Palavras-chave: controle biológico aplicado, parasitoide de ovos, técnica de liberação.

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1 Estrtégis de Lierção de Trichogrmm pretiosum no Controle d Lgrt-do-Crtucho, Spodopter frugiperd, em Milho Alexndre de S. Pinto 1, Edurdo N. Cost 2, Leonrdo J. de S. Leoni 1, Fáio L. S. Cnini 1, José R. P. Prr 3 e An C. Pellegrino 3 1 Instituição Universitári Mour Lcerd, Cmpus, C.P. 63, , Rieirão Preto, SP. E-mil: spinn@uol.com.r; 2 Grven MnEcol. Ltd., Joticl, SP; 3 Eslq/USP, C.P. 9, , Pircic, SP. Plvrs-chve: controle iológico plicdo, prsitoide de ovos, técnic de lierção. A lgrt-do-crtucho, Spodopter frugiperd (J.E. Smith, 1797) (Lepidopter: Noctuide) é principl prg do milho em tods s regiões do Brsil e um ds principis prgs dest cultur n Améric do Sul e Améric Centrl (MOCHIDA; OKADA, 1974). Ocorre durnte todos os estádios de desenvolvimento d cultur, tcndo s folhs do crtucho, diminuindo áre fotossintétic d plnt, podendo destruí-ls completmente, cusndo perd de 15 37% n produtividde (EMBRAPA, 1997; PINTO; PARRA; OLIVEIRA, 2004). Pode tcr espigs no finl do ciclo d cultur ocsionndo grndes prejuízos. O método de controle mis comumente utilizdo no Brsil tulmente é o químico, o qul possui um mpl gm de inseticids indicdos pr est prg. N concepção de mnejo integrdo, met não é simplesmente niquilr prg, ms o mis importnte é redução d populção um limite comptível com produção econômic d cultur e conseqüente mnutenção d qulidde mientl (CRUZ, 1995; 1995). Os inimigos nturis são importntes no ppel de regulção populcionl de prgs ds culturs, diminuindo s populções de insetos ns diferentes fses de seu desenvolvimento. Em relção os prsitóides de ovos, especilmente os pertencentes o gênero Trichogrmm, o prsitismo nturl foi estuddo em cmpos de milho, no Estdo de São Pulo, por Sá e Prr (1994), que oservrm vlores inferiores 20% em tods s prcels experimentis. A utilizção de Trichogrmm como gente de controle iológico, é frequente em váris prtes do mundo, pois s espécies deste gênero têm um mpl distriuição geográfic, prsitndo um grnde número de hospedeiros em diferentes culturs e por ser ltmente especilizdo e eficiente (CRUZ et l., 1999). O prsitoide Trichogrmm spp., principlmente T. pretiosum Riley (YOKOJI, 2005) e T. topovirili Otmn & Pltner (BESERRA, 2000), é promissor no controle de ovos deste noctuídeo. Entretnto, esse prsitoide encontr lgums resistêncis nturis de defes d prg, que são o háito de oviposição em mis de um cmd e o revestimento d postur com cerds pel fême (BESERRA, 2000). Existem registros que Trichogrmm spp. prsit pens primeir cmd e os ovos expostos ds cmds inferiores, permitindo eclosão de inúmers lgrts (JOHANNES-TOONDERS et l., 1987). Alguns experimentos relizdos no Estdo de São Pulo têm indicdo um o eficiênci de controle d lgrt-do-crtucho com T. pretiosum em ssocição com o controle 413

2 químico (PINTO, 2004) ou não (YOKOJI, 2005), utilizndo lierções de dultos por hectre (ARCARO FILHO, 2007), durnte três semns consecutivs (AFONSO JR., 2008). Lierções de prsitoides por hectre (SCANDIUZZI, 2007) em menos de três semns consecutivs (YOKOJI, 2005; GOMES, 2007) não form eficientes. Empiricmente, s lierções de Trichogrmm são inicids no milho logo pós germinção ds plântuls, ms s infestções de lgrts que ocorrem do meio d fse de crtucho té o finl são considerds mis dnoss à cultur do que em demis períodos (CARVALHO, 1970; CRUZ; TURPIN, 1982; EVANS; STANSLY, 1990; HRUSKA; GOULD, 1997). Grützmcher, Mrtins e Cunh (2000) comentm que s infestções de lgrts de S. frugiperd são mis dnoss à cultur qundo ocorrem o redor de 30 dis pós semedur. Pelos motivos expostos, este trlho teve como ojetivo vlir o período idel pr se lierr T. pretiosum no controle de S. frugiperd n cultur do milho sfrinh. Mteril e Métodos O experimento foi relizdo no cmpus do Centro Universitário Mour Lcerd, em Rieirão Preto, SP, situdo um ltitude de 650 metros e ltitude de 21º10 04 S e longitude de 47º46 23 W, com tempertur médi nul de 21ºC. O milho foi semedo no di 10 de fevereiro de 2009 e o hírido utilizdo foi DAS CO32. A densidde dotd foi de cinco plnts por metro liner, em um espçmento entre linhs de 90 cm. N dução foi utilizd formulção (NPK), em um quntidde de 254 kg/h. Não form plicdos quisquer produtos grotóxicos ns prcels. O delinemento foi o de locos o cso, sendo constituído por cinco trtmentos e qutro repetições. Cd prcel foi formd por plnts de milho semeds em 20 x 20 m (400 m 2 ), com orddur de 10 m com plnts. Os trtmentos utilizdos form: (i) lierção de dultos de Trichogrmm pretiosum/h, semnis, por três semns consecutivs, inicindo os 10 dis pós semedur; (ii) lierções inicindo os 24 dis pós semedur, semnis, durnte três semns consecutivs; (iii) lierções inicindo os 38 dis pós semedur, semnis, durnte três semns consecutivs, e; (iv) sem lierção (testemunh). Os prsitoides form fornecidos pel Bug, Pircic, SP, e form lierdos sempre pós hors pós emergênci em lortório. No centro ds prcels experimentis os scos plásticos contendo os dultos emergidos erm ertos e, com leves scudidels, os insetos erm forçdos sir. Form relizds seis vlições dos dnos cusdos pel lgrt-do-crtucho, semnis, tendo início junto à primeir lierção de T. pretiosum. Form exminds 10 plnts consecutivs em dois pontos por prcel, escolhidos csulmente. Nesses pontos, s plnts form vlids qunto às folhs rspds, perfurds, crtuchos dnificdos e destruídos, utilizndo o método de vlição visul e triuição de nots vrindo de 0 5, propost por Crvlho (1970). Pr vlição d produtividde, n époc d colheit form coletds s espigs de tods s plnts presentes em dus rus consecutivs de dois metros lineres em cd prcel, que form levds pr o lortório. As espigs form quntificds e pesds e os grãos form extrídos, limpos e pesdos. 414

3 As médis form clculds e sumetids o teste de Duncn (5%) pr comprção entre os trtmentos. Resultdos e Discussão Pôde-se oservr que té 28/02/2009 não houve diferençs significtivs entre os trtmentos, que inicim em 06/03 (Figur 1). Em 06/03 todos os trtmentos diferirm significtivmente d testemunh, que presentou o mior vlor de not médi triuíd os dnos cusdos por S. frugiperd ns folhs do crtucho do milho. Em 14/03, s lierções no início (inicindo os 10 dis pós semedur) e no meio (inicindo os 24 dis pós semedur) d fse de crtucho não diferirm entre si e diferirm do início d lierção no finl (inicindo os 38 dis pós semedur) d fse de crtucho, que por su vez diferiu d testemunh, que presentou o mior vlor (Figur 1). Em 20/03, lierção no início presentou o menor vlor de not de dno, diferindo significtivmente d lierção no meio, que diferiu d testemunh (Figur 1). No último di de vlição ds folhs (31/03), somente lierção no início diferiu significtivmente d testemunh, que presentou o mior vlor de not de dno, não diferindo os demis trtmentos dos dois extremos (Figur 1). Após 22/03/2009, quntidde de lgrts diminuiu em todos os trtmentos (Figur 1), provvelmente devido ocorrênci de epizootis cusds pel ocorrênci nturl de fungos, pois o período experimentl foi mrcdo por lts precipitções pluviométrics. 4 Not de dnos 3 2 Lierção no início c Lierção no meio c c Lierção no finl Sem lierção (testemunh) 1 20/2 25/2 2/3 7/3 12/3 17/3 22/3 27/3 Figur 1. Not médi triuíd os dnos cusdos pel limentção de lgrts de Spodopter frugiperd, pós lierção de Trichogrmm pretiosum em diferentes épocs em milho de segund sfr. Rieirão Preto, SP, Pontos seguidos pel mesm letr não diferem entre si pelo teste de Duncn 5%. 415

4 As diferençs oservds ns nots médis de dnos se refletirm n produtividde dos trtmentos. O número médio de espigs por mostr (3,6 m 2 ) foi significtivmente menor qundo lierção foi inicid próxim o finl d fse de crtucho, diferindo d lierção no início e meio, que presentrm os miores vlores, sendo que testemunh presentou vlor intermediário (Tel 1). Não houve diferençs significtivs entre os trtmentos qunto o peso médio ds espigs. Entretnto, qunto o peso médio de grãos por mostr o trtmento com lierção no início presentou o mior vlor, diferindo significtivmente d testemunh e do trtmento com lierção no finl. O trtmento com lierção no meio d fse não diferiu d testemunh, ms diferiu do trtmento com lierção no finl, que presentou o menor vlor (Tel 1). Tel 1. Número médio e peso médio de espigs e grãos por mostr (3,6 m 2 ), pós lierção de Trichogrmm pretiosum em milho de segund sfr. Rieirão Preto, SP, Trtmentos Número de espigs Peso de espigs (Kg) Peso de grãos (Kg) Lierção no início 22,00 ± 1,51 2,53 ± 0,28 2,22 ± 0,15 Lierção no meio 23,75 ± 0,99 2,83 ± 0,15 2,16 ± 0,13 Lierção no finl 16,80 ± 1,83 2,11 ± 0,33 1,36 ± 0,18 c Testemunh 21,00 ± 0,89 2,34 ± 0,19 1,77 ± 0,16 c 1 Médis seguids pel mesm letr, n colun, não diferem entre si pelo teste de Duncn 6%. Os resultdos qui otidos confirmrm o que empiricmente já se conheci, ou sej, que s lierções de T. pretiosum são mis eficientes qundo inicids logo pós germinção ds plântuls de milho de segund sfr. Apesr de vários utores firmrem que os dnos ds lgrts de S. frugiperd serem mis dnosos à cultur do milho qundo ocorrem prtir dos 30 dis pós semedur (CARVALHO, 1970; CRUZ; TURPIN, 1982; EVANS; STANSLY, 1990; HRUSKA; GOULD, 1997; GRÜTZMACHER; MARTINS; CUNHA, 2000), Silv (1990) firm que s infestções que ocorrerm no estágio de qutro folhs promoverm os menores rendimentos de grãos. As lierções do prsitoide inicids logo no início crm por reduzir os dnos ns folhs por volt de 30 dis pós semedur (14/03/2009) (Figur 1), o que confirm s conclusões otids pel miori dos utores em todo o mundo. Pinto (2004), Yokoji (2005), Arcro Filho (2007) e Afonso Jr. (2008) inicirm s lierções de T. pretiosum (ou T. topovirili tmém YOKOJI, 2005) logo pós germinção ds plântuls e tiverm sucesso no controle de S. frugiperd em milho. Vinn Neto (2007) tmém oteve controle de lgrts em espigs, expresso em umento n produtividde, ms em lierções n fse de formção de espigs. Porém, nesse cso o lvo principl er lgrt-d-espig, Helicoverp ze (Boddie) (Lepidopter: Noctuide). 416

5 Portnto, presente pesquis permite concluir que s lierções de T. pretiosum inicids logo pós germinção ds plântuls são eficientes no controle de S. frugiperd em milho sfrinh. Referênci Biliográfics AFONSO JUNIOR, V.A. Número de lierções de Trichogrmm pretiosum no controle de Spodopter frugiperd em milho sfrinh f. Monogrfi (Conclusão do Curso de Agronomi) Centro Universitário Mour Lcerd, Rieirão Preto. ARCARO FILHO, M. Efeito d quntidde lierd de Trichogrmm pretiosum no controle de Spodopter frugiperd em milho sfrinh f. Monogrfi (Conclusão do Curso de Agronomi) Centro Universitário Mour Lcerd, Rieirão Preto. BESERRA, E.B. Biologi, etologi e cpcidde de prsitismo de Trichogrmm spp. visndo o controle iológico de Spodopter frugiperd (J.E. Smith, 1797) f. Tese (Doutordo em Entomologi) Eslq/USP, Pircic. CARVALHO, R.P.L. Dnos, flutução d populção, controle e comportmento de Spodopter frugiperd (J.E. Smith, 1797) e susceptiilidde de diferentes genótipos de milho, em condições de cmpo f. Tese de Doutordo Escol Superior de Agricultur Luiz de Queiroz, Universidde de São Pulo, Pircic. CRUZ, I. A lgrt-do-crtucho n cultur do milho. Sete Lgos: Emrp/CNPMS, p. (Circulr Técnic, 21) CRUZ, I. et l. Controle iológico de Spodopter frugiperd utilizndo o prsitóide de ovos Trichogrmm. Sete Lgos: Emrp/CNPMS, p. (Circulr Técnic, 30) CRUZ, I. Mnejo integrdo de prgs do milho com ênfse pr o controle iológico. In: CICLO DE PALESTRAS SOBRE CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS, 1, 1995, Cmpins. Anis... Cmpins: SEB/Instituto Biológico, p CRUZ, I.; TURPIN, F.T. Efeito d Spodopter frugiperd em diferentes estágios de crescimento d cultur de milho. Pesquis Agropecuári Brsileir, v.17, n.3, p , EMBRAPA. Centro Ncionl de Pesquis de Milho e Sorgo (Sete Lgos, MG). Recomendções Técnics pr o cultivo do milho. 2 ed. Brsíli: Emrp SPI, p. EVANS, D.C.; STANSLY, P.A. Weekly economic injury levels for fll rmyworm (Lepidopter: Noctuide) infesttion of corn in lowlnd Ecudor. Journl of Economic Entomology. v.83, n.6, p , GRÜTZMACHER, A.D.; MARTINS, J.F.S.; CUNHA, U.S. Insetos-prgs ds culturs do milho e sorgo no groecossistem de várze. In: PARFITT, J.M.B. Produção de milho e sorgo em várze. Pelots: Emrp Clim Temperdo, p (Emrp Clim Temperdo: Documentos, 74) HRUSKA, A.J.; GOULD, F. Fll rmyworm (Lepidopter: Noctuide) nd Ditre lineolt (Lepidopter: Pyrlide): impct of lrvl popultion level nd temporl occurrence on mize yield in Nicrgu. Journl of Economic Entomology, v.90, n.2, p ,

6 JOHANNES-TOONDERS, T. et l. Evlución de l efectividd de Trichogrmm spp. (hymenopter: Trichogrmmtide) em el comte de Spodopter frugiperd (J. E. Smith) (Lepidopter: noctuide). Recomendciones pr su uso. Agrocienci, n.67, p.75-84, MOCHIDA, O.; OKADA, T. A iliogrphy of Spodopter spp. (Lepidopter, Noctuide). Miscellneous Bulletin of Kyushu Ntionl Agriculturl Experiment Esttion, n.49, p.1-110, PINTO, A. de S.; PARRA, J.R.P.; OLIVEIRA, H. N. de. Gui ilustrdo de prgs e insetos enéficos do milho e sorgo. Rieirão Preto: A. S. Pinto, p. PINTO, R.M. Efeito de plicções de spinosd ssocids lierções de Trichogrmm spp. pr o controle de Spodopter frugiperd em milho destindo à produção de sementes f. Monogrfi (Conclusão do Curso de Agronomi) Centro Universitário Mour Lcerd, Rieirão Preto. SÁ, L.A.N. de; PARRA, J.R.P. Nturl prsitism of Spodopter frugiperd nd Helicoverp ze (Lepidopter: Noctuide) eggs in corn y Trichogrmm pretiosum (Hymenopter: Trichogrmmtide) in Brzil. Florid Entomologist, v.77, n.1, p , SCANDIUZZI, G.F. Efeito do número de lierções de Trichogrmm pretiosum no controle de Spodopter frugiperd em milho sfrinh f. Monogrfi (Conclusão do Curso de Agronomi) Centro Universitário Mour Lcerd, Rieirão Preto. SILVA, P.H.S. Avlição de dnos de Spodopter frugiperd (J.E. Smith, 1797) (Lepidopter: Noctuide) no milho cultivdo com dois níveis de fertilidde f. Dissertção (Mestrdo em Entomologi Agrícol) Escol Superior de Agricultur Luiz de Queiroz, Universidde de São Pulo, Pircic. VIANNA NETO, M.B.P. Estrtégis pr controlr ovos de Helicoverp ze com lierções de pups protegids de Trichogrmm pretiosum em milho sfrinh f. Monogrfi (Conclusão de Curso em Agronomi) Centro Universitário Mour Lcerd, Rieirão Preto. YOKOJI, C.A. Comprção de tátics de controle iológico de Spodopter frugiperd (J. E. Smith, 1797) utilizndo o prsitóide Trichogrmm spp. em milho f. Monogrfi (Conclusão do Curso de Agronomi) Centro Universitário Mour Lcerd, Rieirão Preto. 418