UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

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1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS MESTRADO EM SEGURANÇA PÚBLICA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS PLANO DE CURSO Disciplina: Estudos Prisionais Créditos: 04 Carga Horária: 60hs Obrigatória: Não EMENTA Exame das teorias do castigo, a evolução da prisão, a organização, a cultura, as quadrilhas prisionais, a violência no interior das prisões e a eficácia das políticas prisionais. OBJETIVO GERAL A disciplina tem por objetivo proporcionar ao discente as ferramentas teóricas e práticas provenientes das teorias sociológicas e dos principais debates recorrentes acerca do tema do castigo, da punição e das prisões no mundo contemporâneo. Neste sentido, busca-se desenvolver a capacidade analítica do discente no que diz respeito ao tema da prisão, do Estado de controle penal, dos direitos humanos e da segurança pública. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1 Compreender o conteúdo das teorias sociológicas sobre o tema do castigo e da punição para sua posterior aplicação no campo da investigação social e intervenção profissional; 2 Adquirir conhecimentos gerais sobre a questão prisional no Brasil e no mundo contemporâneo com foco nas discussões atuais; 3 Desenvolver a capacidade de análise crítica do discente a fim de que este possa identificar e intervir qualitativamente junto aos problemas relacionados ao sistema prisional. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Unidade I As teorias sociais do castigo e da punição 1.1 A construção social do castigo e da punição 1.2 Punição e estrutura social

2 1.3 Crime, castigo e ordem social 1.4 O papel das prisões: do suplício à vigilância 1.5 As prisões e o Estado de controle penal Unidade II Crime organizado, violência e condições prisionais no Brasil 2.1 Organização, cultura e criminalidade nas prisões 2.2 Poder, conflito e violência nas prisões 2.3 As rebeliões nas prisões 2.4 Democracia, direitos humanos e condições prisionais 2.5 O problema da ressocialização nas prisões 2.6 Falência da pena de prisão Unidade III Prisões e sistema penal no mundo contemporâneo 3.1 Pobreza e punição nas sociedades democráticas 3.2 Justiça penal na América Latina 3.3 Reforma e contra-reforma penal no Brasil 3.4 Privatização das prisões 3.5 Tendência do controle penal 3.6 As contradições da sociedade punitiva ESTRATÉGIAS 1 Apresentação dos temas sob a forma de aula expositiva 2 Debate em sala de aula com base na leitura de textos previamente selecionados 3 Estudos individuais e em grupo para realização de seminários temáticos 4 Utilização de documentários, filmes etnográficos 5 Palestra com especialistas convidados AVALIAÇÃO A avaliação dar-se-á de acordo com o regulamento da pós-graduação. Unidade I LEITURA OBRIGATÓRIA

3 BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e das Penas. Tradução: Lucia Guidicini, 2ª edição. São Paulo, Martins Fontes, COMBESSIE, Philippe. Sociologie de la prison. Paris: Éditions la Decouverte, p. (Collection Repères). Ver resenha de Isabel Pojo do rego. Sociologia da prisão. Sociedade e Estado, Brasília, v. 19, n. 1, p , jan./jun DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, ELIAS, Norbert. (1993), O processo civilizador. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, v. 1 e 2. FOUCAULT, Michel. Estratégia, poder-saber. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, GARLAND, David. La cultura del control. Crimen y orden social en la sociedad contemporánea; Barcelona: Gedisa, GARLAND, David. Castigo y sociedad moderna. Un estudio de teoría social. México: Siglo XXI, GÜNTHER, Klaus. Crítica da Pena I. São Paulo: Revista Direito GV, vol. 2, n. 2, jul-dez. 2006, p Crítica da Pena II. São Paulo: Revista Direito GV, vol. 3, n. 1, jan-jun. 2007, p PEGORARO, Juan S. Notas sobre el poder de castigar. Disponível em: Acesso em: 04 maio RUSCHE, G., e KIRCHHEIMER, O. Punição e Estrutura Social. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Carioca de Criminologia/Ed. Revan, Unidade II ADORNO, Sérgio; SALLA. Fernando. Criminalidade organizada nas prisões e os ataques do PCC. Estudos Avançados, 21 (61), ADORNO, Sérgio. Crimen, punición y prisiones en Brasil: un retrato sin retoques. Revista Quórum, Vol. 16, 2006, p AZEVEDO, J. E. As relações de poder no sistema prisional. Revista Transdisciplinar de Ciências Penitenciárias, v.3, n.1, p , BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da pena de prisão. 3ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, CARVALHO FILHO, Luiz Francisco. A prisão. São Paulo: Publifolha, 2002.

4 FREIRE, Christiane Russomano. A violência do sistema penitenciário brasileiro contemporâneo: o caso RDD (regime disciplinar diferenciado). São Paulo: IBCCRIM, p. (Monografias, 35). LIMA, Regina Campos. A Sociedade Prisional e suas facções criminosas. Londrina: Edições Humanidades, Disponível em: < Acesso em: 13 out MAIA, Clarissa Nunes; NETO, Flávio de Sá; BRETAS, Marcos Luiz (orgs.). História das prisões no Brasil. Vol. 1. Rio de Janeiro: Rocco, História das prisões no Brasil. Vol. 2. Rio de Janeiro: Rocco, OLIVEIRA, Edmundo. Prisões e crime organizado na América Latina. Revista do Tribunal Regional Federal 1ª Região, Brasília, v. 15, n. 8, ago RAMALHO, José Ricardo. Mundo do crime: a ordem pelo avesso. Biblioteca Virtual de Ciências Humanas do Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, SALLA, Fernando et. al. Democracia, Direitos Humanos e Condições das Prisões na América do Sul. Disponível em: < Acesso em: 29 abril SALLA, Fernando. As rebeliões nas prisões: novos significados a partir da experiência brasileira. Sociologias, Porto Alegre, ano 8, n.16, p , jul/dez TRINDADE, L. A. A ressocialização... uma (dis)função da pena de prisão. Porto Alegre: Sérgio A. Fabris Editor, Unidade III ASSIS, Rafael Damasceno de. A realidade atual do sistema penitenciário brasileiro. Revista CEJ, Brasília, Ano XI, n. 39, p , out./dez AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de. Criminalidade e justiça penal na América Latina. Sociologias, Porto Alegre, ano 7, nº 13, jan/jun 2005, p Tendências do controle penal na época contemporânea: reformas penais no Brasil e na Argentina. São Paulo em Perspectiva, 18(1): 39-48, AZEVEDO, J. C. de. Reforma e contra-reforma penal no Brasil: uma ilusão que sobrevive. Florianópolis: OAB/SC, GARLAND, David. As contradições da sociedade punitiva : o caso britânico. Revista de Sociologia e Política, 13: 59-80, nov., Curitiba, 1999.

5 GARAPON, A.; GROS, F. e PECH, T. Punir em democracia. E a justiça será. Edições Lisboa, Instituto Piaget, KOERNER, Andrei (org.) História da Justiça Penal no Brasil. São Paulo: Ibccrim, 2006, p MINHOTO, Laurindo Dias. As prisões do mercado. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, São Paulo, v 55-56, p , SALLA, Fernando. De Montoro a Lembo: as políticas penitenciárias em São Paulo. Revista Brasileira de Segurança Pública, Ano 1, Edição 1, 2007, p Os impasses da democracia brasileira: o balanço de uma década de políticas para as prisões no Brasil. Lusotopie 2003, p A retomada do encarceramento: as masmorras high tech e a atualidade do pensamento de Michel Foucault. In: Cadernos da F.F.C. (UNESP, Marília), 9(1), 2001, As prisões em São Paulo: São Paulo: Annablume/Fapesp, Ver resenha de CHIES, Luiz Antônio Bogo. As prisões em São Paulo: SALLA, Fernando São Paulo: Annablume/Fapesp, THOMPSON, Augusto. A questão penitenciária. Rio de Janeiro: Forense, WACQUANT, Loïc. Punir os pobres. 3º Edição, revista e ampliada. Rio de Janeiro: Revan, Onda punitiva: o novo governo da insegurança social. Rio de Janeiro: Revan, As prisões da miséria. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, ZAFFARONI, Eugénio Raúl. Em busca das penas perdidas: a perda de legitimidade do sistema penal. Rio de Janeiro: Revan, LEITURA COMPLEMENTAR ADORNO, Sérgio. A prisão sob a ótica dos seus protagonistas: itinerário de uma pesquisa. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 3(1-2): 7-40, FERNANDEZ, GONZALO D. Culpabilidad y teoría del delito. Buenos Aires: Editorial B de F. Buenos Aires, 1995, vol.1. FOUCAULT, Michel. Sobre a prisão. In: Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, FRANK, REINHARD. Sobre la estructura del concepto de culpabilidad. Buenos Aires: Editorial B de F. Buenos Aires, reimpresión, 2002.

6 GARAPON, A. Crimes que não se podem punir nem perdoar. Lisboa, Instituto Piaget, 2004.GOLDSCHIMIDT, JAMES. La concepción normativa de la culpabilidad. Buenos Aires: Editorial B de F. Buenos Aires, 2ª Edición, GARLAND, David. Punishment and Modern Society: a study in social theory. Chicago: The University of Chicago Press, GOFFMAN, Erwing. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva, LIMA, Regina Campos. A Sociedade Prisional e suas facções criminosas. Londrina: Edições Humanidades, Disponível em: < Acesso em: 13 out LOUREIRO, Violeta Refkalefski; CHAVES, Andréa Bittencourt P. Um olhar sociológico sobre a pena de prisão. NEJ. Vol. 14. N. 2, 2009, p MORAES, Evaristo de. Prisões e instituições penitenciárias no Brasil. Rio de Janeiro: Livraria Editora Conselheiro Cândido de Oliveira, PRATT, J. Castigo y civilización. Una lectura crítica sobre las prisiones y los regímenes carcelarios; Barcelona: Gedisa, SALLA, Fernando. A Pesquisa sobre as prisões um balanço preliminar. In: KOERNER, Andrei (org.) História da Justiça Penal no Brasil. São Paulo: Ibccrim, 2006, p SALLA, Fernando; MAITÊ, Gauto; ALVAREZ, Marcos César. A contribuição de David Garland: a sociologia da punição. Tempo Social, Revista de Sociologia da USP, v. 18, n. 1, 2006, p SEIBEL, Erni José. O declínio do Welfare State e a emergência do estado prisional. Tempos de um novo puritanismo? Civitas - Revista de Ciências Sociais, Porto Alegre, RS. Ano 5, vol. 5, n.1, Jan/Jun P SEQUEIRA, VÂnia Conselheiro. Por que o carcereiro não deixa as portas da prisão abertas? INTERAÇÕES. VOL. IX, n.o 18, p , JUL-DEZ WACQUANT, Loïc. O lugar da prisão na nova administração da pobreza. Novos Estudos CEBRAP. 80, Março de 2008, (2001), A aberração carcerária à moda francesa. DADOS Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, Vol. 47, no 2, 2004, pp. 215 a 232. Prof. Davyd Spencer R. de Souza Cientista Social / Mestre em Sociologia