de 15 de Janeiro: Manda o Governo, pelo Ministro da Economia e da Inovação, o seguinte: Artigo 2.º Entrada em vigor A presente portaria entra em vigor no 1.º dia do mês seguinte ao da sua publicação. O Ministro da Economia e da Inovação, Manuel António Gomes de Almeida de Pinho, em 24 de Abril de Artigo 1.º Unidades orgânicas flexíveis O número máximo de unidades orgânicas flexíveis da Direcção-Geral de Energia e Geologia é fixado em

130 130

131 Informação Vária Reuniões dos Grupos Internacionais de Estudo dos Metais não-ferrosos de Maio de 2007 Tiveram lugar, na sua sede em Lisboa, entre os dias 11 e 16 de Maio de 2007, as Reuniões Plenárias do Grupo Internacional de Estudo do Cobre (GIEC) e do Grupo Internacional de Estudo do Níquel (GIEN) e a reunião de Primavera do Grupo Internacional de Estudo do Chumbo e Zinco (GIECZ). Nestas reuniões analisaram-se e discutiram-se os principais problemas que afectam aqueles quatro metais, nomeadamente a produção, comércio e aspectos económicos e ambientais. De realçar as conclusões, que foram objecto de notas à imprensa, relativamente as previsões de uso (consumo) destes metais para o ano de 2007, que vão no sentindo de se manterem a níveis historicamente altos, com o crescimento da procura a subir em relação a 2006: 4,7% para o Cobre (para uma procura em 2007 de 17,79 milhões de toneladas), 1,4% para o Níquel (para uma procura em 2007 de 1,41 milhões de toneladas), 4,1 % para o Chumbo (para uma procura em 2007 de 8,26 milhões de toneladas) e 4% para o Zinco (para uma procura em 2007 de 11,45 milhões de toneladas). Com base nas expectativas relativamente à procura, prevê-se, no que ao Cobre e Níquel diz respeito, que haverá um excedente, respectivamente, de e toneladas, enquanto que para o Chumbo e o Zinco se prevê um deficit de e toneladas, respectivamente. As próximas reuniões dos Grupos ficaram agendadas para a primeira semana de Outubro de Contratos para a concessão de Direitos de Prospecção, Pesquisa, Desenvolvimento e Produção de Petróleo assinados entre o Estado Português e o Consórcio PETROBRAS/GALP/PARTEX No dia 18 de Maio de 2007 foram assinados, entre o Estado Português e o consórcio Petrobras/Galp/Partex, 4 contratos de concessão de direitos de prospecção, pesquisa, desenvolvimento e produção de petróleo. Estes contratos são referentes a 4 áreas, localizadas em águas com mais de 200 metros de profundidade, que se 131

132 estendem entre o paralelo e o paralelo e designadas Ostra, Mexilhão, Amêijoa e Camarão. No total estas 4 concessões cobrem uma superfície de cerca de km 2 e obrigam o consórcio a uma despesa mínima de 8,3 milhões de Euros nos primeiros 3 anos. Estes contratos, que se seguiram-se a outros 3, assinados em Fevereiro último, com o consórcio Hardman/Galp/ /Partex, referentes a concessões nas águas profundas do Alentejo, vêm confirmar o interesse das grandes empresas no offshore das bacias sedimentares portuguesas. É de realçar a sua importância, não só pela informação geológica que irá ser adquirida durante a execução dos trabalhos de prospecção e pesquisa, (e pelas verbas que entrarão nos cofres do Estado), mas principalmente pela probabilidade de ser encontrado petróleo em quantidades que permitam uma exploração economicamente rentável. Se assim acontecer (e o facto da companhia operadora destes últimos contratos ser a Petrobras, uma das companhias petrolíferas com maior experiência operacional do mundo em águas profundas, faz aumentar essa probabilidade), verificar-se-á um aumento de interesse nas áreas sedimentares disponíveis, por parte das grandes companhias e aumentará a probabilidade de tornar Portugal num país produtor de petróleo, talvez capaz de satisfazer as suas necessidades energéticas e, até mesmo, de se tornar um país exportador. A cerimónia de assinatura do contrato, que simbolicamente teve lugar na Torre de Belém, foi presidida por Sua Excelência o Ministro da Economia e da Inovação, Dr. Manuel Pinho, em representação do Estado Português, tendo ainda assinado pela PETROBRAS, GALP e PARTEX, Senhor Nestor Cuñat Cerveró, Engº. Manuel Ferreira de Oliveira e Dr. Emílio Rui Vilar, respectivamente. Assinaturas de Contratos de Prospecção e Pesquisa e Exploração de Massas Minerais e de Recursos Hidrominerais, nas Minas da Panasqueira Com a presença do Senhor Ministro da Economia e da Inovação e do Senhor Secretario de Estado Adjunto da Indústria e da Inovação, realizou-se no passado dia 25 de Maio, nas Minas da Panasqueira, uma sessão de assinaturas de 30 contratos de prospecção e pesquisa e exploração de massas minerais e de recursos hidrominerais. Antes da sessão de assinaturas dos contratos o Senhor Ministro da Economia e da Inovação desceu à Mina, acompanhado de alguns membros da comitiva e jornalistas que acompanhavam a visita. O Senhor Ministro da Economia e da Inovação inaugurou ainda uma nova infra-estrutura mineira para aumentar a capacidade de alimentação da lavaria. 132

133 De seguida, transcreve-se o discurso de Sua Excelência o Ministro da Economia e da Inovação, proferido no fim da sessão de assinatura dos contratos. Em primeiro lugar gostaria de agradecer às Minas da Panasqueira pela oportunidade que deram ao MEI na criação de condições para assinar 30 contratos de prospecção, pesquisa e exploração de Depósitos e Águas Minerais. Uma primeira palavra para estas Minas que têm mais de cem anos de história e que ao longo dos tempos têm sido a principal escola de engenheiros de minas do país e que após diversas crises por que passou nos últimos anos está de novo a apostar no seu crescimento que nos três últimos anos já envolveu um investimento de 15 milhões de euros. A escolha duma Mina para esta sessão de assinaturas é pois um sinal de reconhecimento da importância crescente que o Governo está a dar ao sector da Indústria Extractiva e Transformadora afim. O crescimento económico é uma prioridade para o Ministério da Economia e Inovação. Este crescimento passa por uma activa rentabilização e valorização dos recursos nacionais, designadamente dos recursos geológicos. Aliás o sector dos minérios e metais tem contribuído para as exportações com uma taxa de crescimento entre 2005 e 2006 de cerca de 30%. Contudo, até chegarmos ao aproveitamento económico dos Recursos Geológicos, são necessários muitos e faseados estudos que implicam elevados investimentos para a localização e avaliação económica dos recursos, o que, por razões óbvias, é uma actividade de alto risco e, muitas vezes sem retorno, esforço esse que também reconhecemos. Importa aqui realçar os 72 milhões de euros de investimento e os 260 postos de trabalho previstos nos projectos de requalificação das antigas instalações de Termas, aliás dentro do que tem vindo a ocorrer um pouco por todo o país, ajustando-se aos novos níveis de exigência da procura interna e externa, com uma aposta clara na qualidade da vertente do lazer e do bem-estar, em paralelo com a vertente da saúde. Estes contratos permitirão pois acrescentar o conhecimento do território no seu potencial em recursos geológicos, cujo aproveitamento é um factor relevante para o desenvolvimento regional e do país. Muito Obrigado 133

ANÁLISE GLOBAL DE GEORRECURSOS LEGISLAÇÃO PORTUGUESA DL 90/90

ANÁLISE GLOBAL DE GEORRECURSOS LEGISLAÇÃO PORTUGUESA DL 90/90 ANÁLISE GLOBAL DE GEORRECURSOS LEGISLAÇÃO PORTUGUESA DL 90/90 Seminário Ciências de Engenharia 2007 - Eng. Geológica e Mineira - SCE - Geológica e Mineira Recursos Naturais Bens naturais que o Homem utiliza

Leia mais

ENERGIA GEOTÉRMICA NO SÉC. XXI. GEOTERMIA EM PORTUGAL ESTUDO DE CASO DE SÃO PEDRO DO SUL

ENERGIA GEOTÉRMICA NO SÉC. XXI. GEOTERMIA EM PORTUGAL ESTUDO DE CASO DE SÃO PEDRO DO SUL ENERGIA GEOTÉRMICA NO SÉC. XXI. GEOTERMIA EM PORTUGAL ESTUDO DE CASO DE SÃO PEDRO DO SUL GEOTERMIA EM PORTUGAL ESTUDO DE CASO DE SÃO PEDRO DO SUL GEOTERMIA, UM RECURSO ENERGÉTICO RENOVÁVEL... em São Pedro

Leia mais

MINERAIS HIDROGEOLÓGICOS ENERGÉTICOS. de acordo com a finalidade

MINERAIS HIDROGEOLÓGICOS ENERGÉTICOS. de acordo com a finalidade Materiais (sólidos, líquidos ou gasosos), ou suas propriedades (calor interno da Terra ou radioatividade), provenientes da Terra e que o Homem pode utilizar em seu benefício. de acordo com a finalidade

Leia mais

Sociedade de Geografia 15 de Novembro de 2012

Sociedade de Geografia 15 de Novembro de 2012 Sociedade de Geografia 15 de Novembro de 2012 RECURSOS HÍDRICOS TERMAIS AQUÍFEROS TERMAIS MODELOS CONCEPTUAIS DE DESENVOLVIMENTO O CASO PARTICULAR DO OESTE E DAS CALDAS DA RAINHA José Martins Carvalho,

Leia mais

INTERPRETAÇÃO PRELIMINAR DE DADOS ISOTÓPICOS DE CARBONO EM ÁGUAS MINERAIS DA REGIÃO DAS BEIRAS. M. J. F. MORAIS (1) e J. SILAR (2)

INTERPRETAÇÃO PRELIMINAR DE DADOS ISOTÓPICOS DE CARBONO EM ÁGUAS MINERAIS DA REGIÃO DAS BEIRAS. M. J. F. MORAIS (1) e J. SILAR (2) INTERPRETAÇÃO PRELIMINAR DE DADOS ISOTÓPICOS DE CARBONO EM ÁGUAS MINERAIS DA REGIÃO DAS BEIRAS M. J. F. MORAIS (1) e J. SILAR (2) RESUMO Integrado num projecto de estudo das águas minerais bicarbonatadas-sódicas,

Leia mais

O CICLO HIDROGEOLÓGICO D AS ÁGUA S MINERAIS

O CICLO HIDROGEOLÓGICO D AS ÁGUA S MINERAIS Conheça O CICLO HIDROGEOLÓGICO D AS ÁGUA S MINERAIS e das Á G UAS DE NASCENTE e seja um consumidor consciente! 2 CADERNOS APIAM águ O CICLO DA ÁGUA cicloda Para conhecermos a origem da água mineral natural

Leia mais

Gestão sustentável dos recursos. 2.1 Recursos naturais: utilização e consequências

Gestão sustentável dos recursos. 2.1 Recursos naturais: utilização e consequências 2 Gestão sustentável dos recursos 2.1 Recursos naturais: utilização e consequências F I C H A D E T R A B A L H O N. O 7 R e c u r s o s n a t u r a i s : u t i l i z a ç ã o e c o n s e q u ê n c i a

Leia mais

CRITÉRIOS HIDROGEOLÓGICOS PARA A DEFINIÇÃO E FIXAÇÃO DOS PERÍMETROS DE PROTECÇÃO

CRITÉRIOS HIDROGEOLÓGICOS PARA A DEFINIÇÃO E FIXAÇÃO DOS PERÍMETROS DE PROTECÇÃO CRITÉRIOS HIDROGEOLÓGICOS PARA A DEFINIÇÃO E FIXAÇÃO DOS PERÍMETROS DE PROTECÇÃO José Alcântara da Cruz Direcção de Serviços de Recursos Hidrogeológicos Geotérmicos e de Petróleo Lisboa, 25/11/2011 PROGRAMA

Leia mais

SISTEMA AQUÍFERO: VEIGA DE CHAVES (A1)

SISTEMA AQUÍFERO: VEIGA DE CHAVES (A1) SISTEMA AQUÍFERO: VEIGA DE CHAVES (A1) Figura A1.1 Enquadramento litoestratigráfico do sistema aquífero Sistema Aquífero: Veiga de Chaves (A1) 44 Identificação Unidade Hidrogeológica: Maciço Antigo Bacia

Leia mais

GEOTERMIA SISTEMAS GEOTÉRMICOS DE BAIXA ENTALPIA E SUA APLICAÇÃO

GEOTERMIA SISTEMAS GEOTÉRMICOS DE BAIXA ENTALPIA E SUA APLICAÇÃO GEOTERMIA SISTEMAS GEOTÉRMICOS DE BAIXA ENTALPIA E SUA APLICAÇÃO O que é a Geotermia? Geotermia é o aproveitamento da energia térmica da terra através da sua captação Energia Geotérmica Geotermia Calor

Leia mais

RESERVAS ESTRATÉGICAS DE ÁGUA SUBTERRÂNEA NA REGIÃO CENTRO (PROJECTO IMAGES)

RESERVAS ESTRATÉGICAS DE ÁGUA SUBTERRÂNEA NA REGIÃO CENTRO (PROJECTO IMAGES) Teresa CONDESSO de MELO (1, 4) ; Judite FERNANDES (2) ; Carla MIDÕES (2) ; Carlos COSTA ALMEIDA (2) ; Helena AMARAL (2) ; Ana Rita GOMES (3) ; Maria José MADRUGA (3) ; Manuel MARQUES da SILVA (4) ; João

Leia mais

A água subterrânea como fonte térmica na climatização de edifícios situação em Portugal e perspectivas futuras

A água subterrânea como fonte térmica na climatização de edifícios situação em Portugal e perspectivas futuras A água subterrânea como fonte térmica na climatização de edifícios situação em Portugal e perspectivas futuras Augusto Costa & Helena Amaral Unidade de Águas Subterrâneas do Labº Nacional de Energia e

Leia mais

Actividade Laboratorial

Actividade Laboratorial Escola Básica e Secundária do Cerco 11º Ano Biologia e Geologia Física e Química A Actividade Laboratorial Qual a influência do CO 2 nas águas naturais? Enquadramento programático em Biologia e Geologia

Leia mais

1. SISTEMAS SOLARES TÉRMICOS

1. SISTEMAS SOLARES TÉRMICOS 35088-(36) Diário da República, 2.ª série N.º 234 3 de dezembro de 2013 Despacho (extrato) n.º 15793-H/2013 Nos termos e para os efeitos do Decreto -Lei n.º 118/2013, de 20 de agosto e respetiva regulamentação,

Leia mais

Capítulo I INTRODUÇÃO

Capítulo I INTRODUÇÃO 1. A Física e a Geologia Capítulo I INTRODUÇÃO Geologia é o estudo da Terra como um todo, da sua origem, estrutura e composição, da sua história (incluindo o desenvolvimento da vida) e dos processos que

Leia mais

Trigeração em Edifícios

Trigeração em Edifícios Trigeração em Edifícios João Farinha Mendes farinha.mendes@ineti.pt Unidade de Energia Solar, Eólica e dos Oceanos LNEG Lisboa, PORTUGAL Porquê utilizar sistemas de trigeração em edifícios? Aproveitamento

Leia mais

Ambientes insulares vulcânicos. RECURSOS HÍDRICOS DA ILHA DA MADEIRA Susana Prada. Modelo hidrogeológico conceptual para a ilha da Madeira

Ambientes insulares vulcânicos. RECURSOS HÍDRICOS DA ILHA DA MADEIRA Susana Prada. Modelo hidrogeológico conceptual para a ilha da Madeira RECURSOS HÍDRICOS DA ILHA DA MADEIRA Susana Prada Ambientes insulares vulcânicos São regiões acidentadas; de reduzidas dimensões; delimitadas por drásticas fronteiras físicas Dependentes de um correto

Leia mais

Exploração Sustentada de Recursos Geológicos. Aula nº88 29 Maio 09 Prof. Ana Reis

Exploração Sustentada de Recursos Geológicos. Aula nº88 29 Maio 09 Prof. Ana Reis Exploração Sustentada de Recursos Geológicos Aula nº88 29 Maio 09 Prof. Ana Reis A nossa sociedade assenta sobre, e está dependente, da utilização de recursos como a água, solo, florestas e minerais. O

Leia mais

Anexo A Dimensionamento

Anexo A Dimensionamento Anexo A Dimensionamento A.1. Cálculo das Potências de Aquecimento e Arrefecimento O cálculo das potências de aquecimento (ambiente e/ou águas quentes sanitárias) e arrefecimento é da inteira responsabilidade

Leia mais

A Contribuição de um Sistema Solar Térmico no Desempenho Energético do Edifício Solar XXI

A Contribuição de um Sistema Solar Térmico no Desempenho Energético do Edifício Solar XXI A Contribuição de um Sistema Solar Térmico no Desempenho Energético do Edifício Solar XXI Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa para obtenção de Grau

Leia mais

Geominho Perfurações Geológicas do Minho, Lda.

Geominho Perfurações Geológicas do Minho, Lda. Geominho 2009 1 Geominho Perfurações Geológicas do Minho, Lda. Seminário em Energia Geotérmica Aplicada na Indústria Tipos de Captação Geotérmica Geominho 2009 2 Índice Apresentação da empresa Modelos

Leia mais

Riscos de Cheias e Secas: O papel regulador dos aquíferos

Riscos de Cheias e Secas: O papel regulador dos aquíferos Riscos de Cheias e Secas: O papel regulador dos aquíferos Judite FERNANDES e Augusto COSTA INICIATIVA RISCOS 1ª SESSÃO RISCOS NATURAIS 20 de SETEMBRO de 2012 Água subterrânea: a componente invisível do

Leia mais

SISTEMA AQUÍFERO: MONTE GORDO (M17)

SISTEMA AQUÍFERO: MONTE GORDO (M17) SISTEMA AQUÍFERO: MONTE GORDO (M17) Figura M17.1 Enquadramento litoestratigráfico do sistema aquífero Monte Gordo Sistema Aquífero: Monte Gordo (M17) 593 Identificação Unidade Hidrogeológica: Orla Meridional

Leia mais

Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 de Abril

Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 de Abril Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 de Abril Cristina Seabra, CCDRC Resumo Organização do diploma Abrangência diploma Definições Valores Limite Emissão Monitorização das emissões Cumprimento VLE Portarias que

Leia mais

Recursos minerais explorados para a obtenção de um determinado elemento metálico que faz parte da sua constituição.

Recursos minerais explorados para a obtenção de um determinado elemento metálico que faz parte da sua constituição. Recursos minerais explorados para a obtenção de um determinado elemento metálico que faz parte da sua constituição. Ouro Prata Ferro Magnésio Manganês Cobre Exemplos: ouro, prata, cobre, alumínio, ferro,

Leia mais

PLANO DE PROMOÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL. RNTGN Rede Nacional de Transporte de Gás Natural Seminário ERSE - 13 de Julho de Lisboa

PLANO DE PROMOÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL. RNTGN Rede Nacional de Transporte de Gás Natural Seminário ERSE - 13 de Julho de Lisboa PLANO DE PROMOÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL RNTGN Rede Nacional de Transporte de Gás Natural 2009-2010 Seminário ERSE - 13 de Julho de 2010 - Lisboa RNTGN Rede Nacional de Transporte de Gás Natural TER CCCGT

Leia mais

Introdução ao Ciclo hidrológico

Introdução ao Ciclo hidrológico Introdução ao Ciclo hidrológico Água Uma realidade com várias dimensões Ciclo hidrológico Movimento permanente Sol evaporação + Gravidade precipitação escoamento superficial escoamento subterrâneo O conceito

Leia mais

Poupe entre 50% a 70% na sua factura

Poupe entre 50% a 70% na sua factura Energia da Natureza Aquecimento, Arrefecimento e Águas Quentes Poupe entre 50% a 70% na sua factura...tire maior partido da natureza que nos rodeia... Bombas de Calor de Subsolo 1. Apresentação do sistema;

Leia mais

AS PERDAS DE ENERGIA NOS EDIFÍCIOS SERVIDOS PELA Rede Urbana de Frio e Calor do Parque das Nações

AS PERDAS DE ENERGIA NOS EDIFÍCIOS SERVIDOS PELA Rede Urbana de Frio e Calor do Parque das Nações AS PERDAS DE ENERGIA NOS EDIFÍCIOS SERVIDOS PELA Rede Urbana de Frio e Calor do Parque das Nações 1. O que são e onde ocorrem as perdas de energia? O serviço prestado pela Climaespaço consiste no fornecimento

Leia mais

Resumo Não Técnico. Estudo de Impacte Ambiental da. Central de Cogeração no Carriço

Resumo Não Técnico. Estudo de Impacte Ambiental da. Central de Cogeração no Carriço Estudo de Impacte Ambiental da Central de Cogeração no Carriço Dezembro de 2000 1. O que é o Projecto da Central de Cogeração? A Central de Cogeração que irá ser instalada no Carriço produzirá, conjuntamente,

Leia mais

GRUPO 4 MARIA DINO MARIA Dir. Geral das Alfândegas e dos Direcção-Geral do Tesouro Instituto Superior Técnico Impostos Especiais sobre o Consumo

GRUPO 4 MARIA DINO MARIA Dir. Geral das Alfândegas e dos Direcção-Geral do Tesouro Instituto Superior Técnico Impostos Especiais sobre o Consumo FORGEP OEIRAS 1ª Ed. Suplementar 2007 GRUPO 4 Estratégico/Scorecard MARIA Helena Ventura Dir. Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo DINO Jorge dos Santos Direcção-Geral do Tesouro

Leia mais

Estudo da interacção água subterrânea/água superficial nos sistemas associados à Lagoa de Albufeira, em periodo de barra aberta

Estudo da interacção água subterrânea/água superficial nos sistemas associados à Lagoa de Albufeira, em periodo de barra aberta Estudo da interacção água subterrânea/água superficial nos sistemas associados à Lagoa de Albufeira, em periodo de barra aberta Ana Sofia Duarte Paula G. Fernandes M. Rosário Carvalho 1. Introdução e objectivos

Leia mais

IMPLANTAÇÃO DE UMA CAPTAÇÃO

IMPLANTAÇÃO DE UMA CAPTAÇÃO IMPLANTAÇÃO DE UMA CAPTAÇÃO PROSPECÇÃO HIDROGEOLÓGICA: Uma Metodologia Conjunto de estudos, operações e trabalhos que, desenvolvidos e analisados de forma integrada, permitem seleccionar o local mais favorável

Leia mais

Saiba mais sobre. Recuperadores de Calor. e Salamandras

Saiba mais sobre. Recuperadores de Calor. e Salamandras Saiba mais sobre Recuperadores de Calor e Salamandras 1 A BIOMASSA É UTILIZADA NAS CASAS PORTUGUESAS PARA AQUECIMENTO AMBIENTE E PRODUÇÃO DE ÁGUA QUENTE ENQUADRAMENTO DE ACORDO COM O INQUÉRITO AO CONSUMO

Leia mais

Características hidroquímicas e hidrodinâmicas do aquífero na planície arenosa da Costa da Caparica

Características hidroquímicas e hidrodinâmicas do aquífero na planície arenosa da Costa da Caparica Características hidroquímicas e hidrodinâmicas do aquífero na planície arenosa da Costa da Caparica Frederico FERREIRA1, M. Rosário CARVALHO2, Manuela SIMÕES3, Catarina SILVA2, Paula GALEGO FERNANDES2

Leia mais

Energética Industrial

Energética Industrial Universidade do Minho Departamento de Engenharia Mecânica Energética Industrial Problemas propostos José Carlos Fernandes Teixeira 1) 1.5 kg de gelo à temperatura de 260 K, funde-se, à pressão de 1 bar,

Leia mais

ISEL Área Departamental de Engenharia Civil GRUPO DISCIPLINAR DE HIDRÁULICA

ISEL Área Departamental de Engenharia Civil GRUPO DISCIPLINAR DE HIDRÁULICA P1 - O canal de secção rectangular com 2,00 m de largura representado na Fig. 1 inicia-se num reservatório e termina numa queda brusca. Todos os troços têm uma extensão suficiente para neles se estabelecer

Leia mais

O PAPEL DA ENGENHARIA MECÂNICA NAS ENERGIAS RENOVÁVEIS ENERGIA GEOTÉRMICA

O PAPEL DA ENGENHARIA MECÂNICA NAS ENERGIAS RENOVÁVEIS ENERGIA GEOTÉRMICA Ano letivo 2014/2015 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Supervisora: Teresa Duarte Monitora: Rita Afonso O PAPEL DA ENGENHARIA MECÂNICA NAS ENERGIAS RENOVÁVEIS ENERGIA GEOTÉRMICA Equipa: 1M1_03

Leia mais

Recursos Geológicos e o Ordenamento do Território: o exemplo do PDM de Bragança Carlos A. Pinto Meireles - (L.N.E.G.)

Recursos Geológicos e o Ordenamento do Território: o exemplo do PDM de Bragança Carlos A. Pinto Meireles - (L.N.E.G.) Recursos Geológicos e o Ordenamento do Território: o exemplo do PDM de Bragança Carlos A. Pinto Meireles - (L.N.E.G.) Com base no trabalho de C. Meireles, A. Moreira, A.P. Pereira, A. Parra & L. Martins

Leia mais

Nova Gama de Esquentadores Estanques CELSIUSPUR e CELSIUSNEXT

Nova Gama de Esquentadores Estanques CELSIUSPUR e CELSIUSNEXT Nova Gama de Esquentadores Estanques CELSIUSPUR e CELSIUSNEXT Outubro 008 Esquentadores Estanques CELSIUSPUR (Condensação) e CELSIUSNEXT Os Novos Esquentadores CELSIUSPUR e CELSIUSNEXT da Junkers proporcionam

Leia mais

A ÁGUA SUBTERRÂNEA faz parte

A ÁGUA SUBTERRÂNEA faz parte A ÁGUA SUBTERRÂNEA faz parte integrante do ciclo hidrológico. As águas subterrâneas são um recurso natural imprescindível para a vida e para a integridade dos ecossistemas, representando mais de 95% das

Leia mais

Monitorização das águas subterrâneas e superficiais da Ilha Terceira, no âmbito do Projecto Geotérmico da Terceira (PGT)

Monitorização das águas subterrâneas e superficiais da Ilha Terceira, no âmbito do Projecto Geotérmico da Terceira (PGT) UNIVERSIDADE DOS AÇORES Departamento de Ciências Agrárias Monitorização das águas subterrâneas e superficiais da Ilha Terceira, no âmbito do Projecto Geotérmico da Terceira (PGT) Renata Almeida Borges

Leia mais

Apresentação MITSUBISHI ELECTRIC

Apresentação MITSUBISHI ELECTRIC Associação Portuguesa de Engineering Hospitalar XLIII Seminário 3 de Novembro de 2016 Apresentação MITSUBISHI ELECTRIC Hybrid VRF City Multi Bomba de Calor CO2 1 HYBRID CITY MULTI da Mitsubishi Electric

Leia mais

2. A figura 2 representa, de modo esquemático, um fenómeno físico que pode ocorrer numa câmara magmática.

2. A figura 2 representa, de modo esquemático, um fenómeno físico que pode ocorrer numa câmara magmática. Disciplina de Biologia e Geologia (Ano ) º ANO Ficha de Avaliação Formativa Tema IV de Geologia (Correcção) Nome: Nº: Turma: Leia com atenção e responda sucintamente às questões que se seguem!. A diferenciação

Leia mais

O Homem sempre utilizou materiais de origem geológica que a Natureza lhe fornecia. Idade da Pedra Idade do Bronze Idade do Ferro

O Homem sempre utilizou materiais de origem geológica que a Natureza lhe fornecia. Idade da Pedra Idade do Bronze Idade do Ferro O Homem sempre utilizou materiais de origem geológica que a Natureza lhe fornecia. Idade da Pedra Idade do Bronze Idade do Ferro Os são os materiais sólidos, líquidos ou gasosos que podem ser extraídos

Leia mais

Exploração de uma Captação

Exploração de uma Captação Exploração de uma Captação Albino Medeiros (Universidade Nova de Lisboa) A exploração sustentável de uma qualquer captação de água mineral natural ou de nascente terá sempre que ter em linha de conta a

Leia mais

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PROFESSORES DE BIOLOGIA E GEOLOGIA. Apartado COIMBRA /

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PROFESSORES DE BIOLOGIA E GEOLOGIA. Apartado COIMBRA / ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PROFESSORES DE BIOLOGIA E GEOLOGIA Apartado 3109 3001-401 COIMBRA / 239 821 884 e-mail: appbg@mail.pt www.appbg.rcts.pt PROPOSTA DE CORRECÇÃO DO EXAME NACIONAL DE GEOLOGIA (102)

Leia mais

TRANSMISSÃO DE CALOR

TRANSMISSÃO DE CALOR INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA TRANSMISSÃO DE CALOR Guia do Laboratório: Estudo Experimental da Relação entre os Números de Nusselt, Reynolds e Prandtl Mário Manuel Gonçalves

Leia mais

Nova Gama de Esquentadores Estanques CelsiusPur e CelsiusNext

Nova Gama de Esquentadores Estanques CelsiusPur e CelsiusNext Nova Gama de Esquentadores Estanques CelsiusPur e CelsiusNext Outubro 008 Esquentadores Estanques CelsiusPur (Condensação) e CelsiusNext Os Novos Esquentadores CelsiusPur e CelsiusNext da Junkers proporcionam

Leia mais

DECLARAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL PROJECTO DE ALTERAÇÃO DA UNIDADE INDUSTRIAL DA COMPAL

DECLARAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL PROJECTO DE ALTERAÇÃO DA UNIDADE INDUSTRIAL DA COMPAL DECLARAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL PROJECTO DE ALTERAÇÃO DA UNIDADE INDUSTRIAL DA COMPAL (Projecto de Execução) I. Tendo por base o Parecer Final da Comissão de Avaliação (CA), as Conclusões da Consulta Pública

Leia mais

Hidrogeologia: Conceitos e Aplicações

Hidrogeologia: Conceitos e Aplicações Hidrogeologia: Conceitos e Aplicações Módulo 1 - A Água Subterrânea 3 5 Capítulo 1.1 - Evolução Histórica do Conhecimento 1.1.1 Introdução 5 1.1.2 A Hidrogeologia no Mundo 6 1.1.3 A Hidrogeologia no Brasil

Leia mais

*Nome/Denominação social *Identificação fiscal nº, *residência/sede em, *Província ; *Município, *Comuna ; *Telefone ; *Telemóvel ; *Fax ; * ;

*Nome/Denominação social *Identificação fiscal nº, *residência/sede em, *Província ; *Município, *Comuna ; *Telefone ; *Telemóvel ; *Fax ; * ; Rejeição de Efluentes (artigo 84.º do RUGRH) Os dados assinalados com * devem ser obrigatoriamente apresentados com o pedido de título de utilização dos recursos hídricos. Os restantes dados poderão ser

Leia mais

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA SECÇÃO DE HIDRÁULICA E DOS RECURSOS HÍDRICOS E AMBIENTAIS MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO 5º ANO / 2º SEMESTRE DO ANO LECTIVO 2007/2008

Leia mais

CONCURSO SOLAR PADRE HIMALAYA

CONCURSO SOLAR PADRE HIMALAYA Edição 2006 Regulamento do Escalão ZÉNITE webpages: www.cienciaviva.pt e www.spes.pt email: concursosolar@cienciaviva.pt telefone : (351) 218 985 020 telefax: (351) 218 985 055 Este regulamento é específico

Leia mais

MODELAÇÃO NUMÉRICA DA INTERACÇÃO TÉRMICA SOLO-ESTRUTURA: ESTRUTURAS DE FUNDAÇÃO TERMOACTIVAS

MODELAÇÃO NUMÉRICA DA INTERACÇÃO TÉRMICA SOLO-ESTRUTURA: ESTRUTURAS DE FUNDAÇÃO TERMOACTIVAS MODELAÇÃO NUMÉRICA DA INTERACÇÃO TÉRMICA SOLO-ESTRUTURA: ESTRUTURAS DE FUNDAÇÃO TERMOACTIVAS Ana Vieira; João R. Maranha Departamento de Geotecnia, LNEC A gestão dos recursos energéticos é um tema central

Leia mais

APROVEITAMENTO GEOTÉRMICO EM CASCATA EM SÃO PEDRO DO SUL (*1)

APROVEITAMENTO GEOTÉRMICO EM CASCATA EM SÃO PEDRO DO SUL (*1) APOVEITAMENTO GEOTÉMIO EM ASATA EM SÃO PEDO DO SUL (*1) L. M. Ferreira Gomes Director Técnico das Termas de S. Pedro do Sul, Professor Associado do Departamento de Engenharia ivil e Arquitectura da Universidade

Leia mais

Informação Estatística Da Indústria Extractiva

Informação Estatística Da Indústria Extractiva Da Indústria Extractiva P O N T O S DE I N T E R E S S E E S P E C I A I S : Elementos Estatísticos da Industria Extractiva no período de 2007 a 2010 Dados de Produção e Comércio Internacional por sectores

Leia mais

Licenciamento Simplificado de Operações de Gestão de Resíduos

Licenciamento Simplificado de Operações de Gestão de Resíduos NORMA DE PROCEDIMENTOS Março de 2008 11 / AM Tramitação dos processos de Licenciamento Simplificado de Operações de Gestão de Resíduos 1. Apresentação 2. Legislação de enquadramento 3. Tramitação dos processos

Leia mais

OS SIG COMO SUPORTE À CARTOGRAFIA GEOLÓGICA E DE RISCOS

OS SIG COMO SUPORTE À CARTOGRAFIA GEOLÓGICA E DE RISCOS Universidade de Coimbra Faculdade de Ciências e Tecnologia Departamento de Ciências da Terra OS SIG COMO SUPORTE À CARTOGRAFIA GEOLÓGICA E DE RISCOS APLICAÇÃO À REGIÃO DE VISEU Relatório do trabalho de

Leia mais

GEOTERMIA Energias renováveis 2012/2013. Miguel Centeno Brito

GEOTERMIA Energias renováveis 2012/2013. Miguel Centeno Brito GEOTERMIA Energias renováveis 2012/2013 Miguel Centeno Brito Aproveitamento energia térmica armazenada na crosta terrestre. Aproveitamentos de alta entalpia baixa entalpia [ENTALPIA] H = U + PV energia

Leia mais

10º ANO FÍSICA - Módulo Inicial Situação energética Mundial e degradação de energia

10º ANO FÍSICA - Módulo Inicial Situação energética Mundial e degradação de energia 10º ANO FÍSICA - Módulo Inicial Situação energética Mundial e degradação de energia PROBLEMAS ENERGÉTICOS DA ACTUALIDADE O avanço científico e tecnológico da nossa sociedade provocou o aumento acelerado

Leia mais

Num mercado altamente competitivo, o factor de produção energia pode ser decisivo para subsistência das empresas

Num mercado altamente competitivo, o factor de produção energia pode ser decisivo para subsistência das empresas Impactos internos da aplicação do SGCIE Num mercado altamente competitivo, o factor de produção energia pode ser decisivo para subsistência das empresas Tipicamente o potencial de poupança energética nas

Leia mais

síntese dos resultados obtidos

síntese dos resultados obtidos síntese dos resultados obtidos a. consumos de energia A análise detalhada dos consumos energéticos incluiu uma visita técnica realizada no dia 10 de julho de 2013, a análise das faturas de eletricidade

Leia mais

Os recursos geotérmicos em Portugal: desafios, oportunidades e constrangimentos António Trota. Departamento de Geociências. FCT Universidade dos

Os recursos geotérmicos em Portugal: desafios, oportunidades e constrangimentos António Trota. Departamento de Geociências. FCT Universidade dos António Trota. Departamento de Geociências. FCT Universidade dos Açores Unidade de Investigação Geobiotec, Universidade de Aveiro, Portugal XIX Encontro Nacional do Colégio de Engenharia Geológica e de

Leia mais

Fontes de Energias Renováveis e Não Renováveis. Aluna : Ana Cardoso

Fontes de Energias Renováveis e Não Renováveis. Aluna : Ana Cardoso Fontes de Energias Renováveis e Não Renováveis Aluna : Ana Cardoso Fontes de Energias Renováveis As fontes de energia renováveis são aquelas que vem de recursos naturais e que se renovam continuamente

Leia mais

ATIVIDADE AVALIATIVA

ATIVIDADE AVALIATIVA Climatologia 2. Atmosfera Terrestre ATIVIDADE AVALIATIVA Valor: 1,0 Tempo para responder: 15min 1) Qual a importância da concentração dos gases que compõe a atmosfera terrestre, em termos físicos e biológicos?

Leia mais

CENTRAL TERMOELÉCTRICA DO RIBATEJO RELATÓRIO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO

CENTRAL TERMOELÉCTRICA DO RIBATEJO RELATÓRIO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO 1. INTRODUÇÃO A TER Termoeléctrica do Ribatejo, S.A., detida a 100% pela EDP Electricidade de Portugal, S.A., pretende licenciar a Central Termoeléctrica do Ribatejo (CRJ), constituída por 3 grupos de

Leia mais

Programação do Curso. Disposição I Atmosfera DISPOSIÇÃO NO MEIO-AMBIENTE

Programação do Curso. Disposição I Atmosfera DISPOSIÇÃO NO MEIO-AMBIENTE Programação do Curso Carga horária Formação Específica Tecnologias limpas 48 Gerenciamento das emissões 96 Disposição no meio ambiente 36 Análise de risco e segurança industrial 36 Gerenciamento estratégico

Leia mais

Empresas de diversos setores necessitam de produzir águas quentes no âmbito das suas atividades, como por exemplo:

Empresas de diversos setores necessitam de produzir águas quentes no âmbito das suas atividades, como por exemplo: Empresas de diversos setores necessitam de produzir águas quentes no âmbito das suas atividades, como por exemplo: no Alojamento, para banhos, cozinha e limpezas nos Serviços, para limpezas, lavagem de

Leia mais

Energia e Ambiente. Desenvolvimento sustentável; Limitação e redução dos gases de efeito de estufa; Estímulo da eficiência energética;

Energia e Ambiente. Desenvolvimento sustentável; Limitação e redução dos gases de efeito de estufa; Estímulo da eficiência energética; Energia e Ambiente Desenvolvimento sustentável; Limitação e redução dos gases de efeito de estufa; Estímulo da eficiência energética; Investigação de formas novas e renováveis de energia; Potenciar as

Leia mais

ESTUDO PRÉVIO SOLUÇÕES ALTERNATIVAS PROJECTO: CLIENTE:

ESTUDO PRÉVIO SOLUÇÕES ALTERNATIVAS PROJECTO: CLIENTE: ESTUDO PRÉVIO SOLUÇÕES ALTERNATIVAS PROJECTO: CLIENTE: Localização da Bacia Hidrográfica BACIA HIDROGRÁFICA ESPANHA Área ± 3.900 Km2 86 % em Portugal; 90 % até à confluência da Vilariça PORTUGAL ESCALÃO

Leia mais

NOVIDADE. Protector térmico de segurança. Intensidade absorvida

NOVIDADE. Protector térmico de segurança. Intensidade absorvida EMISSORES COM FLUÍDO Série EMIBLUE A Emissores murais com fluído de alta inércia térmica, analógicos. Estrutura de alumínio injectado. Termóstato de grande precisão e 3 modos de funcionamento: (3,5ºC menos

Leia mais

Combustível adicional se necessário 10

Combustível adicional se necessário 10 Esta colecção contem enunciados de problemas utilizados na avaliação da disciplina Termotecnia da licenciatura de Eng. Electrotécnica entre e 000. Nos enunciados existem por vezes mais dados do que os

Leia mais

Riscos Naturais e Protecção Civil. 16 de Dezembro de 2010 Escola Secundária de Barcelinhos

Riscos Naturais e Protecção Civil. 16 de Dezembro de 2010 Escola Secundária de Barcelinhos Riscos Naturais e Protecção Civil 16 de Dezembro de 2010 Escola Secundária de Barcelinhos 1) Riscos naturais a. Erosão / Movimentos de vertente b. Cheias c. Sismos / Falhas geológicas 1) Plano Municipal

Leia mais

Testes de Diagnóstico

Testes de Diagnóstico INOVAÇÃO E TECNOLOGIA NA FORMAÇÃO AGRÍCOLA agrinov.ajap.pt Coordenação Técnica: Associação dos Jovens Agricultores de Portugal Coordenação Científica: Miguel de Castro Neto Instituto Superior de Estatística

Leia mais

Resumo Não Técnico CAS Barrocas S.A. Licença Ambiental da suinicultura da Herdade da Figueirinha

Resumo Não Técnico CAS Barrocas S.A. Licença Ambiental da suinicultura da Herdade da Figueirinha CAS Barrocas S.A. Setembro 2016 Enquadramento A Suinicultura da Herdade da Figueirinha encontra-se em funcionamento desde 2014 e dispõe de título de exploração válido até 16 de janeiro de 2021 para 1980

Leia mais

Resulta da convergência entre placas tectónicas. A colisão de 2 placas obriga ao mergulho da placa mais densa, formando-se uma zona de subducção.

Resulta da convergência entre placas tectónicas. A colisão de 2 placas obriga ao mergulho da placa mais densa, formando-se uma zona de subducção. Resulta da convergência entre placas tectónicas. A colisão de 2 placas obriga ao mergulho da placa mais densa, formando-se uma zona de subducção. Tungurahua (A) Etna (B) Colisão (O C). Andes (A) e Mediterrâneo

Leia mais

è Reconhecer a importância das rochas no fornecimento de informações sobre o passado da Terra.

è Reconhecer a importância das rochas no fornecimento de informações sobre o passado da Terra. è Reconhecer a importância das rochas no fornecimento de informações sobre o passado da Terra. è Conhecer o trabalho dos geólogos e a importância da Geologia como ciência que estuda o presente e o passado

Leia mais

NOTA EXPLICATIVA DOS DADOS RECOLHIDOS NO ÂMBITO DOS TRABALHOS DE

NOTA EXPLICATIVA DOS DADOS RECOLHIDOS NO ÂMBITO DOS TRABALHOS DE NOTA EXPLICATIVA DOS DADOS RECOLHIDOS NO ÂMBITO DOS TRABALHOS DE IMPLEMENTAÇÃO DA DIRECTIVA QUADRO DA ÁGUA A informação disponibilizada na página do Instituto da Água, I.P. (INAG) refere-se aos dados recolhidos

Leia mais

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE Curso de Engenharia Civil. HIDROLOGIA Capítulo 1 Introdução à hidrologia

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE Curso de Engenharia Civil. HIDROLOGIA Capítulo 1 Introdução à hidrologia UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE Curso de Engenharia Civil HIDROLOGIA Capítulo 1 Introdução à hidrologia 1 Objecto da Hidrologia A hidrologia trata da ocorrência, circulação e distribuição da água na Terra,

Leia mais

Evolução da ciência da hidrologia. HIDROLOGIA Capítulo 1 Introdução à hidrologia 7/27/2017. Antiguidade Oriental

Evolução da ciência da hidrologia. HIDROLOGIA Capítulo 1 Introdução à hidrologia 7/27/2017. Antiguidade Oriental UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE Curso de Engenharia Civil HIDROLOGIA Capítulo 1 Introdução à hidrologia 1 Objecto da Hidrologia A hidrologia trata da ocorrência, circulação e distribuição da água na Terra,

Leia mais

RELATÓRIO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO. Variante Norte de Loulé à EN270 (2ª Fase)

RELATÓRIO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO. Variante Norte de Loulé à EN270 (2ª Fase) RELATÓRIO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO Variante Norte de Loulé à EN270 (2ª Fase) Anexo II Hidrogeologia Fevereiro de 2009 Índice Geral 1. Introdução...3 2. Metodologia...3 2.1. Levantamento

Leia mais

O Potencial Geotérmico no Mix renovável. Diogo Rosa & Carlos Rosa Unidade de Geologia e Cartografia Geológica

O Potencial Geotérmico no Mix renovável. Diogo Rosa & Carlos Rosa Unidade de Geologia e Cartografia Geológica O Potencial Geotérmico no Mix renovável Diogo Rosa & Carlos Rosa Unidade de Geologia e Cartografia Geológica Portugal Tecnológico 2010, Lisboa, 24 de Setembro de 2010 SOLUÇÕES GEOLÓGICAS PARA QUESTÕES

Leia mais

*Nome/Denominação social *Identificação fiscal nº, *residência/sede em, *Província ; *Município, *Comuna ; *Telefone ; *Telemóvel ; *Fax ; * ;

*Nome/Denominação social *Identificação fiscal nº, *residência/sede em, *Província ; *Município, *Comuna ; *Telefone ; *Telemóvel ; *Fax ; * ; Processo n.º Aquicultura Comercial (artigo 88.º do RUGRH) Os dados assinalados com * devem ser obrigatoriamente apresentados com o pedido de título de utilização dos recursos hídricos. Os restantes dados

Leia mais

BOMBA DE CALOR INVERTER AQUAPURA A++ IDEAL PARA PAVIMENTO RADIANTE CLIMATIZAÇÃO COM VENTILOCONVECTORES AQUECIMENTO COM RADIADORES

BOMBA DE CALOR INVERTER AQUAPURA A++ IDEAL PARA PAVIMENTO RADIANTE CLIMATIZAÇÃO COM VENTILOCONVECTORES AQUECIMENTO COM RADIADORES W W W E N E R G I E P T A Q U A P U R A C L I M A T I Z A Ç Ã O BOMBAS DE CALOR - AEROTERMIA BOMBA DE CALOR AQUAPURA INVERTER IDEAL PARA PAVIMENTO RADIANTE CLIMATIZAÇÃO COM VENTILOCONVECTORES AQUECIMENTO

Leia mais

10.1 Caracterização hidroquímica do Sistema Aquífero Moura-Ficalho

10.1 Caracterização hidroquímica do Sistema Aquífero Moura-Ficalho 10 HIDROGEOQUÍMICA 10.1 Caracterização hidroquímica do Sistema Aquífero Moura-Ficalho Este capítulo aborda questões hidrogeoquímicas apenas na perspectiva do respectivo contributo para o modelo conceptual

Leia mais

EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO INDUSTRIAL COM AMONÍACO

EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO INDUSTRIAL COM AMONÍACO EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO INDUSTRIAL COM AMONÍACO EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO COM AMONÍACO - 1 ELEMENTO - GRUPO MOTO-COMPRESSORES DE PARAFUSOS - 2 ELEMENTO - RECIPIENTES DE PRESSÃO - 3 RECIPIENTES

Leia mais

RECURSOS MINERAIS NA REGIÃO DO ALENTEJO. Potencial e Ordenamento do Território

RECURSOS MINERAIS NA REGIÃO DO ALENTEJO. Potencial e Ordenamento do Território RECURSOS MINERAIS NA REGIÃO DO ALENTEJO Potencial e Ordenamento do Território rio Por: Afonso Catrapona e Jorge Carvalho Iniciativa Matérias Primas: oportunidades e desafios para a indústria extractiva

Leia mais

Hidroeletricidade em Portugal. Como se desenvolverá a energia hidroelétrica em Portugal?

Hidroeletricidade em Portugal. Como se desenvolverá a energia hidroelétrica em Portugal? Hidroeletricidade em Portugal Como se desenvolverá a energia hidroelétrica em Portugal? Introdução Dois terços do nosso planeta é composto por ela mesma. O Homem construiu cisternas, sistemas de diques,

Leia mais

AQS Água quente sanitária. É a água aquecida, usada para banhos, preparação ou confeção de alimentos.

AQS Água quente sanitária. É a água aquecida, usada para banhos, preparação ou confeção de alimentos. Índice A... 2 Acumulador... 2 AQS... 2 Autoconsumo... 2 B... 2 Bomba de calor... 2 C... 2 Caldeira de condensação... 2 Coletor solar seletivo... 2 Condução... 3 Convecção... 3 COP (Coefficient Of Performance)...

Leia mais

A Energia solar. Fontes alternativas de energia - aproveitamento da energia solar 1

A Energia solar. Fontes alternativas de energia - aproveitamento da energia solar 1 A Energia solar Fontes alternativas de energia - aproveitamento da energia solar 1 Forma de aproveitamento Quase todas as fontes de energia hidráulica, biomassa, eólica, combustíveis fósseis e energia

Leia mais

ESTUDO DA ORIGEM DAS ÁGUAS TERMAIS NA REGIÃO DA CHAPADA DOS VEADEIROS, GO: ASPECTOS HIDROQUÍMICOS E ISOTÓPICOS

ESTUDO DA ORIGEM DAS ÁGUAS TERMAIS NA REGIÃO DA CHAPADA DOS VEADEIROS, GO: ASPECTOS HIDROQUÍMICOS E ISOTÓPICOS ESTUDO DA ORIGEM DAS ÁGUAS TERMAIS NA REGIÃO DA CHAPADA DOS VEADEIROS, GO: ASPECTOS HIDROQUÍMICOS E ISOTÓPICOS Tassiane Pereira Junqueira José Eloi Guimarães Campos Flavio Henrique Freitas e Silva Cristiane

Leia mais

BALANÇO ENERGÉTICO NACIONAL 2006 ano base 2005

BALANÇO ENERGÉTICO NACIONAL 2006 ano base 2005 BALANÇO ENERGÉTICO NACIONAL 26 ano base 25 MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA MME Aerogeradores em Fortaleza fotógrafo: Marcus Almeida 6 87 Recursos e Reservas Energéticas 1974 / 25 Conceituação Recursos e

Leia mais

QUALIDADE DA ÁGUA E CONTROLE DA POLUIÇÃO

QUALIDADE DA ÁGUA E CONTROLE DA POLUIÇÃO QUALIDADE DA ÁGUA E CONTROLE DA POLUIÇÃO 1º TRABALHO PRÁTICO PLANEAMENTO REGIONAL DE SISTEMAS DE CONTROLE DA POLUIÇÃO (1º SEMESTRE DO ANO LECTIVO 2006/2007) LISBOA, OUTUBRO DE 2006 QUALIDADE DA ÁGUA E

Leia mais

CAPÍTULO 6 RECURSOS E RESERVAS ENERGÉTICAS 1973 / Conteúdo

CAPÍTULO 6 RECURSOS E RESERVAS ENERGÉTICAS 1973 / Conteúdo RECURSOS E RESERVAS ENERGÉTICAS 1973 / 2002 Conteúdo CONCEITUAÇÃO RECURSOS E RESERVAS ENERGÉTICAS BRASILEIRAS EM 31.12.2002 RECURSOS E RESERVAS DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL POTENCIAL HIDRELÉTRICO RECURSOS

Leia mais

INTERACÇÃO ÁGUA-ROCHA O caso das rochas ígneas, sedimentares e metamórficas

INTERACÇÃO ÁGUA-ROCHA O caso das rochas ígneas, sedimentares e metamórficas INTERACÇÃO ÁGUA-ROCHA O caso das rochas ígneas, sedimentares e metamórficas As rochas apresentam composições mineralógicas variáveis, As condições climáticas, a composição da água de recarga, o tempo de

Leia mais

SISTEMA AQUÍFERO: TORRES VEDRAS (O25)

SISTEMA AQUÍFERO: TORRES VEDRAS (O25) SISTEMA AQUÍFERO: TORRES VEDRAS (O25) Figura O25.1 Enquadramento litoestratigráfico do sistema aquífero Torres Vedras Sistema Aquífero: Torres Vedras (O25) 354 Identificação Unidade Hidrogeológica: Orla

Leia mais

Nome: N º: Turma: Data: Professor: Encarregado(a) de Educação: Figura 1

Nome: N º: Turma: Data: Professor: Encarregado(a) de Educação: Figura 1 Ficha de trabalho Biologia e Geologia - 10º Ano A Terra e os seus subsistemas em interacção Nome: N º: Turma: Data: Professor: Encarregado(a) de Educação: 1. Define sistema. Lê toda a informação com atenção

Leia mais

Processos Hidrológicos CST 318 / SER 456. Tema 1 Introdução ANO 2017

Processos Hidrológicos CST 318 / SER 456. Tema 1 Introdução ANO 2017 Processos Hidrológicos CST 318 / SER 456 Tema 1 Introdução ANO 2017 Camilo Daleles Rennó Laura De Simone Borma http://www.dpi.inpe.br/~camilo/prochidr/ Hidrologia Definição: é a ciência que estuda a distribuição,

Leia mais