SACRIFÍCIO POSICIONAL DA QUALIDADE: OFENSIVA II

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1 Xadrez Operacional - 5 SACRIFÍCIO POSICIONAL DA QUALIDADE: OFENSIVA II Henrique Marinho INTRODUÇÃO A classificação dos sacrifícios da qualidade-sq é: 1- Sacrifício Tático da Qualidade-StQ 1.1- Resultado Esportivo da Partida 1.2- Reciclagem Estratégica da Partida 2- Sacrifício Posicional da Qualidade-SpQ 2.1- Ofensiva (ataque filosófico) SpQ no Meio-jogo SpQ na Abertura 2.2- Defensiva (defesa filosófica) Nesta terceira palestra estudaremos o item 21.2, o SpQ na abertura como parte de uma ofensiva. Mesmo nesta condição continua válida a Regra de Kondratiev: "A torre é especialmente perigosa nos finais; daí se deduz que o momento adequado para introduzir um SQ é na abertura, mais ainda no meio-jogo" (Kondratiev 1988, p. 63), Também é válida a análise estrutural das compensações ao SpQ e que repetimos agora: 1- Regra de Kondratiev 2- Valores Materiais (minimax) 2.1- Mínima Compensação pelo Sacrifício 2.2- Máxima Compensação pela Perda 3- Valores Posicionais 3.1- Objetivos Estratégicos (reciclagem da partida) Objetivo Intermediário Objetivo Alternativo 3.2- Constante Operacional (objetivos limitados) Concentração de Forças Ofensiva-COF Defensiva-CDF Dispersão de Forças Linhas de Comunicações Exterior-LEC Interior -LIC 3.3- Enxadrística da Posição (kernel da operacionalização) Iniciativa Coordenação das Peças É útil fazer a correlação dessas estruturas da compensação (acima) com uma tabela prática (abaixo) porque a administração do risco consiste basicamente no levantamento das compensações ao SpQ presentes no tempo real de sua realização. Tabela prática: Compensação Regra de Kondratiev (item 1) Compensação Material (item 2) Compensação Estratégica (item 3.1) Compensação Operacional (item 3.2) Compensação Dinâmica (item 3.3) O SpQ na abertura é uma espécie de um curso de especialização nesse tipo de sacrifício posto que em geral é fruto de um longo trabalho analítico caseiro, auxiliado ou não pelo GM-Computador e, eventualmente, de treinadores. TEORIA GERAL DO SpQ NA ABERTURA A principal característica do SpQ na abertura é a de ter sido apresentado pela primeira vez como uma novidade teórica. Nessa condição, muitos SpQ pela sua complexidade, mesmo depois de conhecidos, permanecem em uso corrente enquanto não for encontrada sua refutação. Ou permanecerem válidas as suas compensações materiais e ou posicionais ou se encontradas novas compensações materiais e ou posicionais adequadas á continuação de seu uso. O SpQ como novidade teórica pode transformá-lo em StQ por força da solução analítica envolvida. Vamos dizer assim: o estudo do SpQ na abertura, apesar de em algum momento considerar as estruturas da compensação (ver), é feito a partir de si mesmo como produto da solução analítica, ainda que alguma classificação possa ser ensaiada pela similitude de alguns sacrifícios em aberturas diferentes. Diante disso e a partir das considerações que vimos durante a palestra sobre o SpQ no meio-jogo, me parece mais proveitoso exemplificar os SpQ segundo as aberturas em que acontecem verificando suas compensações (administração dos riscos) caso a caso. ECO "C27": ABERTURA VIENENSE VARIANTE FRANKENSTEIN-DRÁCULA D1 Vamos tomar este caso de SpQ na abertura analisado por Kondratiev e seguir alguns de seus comentários checando-os com nosso esquema estrutural das compensações (ver): Compensação Regra de Kondratiev: "...parece duvidoso que as torres brancas possam, num futuro imediato, jogar um papel ativo na luta" (Kondratiev 1988, p. 65). Comentário: a

2 avaliação do papel das torres define a questão de seu sacrifício ser mais eficiente na apenas na abertura e meio-jogo. Como as torres na abertura tem suas linhas exteriores de comunicações-lec cortadas pelos próprios peões, o SpQ na abertura é vantajoso pois uma peça ativa adversária (bispo ou cavalo) é trocada por uma peça inativa (torre) do jogador. A conclusão é que pela Regra de Kondratiev o SpQ na abertura em princípio está compensado, logo este é um fator real na boa administração de seus riscos. Compensação material: "Depois da aparente e inevitável morte do cavalo a8, as brancas conservam uma qualidade de vantagem à qual, sempre que desejarem, poderão juntar um peão com xb6" (idem, p. 65). Comentário: estas palavras refletem a doutrina minimax da compensação, o SpQ pode ter a mínima compensação de um peão, o qual deve ser considerado na administração do risco. Compensação estratégica: um fator desfavorável ao SpQ é que "... a estrutura de peões brancos não está absolutamente comprometida. Podemos supor que Steinitz provavelmente valorasse as perspectivas das brancas como superiores (e possivelmente teria razão). Mas a deficiência principal da posição branca é a ausência de qualquer apoio central..."; por outro lado vemos que negras têm um "... sólido centro de peões" (idem, p. 65). Comentário: trata-se da compensação da qualidade por um objetivo estratégico, no caso o "sólido centro de peões", que potencialmente define um plano de jogo. Outro exemplo: sacrificar a qualidade dobrando-se de peões adversário que, no futuro da partida, poderão vir a ser um objetivo estratégico definidor de um plano de jogo. Compensação operacional: negras têm pelo SpQ "...um melhor desenvolvimento das peças em geral e principalmente uma maior mobilidade das peças incluindo a torre de h8" (idem, p. 65). Comentário: não se toca diretamente no termo constante operacional, mas quando se fala em mobilidade das peças estamos falando em linhas de comunicações. Compensação dinâmica: quando de 5... c6 negras optaram pelo SpQ e "obtiveram assim a possibilidade de lutar pela iniciativa", inclusive por saber que "... o jogo forçado deve começar de um momento a outro, pois o dinamismo da posição é muito alto" (idem, pp. 63 e 64). Comentário: é importante perceber que junto com a decisão de sacrificar estava a consideração pela iniciativa! No xadrez dinâmico a administração do risco é feita pela consciência de que junto com o sacrifício está o ganho apenas da iniciativa como contrapeso, o sacrifício que dá o "ritmo do xadrez dinâmico" (Marinho 1968). Este longo arrazoado filosófico, na forma de imagens, passa pela cabeça do mestre em questão de pouquíssimos minutos, quiçá de segundos. Mesmo no ambiente da análise caseira, ainda assim tudo isso é considerado antes de seguir à frente com o processamento analítico propriamente dito. Para os que desejarem especular com o SpQ na Variante Frankenstein-Drácula, as seguintes partidas para estudo: Evans, L. - Santasiere, A.; Pittsburgh 1946 Ost-Hansen, J. - Nunn, J.; Teesside 1974 Ekebjaerg, O. - Timmerman, G.; Corr 1991 SpQ NA DEFESA GRUNFELD (ECO "D88" & "D89") Na Defesa Grünfeld há um SpQ foi atribuído a Alekhine; entretanto como até agora não encontrei registros do fato e como esse tipo de sacrifício não é "estilo Alekhine", fica uma grande dúvida que não pode deixar de ser registrada pela importância do personagem envolvido. "Esta jogada foi sugerida por Alekhine em 1924" (Adorjan et al. 1989, p. 16). D2: Posição teórica fundamental Da posição do diagrama D2 partem as duas sub-variantes: ECO "D88": negras jogam diretamente... e6; 2

3 ECO "D89": negras jogam... g4 e depois... e6. É curioso verificar que Tolush, após ser derrotado por Sokolky na variante "D88", partida que veremos a seguir, é o autor da variante "D89", uma melhora significativa. Sokolsky, A - Tolush, A.; Baku 1944 (a partir no diagrama D2) Lance correspondente à variante ECO "D88". D3: SpQ Esta é uma das primeiras partidas com o hoje clássico SpQ na Grünfeld; a ser comprovado se teria sido descoberto por Alekhine embora seu estilo de sacrifício fosse mais para StQ. O objetivo do SpQ na Grünfeld é desencadear um ataque filosófico contra o rei fundamentado no complexo negro da ala de rei, criado pelo SpQ. Por trás deste comentário e dos demais daqui para frente, estão considerações da administração do risco no SpQ e que correspondem às estruturas da compensação traduzidas em sua tabela prática (ver). Cortando a grande diagonal no complexo de casas negras da ala de rei. Esse corte é parte integrante da defesa filosófica negra e só foi possível devido à "petite combinaison" se 15.dxf6 xd3! O avanço de peão é um dos métodos de criação de linhas de comunicações: no presente caso cria a LEC b1-h7. O lance 17.e5!, uma ruptura, também é outro método de criação de linhas de comunicações: ameaça trocar em f6 reabrindo a grande diagonal sobre o ponto f6, LEC a1-f6, transformando-o em uma debilidade que se estende ao rei negro. Observar que o SpQ desta partida também é um método de criação de linhas de comunicações. Em síntese, os métodos de criação das linhas de comunicações podem assim serem classificados: Criação das linhas de comunicações: 1- Avanço de peão 2- Ruptura de peões 3- Desvio de peça 4- Troca de peças 5- Sacrifício Qual a função de uma linha de comunicação? Possibilitar o tráfego das peças na concentração de forças. No caso da COF decidir a partida ou o plano de jogo, neste caso reciclando a partida. No caso desta partida, a COF contra a ala de rei adversária é o processo que, no seu conjunto superestrutural, configura o ataque filosófico ao rei, mesmo neste caso em que o SpQ seja fruto de estudos teóricos. Do ponto de vista defensivo este avanço de peão é sempre interessante por criar uma LIC, no caso a f7.ª fila. D4 Impede o avanço f7 para manter cortada a grande diagonal LEC a1-h8. Aceitar o sacrifício com xb5 seguiria a imposição da "petite combinaison" 21.f7+ xf7 22. g7# pela realização lance do texto. Explicação operacional: o cavalo trilha sua LEC para se concentrar contra o rei e de passagem propiciar o avanço de peão f7, reabrindo a diagonal LEC a1-h8 e colocando a a1 no aumento da COF branca. Estas são compensações operacionais e dinâmicas ao SpQ inicial. Se 22...g5, abrindo a casa de fuga g6 que nada mais é do que um avanço de peão criando uma LIC utilizada para fuga do rei negro, seguiria 23. xg5+ g3 24.f7! xh6 25.fxe8= xe8 26. f6+ h5 27.h3! com mate em dois somente evitado com a entrega de mais material! Krylov, A. - Kosma, J.; Match 1950 (a partir no diagrama D2) Lance correspondente à variante ECO "D89" onde a manobra g4- e6 de Tolush busca debilitar o e3 branco. (ver diagrama D5) Agora vemos que se brancas jogarem 16.dxf6 xd3 (atacando e3 e e2) 17. h6 xe2 18. xf8 xf8 e negras terminam a variante com uma peça de vantagem. A manobra com g4 foi um importante avanço teórico negro. 3

4 Também é importante observar nesta partida como age a enxadrística da posição (iniciativa e coordenação das peças) tanto na compensação dinâmica ao SpQ como também na efetivação defesa filosófica das negras. D5 Com g4, lance de iniciativa, negras forçando 12.f3 conseguiram descoordenar as três peças menores centrais que simultaneamente se debilitam! Isto é uma aplicação da enxadrística da posição e constante operacional na defesa filosófica por criar potenciais dinâmicos ao contra-ataque negro. É claro que no momento esta defesa filosófica não passam de ações imanentes deduzida do que se mostram no tabuleiro como ações transitivas explicadas no contexto da constante operacional e da enxadrística da posição. D6 Típico lance na defesa filosófica para cortar linhas exteriores de comunicações adversárias: é aproveitado o peão f5 ("fogo amigo") que bloqueia a diagonal do d3 e o h6 fica reduzido em sua mobilidade pelo corte de sua LIC. Mas surge a possibilidade do sacrifício xg5 para recompor o espaço operacional ao reabrir a grande diagonal a1-h8! Não entraremos em detalhes táticos (variantes) justamente por estarmos exemplificando o ataque filosófico que aplica a solução filosófica na resolução de seus problemas táticos, mas a administração do risco prossegue normalmente. Este cavalo trilhou sua LEC ( e2- d4- e6) para aumentar a COF contra o rei negro. Um sacrifício esperado posto que um dos métodos para criar LEC (ver). Novamente devemos estar atentos para as ações imanentes da enxadrística da posição (compensações dinâmicas) atuando subjacentemente mas de forma decisiva em termos de iniciativa branca e descoordenação das peças negras. Poderia ter jogado h1, mas o lance do texto luta pela iniciativa (enxadrística da posição) ao tempo em que opera com os elementos da constante operacional do plano de jogo ataque ao rei. A questão material permanece a torre negra pelo bispo branco, mas posicionalmente o rei negro esta totalmente debilitado numa zona de pressões operacionais construída por brancas. Momento de decisão tática do plano de jogo branco: o novo sacrifício inicia a combinação final Como detalhamento das explicações operacionais diria que a "fortuna" (Maquiavel) permitiu este xeque pelo mau posicionamento da e6 na "occasione" (Maquiavel) que cortava a LIC da d5 no ponto f7, cujo significado, na enxadrística da posição, é o da descoordenação das peças negras. Na conjuntura do SpQ esses dados correspondem às suas compensações dinâmicas. Segue o xeque-mate após h5 30. h7+ g4 31. h4#. A posição final do abandono e esta do xeque-mate mostram a total dispersão das duas torres negras, dama e cavalo ante a notável coordenação das peças brancas atuando numa COF total contra o rei negro. A prática do xadrez dinâmico e do xadrez operacional partem dessas percepções tomadas como raciocínio por imagens! Bronstein, D. - Boleslavsky, I.; Moscou 1950 (a partir do diagrama D4) Lembrar que na partida anterior Krylov jogou 16. d4, enquanto na outra partida, numa situação semelhante, Sokolsky jogou 16. f4, em ambos os casos com um forte ataque filosófico direto contra o rei. O lance do texto permite um amortecimento do ataque ao rei! Este lance, embora consiga parar o ataque direto ao rei facilita o ataque lateral (ataque contra o setor onde não se encontra o rei adversário) ao colocar a dama sob o fogo cruzado das peças brancas. A expectativa primária de todo ataque lateral é a supervantagem, ao contrário do ataque ao rei que é o xeque-mate, embora ambos redundem no mesmo resultado esportivo, a vitória! Neste caso, obviamente, não se trata do xeque-mate pelo fato do rei adversário não estar no setor, logo temos um ataque lateral ao posicionamento do rei adversário. Neste caso, a supervantagem ocorrerá, se for o caso, pela captura da dama negra exposta, mas poderá ser o superobjetivo da captura da peça que defenda a dama ou ainda outra vantagem, geralmente material, que force o abandono imediato (supervantagem) ou que faça da 4

5 conquista vitória uma simples questão de técnica (superobjetivo)! Temos falado do xeque-mate e da supervantagem, não temos falado do superobjetivo que é, antes de tudo, uma classes de objetivo intermediário cuja conquista também faz a reciclagem estratégica da partida agora sim, para a busca do objetivo final da partida, o xeque-mate ou a supervantagem. Como no xadrez moderno nem sempre é possível um ataque de mate ou supervantagem resta, em contrapartida, a busca do superobjetivo pois vemos que "no xadrez de elite atual, raramente temos a impressão de que os rivais estejam se atritando para 'acumular pequenas vantagens' [objetivos posicionais], pois mais parecem interessados no saqueio maior" (Watson 2002, p. 244). Mikhail Tal também faz várias referências a algo como superobjetivo quando disse que "... a pesar de que trato de alcançar o máximo [superobjetivo], não me privo de cometer frivolidades. Por exemplo, ainda que o máximo objetivo [superobjetivo] que se possa lograr em uma posição seja um final com peão a mais, eu persigo às vezes um máximo subjetivo [superobjetivo] que é um ataque em posição complexa. Ainda que este, por exemplo, não garanta 100% de êxito" (Tal 1988, p. 141). Para melhor visualização da teoria dos objetivos estratégicos na condução da partida estabeleci esta classificação: Objetivos Estratégicos na Partida 1- Objetivo Final 1.1- Xeque-mate 1.2- Supervantagem 2- Objetivo Intermediário 2.1- Objetivo Posicional 2.2- Superobjetivo 3- Objetivo Alternativo D7 Com 18. b1 brancas utilizam a 1.ª fila, uma LIC, para se transferir à ala de dama! O SpQ inicial visava primariamente um ataque direto ao rei, mas com o lance do texto tem início a virada (ou "viraje" In Nimzowitsch 1954, p. 14) para um ataque lateral: Bronstein retira seu foco da ala de rei e agora se dirige à ala de dama por meio de suas LIC e LEC comunicantes, tendo a dama como alvo primário da COF realizada com ganho de tempo (compensações operacional e dinâmica). D8 Agora é o bispo que utiliza sua LIC comunicante no ponto d2 para se concentrar na ala de dama! A ameaça é b5 lance severo próprio da luta pela iniciativa. Negras praticam a "defesa filosófica" segundo Fine: "esperar que os acontecimentos sigam seu curso defendendo-se unicamente das ameaças diretas" (Fine 1974, p. 213). Mas brancas continuam seu ataque filosófico (ofensiva na ala de dama) tendo a dama negra como alvo primário sabendo que a dama escapará da pressão mas também sabendo que, sem calcular, o desenvolvimento desse plano ataque lateral poderá resultar na conquista de algum superobjetivo! D9 Ao defender o d3 ameaça tanto 23. xa5 como 23.dxe6 ganhando uma peça, um superobjetivo indiscutível. São tais "petite combinaison" que promovem a luta pela iniciativa no desenvolvimento do plano de jogo. Não havia outra solução: c8 23. c3 a6 24. c1 a7 25. d4 com grande vantagem embora ainda longe de uma supervantagem. Também não serve d7 por 23. xa5 bxa5 24. b5 ganhando o e6. Brancas já estão com a vantagem de dois bispos pela torre (compensação material). Este lance é a presunção da conquista de um superobjetivo em caso de xd7: um cavalo por um peão! 5

6 Com a dama negra fora de jogo as LEC são empregadas em novo "viraje" agora com um ataque ao rei. Abandonou: se 32...exf6 33.e7 f7 34.e8= + xe8 35. xe8 com a supervantagem de duas peças por dois peões negros. Gligoric, S. - Portisch, L.; San Antonio 1972 Nas três Grünfeld anteriores vimos dois ataques filosófico direto contra o rei negro e um ataque filosófico lateral. Devido à violência da luta não houve tempo para grandes meditações em torno da doutrina minimax da compensação e a defesa filosófica negra, que tentaremos aqui. D10: Posição teórica após e3 Esta posição antecede à do diagrama D3, portanto antes do clássico avanço 14.d5 com SpQ, avanço este feito para impedir c4 ou c4 das negras. Com a4 ficou impedida a ocupação de c4 por negras que agora ameaçam depois de b4. Diante disso segue o SpQ com d5. D11 Portisch vai tentar impor sua vantagem da qualidade, no caso por, para tanto tentando entrar num final de partida (regra de Kondratiev) e deixando para brancas como elaborar sua estratégia, a condução dessa sua estratégia pela arte operacional e a sua decisão pela tática. Brancas procedem ao contrário das intenções negras. Opera como nas demais partidas abrindo LEC tendo em vista o complexo de casas de cor negra em torno do rei muito debilitadas após o SpQ. D12 Negras buscam a troca de damas mesmo ao custo de um peão: por +. A troca de damas é aqui expressão da defesa filosófica: trocando-se as damas o ataque branco sofre sério esvaziamento cuja resultante é o decaimento de sua impulsividade. Ao mesmo tempo a partida mais rapidamente se aproxima do final, fase favorável para o que possui a qualidade. Para realizar isto não é necessário o cálculo de variantes, apenas, se for o caso, o cálculo de "petite combinaison" como por exemplo: se 21. xb8 axb8. É claro que não haverá troca de damas, antes pelo contrário brancas aceitam o sacrifício do peão-e7 levando em consideração, por sua vez, a relação por + nos termos da doutrina minimax da compensação. A alternativa seria c4 também para esvaziar a posição, também uma forma de defesa filosófica mas que neste caso seria uma forma mais paulatina de chegar ao final! Poderia seguir 21. xc4 f5 22. d4 bxc4 23. g3 f7 24. e4 f5 25. g5 f6 26. xc4 c8 27. b3 c2 28. b7 c7 com leve superioridade (Hiarcs -0.32). Observar que na avaliação do equilíbrio posicional começa a ser valorada a doutrina minimax da compensação à medida que o ataque filosófico vai perdendo força ante a defesa filosófica contrária e a partida encaminha-se para o final. Essa situação força o centro de gravidade da partida, agora entre o ataque filosófico e a defesa filosófica, para no futuro próximo se situar no âmbito do tradicional "jogo de posição". Seria útil f7 mas negras oferecem a troca de damas aceitando a relação por + porque a torre é mais forte no final, conforme a Regra de Kondratiev. Brancas evitaram a troca de damas mas reativaram o desenvolvimento negro. Com este ressurgimento da torre a partida está equilibrada (Hiarcs -0.06). A surda disputa pela iniciativa (enxadrística da posição) continua com a ameaça de ganhar mais um peão pela qualidade, por + +, apesar de que no processo haja a perda do par de bispos. 6

7 Na verdade, brancas que tem a qualidade de menos não podem perder a iniciativa sob pena de perder a própria partida, o que nos fornece toda a dimensão da enxadrística da posição nessas situações de ataque filosófico. Brancas fazem a opção pela doutrina minimax da compensação pelo caráter cada vez mais posicional (equilíbrio entre o ataque filosófico branco e a defesa filosófica negra) da partida. Mas deveria considerar 26.a4! d6 27. xc8+ xc8 (Hiarcs -0.23). Após o lance do texto aumenta a vantagem negra (Hiarcs em -0.58). Deveria ter jogado xc4! (Hiarcs -0.58). Após o lance do texto brancas passam a uma pequeníssima positividade na valoração posicional (Hiarcs +0.06). Se retira o bispo da ala de rei, como jogado por Bronstein na partida anterior. Com este lance Gligoric desiste por enquanto de um ataque filosófico direto contra o rei negro porque passa a se orientar pela doutrina minimax da compensação num futuro final. D13 As manobras com o cavalo foram magníficas do ponto de vista da enxadrística da posição: mantiveram a iniciativa e a descoordenação das peças negras. Do ponto de vista da doutrina minimax da compensação ameaça a recuperação da qualidade ou a conquista de um segundo peão. Este também é um ataque filosófico em busca de metas mais modestas, mas não deixa de ser um ataque filosófico para cumprimento de metas da doutrina minimax da compensação! Erro grave (Hiarcs +1.69). Deveria ter jogado f7 35. c5 bd7 (devolvendo a qualidade em melhores condições) 36. xd7 xd7 37.a4 xa4 38. xc4 b3 39. c8+ f7 40. c6 xd5 41. c3 h5 42. g1 a5 43.g4 d5 44. c7+ e6 45. xh7 (Hiarcs +0.39). Para manter a qualidade deveria jogar b8; mas após 35. f6+ f7 36. xh7 d8 37. g5+ e8 38. e4 f7 39.d6 (Hiarcs +1.03). Essas variantes mostram a intensa luta de bastidores envolvendo a minimax da compensação e o ataque filosófico em busca de reciclagens da partida sob metas mais modestas bem abaixo da supervantagem ou mesmo do xeque-mate. Uma "petite combinaison" típica de Capablanca! O grande mestre cubano se referia à "petite combinaison" como que a um estratagema: se o adversário a permitisse haveria a decisão de seu plano de jogo com reciclagem da partida; se o adversária a contornasse, daria continuidade ao desenvolvimento de seu plano de jogo. Esta é a razão pela qual a "petite combinaison" é a interface arte operacional - tática. Se xa4 36. xc4 b5 37. c8+ f7 38. g5# A partida chegou a um final com dois peões de vantagem embora com bispos de cores opostas, razão pela qual não se trata de supervantagem, mas da conquista de um superobjetivo que necessita ainda de uma técnica para se impor! Reparem nos lances seguintes e a questão da dominação. Forçando o rei negro a se retirar das proximidades do peão d5 e ainda lavando-o a uma rede de mate! Desfeita a dominação sobre o rei negro, agora preparase o avanço do peão a4. SACRIFÍCIO IDÊNTICO EM ABERTURAS DIFERENTES Liublinski - Simaguin, Moscou 1939 D14 A posição do diagrama provavelmente derivou de uma Defesa Phillidor após 1.e4 e5 2. f3 d6 3.d4 exd4 4. xd4 g6 5. c3 g7 6. e3 c6 7. xc6 bxc6 8. e2 e7 9. d2 O-O 10.O-O-O e6 11.h4 d5. Lance padrão para trocar os bispos enfraquecendo o complexo de casas negras e seguir com h5. Lance surpreendente, na "linha de menor expectativa" (Liddell Hart 1963, p. 195). Empregado pela 7

8 primeira vez nesta partida. É um SpQ que tem tudo para ser produto da preparação caseira apesar de que em 1939 o 12.º lance poderia ser considerado um lance de meio jogo. Também no caso de análise caseira a realização do SpQ na abertura começa pela administração do risco dada pela visualização grosso modo das compensações estruturais antes estudadas (ver), e no decorrer, ainda no âmbito da preparação caseira, vem o seu refinamento pela solução analítica característica da introdução de uma novidade teórica. Com a idéia de prevenir um futuro... xa2, mas perde tempo e enfraquece a posição. Mas devemos entender, em nome do caos do xadrez dinâmico, que depois de um SpQ dessa magnitude está descompensado o equilíbrio posicional e psicológico do jogador das brancas, logo suscetível a erros! De todas as formas melhor é 14.f3. Ainda aqui seria melhor consolidar o cedntro com 15.f3 dxe4 16. fxe4 g7 17. e1 c8 18. g4 e5 19. f2 xc3 20. bxc3 xa3+. Também não resolveria os seus problemas 17. b5 a6 18.c4 b6 19. c3 xc3 20. xc3 a4 21. e5 xb2 22. c2 xc xc2 e7 24. g5 xg5 25.hxg5 b6. A dama entra em ação por uma inusitada e surpreendente LEC, produzindo forte COF junto com o h8 e a b8. A qualquer momento pode ocorrer a decisão da partida. Na posição final a a4 e a h1, dispersadas, apenas observam de longe e sem interferir o banquete negro! Panov, V. - Simagin, V.; Moscou 1943 D15 O diagrama provém de uma Defesa Siciliana, Variante do Dragão após 1.e4 c5 2. f3 d6 3.d4 cxd4 4. xd4 f6 5. c3 g6 6. e3 g7 7.f3 O-O 8. b3 e6 9. d2 bd7 10.O-O-O b6 11.g4 c8. "Simagin estava cético de seu SpQ: 'Nesta posição o SpQ não pode ser considerado completamente correto [Comentário: mesmo um sacrifício estudado em análises caseiras]... Se o sacrifício pode ser considerado razoável, então o será apenas por considerações psicológicas [Comentário: é a questão da linha de menor expectativa causadora do desequilíbrio psicológico]. Mestre Panov é um excelente atacante, mas consideravelmente pior em partidas que requeiram prolongada defesa'. Dvoretsky recomenda xh6 13. xh6 xc3 14.bxc3 c7. Este sacrifício temático [13... xc3] não era conhecido quando esta partida foi jogada embora Simagin tenha usado a idéia 4 anos depois" (Plang, Kibtizer do Chessgames.com em 26/02/2007). Novamente ficamos em dúvida se o SpQ foi estudado de antemão (novidade teórica) ou foi inspiração de momento! "Em comparação com o exemplo anterior, aqui é muito mais difícil a negras ativarem suas peças e disto, evidentemente, dependerá toda a futura luta" (Kondratiev 1988, p. 75). D16 É curioso verificar a situação das torres brancas na posição atual: a h1 não joga e a d1, em coluna semi-aberta, apenas ameaça agir, logo, uma compensação operacional! A idéia é debilitar a posição do rei sendo esta a compensação do bispo ao SpQ. A consideradar 20. xc3! xa xa2 xc3 22.bxc3 d5 23.exd5 xd5 24. xd5! exd5 25. d4! c5 26. b2 b b3 com leve superioridade (Hiarcs +0.27). Melhor seria 22. a1 xa2 23. d4 (não 23. xa2 xc b3 c5 25. d4 c6 ganhando) xc3 24. b2 d6 25. b4 a6 26. b2 b1 27. a3 d hxd1 xc xb1 xa3 30. xc2 xf d3 xf4 com jogo incerto. As análises a 20.bxc3 e 22.exd5 estão fora do ambiente de tempo real da partida razão pela qual tem apenas um valor estimativo das realidades táticas da posição. Isto se deve a que a partida é jogada em tempo real, fato este que não devemos esquecer! Se agora 23. xa2 xc b3 c5 25. a3 c b2 xd1+ ganhando. Esta análise já é "petite combinaison", faz parte do tempo real. 8

9 O lance do texto perde; o correto é 25.e7 a5 26. xc8 d b2 b a1 a5+ empate. Antes de 1960, nem todo 12.º lance pertencia à teoria das aberturas embora hoje certamente pertença! Também podemos dizer que a abertura termina quando termina o desenvolvimento; nesse caso, onde brancas necessitam de sete lances para seu total desenvolvimento, se poderia dizer que os sete primeiros lances pertenceriam à fase de abertura. Mas deixando de lado tanto preciosismo, podemos afirmar que a abertura é a "primeira fase da partida, normalmente os 10 e 20 primeiros movimentos de cada lado, até que se atinja uma posição considerada fora dos padrões conhecidos" (Filguth 2005, p. 11). Este é o detalhe: a abertura termina quando a posição está fora "dos padrões conhecidos"! É nesse contexto a força da novidade teórica: na sua presença a abertura deixa de ser abertura para o adversário, mas continua abertura para o jogador que permanece dentro "dos padrões conhecidos"! Entretanto, pela concepção clássica, em geral "a abertura consta, em conjunto, de seis jogadas necessárias para desenvolver os peões, os dois cavalos e os dois bispos" (Lasker 1975, p. 15); ou seja: a abertura termina quando termina o desenvolvimento das peças! Esta teorização serve à partida seguinte na qual brancas fazem um SpQ no 16.º lance: na abertura ou no meio-jogo? Hennrique Marinho - Sylvio Mendes Campeonato Paulista Inter-Clubes São Paulo 02/02/1968 D17 Sylvio Teixeira Mendes, cearense mas desde criança radicado no Rio de Janeiro, foi campeão fluminense em três oportunidades: 1971, 1973 e Foi ainda vice-campeão brasileiro em 1958, ano em que comecei jogar xadrez. No Campeonato Brasileiro de 1958, Sylvio tinha tudo para ser campeão: liderou invicto o torneio desde o seu início tendo chegado à última rodada com 5,5 pontos, quando teve sua única derrota para José Tiago Mangini. Se vencesse seria o campeão, mas vencedor foi o velho campeão o Dr. João de Souza Mendes com 6 pontos. Com o lance do texto, 4... b6, Sylvio Mendes busca desde logo a iniciativa para tanto ameaçando ganhar o e criando dificuldades para o desenvolvimento do. Os lances teóricos (Hiarcs) seriam 8. d3, 8. d2 ou ainda 8.a3. Então, porque joguei 8. b5? Com certeza não foi para poder jogar em seguida 9.c4 entrando nos esquemas posicionais da Maroczy ou do Hedgehog! Diria que joguei 8. b5 em resposta a 4... b6 considerando a busca do xadrez dinâmico que praticava naquela época. D18 Os lances 4... b6 (diagrama D17) e b4 (diagrama D18), buscavam o desequilíbrio o mais precocemente possível, o que me deram a nítida impressão de que meu adversário desejava vencer e vencer logo a partida. Com os dois citados lances, relativamente erráticos, negras estariam buscando trilhar a linha de menor resistência para supostamente sair da teoria mais comum, levar a partida desde já para o mano-a-mano do meio-jogo, fase em que Sylvio Mendes pontuava como o jogador mais forte que de fato era. A isto juntava-se a forte disposição de Sylvio em lutar pela iniciativa (os dois lances severos antes citados) com isso pressionando forte e diretamente no resultado esportivo da partida. A resultante do processo seria criar um ambiente de tensão/intimidação colocando os fatores vitória/derrota na pauta da partida já desde o seu início. Essa conduta não contava com minha estratégia geral de jogar para ganhar sem pensar na vitória, razão direta de meu comportamento também errático em empregar o arriscado xadrez dinâmico num torneio por equipes. Nesse quadro estratégico e operacional, os lances severos de Sylvio Mendes, 4... b6 e b4 vinham de encontro com a criação de um ambiente favorável ao xadrez dinâmico na partida, aquela de usar a força do adversário em proveito próprio contra o próprio adversário, sinalização esta que à época captava com grande eficácia. Com este lance brancas sacrificam dois peões para inicio de seu ataque filosófico contra o rei negro. Como são sacrifícios não preparados tomeio-os como ataque filosófico, isto é, na ausência do cálculo de variantes. 9

10 D19 A sequência de 12.O-O ao lance do texto 15. d3 é inspiração do momento que envolveu o sacrifício de dois peões na efetivação do duplo comprometimento, posicional e psicológico, característico do xadrez dinâmico e seu corolário, o ataque filosófico. Com critério negras recusam o segundo peão que Hiarcs demonstra não ser um bom negócio. Seguiria: xc3 16. g4 O-O 17. c5 d8 18. xf7 xf7 19. h5+ g8 20. xh7+ h8 21. g6+ seguido de mate. Outras variantes também seriam insuficientes às negras. Comentário ortodoxo: um SpQ arriscado para desorganizar a ala de rei deixando-a mais exposta ao ataque direto. Entretanto, Hiarcs do alto de sua frieza analítica, considerou um grave erro, tanto que mantém uma contínua avaliação negativa da posição (favorável às negras) desde este SpQ até ao lance ae8. Comentário xadrez dinâmico: na partida prática em tempo real, especialmente no xadrez dinâmico, a realidade é muito diferente da rigidez cadavérica das soluções analíticas do post-mortem! Se o risco é uma exposição à ocorrência de um evento desfavorável, e se nada é considerado desfavorável, nem a derrota, então não haverá risco! Conseguir isso em tempo real é como jogar para ganhar sem pensar na vitória. O SpQ 16. xf6 segue nutre-se deste pensamento. Todos os lances, brancos e negros, tem a aprovação do Hiarcs que fixou a vantagem negra em -2.26, uma espécie de 2 peões e 1/4 de peão de vantagem. As principais recomendações do Hiarcs são para 20. e1 ou 20. d4 ambas fazendo crescer a negatividade da avaliação posicional. O lance 20. b6 não aparece nem como 10.ª sugestão e a negatividade da posição branca após ele sobe para Mas ele mantém a dinamicidade na ausência de qualquer mancha consolidativa como sugerida por Hiarcs. Este lance também é recomendado por Hiarcs com vantagem -2.83: ameaça f3+ duplo, mas também deixa latente a possibilidade d8#, estabelecendo-se "o chamado equilíbrio dinâmico: as possibilidades de um lado no ataque e do outro na defesa estão igualadas" (Petrosian 1989, p. 117). De todas as formas brancas estão jogando sob uma permanente desvantagem posicional que oscila segundo Hiarcs em torno de -2.50, todavia uma situação de inferioridade sem perda do caráter dinâmico da posição. (Hiarcs -2.59) Uma "petite combinaison": se 24...axb5 25. xe5+ xe5 26. d4#. Elementar, mas Capablanca foi campeão do mundo explorando ao máximo as "petite combinaison"! Elas causam desequilíbrio psicológico, o adversário sente pisar em território inseguro e assim buscam se consolidar antes de iniciar seu contra-ataque com material superior. (Hiarcs -2.56) Jogar sem pensar na vitória tem destas: agora teria de dar xeque perpétuo no rei negro. Como as negras desejam ganhar, agora procuram se consolidar para depois iniciar seu contraataque que será ganhador. Conforme negras avançam na consolidação do seu monarca também aumenta sua valoração posicional de Hiarcs. Daremos em sequência essas variações dos próximos lances. (Hiarcs -2.80) (Hiarcs -3.07) (Hiarcs -3.23). D20 Ao mesmo tempo em que negras consolidam seu rei ameaçam mate em g2. Esse lance faz cair a vantagem negra para Muito forte seria f7! (Hiarcs -3.55) com a idéia de avançar imediatamente o peão central. Um grande mestre de elite faria sempre o lance mais severo na posição. Por outro lado, a idéia de 30...b6 é o do caminho clássico de aumentar a concentração de forças contra o rei branco no ponto g2, o que revela um jogo prioritariamente focado na constante operacional do plano de jogo (escola clássica), quando hoje (xadrez contemporâneo) a prioridade é sempre da enxadrística da posição (luta pela iniciativa) pela aplicação de lances severos, como é o caso de f7. Reconhecendo que, desde o empate por xeque perpétuo, não estou conseguindo nada, que estou inclusive inferior, começo a buscar a máxima compensação pela qualidade perdida (não como sacrifício!), no caso igualar os peões para transformar o "SpQ" em um caso de sacrifício puro por, como se apresenta agora. 10

11 (Hiarcs -2.45) (Hiarcs -0.24). Notar a queda brusca da avaliação Hiarcs com a partida fica praticamente igualada: c7 entra na categoria de erro. Após este lance a partida fica igualada dando chance às brancas de reativarem seu ataque (contra-ataque!) filosófico. Hiarcs sugere g4 com avaliação que apesar de entregar um peão entraria num final superior, inclusive pela regra de Kondratiev. Como nesse caso brancas fariam uso da doutrina minimax da compensação, não saberia dizer se Sylvio Mendes percebendo desejava buscar algo mais contundente. Seja por este ou aquele motivo, existe a realidade da partida jogada como entidade fruto de uma gestação em tempo real. Este lance ganharia se jogado anteriormente, efetuado agora perde a partida! Correto seria g7 com partida igual (Hiarcs -0.10). O restante não precisa ser comentado:! (Hiarcs +4.22) SpQ AVANÇADO NA TEORIA DAS ABERTURAS Atualmente o estudo da teoria das aberturas está tão avançado que muitas vezes a novidade teórica acontece em torno do º lance, muitas vezes ainda mais longe! Não se trata de posição de meio-jogo pois a teoria das aberturas chega até onde chegarem as análises caseiras. Kasparov, G. - Shirov, A.; Horgen 1994 D21: posição teórica O lance é fruto de análises caseiras já bem avançada na abertura mas que nem por isso deixa de ser sensacional. Este SpQ foi considerado pelo Informador como a novidade teórica do ano, portanto um SpQ na abertura em busca do "aproveitamento das casas fracas" (cf. Mauro de Athayde, Palestra 2010, CXC) no ponto d5 do complexo de casas na ala de dama com a instalação d5. Exercendo total dominação sobre o b7 ao impedir sua viagem por LIC c4- e6- c7 para contestar "a ocupação do ponto fraco". No longo prazo algum peão da ala de dama poderá se encaminhar para a promoção. A dominação e o complexo de casas entram na compensação do SpQ do ponto de vista da compensação operacional. Do ponto de vista da doutrina minimax da compensação houve apenas uma troca de torre por bispo que resultou, no tabuleiro, torre por cavalo! Imperceptivelmente negras estão se dispersam de seu rei e o ataque branco à ala de dama começa a se voltar para um ataque ao rei! Devolvendo a qualidade para desafogar? Ameaça reativer a a ala de dama para manter dispersas as peças negras. Se agora xd3 ou xd3 segue 31. e8! Karijakin, S. - Radjabov, T.; Varsóvia 2005 D22: Karjakin - Radjabov, Varsóvia 2005 Novamente é importante destacar nesta variante o "aproveitamento das casas fracas" (cf. Mauro de Athayde, Palestra 2010, CXC) sobretudo d5 com d5, a razão dos próximos lances. Brancas vão sustentar seu cavalo em d5. Se agora 15...a5? (não xd5 por 16. xd5) 16. xe7 xe7 17. d5 com posição superior. Desenvolve e defende seu peão de vantagem. Quando o ataque se orienta para o flanco da dama busca-se a 11

12 supervantagem, que tem os mesmos efeitos do xeque-mate no ataque ao rei. No caso do ataque à ala de dama a partida tem um cunho mais posicional mas nem por isso deixa de ser um ataque filosófico! Provavelmente um SpQ teórico mas que não deixa de ser espetacular. Como quase todo ataque filosófico, este também tem um início agudo pelo sacrifício para estabelecer o duplo comprometimento dos adversários com o resultado esportivo da partida. É neste ponto crítico que mais atua a máxima "jogar para ganhar sem pensar na vitória". D23 Com o SpQ branca se asseguram da iniciativa ante a descoordenação das peças negras. Já há um princípio de concentração de forças brancas na ala de dama e a dispersão da h8 corta em sua linha de comunicações pelo f8. De modo que é lógico após o SpQ as peças brancas dirigem-se à ala de dama em busca de uma supervantagem (promoção de b2?) e decidir favoravelmente a partida. Ameaça xa6 seguido de b5. Agora temos por +, o peão b5 passado e a presença grandiosa do d5 apoiando. O ataque filosófico à ala de dama evoluiu calmamente e agora temos o princípio do fim pela ameaça de promoção das brancas conquistando uma supervantagem na posição. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ADORJAN,A., DÖRY, J.; Gane com la Grunfeld; Ediciones Eseuve; Madrid ATHAYDE, M.; Aproveitamente das casas fracas; Palestra CXC; Curitiba FILGUTH, R.; Xadrez de A a Z, Dicionário Ilustrado; Artmed Editora; Porto Alegre FINE, R.; El Medio Juego en Ajedrez; Editorial Sopena; Buenos Aires KONDRATIEV; P.; El Sacrifício Posicional; Colección Ricardo Aguilera; Madrid LASKER, E.; El Sentido Comum en Ajedrez; Ediciones Martinez Roca; Barcelona LIDDELL HART, B.; As Grandes Guerras da História; Editora Ibrasa; São Paulo MAQUIAVEL, N.; O Príncipe; Publicações Europa-América; Mira-Sintra NIMZOWITSCH, A.; Mi Sistema, 4.º Vol.; Editorial Grabo; Buenos Aires PETROSIAN, T.; Ajedrez en la Cumbre; Ediciones Eseuve; Madrid WATSON, J.; Los Secretos de la Estrategia Moderna en Ajedrez; Gambit; London

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