TERMO DE COMPROMISSO FIRMADO PERANTE O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ PELOS CANDIDATOS A PREFEITOS MUNICIPAIS DE BELÉM, NAS ELEIÇÕES 2012.
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- Ana Gusmão Leal
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1 TERMO DE COMPROMISSO FIRMADO PERANTE O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ PELOS CANDIDATOS A PREFEITOS MUNICIPAIS DE BELÉM, NAS ELEIÇÕES O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ, daqui por diante denominado simplesmente MP-PA, representado por seu procurador-geral de Justiça, Doutor ANTONIO EDUARDO BARLETA DE ALMEIDA, e os candidatos a Prefeitura Municipal de Belém/PA, ALFREDO COSTA (PT), ANIVALDO VALE(PR), ARNALDO JORDY(PPS), EDMILSON RODRIGUES(PSOL), JEFFERSON LIMA(PP), JOSÉ PRIANTE (PMDB), LENY CAMPELO (PPL), MARCOS REGO (PRTB), SÉRGIO PIMENTEL (PSL) e ZENALDO COUTINHO (PSDB), firmam o presente Termo de Compromisso, mediante as cláusulas e condições que se seguem: Considerando o que consagra a Convenção Internacional de Direitos da Criança, celebrada pela Organização das Nações Unidas ONU, em 1989, ratificada pelo Brasil em 24 de setembro de 1990, especialmente em seu art. 4º, in verbis: Os Estados-partes tomarão todas as medidas apropriadas, administrativas, legislativas e outras, para a implementação dos direitos reconhecidos nesta Convenção. Com relação aos direitos econômicos, sociais, e culturais, os Estados-partes tomarão tais medidas no alcance máximo de seus recursos disponíveis e, quando necessário, no âmbito da cooperação internacional; Considerando o disposto no art. 227, da Constituição Federal, in verbis: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocálos a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão;
2 Considerando que o art. 4º, parágrafo único, da Lei n.º 8.069/90 Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA, define que a garantia de prioridade assegurada constitucionalmente a crianças e adolescentes compreende a primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; a precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; a preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; e a destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude; Considerando que o ECA, em seu art. 88, inciso I, também preconiza a diretriz da municipalização da implementação de políticas públicas destinadas à garantia dos direitos fundamentais infanto-juvenis, sem olvidar da co-responsabilidade da União e dos Estados; Considerando o Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, aprovado pelo Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente CONANDA, em 20 de abril de 2011, consolidando a política nacional de promoção dos direitos da criança e do adolescente a ser implementada por todos os setores do poder público federal, estadual e municipal; Considerando que o Ministério Público do Estado do Pará integra o Comitê Gestor do Movimento pela Valorização do Estatuto da Criança e do Adolescente MOVER (Protocolo de Intenções n.º 001/GAB.GOV/2011); Considerando a Resolução n.º 9.920/2012/TCM, de 31 de novembro de 2010, dispondo sobre a elaboração e execução orçamentária da Administração Municipal, para atendimento ao princípio da absoluta prioridade à criança e ao adolescente, de que trata o art. 227, da Constituição Federal, no âmbito das políticas públicas municipais; Considerando que o ECA completa 22 (vinte e dois) anos de existência, o que aumenta a dívida do Estado e da sociedade brasileira em relação a efetiva garantia dos direitos da criança e do adolescente; Considerando que o Prefeito Municipal é o responsável pela gestão dos recursos públicos direcionados ao atendimento prioritário dos direitos assegurados à criança e ao adolescente na Constituição Federal; Comprometem-se à implementar as ações a seguir estipuladas: 1 Garantir condições efetivas para que o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - CMDCA elabore e controle a execução
3 da Política Municipal de Atendimento aos direitos de crianças e adolescentes, tomando como referência, o diagnóstico da situação da criança e do adolescente. 2 Assegurar recursos no Orçamento Municipal para as políticas públicas voltadas à infância e adolescência, tendo como base o diagnóstico da situação da criança e do adolescente no município, realizado com a participação do Conselho Municipal de Direitos da Criança e Adolescente CMDCA, conselho tutelar e sociedade civil organizada. 3 Garantir o efetivo funcionamento dos conselhos de direitos e tutelares,bem como a formação de conselheiros, e, ainda, a regulamentação e destinação de recursos do Orçamento Municipal para o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente (definindo percentual mínimo). 4 Desenvolver escola em tempo integral de qualidade. 5 Garantir instituições de educação infantil para todas as crianças de 0 a 5 anos de idade. 6 Garantir espaços de aprendizagem e profissionalização de adolescentes. 7 Determinar que as escolas realizem o trabalho educativo na perspectiva do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos e do Plano Nacional de Educação ( ), considerando, outrossim, o cumprimento do que determina o Artigo 32, 5º da Lei de Diretrizes Básicas - LDB (Lei n.º 9.394/1996), acerca do dever de incluir temáticas sobre direitos de crianças e adolescentes, com base no ECA/ Promover cursos de capacitação em informática, especialmente, no uso seguro da internet, voltado para crianças e adolescentes. 9 Criar Centro de Atendimento e Tratamento especializado para crianças, adolescentes e suas famílias com dependência química (Álcool e outras drogas). 10 Garantir a proteção da família (especialmente a de maior vulnerabilidade social, a exemplo da situação de rua, trabalho infantil, abuso/exploração sexual, etc), sobretudo com base na Política Nacional de Assistência Social PNAS (2004) e no Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária (2006), na interface com as demais políticas públicas. 11 Assegurar a convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes, apoiando suas famílias e comunidades com políticas públicas, programas e serviços (geração de emprego e renda, moradia, serviço de
4 acolhimento em família acolhedora, etc), como forma de evitar a institucionalização, bem como abreviar o tempo de permanência dos que estão sob acolhimento (institucional e familiar). 12 Promover uma política voltada para crianças, adolescentes e famílias em situação de vivência/moradia de rua, a fim de superar situações de violação de seus direitos humanos. 13 Garantir, a partir de uma política da criança e do adolescente, a elaboração e execução efetiva de planos municipais de educação, trabalho infantil, abuso/exploração sexual, dependência química (álcool e outras drogas) situação de rua, convivência familiar e comunitária, etc. 14 Garantir os direitos de crianças e adolescentes com deficiências e vítimas de qualquer tipo de violência, por meio de ações intersetoriais, envolvendo, sobretudo, áreas como educação, saúde, assistência e segurança pública. 15 Destinar recursos para a criação/ampliação de espaços voltados para atividades culturais, esportivas e de lazer nas comunidades (especialmente as de maior vulnerabilidade social), voltadas para crianças, adolescentes e suas famílias. 16 Garantir formação para profissionais (educação saúde, assistência, etc.), considerando os direitos de crianças e adolescentes (ECA/1990), ressaltando o dever de denunciar/notificar casos de violação de tais direitos. 17 Assegurar formação continuada para os profissionais que atuam com crianças e adolescentes (educação, assistência social, saúde, etc.) na área do protagonismo juvenil. 18 Garantir a participação de crianças e adolescentes em espaços de decisões políticas do município, reafirmando/investindo na organização e formação de protagonistas. 19 Assegurar a implementação e funcionamento dos grêmios e colegiados como espaço de protagonismo nas escolas públicas como critério de aprovação do plano pedagógico. 20 Articular/fortalecer a Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente, através da atuação integrada (inclusive com uma AGENDA COMUM) de todos os atores do Sistema de Garantia de Direitos. 21 Assegurar a municipalização da execução das medidas socioeducativas em meio aberto (liberdade assistida, semiliberdade e
5 prestação de serviços à comunidade), em consonância com as diretrizes estabelecidas pelo SINASE Lei N / Garantir a proteção integral de crianças e adolescentes ameaçadas de morte, inclusive mantendo interlocução com a PPCAAM (Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte). Assim, os candidatos a Prefeito do Município de Belém, abaixo assinados, assumem, de público, perante o Ministério Público do Estado do Pará a obrigação de cumprir, após a sua eleição, todos os compromissos acima elencados, visando garantir, mediante a devida previsão nas Leis Orçamentárias, recursos suficientes ao desenvolvimento de políticas públicas adequadas na garantia dos direitos da criança e adolescente. Belém, 30 de agosto de ALFREDO COSTA - PT ANIVALDO VALE - PR ARNALDO JORDY - PPS EDMILSON RODRIGUES - PSOL
6 JEFFERSON LIMA - PP JOSÉ PRIANTE - PMDB LENE CAMPELO - PPL MARCOS REGO - PRTB SÉRGIO PIMENTEL - PSL ZENALDO COUTINHO - PSDB
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