TREINAMENTO METODOLOGIA

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1 TREINAMENTO METODOLOGIA Prof. Cândido Borges, PhD Pesquisa É o processo metódico e sistemático de investigação e estudo, com o fim de descobrir ou estabelecer fatos ou princípios relativos a um campo do conhecimento Para que pesquisar? Para resolver problemas (exemplo para descobrir as causas de absenteísmo) Para formular teorias (o desenvolvimento nas ciências sociais é recente) Para testar teorias 1

2 Os três pólos de uma pesquisa Os procedimentos utilizados para confrontar as idéias e a realidade (mundo dos métodos) Quadro conceitual Teorias, conceitos, Relações entre os conceitos (mundo das idéias, das explicações) Aprendizagem Quadro empírico Quadro metodológico O contexto ou o fenômeno estudado (mundo da realidade, o objeto, o campo) Objetivos hoje Qual tipo de pesquisa vai fazer? Quais critérios de escolha dos casos? Quais dados vai utilizar? Onde e como vai conseguir os dados? Como vai tratar e analisar os dados? Na seção metodologia do TCC você tem que dizer como vai fazer isso 2

3 Positivismo Filosofia da Pesquisa Dedutivo Observação Experimental Enfoque da pesquisa Cross sectional Dado secundários Observação Entrevistas Questionários Estudo de Caso Etnografia Survey Pesquisa-ação Estratégia da pesquisa Horizonte de tempo Longitudinal Grounded theory História oral Indutivo Fenomenologia Método de coleta de dados (Saunders et al., 2000) Paradigmas de pesquisa Termos alternativos, igualmente usados Positivista Fenomenológico Quantitativo Objetivo Científico Tradicionalista Qualitativo Subjetivo Humanista Interpretativo (Collis & Hussey, 2005) Cuidado com os extremos! Não existe certo ou errado; bom ou ruim; ciência ou não ciência. 3

4 Técnicas de pesquisa Quantitativa - Testa ou verifica teorias e explicações - Questões fechadas, técnicas predeterminadas - Dados numéricos, emprega procedimentos estatísticos Qualitativa - Posiciona-se; coleta significado dos participantes - Questões abertas, técnicas emergentes - Dados de texto ou imagem Misto (Creswell, 2007) Tipos de pesquisa Exploratória Proporciona maior compreensão do fenômeno que está sendo investigado, permitindo assim que o pesquisador delineie de forma mais precisa o problema. Não formula previamente ou testa hipóteses, que podem ser geradas no final. Descritiva Descreve um fenômeno ou as características de um grupo. Seu objetivo é o de descobrir ou compreender as relações entre os constructos ou dimensões envolvidas no fenômeno. Explicativa Explica por que o fenômeno ocorre, ou quais os fatores que causam ou contribuem para sua ocorrência. Implica em relações. (Acevedo e Nohara, 2009) 4

5 Amostragem População Amostra (Saunders et al., 2000) Unidade amostral Amostra em estudos qualitativos? Amostra Uma amostra é formada por alguns membros da população. amostra de gerentes; amostra de empresas; amostra de cidades... Em um estudo positivista, uma amostra representativa ou válida é aquela: Na qual os resultados obtidos podem ser considerados verdadeiros para toda população Onde todo membro da população tem chances iguais de ser escolhido Grande o suficiente Sem preconceitos (Collis & Hussey, 2005) 5

6 Tipos de amostragem não-probabilística Por conveniência ou acessibilidade O pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam, de alguma forma, representar o universo. Aplica-se este tipo de amostragem em estudos exploratórios onde não é requerido elevado nível de precisão. Ex- entrevistar empresários conhecidos. Por julgamento/ intencional/tipicidade Consiste em selecionar um subgrupo da população que que possa ser considerado representativo. Ex- caso dos restaurantes no guia Snowball ou Autogeradas- indicação Por cotas ou proporcionais Determinação de cotas proporcionais de uma amostragem calculada em função de propriedades tidas como relevantes Tipos de amostragem não-probabilística Arber (1993, p.71): quando o objetivo do estudo é exploratório e de desenvolvimento de teoria, a representatividade da amostra pode ser de importância menor, o que interessa é conseguir uma compreensão mais ampla do processo social. 6

7 Tipos de dados Dados primários São dados coletados pelo pesquisador por meio de entrevistas, questionários, observação Dados Secundários Dados já existentes e publicados de diversas fontes- pesquisa bibliográfica, documental Métodos de Contato Questionário por correio Entrevistas por telefone Entrevistas pessoais Entrevistas on-line 7

8 Três tipos de Entrevista Qualitativa Segundo Patton (2002) Conversa informal (não-dirigida) - Usar em estudos etnográficos - Útil se múltiplas oportunidades de contato são disponíveis Entrevista semi-estruturada (guia de entrevista) - Checklist dos temas a cobrir - Guia ajustado a cada individuo - Ideal para um estudo de caso Entrevista estruturada (quest. abertas estandardizadas) - Ideal se o objetivo é comparar as respostas de diferentes sujeitos - útil quando há delegação de coleta de dados. Qual é o mais apropriado? Depende: Do estágio da pesquisa Dos objetivos da pesquisa Da disponibilidade de recursos ($$, tempo e humanos) Da disponibilidade de e dos sujeitos 8

9 Segunda parte treinamento metodologia Tipos de pergunta Dicotômica Para programar esta viagem, você ligou pessoalmente para a TAM? Sim Não 9

10 Tipos de pergunta Múltipla escolha Com quem você está viajando neste vôo? Ninguém Cônjuge Cônjuge e filhos Apenas filhos Colegas de trabalho/amigos/parentes Estou participando de uma excursão Elaboração depende de revisão da literatura e de pesquisa qualitativa prévia. Tipos de pergunta Escala Likert As companhias aéreas menores geralmente oferecem melhores serviços que as grandes. Discordo totalmente Discordo Não concordo nem discordo Concordo Concordo totalmente 10

11 Tipos de pergunta Escala de classificação A comida servida pela TAM é. Excelente Muito boa Boa Razoável Ruim Tipos de pergunta Abertas Qual sua opinião sobre a TAM? 11

12 Prepara-se para a entrevista Levante informações sobre a empresa Verifique o material de entrevista (formulários, pilhas...) Chegue ao local com antecedência Registre (grave a entrevista) Olho no relógio e no guia de entrevista Deixe a porta aberta para uma segunda rodada Reserve mais tempo do que o inicialmente previsto Reserve tempo para o pós-entrevista (um almoço pode ser = a grandes revelações) Imediatamente após a entrevista, anotes os pontos marcantes, as pistas de respostas para o seu problema Problemas na realização de entrevistas Antes da entrevista Pessoas e empresas bombardeadas de atividades e de pesquisadores. Como conseguir um encontro? Dizer como chegou até ao sujeito, por exemplo: Dizer a fonte da indicação (outra empresa, associação) Dizer que a empresa é uma referência no setor (enaltecer o sujeito) Tornar a pesquisa interessante para o sujeito Valorizar a importância da participação do sujeito Dar qualquer coisa em troca (cuidado!) 12

13 Problemas na realização de entrevistas No começo da entrevista Os interlocutores estão face a face pela primeira vez. Como quebrar o gelo? Desde o começo, fazer a leitura do universo não-verbal. (Ele pode dar indicações sobre o comportamento a adotar.) Evitar a precipitação. (É importante que os dois participantes tenham tempo de se habituar um com o outro.) Enfatizar as informações que possam motivar os sujeitos. Demonstrar que o trabalho é sério. Problemas na realização de entrevistas Durante a entrevista O sujeito não para de falar. E o que ele fala não é importante. Como recuperar o controle da entrevista? O pesquisador deve conhecer bem qual informação precisa. Escutar atentivamente. Feedback verbal e não-verbal. Parar de dar sinais que encorajem a pessoa a falar. Parar de anotar. Fazer uma pergunta quando o sujeito realizar uma pausa para respirar. Se nada funciona, intervir. 13

14 Recomendações na elaboração do instrumento Certifique-se de que as perguntas não sejam tendenciosas Faça perguntas simples Faça perguntas específicas Evite jargões Evite palavras sofisticadas Evite palavras ambíguas Evite perguntas que incluam uma negação Foco, foco e foco Do geral para o especifico Do menos delicado, para o mais delicado Do menos pessoal para o mais pessoal Use faixas de valores para perguntas delicadas Cetifique-se de que as múltiplas escolhas não se sobreponham Inclua o item outros em perguntas com respostas predefinidas Olho no tamanho Teste! Transformando dados em resultados Ao fim da coleta de dados, você têm Mas você precisa chegar a Documentos Anotações Entrevistas Questionários respondidos Etc... Dados, muitos e (talvez) confusos dados! COMO? Significados Descrições Explicações Provas Etc... Coerentes, convincentes e interessantes 14

15 Antes da análise Organize os dados Por caso; e/ou Por tipo Anotações, documentos, transcrições... Transcreva entrevistas Insira os dados em plataformas apropriadas Cuide da segurança dos dados Faça e guarde, em diferentes locais, backup dos dados e cópia das fitas ou dos arquivos MP3 com as entrevistas Os dados são confidenciais! O que é análise? (1) Análise, segundo Aurélio 1. Ato ou efeito de analisar. 2. Separação ou desagregação das diversas partes constituintes de um todo; decomposição. 3. Exame de cada parte de um todo, tendo em vista conhecer sua natureza, suas proporções, suas funções, suas relações, etc. 4. O resultado da análise. 5. Estudo pormenorizado; exame, crítica. 15

16 O que é análise? (2) A análise de dados consiste em examinar, categorizar, classificar em tabelas, testar ou, do contrário, recombinar as evidências quantitativas e qualitativas para tratar as proposições iniciais de um estudo. (Yin, 2003, p. 137) A capacidade de dividir informações em várias partes. (Collis & Hussey, 2003, p. 319) A análise de dados é a edição e a redução dos dados acumulados a um tamanho administrável, desenvolvimento de resumos, busca de padrões e aplicações técnicas estatísticas. (Cooper & Schindler, 2003, p. 604) O que fazer? (1) Codificar Códigos definidos antes e/ou durante a análise Categorias e sub-categorias Seja aberto e atento as categorias emergentes Utilize nomes que transmitam significado Crie uma tabela com as definições de cada código Pode ser feito no braço, mas softwares como NVivo e AtlasTi ajudam muito 16

17 O que fazer? (2) Criar uma ficha síntese de cada caso (se você trabalhar com casos) Breve descrição do caso Dimensões pesquisadas ou emergentes Informações que serão comparadas O que fazer? (3) Fazer tabelas Que sintetizem Que comparem Que comuniquem Análise intra e inter caso 17

18 O que fazer? (4) Para começar Faça todo o procedimento com um caso ou uma entrevista Descreva o caso ou o fenômeno estudado Mostre a seu orientador, colegas ou outros pesquisadores Crie um padrão de análise Essencial: ter um procedimento de análise, documentar e comunicar o procedimento Outra opção: transformar quali em quanti Quantificar dados qualitativos A análise de conteúdo é uma maneira de converter sistematicamente texto em variáveis numéricas para a análise quantitativa de dados. (Collis & Hussey, 2003, p. 240) Estratégia que pode ser utilizada junto com as demais 18