ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA

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1 ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA DEPARTAMENTO DE ESTUDOS CAEPE 2015 MONOGRAFIA (CAEPE) FRONTEIRAS DO BRASIL: A Busca pela Integração e Interoperabilidade das Políticas Governamentais Coronel Bombeiro Militar MARCOS ROBERTO WEBER HÜBNER

2 MARCOS ROBERTO WEBER HÜBNER FRONTEIRAS DO BRASIL: A Busca pela Integração e Interoperabilidade das Políticas Governamentais Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia. Orientador: Cel R/1 Édison Gomes de Souza Neto. Rio de Janeiro 2015

3 C2015 ESG Este trabalho, nos termos de legislação que resguarda os direitos autorais, é considerado propriedade da ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É permitido a transcrição parcial de textos do trabalho, ou mencioná-los, para comentários e citações, desde que sem propósitos comerciais e que seja feita a referência bibliográfica completa. Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e não expressam qualquer orientação institucional da ESG Marcos Roberto Weber Hübner Biblioteca General Cordeiro de Farias Hübner, Marcos Roberto Weber. Fronteiras: A busca pela integração e interoperabilidade das políticas governamentais / Coronel BM Marcos Roberto Weber Hübner. - Rio de Janeiro: ESG, f.: il. Orientador: Cel R/1 Édison Gomes de Souza Neto. Trabalho de Conclusão de Curso Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), Introdução 2. Contextualização de fronteiras 3. Competências e ações ministeriais nas fronteiras 4. Das competências das secretarias estaduais de segurança pública nas fronteiras. 5. Apresentação e análise de resultados e 6. Considerações finais

4 Minha gratidão e reconhecimento especiais a minha família. A linda esposa Sheila e maravilhosos filhos Caroline, João Pedro e Nordon. Minha homenagem aos meus queridos pais, Sr. Romeu in memoriam, que partiu para o celeste eterno dias antes do início do curso, e a Sra. Noemia pelo dom da vida e pelo orgulho de ser seu filho.

5 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradecer a Deus, pela força e fé alimentada dia-a-dia, na difícil tarefa de ausentar-me do convívio com minha estimada FAMÍLIA, em especial, pelo pesar do falecimento de meu pai Romeu, 19 dias antes de iniciar essa importante jornada e pela benção recebida de superar minhas limitações e concluir esse trabalho. Ao Estado de Mato Grosso, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e ao Corpo de Bombeiros Militar, nas pessoas do governador José Pedro Gonçalves Taques, do secretário Mauro Zaque de Jesus e do comandante geral Coronel BM Julio Cezar Rodrigues, pela oportunidade de confirmar minha indicação e frequência no CAEPE. Ao Coronel RR Édison Gomes de Souza Neto, meu orientador e amigo, pela colaboração e apoio indiscutíveis e sensatos, trazendo alento e tranquilidade para a elaboração desse desafio. Aos estagiários do CAEPE pelo convívio fraterno e proveitoso sob todos os aspectos, que diretamente e indiretamente contribuíram para a realização desse trabalho. Ao Corpo Permanente da ESG pelo tempo disponibilizado e a atenção despendida em prol dos estagiários, na certeza de que cumpriram da melhor maneira a sua missão de conduzir nosso curso. Agradeço a toda minha família e aos meus amigos que sempre estiveram comigo de todas as formas, potencializaram minha força e torceram por mim e pelo meu sucesso.

6 É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota. (Theodore Roosevelt)

7 RESUMO A pesquisa se fez necessária tendo em vista a relevância de avaliar todo o funcionamento do sistema que protege a fronteira brasileira, seus resultados e o grau de integração e interoperabilidade de todos os órgãos envolvidos no assunto. O tema faz parte do cotidiano nacional. As consequências advindas de ações isoladas, conjuntas e simultâneas das instituições envolvidas nesse estudo, refletem em conquistas ou falhas na defesa e na segurança de nossas fronteiras que redundam nas cidades brasileiras, influenciando diretamente o desenvolvimento nacional. São os chamados crimes transfronteiriços ou transnacionais (ilícitos transfronteiriços), como o tráfico de drogas, o tráfico de pessoas, o descaminho, o contrabando de armas e munições, a evasão de divisas, a extração ilegal de madeira, o roubo e furto de veículos, a lavagem de dinheiro, entre outros, que impactam os índices de violência e criminalidade na maioria dos estados federados. Esse desencadeamento delituoso de várias frentes contamina os valores mais preciosos de uma sociedade, exemplificado pelas substâncias ilícitas como matéria propulsora do crime organizado, com a destruição das famílias brasileiras com sua intromissão no ambiente social, mudando filhos e filhas, pais e mães, amigos e amigas, que viram objeto do crime para impulsionar o tráfico e o consumo de entorpecentes. Sendo assim, demonstramos a importância desses fatores vinculatórios entre os entes envolvidos no processo de proteção da fronteira brasileira, como passo fundamental na manutenção de nossa soberania. Palavras chave: Fronteira. Integração. Interoperabilidade. Ilícitos Transfronteiriços. Defesa.

8 ABSTRACT The research was necessary in view of the importance of evaluating the entire system of functioning that protects the Brazilian border, their results and the degree of integration and interoperability of all agencies involved in the matter. The theme is part of the national daily. The consequences resulting from isolated, joint and simultaneous actions of the institutions involved in this study, reflect on achievements or failures in the defense and security of our borders that result in Brazilian cities, directly influencing national development. These are called cross-border or transnational crimes (cross-border illicits) as drug trafficking, trafficking of people, embezzlement, smuggling of arms and ammunition, the tax evasion, the illegal logging, robbery and theft of vehicles, money laundering, among others, that impact the levels of violence and crime in most federal states. This criminal triggering several fronts contaminates the most precious values of a society, exemplified by illicit substances such as driving matter of organized crime, with the destruction of Brazilian families with his meddling in the social environment, changing sons and daughters, parents, friends and friends who saw the crime object to boost trade and consumption of narcotics. Thus, we demonstrate the importance of these factors - binding between the entities involved in the protection process from the Brazilian border as an essential step in maintaining our sovereignty. Keywords: Border. Integration. Interoperability. Illegal Transboundary. Defense.

9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 FRONTEIRAS...17 Figura 2 FAIXA DE FRONTEIRA BRASILEIRA...20 Figura 3 FRONTEIRAS DO BRASIL...22 Figura 4 PLANO ESTRATÉGICO DE FRONTEIRAS...23 Figura 5 SisGAAZ Figura 6 SISFRON Figura 7 SISFRON ÓRGÃOS Figura 8 DESMEMBRAMENTO FORÇA TERRESTRE ATUAL Figura 9 DESMEMBRAMENTO DA FORÇA E SISFRON FUTURO Figura 10 TERRITORIALIDADE DE ABRANGÊNCIA DA OPERAÇÃO ÁGATA Figura 11 DADOS OPERAÇÃO ÁGATA Figura 11 A EFETIVOS EMPREGADOS Figura 11 B INDICATIVOS OPERACIONAIS Figura 12 UNIDADES DO EB NA FRONTEIRA Figura 13 DESMEMBRAMENTO FORÇA ATUAL Figura 14 DESMEBRAMENTO DA FORÇA FUTURO Figura 15 ARTICULAÇÃO FINAL COM SISTEMAS Figura 16 ACORDOS INTERNACIONAIS COM A BOLÍVIA Figura 17 ACORDO INTERNACIONAL COM A ARGENTINA Figura 18 ATA FLS Figura 19 ATA FLS Figura 20 ATA FLS Figura 21 ATA FLS Figura 22 INVESTIMENTOS ENAFRON...48 Figura 23: OPERAÇÕES INTEGRADAS Figura 23-A OPERAÇÕES INTEGRADAS Figura 23-B INVESTIMENTOS EM TECNOLOGIA Figura 23-C COOPERAÇÕES INTERNAS Figura 23-D COOPERAÇÕES EXTERNAS Figura 23-E COOPERAÇÕES EXTERNAS Figura 23-F COOPERAÇÕES EXTERNAS Figura 23-G VALORES DAS OPERAÇÕES

10 Figura 24 TABELA DE APREENSÔES Figura 25 GRÁFICO DAS DROGAS APREENDIDAS Figura 26 TABELA COMPARATIVA DE APREENSÕES DE ARMAS DE FOGO.129 Figura 27 REGISTROS DE OCORRÊNCIAS Figura 28 REGISTROS DE OCORRÊNCIAS Figura 29 EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE HOMÍCIDIOS Figura 30 RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS FRONTEIRIÇOS...61 Figura 31 ARCO NORTE (ilustrativa) Figura 32 ARCO CENTRAL (ilustrativa) Figura 33 ARCO SUL (ilustrativa)...132

11 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CDIF CDN CDS CMO COMDABRA CTB DHS DICOR DOU EB EGN EMCFA ENAFRON END FAB FFAA GGIE GGIF GLO IBGE IBC LBDN MB MD MRE MF MI MJ PDFF Comissão Permanente para o Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira Conselho de Defesa Nacional Conselho de Defesa Sul-Americano Comando Militar do Oeste Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro Código Brasileiro de Trânsito Department of Homeland Security / Departamento de Segurança Interna Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado Diário Oficial da União Exército Brasileiro Escola de Guerra Naval Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas Estratégia Nacional de Fronteiras Estratégia Nacional de Defesa Força Aérea Brasileira Forças Armadas Gabinete de Gestão Integrada Estadual Gabinete de Gestão Integrada de Fronteiras Garantia da Lei e da Ordem Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística International Borders Commission / Comissão Internacional de Fronteiras Livro Branco de Defesa Nacional Marinha do Brasil Ministério da Defesa Ministério das Relações Exteriores Ministério da Fazenda Ministério da Integração Nacional Ministério da Justiça Programa de Promoção do Desenvolvimento da Faixa de Fronteira

12 PND PRF SENASP SESP SISBRAV SISCEAB SISDABRA SISDACTA SisGAAZ SIPAM SISFRON SIVAM UNASUL TCU Política Nacional de Defesa Polícia Ferroviária Federal Secretaria Nacional de Segurança Pública Secretaria Estadual de Segurança Pública Sistema Brasileiro de Vigilância Sistema de Controle do Espaço Aérea Brasileiro Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro Sistema Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul Sistema de Proteção da Amazônia Sistema de Monitoramento e Vigilância de Fronteiras Sistema de Vigilância da Amazônia União de Nações Sul-Americanas Tribunal de Contas da União

13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE FRONTEIRAS MODELO AMERICANO PARA AS FRONTEIRAS DAS COMPETÊNCIAS E AÇÕES MINISTERIAIS NAS FRONTEIRAS MINISTÉRIO DA DEFESA Política Nacional de Defesa Estratégia Nacional de Defesa Livro Branco de Defesa Nacional Os Sistemas Inovadores das Forças Armadas Marinha do Brasil Exército Brasileiro Força Aérea Brasileira MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS Bolívia Argentina Uruguai Paraguai Colômbia MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL MINISTÉRIO DA FAZENDA MINISTÉRIO DA JUSTIÇA Polícia Federal Polícia Rodoviária Federal Força Nacional de Segurança Pública Estratégia Nacional de Fronteiras DAS COMPETENCIAS DAS SEC RETARIAS ESTADUAIS DE SEGURANÇA PÚBLICA NAS FRONTEIRAS ARCO NORTE (AMAPÁ, PARÁ, AMAZONAS, RORAIMA E ACRE) Amapá Pará Roraima Amazonas...63

14 4.1.5 Acre ARCO CENTRAL (RONDÔNIA, MATO GROSSO E MATO G.DO SUL) Rondônia Mato Grosso Mato Grosso do Sul ARCO SUL (PARANÁ, SANTA CATARINA E RIO GRANDE DO SUL) Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS CONSIDERAÇÕES FINAIS...75 REFERÊNCIAS...79 ANEXO A...84 LISTA DE ILUSTRAÇÔES...112

15 13 1 INTRODUÇÃO A fronteira brasileira com os países da América do Sul, ao longo dos seus quase km de extensão, é diversificada e heterogênea em diversos aspectos de caráter econômico, social, desenvolvimentista, defesa, segurança e de soberania, sejam eles internos ou externos. Estas características acompanham, ainda, as tendências da geopolítica em que há a migração do modelo de proteção contra um estado mais forte para o modelo de proteção diante de estados mais fracos, onde as mazelas sociais e econômicas, tendem a permear a fronteira dos países vizinhos. Esses aspectos promovem um ambiente desfavorável, de forma diferenciada, entre o Brasil e seus países fronteiriços, sendo mais acentuados em uns do que em outros. Vemos que a situação que se mostra na região norte do Brasil não se compara e nem tem relação ou similaridade com os problemas da região sul, como por exemplo, a densidade demográfica dessas duas regiões. Devemos explorar cada porção de fronteira em separado, explicando as características regionais e suas variações, convergindo essas informações dentro do bloco federativo nacional, representado pelos onze estados que fazem vizinhança com os dez países da América do Sul. Não obstante, importante caminhar por cada Ministério que tem vocação e competência de atividades na faixa de fronteira, com o fito de apresentar o que desenvolve, isoladamente ou de forma integrada, como produto próprio e de sua responsabilidade, cujas ações convergem ou não para soluções integradas. Temos exemplos mundiais acerca da forma como se trata a temática fronteira. Vários países encontram obstáculos gigantescos na administração dessa questão, norteada de problemas e com aplicação de soluções de baixo impacto resolutivo e elevado ônus de investimentos. Havemos de discorrer sobre um desses modelos para assimilarmos o que está sendo feito, bem como os resultados obtidos e as consequências de sua aplicação. Dessa forma para atender esse diferente panorama nacional, iremos concentrar o foco nas consequências para a segurança pública, como enfoque principal, da atual política nacional para as fronteiras, com parâmetros que permeiam pela interoperabilidade de iniciativas dos Ministérios da Defesa (MD), Relações Exteriores (MRE), Integração Nacional (MI), Fazenda (MF) e de Justiça

16 14 (MJ), integrando todas as ações governamentais, para otimizar recursos e perseguir metas que propiciem resultados de interesse nacional. Essas ações têm reflexos imediatos, na segurança pública, sejam positivos ou negativos nos onze estados fronteiriços com os países da América do Sul. A presente pesquisa tem como tema: a questão das fronteiras do Brasil, sob o enfoque se há integração e interoperabilidade entre os Ministérios: MD, MRE, MI, MF e MJ, nas suas competências e se as ações estão surtindo os efeitos desejados e atendendo aos anseios dos estados limítrofes na perspectiva da segurança pública. Como problema definimos que em se tratando de fronteiras, é inegável considerar a preocupação nacional com a situação em pauta, principalmente com tantos atores envolvidos e competências diversas que podem e devem convergir para um ponto comum, a redução de esforços e investimentos. A aplicação inadequada de recursos causa retrabalhos e desperdícios ao erário. Entender o que cada Ministério está fazendo e se existe sinergia entre eles, diminuirá ou eliminará etapas que serão adequadamente exploradas em todas as suas vertentes com foco na complexidade do assunto. Se os efeitos produzidos pelas normas legais que regulam essa política geram os resultados a que se propuseram e revelam se correspondem aos anseios dos estados fronteiriços e consequentemente ao Brasil. Formulamos, portanto, o seguinte problema: A política nacional para as fronteiras praticada pelo MD, MRE, MJ, MI e da MF, nas suas competências, está surtindo os efeitos desejados e atendendo os anseios dos Estados limítrofes de fronteira na perspectiva da segurança pública?. Com vistas a responder o objeto da pesquisa, o objetivo geral foi definido como analisar as políticas nacionais para as fronteiras de cada Ministério envolvido nos últimos quatro anos, com vistas a particularizar cada competência ministerial, além de analisar as estratégias e as ações isoladas ou integradas, e os seus reflexos nos resultados da segurança pública dos Estados limítrofes, na perspectiva das Unidades da Federação e do Governo Federal. Para se chegar ao objetivo geral, foram definidos os objetivos específicos a seguir: identificar as ações no campo das relações exteriores dos países fronteiriços com o Brasil; identificar as ações da Comissão Permanente para o Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira (CDIF) como estratégia de integração nacional; relatar as atividades aduaneiras da fazenda nacional desenvolvidas pela

17 15 receita federal nas fronteiras; relacionar as competências e atividades de fronteiras dos órgãos de segurança pública, na esfera federal e na esfera estadual; e contextualizar os dados dos Estados limítrofes na parceria direta com a União, através da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP/MJ), através da gestão da ENAFRON. Como hipótese possível de resposta ao problema temos que a inexistência da integração dos planos e estratégias dos ministérios federais e órgãos de segurança pública estaduais resultam em investimentos isolados e dispendiosos ao erário, prejudicando a operacionalidade das Forças Armadas, o desempenho aduaneiro da Receita Federal, a proposição ocupacional demográfica e desenvolventista da integração nacional, a concretização de acordos diplomáticos com impactos imediatos na segurança pública, fatos esses, que decorrem em consequências calamitosas para todos os estados brasileiros, principalmente os fronteiriços. Não se olvida esgotar o assunto com foco na segurança pública, mas sim, demonstrar qual é o grau de integração e de interoperabilidade dos envolvidos e se está contribuindo para a melhoria dos resultados de defesa e da segurança pública nas fronteiras. A avaliação não se limitará a individualidade, a competência do órgão e sim ao desempenho total dos recursos e ações demandadas por todos para um único mister, a vigilância e manutenção pacífica de nossas fronteiras. Nossa pretensão reside na avaliação das políticas implementadas e seus resultados, oferecendo mais um referencial de análise para o poder decisor governamental sopesar esforços na integração de recursos e ações para as demandas das fronteiras e que essa condição resulte nos números da segurança pública, com a finalidade de perseguir a diminuição dos índices de criminalidade que assolam diuturnamente nossas cidades, nosso povo, nossas famílias. A pesquisa desenvolveu-se na busca exploratória bibliográfica, através da coleta de dados, de documentos, dos programas e similares vinculados à política praticada para as fronteiras brasileiras nos últimos quatro anos. Esses levantamentos foram coletados junto aos órgãos oficiais envolvidos, a citar o MD, MRE, MJ, MI e MF, e obviamente nas Secretarias de Segurança Pública (SESP) das unidades federadas fronteiriças. Inicialmente foram identificadas as leis que dão sustentação à política investigada, principalmente após a Constituição Federal (BRASIL, 1988), assim

18 16 como a farta literatura disponível, de autores que já se manifestaram sobre o assunto, para ratificar ou retificar as preocupações levantadas. O arcabouço legal foi analisado visando levantar subsídios que suscitem segurança jurídica quanto às interpretações de cada ator em questão, no sentido de evitar maior prejuízo e risco à soberania e à integridade territorial nacional. Concomitantemente, aprofundou-se a pesquisa histórica e documental, com o propósito de se ter revelado o contexto atual de fronteiras, de que forma foi construída a política de fronteiras em cada Ministério e suas articulações coordenadas e integradas, bem como, das Secretarias Estaduais de Segurança Pública (SESP) ou congêneres dos onze estados fronteiriços brasileiros. Por fim, foram analisadas as ações, as consequências imediatas e mediatas das políticas de fronteiras implementadas no campo nacional e regional, destacando os reflexos positivos e negativos nos resultados alcançados pelas secretarias de segurança estaduais das onze Unidades da Federação fronteiriças, em seus índices criminais correlatos aos crimes transfronteiriços ou transnacionais, sendo seus resultados analisados, confrontados e trazidos à luz da realidade conjuntural nacional, para que se chegasse à confirmação ou rejeição da hipótese questionada. Este trabalho foi desenvolvido em seis capítulos. Superada a exposição introdutória, no Capítulo 2 tratamos da contextualização das fronteiras do Brasil na América do Sul, alcançando a abordagem de um modelo internacional, no caso o dos Estados Unidos da América. Ato contínuo no Capítulo 3 expusemos a sistemática adotada por cada Ministério do governo na temática fronteira, alcançando as diretrizes, ações, atividades, projetos e programas para esse fim, com a apresentação de suas competências e seus resultados. Em sequencia, no Capítulo 4 abordamos cada estado fronteiriço brasileiro, suas características e como contribuem com a União no compartilhamento do sistema atual em andamento para atender as fronteiras. Já no capítulo 5, avaliamos os dados coletados e analisamos os seus resultados e o atingimento do que foi proposto apresentar como reflexos das políticas implantadas na segurança pública dos estados fronteiriços do Brasil. Foi encerrado o estudo com as observações e opiniões do autor sobre a questão nas considerações finais, no capítulo 6.

19 17 2 CONCEITOS E CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE FRONTEIRAS Nesse capítulo discorreremos sobre os conceitos teóricos de fronteira e a inclusão do Brasil no ambiente geográfico da América do Sul. O Brasil está localizado no centro oriente da América do Sul, com seus ,049 km 2, publicado no Diário Oficial da União (DOU) nº 16 de 23/01/2013, conforme Resolução Nº 01, de 15 de janeiro de 2013 (IBGE, 2013) 1, que representam 20,8% das Américas e 47,7% da América do Sul. São números continentais. Mostram a capacidade meteórica da pujança e do crescimento que representa em razão de sua vastidão, biodiversidade e riquezas naturais. Terras servidas por um tempo com clima equatorial, tropical e subtropical, de relevo diversificado, mas propenso à exploração vegetal, animal e mineral, que lhe conferem no cenário mundial uma profundidade geopolítica de destaque. As fronteiras nacionais estão definidas, demarcadas. É o resultado do trabalho de grandes nomes da política, que no segundo império e no início da República efetivaram acordos bilaterais com os países fronteiriços, com vistas a consolidar as fronteiras nacionais, encerrando o ciclo da história expansionista do território, no final do século XIX, quando o Barão de Rio Branco teceu os retoques finais ao mapa nacional. O passado tem que ser mantido, assegurado, preservado. Não pode ser agredido pelas novas acepções de invasão que ferem os interesses nacionais de defesa, segurança e desenvolvimento. Figura 1: Fronteiras: dados generosos de nosso território fronteiriço. FRONTEIRAS milhões de km 2 27% do Território 10 milhões de hab. Lindeira com 10 países Fonte: Palestra Gen Ex Vilas Boas - slide 36 1 Disponível em acesso em 03 ago

20 18 A fronteira brasileira ganhou atenção governamental na década de 90, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso com o advento da Política de Defesa Nacional (PDN) em 1996 e na criação do Ministério da Defesa em 1999, como marco fundamental da preocupação com o desenvolvimento, a defesa e a segurança nessa porção territorial de nosso país. Na presidência de Luís Inácio Lula da Silva inovou-se essa política com a regulamentação da PDN em 2005, e sua atualização em 2012, com seus documentos complementares, a Estratégia Nacional de Defesa (END) e o Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN), todos em Essa política define as ramificações de todo o planejamento e execução em várias instâncias e competências governamentais. Especificamente na Segurança Pública, na estrutura do Ministério da Justiça foi criada em 1997 a SENASP para definir, implementar e acompanhar a Política Nacional de Segurança Pública e dos Programas Federais de Prevenção Social e Controle da Violência e Criminalidade, entre outros, os delitos transfronteiriços ou transnacionais. Já em 2011, após momentos pontuais, nos quais foram implantadas soluções de curto prazo e sem característica contínua, foi aprovado o programa da Estratégia Nacional de Fronteiras (ENAFRON) e seus planos e ações. Obviamente, que aos marcos legais trazidos, juntam-se outros no campo diplomático, aduaneiro e de crescimento político, social e econômico regional. O traçado do limite que convencionamos definir como linha e faixa de fronteira estão localizados na porção oeste do país, com os países da América do Sul, e são representadas por porções de áreas secas e alagadas, comumente afastadas dos centros do poder e das políticas de governo e de estado. Ficam vulneráveis as incursões estrangeiras ilegais, com agressões ao meio ambiente, à defesa e a segurança nacional. Merecem ser enquadradas como áreas sensíveis e estratégicas para a preservação da soberania do povo brasileiro. Interessante e digna de registro a abordagem feita por Amorim (2012), onde diz que: A área de fronteira se caracteriza por uma descontinuidade, administrativa e social, razão pela qual exige análise cuidadosa e complexa das relações cotidianas sociais, comerciais e econômicas. Os padrões sociais entre os países limítrofes se divergem, o que trás a região de fronteira um sentimento de biparidade próprio dos países em desenvolvimento e sem a plena integração.

21 19 Num outro sentido, defende Oliveira (1998) que: A fronteira é um espaço bipolar e multiforme, um meio geográfico que exige uma quase necessidade de se transpor seus limites, fazendo alusão que os habitantes fronteiriços coexistem em ambientes de delicados fenômenos que só ali se desenvolvem. E ainda afirma Castello (1995) que: As áreas limítrofes dos países possuem características peculiares que as tornam um espaço de tensões e simultaneamente uma região de estabelecimento de integração. Essa dualidade revela a necessidade de se estabelecer limites, observar as diferenças culturais, preservar a soberania dos países e de se exercitar práticas sociais e trocas comuns. Fronteira é ao mesmo tempo, área de separação e de aproximação, linha de barreira e espaço polarizador. Contribui com sua visão Da Silva (2014), onde diz que: A região fronteiriça é marcada predominantemente pelas relações que são estabelecidas pela sociedade, através das quais se reproduzem práticas econômicas, sociais e culturais entre povos de diferentes esferas territoriais, que, de forma muito simples, compreendem e vivem a realidade burocrática das relações internacionais. Ao mesmo tempo, através de sua prática cotidiana, atenuam a rigidez dos limites legais, seja de forma a buscar melhor satisfação das necessidades básicas de sobrevivência, seja de forma a contribuir com a sustentação de práticas criminosas de contrabando de todo tipo ou por outras atitudes lícitas ou ilícitas. As relações nessas áreas são permeadas por um dinamismo de fluxos e redes que se sobrepõem aos limites nacionais, onde o espaço está em constante mutação, haja vista que a atuação humana se encarrega da reprodução das múltiplas relações que realizam a produção do espaço geográfico. Já Campos (2012) em seu artigo, traça um estudo da fronteira Brasil e Argentina, mas que tem valor interpretativo como análise geral do assunto quando assevera: Assim, neste conjunto de relações sociais, econômicos e político os problemas de segurança pública também merecem plena atenção. A transnacionalidade do delito acompanha a permeabilidade das fronteiras e faz girar um sistema de crimes que atinge, de pronto, não só estas regiões, mas a qualquer centro urbano, por mais distante que esteja dos marcos divisórios entre países, como o é a influência do tráfico de drogas sobre outra série de crimes. Com esses conceitos doutrinários e de opinião partimos agora para o arcabouço jurídico que sustenta tais concepções. Para definirmos legalmente o que já discorremos, as normas infraconstitucionais definiram assim as fronteiras, como expressa o artigo 1.º da Lei Federal n.º (BRASIL, 1979), in verbis:

22 20 [...] é considerada área indispensável à Segurança Nacional a faixa interna de 150 Km (cento e cinquenta quilômetros) de largura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional, que será designada como Faixa de Fronteira. O Decreto Federal n.º (BRASIL, 1980), regulamentou essa lei, e perdura no tempo jurídico até hoje. Figura 2: Faixa de Fronteira Brasileira Fonte: IBGE 2008 A Constituição Federal (BRASIL, 1988) recepcionou essas normas incorporando o texto no capítulo que trata dos bens da União, em seu art. 20, 2º, ficando assim estabelecido, vejamos: A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão regulamentadas em lei. Esse referencial reconheceu o regramento constitucional das fronteiras e se fez obedecer aos limites estabelecidos, oportunidade de se ver expandidas as ações e projetos governamentais direcionados para a blindagem desse extenso pedaço do território nacional, adverso na plenitude da expressão em toda a sua extensão. A diversidade da fronteira se espalha por todos os aspectos que compõem a estrutura do país, se um ou mais deles deixa de ser atendido regionalmente através de iniciativas governamentais, certamente a vulnerabilidade local oportunizará o aparecimento de situações de natureza irregular, aí surge a criminalidade, talvez a única opção para essa população desassistida.

23 21 Vejamos o entendimento da Comissão Permanente para o Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira (CDIF) quando se refere ao contexto macro do que tem sido o abandono das fronteiras 2 : A preocupação com a segurança nacional e soberania territorial, de onde emana a criação de um território especial ao longo do limite internacional terrestre do País, embora legítima, não tem sido acompanhada de uma política pública sistemática que atenda às suas características. Dada baixa densidade demográfica, provocada em grande parte pela vocação atlântica do país, associada às grandes distâncias e as dificuldades de comunicação com os principais centros decisórios, a Faixa de Fronteira experimentou um relativo isolamento que a colocou à margem das políticas de desenvolvimento. Nossa fronteira apresenta uma territorialidade heterogênea, onde a região norte representa mais da metade do território nacional e se caracteriza, por possuir baixa densidade populacional e uma extensa faixa de fronteira. Já o centro-oeste brasileiro, segunda em dimensão, também apresenta uma reduzida densidade populacional, com uma fronteira de aproximadamente dois mil km de extensão. O sul do país é o de menor extensão territorial, e limita-se com os países platinos, mas apresenta elevados índices de urbanização e densidade demográfica. É uma disparidade acentuada. A preocupação com o adensamento e a gradativa presença brasileira ao longo da fronteira reflete a prioridade atribuída ao desenvolvimento sustentável, à integração nacional e à cooperação com os países fronteiriços nos aspectos referentes à segurança e ao combate aos ilícitos transnacionais. Temos uma população de milhões de habitantes (divulgados em novembro de 2010 IBGE 3 ), com uma densidade demográfica oscilando de expressivos 100 hab./km² a 01 hab./km². Há uma concentração demasiada na faixa litorânea e uma inexpressiva ocupação nas regiões norte e centro-oeste. Aí reside uma das características que fragilizam, em especial, a fronteira seca. A ausência de vivificação e densificação (ocupação da faixa de fronteira) pela população são óbices que ensejam em consequências que refletem no trinômio de defesa, segurança e desenvolvimento. 2 Disponível em < acesso em 03 ago Disponível em < acesso em 03 ago

24 22 Nossas fronteiras se estendem por Km, distribuídos em Km terrestres e Km marítimas, dos quais aproximadamente 12 mil correspondem à fronteira da Amazônia Legal. Fazemos vizinhança com nove países sul-americanos e um território ultramarino da França, exceto o Equador e o Chile. A fronteira terrestre, objeto desse estudo, se desdobra nos seus Km da seguinte forma: 730 Km com a Guiana Francesa confrontando o estado do Amapá; 593 Km com o Suriname confrontando o estado do Pará; Km com a Guiana confrontando os estados do Pará e Roraima; Km com a Venezuela confrontando os estados de Roraima e Amazonas; Km com a Colômbia confrontando o estado do Amazonas; Km com o Peru confrontando os estados do Acre e do Amazonas; Km com a Bolívia confrontando os estados de Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; Km com o Paraguai confrontando os estados de Mato Grosso do Sul e Paraná; Km com a Argentina confrontando os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; Km com o Uruguai confrontando o estado do Rio Grande do Sul. Figura 3: Fronteiras do Brasil Fonte: Plano do Programa ENAFRON (2012)

25 23 É necessário ilustrar que para o planejamento e execução de políticas, programas e projetos capazes de assegurar a inviolabilidade da soberania nacional, de dissuadir invasões estrangeiras em nosso território e de dar segurança à população, foi instituído um panorama geográfico padronizado em linguagem e desenho para identificar a fronteira brasileira e seus desdobramentos. Isso foi conduzido e sugerido pelo Grupo de Pesquisa Retis, com uma tendência de macro-divisão da faixa de fronteira em três grandes arcos, com reconhecimento pelo MI. O primeiro, denominado Arco Norte que compreende os Estados do Amapá, Pará e Amazonas, Roraima e do Acre. O segundo, intitulado Arco Central, constituído pelos Estados de Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Já o terceiro, denominado Arco Sul, inclui os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Figura 4: Plano estratégico de fronteiras Fonte: Departamento de Geografia da UFRJ Dessa forma, todo o planejamento e a execução de instituições e suas competências buscam atender esse desdobramento territorial, a fim de avaliar suas ações, gerir seus investimentos e aplicar meios de controle. 2.1 O MODELO AMERICANO PARA AS FRONTEIRAS A busca de uma solução que apresente uma ferramenta real e material que blinde a fronteira, em desfavor de todas as ilicitudes que orbitam na sua atmosfera infere um grau de leviandade de qualquer origem, pois é insolúvel. Por essa razão

26 24 se estabelecem tratamentos de choque de tempos em tempos. De maneiras diferentes adaptadas ao momento de fragilidade. Para traçar uma perspectiva de conhecimento e não de comparação, há de se fazer apresentar uma modalidade de sistema e ação de uma potência mundial, os Estados Unidos da América, que com todo seu poderio diplomático, militar e econômico sofre as mazelas que assolam sua fronteira com o Canadá e o México. Não existe um modelo de sucesso que consiga superar a problemática que assombra as fronteiras de um país em razão da diversidade de ações que ali se instalam e proliferam com uma velocidade assustadora. Fica a impressão de uma área incontrolável. Neutra, com leis de ambas as nações, sustentadas por cooperação recíproca, mas de governança complicada e baixa resolutividade. Cabe citar as considerações do embaixador americano Stephen Liston (BRASIL, 2009), em referência a fronteira com o Canadá e o México: [...]Nos Estados Unidos, se faz a manutenção da fronteira sem que exista uma faixa. Não existem zonas fronteiriças legais nas quais os donos de propriedades ou de empresas estejam sujeitos a leis ou regulamentos diferentes dos vigentes em outras partes do território americano. Há, sim, algumas instâncias de restrições administrativas ou legais, referentes às áreas fronteiriças, geralmente relacionadas à entrada de estrangeiros. [...]A ideia, realmente, é ter uma fronteira o mais aberta possível, mas não completamente. Falarei sobre como nos EUA se faz a manutenção da fronteira sem faixa. Entre o Canadá e os Estados Unidos a fronteira é de quase km, dos quais dois mil são entre o Alaska e o Canadá. Já a fronteira internacional entre os EUA e o México, é assim definida por Leite (2013): Estende-se por uma faixa territorial de km. Ambiente de tensão geopolítica resultado do tráfico de drogas, armas e dos fluxos de imigração ilegal. Além dos mais de 15 mil agentes fiscalizam a fronteira, toda a extensão do rio é monitorada por câmeras e iluminada durante a noite. Na área seca de toda essa faixa fronteiriça, um muro intercalado por trechos de arame farpado, construído em 1994, controlado diuturnamente pela guarda de fronteira norte-americana e por sofisticados sistemas eletrônicos de vigilância. A administração dessas duas fronteiras e seus desdobramentos nos vários campos de interesse encontram palcos legais e são reguladas por tratados e organizações internacionais criadas pelos Estados Unidos, Canadá e México. A citar, dentre tantas outras, a International Borders Commission IBC (Comissão Internacional de Fronteiras), cuja responsabilidade reside em manter

27 25 visível a demarcação da fronteira como Canadá, dentro de um espaço territorial de seis metros (três para cada lado), com restrições recíprocas de uso dessa faixa, atrelada as questões de segurança. É uma demonstração exemplificada de ampla relação bilateral com vistas à manutenção das fronteiras, como forma de realizar a segurança da fronteira, os negócios, o trânsito de pessoas e dessa maneira, trabalhar com os vizinhos na prevenção e resolução de problemas. Em 2002 foi criado o Departamento de Segurança Interna (Department of Homeland Security DHS), órgão responsável pela segurança do território e das fronteiras dos EUA. Ele congregou vários órgãos federais que operam na segurança das fronteiras, sendo os principais o Bureau de Alfândega e Proteção de Fronteiras, responsável pela inspeção agrícola, alfandegária e de imigração em pontos de entrada; o Bureau de Imigração e Fiscalização Aduaneira, responsável pela investigação de violações alfandegárias e as leis de imigração no interior do país; a Guarda Costeira, responsável pela segurança marítima e a dos portos; e a Administração da Segurança dos Transportes, responsável pela segurança e proteção dos transportes terrestre, ferroviário e aéreo do país. E não somente esses órgãos estão envolvidos nesse grande esforço para dar proteção às fronteiras. Somam-se a eles, o Serviço Secreto dos Estados Unidos, que atua na investigação de ataques cibernéticos de ordem bancária, financeira e de telecomunicações; o Departamento de Estado, que cuida das emissões dos vistos no exterior; o Departamento de Justiça, através do Bureau Federal de Investigação e Agência de Combate às Drogas, trabalha na aplicação das leis que envolvem violações dessa natureza na fronteira; e o Departamento do Tesouro, com o Bureau de Álcool, Tabaco e Armas, investiga o contrabando de armas no país em conjunto com o Departamento de Defesa. Portanto, podemos verificar que o sistema implantado é amplo e austero para a segurança da fronteira. Fica evidente que a preocupação não começa nem termina nesse ambiente. Há de se aprofundar a ramificação desse sistema dentro e fora do país. A preocupação do DHS é manter uma estreita relação com seus pares de outros países com o intuito de identificar às ameaças antes que atinjam as fronteiras dos Estados Unidos.

28 26 Dessa forma, com todo o aparato que vigia e protege a fronteira americana, nas palavras do embaixador americano Stephen Liston (BRASIL, 2009) conclui que: A preferência e o desejo pela abertura são características da administração da segurança nacional nas fronteiras americanas, tudo mais aberto possível às pessoas, às mercadorias, aos investimentos, mas também abertos ao exame cuidadoso de nossas políticas, às ações de segurança, ao debate sobre as regras de proteção, bem como as mudanças de regras, quando necessário.

29 27 3 DAS COMPETÊNCIAS E AÇÕES MINISTERIAIS NAS FRONTEIRAS Continuamos nossa investigação textual, sendo nesse capítulo demonstrado individualmente as responsabilidades ministeriais e o que efetivamente cada um está desenvolvendo em prol das fronteiras brasileiras. A construção de uma política nacional de fronteiras é uma opção que vem sendo abordada e estudada há anos. Analisando as fronteiras como ferramenta do poder nacional, e suas ramificações nas expressões desse poder, se vislumbra a necessidade da coesão de esforços das esferas de governo, através de seus órgãos atuantes na fronteira do Brasil. É na participação harmoniosa dos organismos estatais que reside a possibilidade de unificar as ações competentes diversificadas, desenhada em uma estratégia ideal para todos e na concentração de recursos que enseje em uma mudança do quadro atual. A busca da integração e da interoperabilidade ministerial e dos governos estaduais e municipais representam os únicos e necessários meios para o atingimento dessa proposta. 3.1 MINISTÉRIO DA DEFESA (MD) Na estrutura governamental cabe ao MD a incumbência de orientar, supervisionar e coordenar as atividades desenvolvidas pelas Forças Armadas, compostas pela Marinha do Brasil, pelo Exército Brasileiro e pela Força Aérea Brasileira. Essas Instituições quando atuam em ações conjuntas, são coordenadas pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), órgão responsável pelo assessoramento do ministro da Defesa em operações e exercícios militares conjuntos e na atuação de forças nacionais em operações de paz. Ao EMCFA cabe também, à direção de ações de interoperabilidade entre as Forças Singulares, aglutinando todos os meios na defesa do país, na segurança de fronteiras e em operações humanitárias e de resgate. Uma nova acepção de emprego do MD, através de suas forças militares, se deu com o advento da Lei Complementar n.º 136 (BRASIL, 2010), que conferiu a

30 28 elas o poder de polícia para atuarem nas fronteiras por meio de ações repressivas e preventivas à prática delituosa nas fronteiras, com respaldo e segurança jurídica. Vejamos o que expressa essa inovação: Art. 16-A. Cabe às Forças Armadas, além de outras ações pertinentes, também como atribuições subsidiárias, preservadas as competências exclusivas das polícias judiciárias, atuar, por meio de ações preventivas e repressivas, na faixa de fronteira terrestre, no mar e nas águas interiores, independentemente da posse, da propriedade, da finalidade ou de qualquer gravame que sobre ela recaia, contra delitos transfronteiriços e ambientais, isoladamente ou em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, executando, dentre outras, as ações de: I - patrulhamento; II - revista de pessoas, de veículos terrestres, de embarcações e de aeronaves; e III - prisões em flagrante delito. Essa imperatividade legal alargou a participação da presença e atuação das FFAA, em um novo campo de ação, agora contra delitos transfronteiriços e ambientais, agindo isoladamente ou em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, nas três esferas, com execução de ações de patrulhamento, revista de pessoas, veículos terrestres, embarcações e de aeronaves, e ainda, efetuando prisões em flagrante delito. Esse novo desafio de emprego das Forças Armadas na repressão dos delitos transfronteiriços e ambientais em faixa de fronteira trata-se de inovadora frente de atuação somada àquelas previstas no artigo 142 da Constituição da República (BRASIL, 1988). Para corroborar com essa legislação e acentuar efetivamente a participação das FFAA nesse campo, de forma a contribuir com a conjugação de esforços ministeriais, foi instituído o Plano Estratégico de Fronteiras para o fortalecimento da prevenção, controle, fiscalização e repressão dos delitos transfronteiriços e dos ilícitos praticados na faixa de fronteira brasileira, através do Decreto n.º (BRASIL, 2011), com as alterações trazidas pelo Decreto n.º (BRASIL, 2011). O plano tem como ponto nevrálgico de sua acepção a atuação integrada das Forças Armadas, da Receita Federal, dos órgãos de segurança pública dos Estados, e dos órgãos correspondentes dos países vizinhos, e vem sendo implementadas as ações de integração federativa entre a União, Estados e Municípios situados na

31 29 Faixa de Fronteira, mediante a formulação de projetos estruturantes e ações de cooperação internacional. O teor do art. 3 do Decreto n.º (BRASIL, 2011) expressa os objetivos do Plano Estratégico: I - a integração das ações de segurança pública, de controle aduaneiro e das Forças Armadas da União com a ação dos Estados e Municípios situados na faixa de fronteira; II - a execução de ações conjuntas entre os órgãos de segurança pública, federais e estaduais, a Secretaria da Receita Federal do Brasil e as Forças Armadas; III - a troca de informações entre os órgãos de segurança pública, federais e estaduais, a Secretaria da Receita Federal do Brasil e as Forças Armadas; IV - a realização de parcerias com países vizinhos; V - a ampliação do quadro de pessoal e da estrutura destinada à prevenção, controle, fiscalização e repressão de delitos na faixa de fronteira. Combinados a esses preceitos normativos que deram a devida atenção ao tema fronteiras considerando as manifestações nacionais que os precederam, façamos uma breve explanação nos planos, estratégias e afins das FFAA com o foco nas fronteiras: A Política Nacional de Defesa (PND) O conceito é claro e transparente nas pretensões de seu alcance e continuidade (BRASIL, 2012): É definida como o conjunto de medidas e ações do Estado, com ênfase na expressão militar, para a defesa do território, da soberania e dos interesses nacionais contra ameaças preponderantemente externas, potenciais ou manifestas. Representa a vontade nacional de mais alto nível do planejamento para o emprego dos esforços em ações destinadas à defesa nacional, sob a coordenação do MD, baseada nos fundamentos, objetivos e princípios constitucionais, alinhada às aspirações nacionais e às orientações governamentais. É um avanço inovador ao desenvolvimento do país e inseparável dos demais requisitos que compõem o conjunto de atitudes necessárias para a evolução equilibrada rumo à insurgência no panorama internacional, motivada pelo interesse de todos os segmentos da sociedade brasileira.

32 30 Buscar a conscientização da sociedade brasileira da importância da defesa do País e de que esta é um dever de todos os brasileiros, é a mola propulsora da política, substituindo a visão de defesa ser somente responsabilidade do poder militar. Com base nesse entendimento é que esse conceito foi ampliado e foram envolvidos outros segmentos com alcance nos campos político, militar, econômico, psicossocial, científico-tecnológico, ambiental e outros, com evidente percepção de essa construção parte do indivíduo, da sociedade, do Estado. Não é leviano afirmar que a segurança envolve teor continental no discurso de seu alcance, pois não é só defesa externa, mas também a defesa civil, a segurança pública e as políticas econômica, social, educacional, científicotecnológica, ambiental, saúde e industrial. Por essa razão que a defesa representa a ação efetiva para a obtenção do sentimento de segurança desejado, e que atenda o anseio popular por liberdade à revelia de riscos, pressões ou ameaças. Como segurança e defesa, andam de mãos dadas, mas com significados individualizados, a PND (BRASIL, 2012) traz seus conceitos bem definidos: I Segurança é a condição que permite ao País preservar sua soberania e integridade territorial, promover seus interesses nacionais, livre de pressões e ameaças, e garantir aos cidadãos o exercício de seus direitos e deveres constitucionais; II Defesa Nacional é o conjunto de medidas e ações do Estado, com ênfase no campo militar, para a defesa do território, da soberania e dos interesses nacionais contra ameaças preponderantemente externas, potenciais ou manifestas. No aproveitamento desses conceitos que enaltecem a preocupação com o território brasileiro, e como consequência de sua situação geopolítica, é importante para o Brasil que se aprofunde o processo de desenvolvimento integrado e harmônico da América do Sul, em especial, à área de defesa e segurança regionais, com prioridade a Amazônia e o Atlântico Sul. É nesse contexto que as fronteiras necessitam da execução de processos de consolidação democrática e de integração regional com nossos países vizinhos, a partir de uma harmoniosa teia de esforços concentrados e integrados internos, que resultam na interoperabilidade e no aumento da confiança mútua e a busca por soluções negociadas de eventuais conflitos, no âmbito interno e externo.

33 31 Essa afirmação é confirmada na consolidação dos objetivos nacionais de defesa pela PND (BRASIL, 2012) extraindo sua abordagem nas fronteiras: I garantir a soberania, o patrimônio nacional e a integridade territorial; II defender os interesses nacionais e as pessoas, os bens e os recursos brasileiros no exterior; III contribuir para a preservação da coesão e da unidade nacionais; IV contribuir para a estabilidade regional; V contribuir para a manutenção da paz e da segurança internacionais. Enfim, é de suma importância à efetiva presença estatal nas fronteiras, no fortalecimento da presença militar, nas ações estratégicas e de integração com a efetivação do desenvolvimento sustentável (social, econômico e ambiental) e a ampliação da cooperação com os países vizinhos A Estratégia Nacional de Defesa (END) A Estratégia Nacional de Defesa (END), lançada em 2008 e revista em 2012, traçou metas para assegurar que os objetivos da defesa nacional sejam perseguidos e com viabilidade fática de ser atingidos. No corpo conceitual da estratégia é transparente a afirmação de que, trata da reorganização e reorientação das FFAA, da organização da Base Industrial de Defesa e da política de composição dos efetivos da MB, do EB e da FAB. Ao propiciar a execução da Política Nacional de Defesa com uma orientação sistemática e com medidas de implementação, a Estratégia Nacional de Defesa contribui para fortalecer o papel cada vez mais importante do Brasil no mundo. A END (BRASIL, 2012) pauta-se pelas seguintes diretrizes, a destacar em nosso estudo: 1. Dissuadir a concentração de forças hostis nas fronteiras terrestres e nos limites das águas jurisdicionais brasileiras, e impedir-lhes o uso do espaço aéreo nacional. [...]4. Desenvolver, lastreada na capacidade de monitorar/controlar, a capacidade de responder prontamente a qualquer ameaça ou agressão: a mobilidade estratégica. [...]8. Reposicionar os efetivos das três Forças. As principais unidades do Exército estacionam no Sudeste e no Sul do Brasil. A esquadra da Marinha concentra-se na cidade do Rio de Janeiro. Algumas instalações tecnológicas da Força Aérea estão localizadas em São José dos Campos, em São Paulo. As preocupações mais agudas de defesa estão, porém, no Norte, no Oeste e no Atlântico Sul. 9. Adensar a presença de unidades da Marinha, do Exército e da Força Aérea nas fronteiras.

34 32 estruturantes. Deve-se ter claro que, dadas as dimensões continentais do território nacional, presença não pode significar onipresença. A presença ganha efetividade graças à sua relação com monitoramento/controle e com mobilidade. Nas fronteiras terrestres, nas águas jurisdicionais brasileiras e no espaço aéreo sobrejacente, as unidades do Exército, da Marinha e da Força Aérea têm, sobretudo, tarefas de vigilância. No cumprimento dessas tarefas, as unidades ganham seu pleno significado apenas quando compõem sistema integrado de monitoramento/controle, feito, inclusive, a partir do espaço. Ao mesmo tempo, tais unidades potencializam-se como instrumentos de defesa, por meio de seus vínculos com as reservas táticas e estratégicas. Os vigias alertam. As reservas respondem e operam. E a eficácia do emprego das reservas táticas regionais e estratégicas é proporcional à capacidade de atenderem à exigência da mobilidade. [...]18. Estimular a integração da América do Sul. Essa integração não somente contribui para a defesa do Brasil, como possibilita fomentar a cooperação militar regional e a integração das bases industriais de defesa. Afasta a sombra de conflitos dentro da região. Com todos os países, avança-se rumo à construção da unidade sul-americana. O Conselho de Defesa Sul-Americano é um mecanismo consultivo que se destina a prevenir conflitos e fomentar a cooperação militar regional e a integração das bases industriais de defesa, sem que dele participe país alheio à região. Orienta-se pelo princípio da cooperação entre seus membros. A Estratégia Nacional de Defesa organiza-se em torno de três eixos O primeiro eixo estruturante, de nosso interesse, foca como as Forças Armadas devem se organizar e se orientar para melhor desempenharem sua destinação constitucional e suas atribuições na paz e na guerra. Enumeram-se diretrizes estratégicas relativas a cada uma das Forças e especifica-se a relação que deve prevalecer entre elas. Descreve-se a maneira de transformar tais diretrizes em práticas e capacitações operacionais e propõe-se a linha de evolução tecnológica necessária para assegurar que se concretizem. O Exército obedece à estratégia da presença, em especial na região amazônica, em detrimento as circunstâncias obstaculizantes para a mobilidade e à concentração de forças. Em todas elas, suas unidades militares situadas nas fronteiras são destacamentos avançados de vigilância e de dissuasão. Na Força Aérea a concentração dos esforços está na disposição suficiente e adequada dos meios de transporte em apoio à estratégia da presença do Exército na região amazônica e no Centro-Oeste, com prioridade para as atividades operacionais e logísticas realizadas pelas unidades de fronteira. É pacífico o entendimento de que as forças devam contribuir para o incremento do nível de segurança nacional, atuando em ações de segurança

35 33 pública, em conjunto com o Ministério da Justiça e dos órgãos de segurança pública estaduais. Com outro viés não menos importante, destacamos a manutenção da estabilidade regional nas fronteiras e à cooperação nas áreas de fronteira do País, em trabalhos associados do Ministério da Defesa e o Ministério das Relações Exteriores, que buscam contribuir ativamente para o fortalecimento, a expansão e a consolidação da integração regional, com ênfase na pesquisa e desenvolvimento de projetos comuns de produtos de defesa. Outro fato de potencialização da presença multidisciplinar em atividades estatais na fronteira se materializa com o empenho dos ministérios da Defesa, do Ministério da Integração Nacional e da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República na compatibilização dos Programas Calha Norte e de Promoção do Desenvolvimento da Faixa de Fronteira (PDFF), com ações de infraestrutura econômica e social, para atendimento a eventuais necessidades de vivificação e desenvolvimento da fronteira, identificadas nos planejamentos estratégicos decorrentes das hipóteses de emprego Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN) O surgimento de um novo ambiente internacional trouxe novas temáticas que passaram a influir ou influenciar no cotidiano dos países. Os países de fronteira foram os primeiros a sentir essas presenças, e a iniciarem movimentos de ação ou reação para a proteção de suas soberanias, ligadas ao problema mundial dos ilícitos transfronteiriços, das mais variadas naturezas. Urge a necessidade de políticas coordenadas entre diferentes órgãos do governo. E elas estão acontecendo. É oportuna trazer a referência da LBDN (BRASIL, 2012) no sentido de que: A definição das fronteiras, por meio de tratados e arbitramento, foi primordial para a política de estreitamento das relações diplomáticas entre o Brasil e os demais países da América do Sul, contribuindo para firmar princípios de soluções pacíficas nos litígios contenciosos. Amadurece em seu texto e alarga esse ideal de comprometimento com a soberania de nosso país, quando se refere a novos temas e formas de envolvimento nesse ambiente internacional que ameaçam a ordem pública. São fatos ligados às implicações do problema mundial das drogas e delitos conexos, da proteção da

36 34 biodiversidade, da biopirataria, da defesa cibernética e dos ilícitos transfronteiriços que demonstram a crescente e real necessidade da transversalidade das ações de segurança e de defesa. Diante dessa realidade a reformulação da Política de Defesa Nacional, em 2005, e do lançamento da Estratégia Nacional de Defesa, em 2008, revistas em 2012, demonstra a preocupação com o assunto. Importante ressaltar que na estratégia (BRASIL, 2012) fica evidente a preocupação em responsabilizar e operar com interoperabilidade as forças, quando diz: O EMCFA exerce papel fundamental na execução da Estratégia Nacional de Defesa, pois é o responsável por coordenar programas de interoperabilidade com a finalidade de otimizar os meios militares na defesa do País, na segurança de fronteiras e em operações humanitárias e de resgate. Na América do Sul, há uma clara tendência pela cooperação multilateral em matéria de defesa. Esse direcionamento ganhou espaço desde a criação da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) como instrumento para a solução pacífica de controvérsias regionais, para a proteção da democracia na América do Sul, para o fortalecimento do diálogo entre os Estados-membros e para a progressiva formação de uma base industrial de defesa sul-americana, tendo como elevado valor estratégico o fortalecimento de seu Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS). É o desabrochar de um pensamento harmônico, na busca por uma sociedade que compartilhe seus problemas e as soluções deles, motivada pelos laços e experiências históricas comuns, desafios de desenvolvimento similares e regimes democráticos, que viabilizam a compreensão recíproca e propiciam uma acomodação pacífica dos diversos interesses nacionais Os Sistemas Inovadores das FFAA O Sistema Brasileiro de Vigilância (SISBRAV) que consolidará e integrará todas as informações sistêmicas, está na fase de planejamento, e sua composição se traduz por esses três sistemas distintos: Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAZ - em desenvolvimento), Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON - em desenvolvimento) e o Sistema de Controle do Espaço

37 35 Aérea Brasileiro (SISCEAB), e tem no SISDABRA (em operação), seu pleno funcionamento. Cada um dos três comandos militares desempenha funções específicas na defesa da integridade territorial e dos interesses da nação, delineadas por sistemas próprios, a serem integrados e operacionalizados para a proteção e manutenção das fronteiras, que iremos perpassar detalhadamente adiante Marinha do Brasil O sistema concebido está em fase de desenvolvimento e não traz resultados diretos a fronteira setentrional, mas com outro alcance, o mar. É imprescindível o registro a fim de entender o contexto final da pesquisa. O Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAZ) é um projeto estratégico para que a força possa realizar a proteção das riquezas presentes em nosso litoral, além de evitar os ilícitos no mar. Vejamos a figura 5 que demonstra a visualização do futuro sistema da Força, concebendo uma vasta e ampla cobertura da fronteira leste Exército Brasileiro Sua presença física e operacional se espalha por toda fronteira terrestre do Brasil, no cumprimento dos preceitos constitucionais do art. 142, e nas imposições da Estratégia Nacional de Defesa (END), que culminou com a idealização de um projeto de monitoramento de toda a fronteira terrestre, utilizando meios de sensoriamento e de tecnologia da informação e de comunicações, de alto conteúdo tecnológico. Estamos falando do Sistema de Monitoramento e Vigilância de Fronteira (SISFRON), cuja criação foi aprovada pela Portaria nº 44-EME 4, composto de Subsistemas de Sensoriamento, Apoio a Decisão e de Atuação. O SISFRON consiste em um sistema integrado de sensoriamento, de monitoramento e controle das fronteiras terrestres, fortalecendo as ações e o 4 Disponível em < acesso em 03 ago

38 36 emprego do Exército, com vistas a proporcionar os meios para decisão e emprego operacional. Na plenitude de sua proposta executiva o seu funcionamento terá capacidade de monitoramento em tempo integral de toda a faixa de fronteira do Amapá ao Rio Grande do Sul, como se mostra na figura 6. Sua composição estrutural reúne um sofisticado aparato tecnológico que compreende sensores ópticos e eletrônicos, radares, sistemas de veículos aéreos remotamente pilotados, aeróstatos, infovias, comunicações por satélite, instalações de comando, softwares de apoio à decisão, dentre outros meios. Quando em operação completa ofertará produtos para apoio a tomada de decisão e os meios operacionais do Exército, para emprego na defesa externa, em conjunto com as demais forças, como também no apoio a atuação dos órgãos públicos de segurança pública, em operações interagências, nas ocorrências de delitos transfronteiriços, enfim, um grande esforço para fortalecer a interoperabilidade e a cooperação regional, que reflete essa afirmação na figura 7. O Projeto Piloto do SISFRON, iniciou sua implantação no Comando Militar do Oeste (CMO), na 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, em Dourados MS, numa faixa de 600 quilômetros. Como bem explicou Leite (2013): A localização do Projeto Piloto levou em consideração as principais vias de entrada de contrabando em nosso país, principalmente de drogas e armas e a possibilidade de render frutos em curto prazo e com isso sensibilizar Governo e sociedade para a necessidade da manutenção dos fluxos orçamentários para a conclusão do Projeto, que em dez anos deverá consumir aproximadamente 12 bilhões de reais. Independente desse grande avanço tecnológico, a participação da força é presencial e efetiva de diversas formas, como se evidencia nos números que foram apresentados (informação verbal) 5 : Emprego do EB nos últimos três anos 16% em Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) 22% em Faixa de Fronteira 62% em Operações de Ações Subsidiárias 5 Informação fornecida pelo General de Exército Vilas Boas, Comandante do Exército, no dia 06/05/15, na Escola de Guerra Naval (EGN) para o CSD, Rio de Janeiro, 2015.

39 37 Recursos Financeiros 7,5% em Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) 2% em Faixa de Fronteira 90,5% em Operações de Ações Subsidiárias Complementando o já acima demonstrado registramos o atual desmembramento da força terrestre e o como será com a implantação plena do sistema, com as figuras 8 e 9 (informação verbal) 6. A participação efetiva do Exército, em operações interagências, é sentida nos números que representa na fronteira de nosso país, vejamos especificadamente a operação ÁGATA, na figura 10. O LBDN (BRASIL, 2012) traz uma explicação bem abrangente do que representa essa ação conjunta: A Operação Ágata é outro exemplo recente de emprego de tropa federal na Garantia da Lei e da Ordem. Essa atividade, conduzida na faixa de fronteira em parceria com os Ministérios da Justiça e da Fazenda, foi uma atividade conjunta das Forças Armadas brasileiras para combater delitos transfronteiriços e ambientais, em coordenação com outros órgãos federais e estaduais. A operação foi elaborada dentro da concepção do Plano Estratégico de Fronteiras, criado pelo Decreto n.º de 08 de junho de 2011, cujos principais objetivos são a neutralização do crime organizado, redução dos índices de criminalidade, cooperação com os países fronteiriços e apoio à população na faixa de fronteira. A disponibilidade dos dados estatísticos das operações ÁGATAS propiciou uma visão potencial do que representa essa ação, mesmo sendo sazonal e programada, como vemos nas figuras 10 e 11 que nos dá uma dimensão do que é essa atividade interagência na fronteira do Brasil. Complementarmente ficou geograficamente visível a capilaridade da força terrestre na fronteira brasileira fundamental para as operações de proteção e controle, conforme figura 12 (informação verbal) 7. Observamos que as concentrações de unidades são díspares nos três arcos de estudo das fronteiras, havendo uma incidência maior no arco sul. À medida que avançamos para o arco central e norte, fica evidente uma distribuição mais dispersa e com alguns vazios territoriais. 6 Informação fornecida pelo General de Exército De Nardi, Chefe do Estado Maior Conjunto das FFAA, no dia 16/05/15, no Colégio Militar em Brasília DF, para o Curso Superior de Defesa, Rio de Janeiro, Informação fornecida pelo Cel Av Laudecyr, do MD, no dia 15/07/15, Rio de Janeiro, 2015.

40 Força Aérea Brasileira A concepção do Sistema de Controle do Espaço Aérea Brasileiro (SISCEAB), se desdobra no Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA) que organiza todas as unidades de caça, artilharia anti-aérea, reconhecimento eletrônico em prol da defesa contra qualquer ameaça aeroespacial. Conta com um órgão central, o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), que faz o SISDRABA funcionar, consolidando todos os meios necessários para girar a proteção, conta com o apoio do Sistema Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (SISDACTA). Tem a capacidade de mobilizar e lançar em curto espaço de tempo tudo o que dispomos em termos de defesa aérea contra qualquer ameaça. Registramos também, o Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM),que tem como objetivo auxiliar no desenvolvimento sustentável da Amazônia, por intermédio da integração, avaliação e disseminação de informações, com o fito de consolidar o planejamento e a coordenação de ações governamentais, verdadeiramente conjunto, no sentido de ser composto por vários setores integrados do governo. Dentro da estrutura do SIPAM, há o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM) que atua na realização de obras e serviços, bem como na aquisição de equipamentos com o objetivo de coletar, processar, produzir e disseminar dados referentes à Amazônia. O SIPAM produz vários mapas, boletins, previsões e alertas, análises, pesquisas aplicadas e produtos de inteligência. Vislumbremos os quadros que demonstram a atual e futura estrutura da força, comparando a evolução que o sistema propiciará a vigilância aérea, nas figuras 13 e 14. É extremamente importante que os três sistemas sejam integrados, pois caso contrário o SISBRAV não funcionará, além de gerar grande dispêndio de recursos descoordenadamente. Esse é o resultado desejado pelo MD, através de suas forças militares, fechando nossas fronteiras de norte a sul e de leste a oeste, proporcionando meios tecnológicos avançados de monitoramento e vigilância complementando a ocupação física territorial prevista pela Marinha, Exército e Força Aérea, como mostra a figura 15.

41 Ministério das Relações Exteriores (MRE) O LBDN (BRASIL, 2012) traz o ambiente conceitual da participação do Ministério na política que transcende as fronteiras brasileiras: A política externa brasileira considera o diálogo e a cooperação internacionais instrumentos essenciais para a superação de obstáculos e para a aproximação e o fortalecimento da confiança entre os Estados. Na relação com outros países, o Brasil dá ênfase a seu entorno geopolítico imediato, constituído pela América do Sul, o Atlântico Sul e a costa ocidental da África. Prova dessa informação encontramos em registro no site oficial do ministério, na Divisão de Atos Internacionais (DAI), cerca de vinte e três páginas de acordos com nossos vizinhos fronteiriços. Apesar do expressivo número de acordos no campo da temática fronteira há um inexpressivo número de feitos, que tenham influência ou venham a colaborar de forma incisiva na segurança e defesa nacionais. Milani (2014): Diante desse quadro, acreditamos que abre espaço para o que nos alerta No Brasil, não existe nenhum dispositivo constitucional que permita expressamente a atuação internacional das unidades subnacionais. Pelo contrário, as competências relacionadas aos assuntos internacionais são divididas entre as casas do Congresso e, principalmente, mantidas pelo Executivo. Apesar disso, a ação de atores subnacionais torna-se cada vez mais frequente no Brasil, à revelia de um marco jurídico-normativo para tal. Não é raro que os estados brasileiros, enquanto unidades federativas, atuem internacionalmente, buscando empréstimos ou celebrando acordos de cooperação.[...]é natural que as unidades federativas que fazem fronteira com outros países tenham relações mais intensas com os vizinhos. Diante dessa afirmação e para delimitar o escopo de nossa pesquisa a fim de avaliarmos a questão das fronteiras de forma pontual, abordaremos uma visão geral de cinco países, dos dez países fronteiriços, focado na visão de relações internacionais de fronteira: Bolívia O Brasil trata com relevância a aproximação estratégica com a Bolívia, país que divide conosco a maior fronteira (3.423 quilômetros).

42 40 Essa relação diplomática tem sido tratada como prioritária, alcançando atividades que tem reflexos em várias áreas, em especial a cooperação fronteiriça e o combate a ilícitos transnacionais. Vejamos o que expressa o próprio Ministério nesse contexto 8 : O Brasil e Bolívia têm desenvolvido importante política de integração fronteiriça, a fim de tornar a fronteira um espaço de paz, cooperação e desenvolvimento econômico e social. Em 2011, foram criados os "Comitês de Integração Fronteiriça", com o objetivo de buscar soluções para questões específicas das zonas de fronteira. Foram realizadas as reuniões dos Comitês que operam em Corumbá/Puerto Suárez (2011), Brasileia- Epitaciolândia/Cobija (2012), Cáceres/San Matías (2013) e Guajará- Mirim/Guayaramerín (2013). Essa nova política de integração fronteiriça busca dar novo ímpeto à cooperação e trazer efetivas melhorias à população local. É então, uma realidade bilateral empreender esforços para os desafios transversais regionais, que exigem ações coordenadas para serem solucionados, por isso que necessitam de acompanhamento conjunto e integrado de políticas de combate à pobreza; o desenvolvimento e o controle das regiões de fronteira; e as ações de combate a ilícitos transnacionais e ao problema mundial das drogas. Materializando essa vontade, citamos alguns acordos celebrados, nos campos da defesa, segurança e desenvolvimento, subtraídos do sítio digital do MRE, no Sistema de Atos Internacionais (SCI), na figura Argentina A Argentina é o principal parceiro político e econômico do Brasil. Essa relação é estratégica para a inserção do Brasil na região e no mundo. E contribui para a constituição de um espaço regional de paz e de cooperação. A política de integração fronteiriça constitui dimensão essencial da agenda de cooperação bilateral. São unidos por uma fronteira de quilômetros. A Comissão de Cooperação e Desenvolvimento Fronteiriço (CODEFRO), instalada em 2011, é a instância bilateral para deliberação de políticas binacionais 8 Disponível em < acesso em 03 ago

43 41 para a fronteira e para encaminhamento das demandas suscitadas no âmbito dos Comitês de Integração Fronteiriça Brasil Argentina. Diante desse quadro, citamos o acordo celebrado, nos campos da defesa, segurança e desenvolvimento, subtraídos do sítio digital do MRE, no Sistema Consular Integrado / Atos Internacionais (SCI), na figura Uruguai O Uruguai é um dos fortes parceiros estratégicos de nosso país. Os vínculos de natureza histórica e política permitem um harmonioso grau de confiança mútua, que permeia todos os aspectos da relação bilateral. A cooperação fronteiriça é outro ponto importante. A fronteira se estende por quilômetros e abriga expressivo contingente populacional. Como mecanismo de formulação de políticas para a fronteira, destaca-se a "Nova Agenda de Cooperação e Desenvolvimento Fronteiriço Brasil-Uruguai", que atua em coordenação com os níveis estadual/departamental e local dos Governos brasileiro e uruguaio, buscando atender às demandas da população fronteiriça mediante políticas acordadas bilateralmente Paraguai O Paraguai é considerado fundamental na estratégia do Brasil na América do Sul. A construção de um relacionamento mutuamente benéfico e equilibrado é primordial para a realização dos objetivos de promover a integração política, econômica, geográfica e sociocultural do continente. Compartilham quilômetros de fronteira a quarta maior extensão de fronteira dentre os limites brasileiros. A ameaça emergente e que tem fortalecido as organizações criminosas de ambos os lados, dentre os ilícitos fronteiriços, é o tráfico de drogas (maconha) e o contrabando de armas e munições.

44 Colômbia As relações entre Brasil e Colômbia são bem recentes, e limitadas se comparadas com os vizinhos mais ao sul (Paraguai, Uruguai e Argentina). Essa aproximação serviu para obter avanços no diálogo político, cooperação, segurança e defesa, economia e comércio, além de temas consulares, culturais e fronteiriços. Ao mesmo tempo em que, procura-se acelerar o trânsito nas fronteiras, com o fito de fomentar ambas as economias, igual atenção se dá pela preocupação em combater os ilícitos fronteiriços. São evidentes os esforços recíprocos que são empregados na contenção das FARC (Forças Armadas Revolucionarias de Colômbia), guerrilha ativa desde os anos 60 e que se aliaram aos cartéis de tráfico de drogas, e representam um perigo a soberania e segurança nacionais. Portanto, encerrando essa amostragem exemplificamos esse esforço de integração e interoperabilidade, com fortes doses de aproximação e cooperação com os países vizinhos inserimos trechos de uma reunião multidisciplinar de fronteira, que reuniu na cidade de Cáceres MT, no dia 25/04/13, com coordenação compartilhada pela embaixada do Brasil e da Bolívia, os embaixadores Marcel Fortuna Biato e Jerjes Justianiano Talavera, nas figuras 18 a Ministério da Integração Nacional (MI) O Ministério da Integração Nacional (MI), conforme disposto na Lei nº (BRASIL, 2003), tem a sua atual estrutura regimental aprovada pelo Decreto nº (BRASIL, 2013) suas competências a destacar: Formulação e condução da Política Nacional de Desenvolvimento Regional - PNDR; Formulação dos planos e programas regionais de desenvolvimento; Acompanhamento e avaliação dos programas integrados de desenvolvimento nacional; Obras públicas em faixas de fronteiras. Extraímos as competências que tem ligação ao trabalho em desenvolvimento, e que passaremos a discorrer.

45 43 Talvez um dos produtos de excelência mais relevantes nessa área foi produzido pelo Grupo de Trabalho Interfederativo de Integração Fronteiriça, intitulado Bases para uma Proposta de Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira, liderado pela professora Lia Osório Machado, que brilhantemente apresentaram um estudo detalhado unindo a experiência acadêmica com o pensamento estatal, com prioridade para o desenvolvimento regional em várias vertentes. Essa interface entre a inteligência acadêmica e os requerimentos concretos de reestruturação do Programa aliou o fôlego acadêmico à visão objetiva e programática de governo para subsidiar uma política nacional para esta região estratégica do País. O Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira, coordenado pela Secretaria de Programas Regionais, até então se caracterizava pelo conjunto de ações desarticuladas e fragmentadas, impulsionadas por uma diretriz assistencialista, isentas de planejamento ou orientação sistemática, ocasionando prejuízos ao erário, visto que, esses esforços dispersos não contribuíam para a estruturação da atividade produtiva local, que em decorrência disso, não oferecia opções na geração de emprego e renda, culminando com um baixo índice na organização da sociedade civil local. No campo das relações internacionais imperava a visão de que a fronteira representava uma peça fundamental da defesa nacional e da imposição de obstáculos às ameaças externas, impondo restrições às aproximações com os países vizinhos. Mas essas ameaças se confundem com a história progressiva regional ao longo da fronteira, que sofreu um progressivo esgarçamento do tecido social, que condenou essa população em torno de dez milhões de brasileiros, que ocupa cerca de 27% de nosso território, ao não exercício da cidadania, e ser envolvida nas mazelas perpetradas pelo crime organizado, alimentado em rápida análise pela falta de integração externa com nossos vizinhos. Estas representam as principais ameaças presentes na faixa de fronteira, que evidenciam no desenvolvimento regional, a estratégia prioritária para a soberania brasileira e a integração continental. É também o marco que representa uma série de mudanças profundas de valores, de estratégias e de formas de atuação, que nortearam o trabalho do grupo para apresentar uma reforma e

46 44 reestruturação do Programa, que o transformou num vigoroso e atualizado esforço de caracterização econômica, cultural e institucional da região de fronteira. Ao final, o trabalho expressa claramente ao que se propôs produzir, e sintetiza com o chamamento nacional para a solução desse evento, quando diz que: [...]A perspectiva desta publicação é oferecer às diversas instâncias governamentais e à sociedade brasileira uma base conceitual e uma agenda concreta de intervenção que permita superar a visão da fronteira como espaço-problema em favor de uma concepção que privilegia a região como um espaço pleno de oportunidades de desenvolvimento, de união com os nossos vizinhos e de valorização da cidadania. Afinal, é na fronteira que começa o Brasil. Nessa vontade governamental foram realizados estudos pelo Conselho de Defesa Nacional (CDN), que enalteceram a necessidade de integração das forças governamentais na implantação de ações nas fronteiras, conforme as bases definidas pelo grupo de trabalho alhures, denominado Bases para uma Proposta de Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira (BRASIL, 2010): Os estudos acerca da faixa de fronteira sob a ótica do desenvolvimento, conduzidos pelo Conselho de Defesa Nacional (CDN), por meio de sua Secretaria-Executiva, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR), foram fundamentais, não somente para a visualização do problema como também para o entendimento e a percepção de sua complexidade. Os estudos realizados e que balizaram o presente documento identificam os ministérios e órgãos que, direta ou indiretamente, possuem interface com o processo de retomada do desenvolvimento da região, bem como sua operacionalidade. Uma das conclusões dos estudos realizados é que, não raro, os órgãos desconhecem as ações e projetos uns dos outros, fato que, por vezes, tem ocasionado superposição de esforços em detrimento de outras áreas mais carentes dentro da faixa de fronteira. Essa constatação direcionou a conclusão da Comissão Especial instituída no âmbito do GSI/PR2 no sentido de propor que os órgãos atuantes na faixa de fronteira evitem duplicidade de esforços e descontinuidades de ações no processo de implementação das políticas públicas para a região, atuando, sempre que possível, de forma conjunta. O aumento da dinamização e o melhor direcionamento na atuação do Governo Federal na faixa de fronteira deverão não só assegurar a retomada do processo de desenvolvimento, como também contribuir de forma direta na geração de emprego e renda e na integração com os países vizinhos. Na sequência, é apresentada uma breve análise dos principais projetos e ações do Governo Federal que atuam direta ou indiretamente na região da faixa de fronteira.(gn) Não há como dizer que não existe a volição estatal para acomodar as políticas de fronteira dentro de um poder central, que agregue todos os esforços e promova a organização deles em prol do desenvolvimento da fronteira.

47 45 E prova é a instalação da Comissão Permanente para o Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira (CDIF), através do Decreto de 08 de setembro de 2010, o qual curiosamente foi publicado sem numeração, cuja concepção é brilhantemente resumida na resposta à entrevista enviada ao Ministério da Defesa, no ANEXO A, que expressa dessa forma: A Comissão Permanente para o Desenvolvimento e a Integração da Faixa de Fronteira (CIDF), criada por decreto presidencial e coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional, é, entre as comissões que tem como temática a faixa de fronteira e que o MD participa, a mais importante e abrangente. Ela atua em toda a faixa de fronteira, e não apenas em relações binacionais, como as comissões fronteiriças Brasil-Peru ou Brasil-França (Guiana Francesa). A CDIF tem como atribuições contribuir para o aperfeiçoamento da gestão das políticas públicas para o desenvolvimento da faixa de fronteira, estimulando a articulação com os governantes locais. É formada por 20 órgãos do Governo Federal e oito entidades convidadas. A atuação da CDIF promove o desenvolvimento socioeconômico dos 588 municípios brasileiros localizados na faixa de fronteira. As atribuições da CDIF vão ao encontro do que prescreve a Estratégia Nacional de Defesa (END) em aspectos como o aumento da participação de órgãos governamentais, militares e civis, no plano de vivificação e desenvolvimento das fronteiras, em especial da Amazônia. A participação do MD na CDIF facilita a coordenação de ações voltadas para a defesa Nacional, agilizando troca de informações e a implementação de projetos, como o Sistema de Vigilância das Fronteiras (SISFRON), que requerem coordenação com órgãos de segurança estatuais e federais que atuam nas fronteiras. 3.4 Ministério da Fazenda (MF) É o órgão na estrutura administrativa da República Federativa do Brasil que cuida basicamente da formulação e execução da política econômica, estruturado através do Decreto n.º (BRASIL, 2011): Art. 1º O Ministério da Fazenda, órgão da administração federal direta, tem como área de competência os seguintes assuntos: [...]II - política, administração, fiscalização e arrecadação tributária federal, inclusive a destinada à previdência social, e aduaneira; Art. 2º O Ministério da Fazenda tem a seguinte estrutura organizacional: [...]II - órgãos específicos singulares: [...]b) Secretaria da Receita Federal do Brasil: 1. Subsecretaria de Arrecadação e Atendimento; 2. Subsecretaria de Tributação e Contencioso; 3. Subsecretaria de Fiscalização; 4. Subsecretaria de Aduana e Relações Internacionais; e 5. Subsecretaria de Gestão Corporativa.

48 46 É na Secretaria da Receita Federal que a participação do MF se faz representada na fronteira brasileira. Sua missão é exercer a administração tributária e aduaneira. A aduana faz o controle de entrada e saída de mercadorias e veículos nas fronteiras (fiscalização do comércio exterior). Esse controle se dá em locais pré-estabelecidos, chamados recintos alfandegários que possibilitem a livre circulação dos bens, mas com função fiscalizatória, tais sejam, aeroportos, portos, pontos de fronteira, entre outros. Com a fiscalização executada pelas subsecretarias de sua estrutura no combate ao contrabando, o descaminho, a evasão de divisas, entre outros. Esses crimes são o combustível para a proliferação de uma queima de estrutura em nosso país de mensuração inesgotável. Destroem aspectos conjunturais da sociedade, representados pelos seguintes aspectos (informação verbal) 9 : - O emprego (concorrência desleal dos produtos); - A saúde pública (medicamentos, cosméticos sem controle regulamentar); - A destruição da natureza ou malefícios ao meio ambiente (mercado ilegal de animais) combinada com os riscos ambientais (risco de contaminação com produtos agropecuários sem qualquer controle); - O risco de segurança de produtos impróprios ao uso ou consumo sem garantia de confiabilidade (acidentes); - A introdução de drogas ilícitas e armas ilegais que patrocinam o crime organizado. É necessária uma estratégia clara e ações contundentes contra esse quadro, com uma visão sistêmica de atuação, primazia no profissionalismo e integração com os demais órgãos públicos que atuam nas fronteiras, porque a deterioração ou destruição dos aspectos acima citados acabam resultando em violência. O fortalecimento da integração e o relacionamento com os parceiros institucionais de fronteiras é um objetivo estratégico perseguido pela Receita Federal, a ser implementado continuamente como repressão em curto prazo, aplicação da legislação em médio prazo e a educação fiscal em longo prazo. Sua participação integradora no Plano Estratégico de Fronteiras, anteriormente citado, corrobora com o ânimo pela multidisciplinaridade de 9 Informação verbal repassada pelo Rafael Rodrigues Dolzan, superintendente da SRF em Foz do Iguaçú PR, em palestra no auditório da PF, no dia 15/06/15, Foz do Iguaçu, 2015.

49 47 atividades, isolada por competência, mas com tom de aproximação e desempenho conjuntos com todos os organismos estatais que tenham nas fronteiras algum produto a oferecer. Como protagonista estruturou e constantemente executa a Operação Porteira Fechada, com a participação de alguns parceiros, como o Exército Brasileiro, em suas estruturas físicas de fronteira, no intento de coibir principalmente os ilícitos penais do contrabando e do descaminho. 3.5 Ministério da Justiça É o ministério vocacionado para a segurança pública, que desenvolve no país todo o sistema que protege, em linhas gerais, as pessoas e os seus patrimônios, em obediência ao que determina o art. 144, de nossa Carta Magna (BRASIL, 1988): A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos,é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades. 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do 4º do art. 39.

50 A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivas e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. Na sua estrutura organizacional, que tem participação na ótica das fronteiras, entre outras instituições que faremos menção na sequencia, destaca-se a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (SENASP/MJ). Foi criada por força do Decreto nº (BRASIL, 1997) e foi decorrente de transformação da antiga Secretaria de Planejamento de Ações Nacionais de Segurança Pública SEPLANSEG. No Decreto n (BRASIL, 2007) dentre várias de suas competências é relevante destacar: planejar, acompanhar e avaliar a implementação de programas do Governo Federal para a área de segurança pública; promover a integração dos órgãos de segurança pública; estimular a modernização e o reaparelhamento dos órgãos de segurança pública; promover a interface de ações com organismos governamentais e não-governamentais, de âmbito nacional e internacional; estimular e propor aos órgãos estaduais e municípios a elaboração de planos e programas integrados de segurança pública, objetivando controlar ações de organizações criminosas ou fatores específicos geradores de criminalidade e violência bem como estimular ações sociais de prevenção da violência e da criminalidade. Os investimentos do MJ/SENASP de 2009 a outubro de 2012 foram de R$ 228,4 milhões para fortalecer a capacidade de prevenção e repressão dos delitos praticados na faixa de fronteira do país, através da Estratégia Nacional de Fronteiras (ENAFRON). Figura 22: Investimentos ENAFRON Fonte: faixafronteira-cdif.blogspot.com

51 49 O valor dos convênios firmados em 2012 entre o governo federal e estados fronteiriços equivale a mais que o dobro de recursos repassados nos três anos anteriores. No período entre 2009 e 2011, foi viabilizado um total de R$ 78,5 milhões, enquanto que em 2012 foram executados 149,9 milhões, conforme visto acima na figura 22. A Constituição Federal (BRASIL, 1988), em seu art. 144, apresenta expressamente os órgãos especializados de segurança pública do país e não deixa dúvidas sobre as suas competências, senão vejamos: Polícia Federal A Polícia Federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União, entre outras destinações, cumpre suas competências de acordo com a Constituição Federal. Exclusivamente nas fronteiras é a de prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de responsabilidade, exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras, isto é, funções de polícia judiciária da União. Assim é dela a responsabilidade direta pela vigilância e repressão aos ilícitos nas fronteiras brasileiras. É obrigação sine qua non de sua existência. Exemplificar essa atuação é dizer que lhe compete à fiscalização de entrada e saída de pessoas no país, o controle dos meios de transporte que fazem o tráfego internacional, e a investigação e o combate dos crimes nacionais ou transnacionais que ocorram ou tenham início na faixa de fronteira: o tráfico de drogas, de armas e munições, de pessoas, furtos e roubos de veículos e crimes ambientais. A imensidão territorial de nossa fronteira dificulta sobremaneira a sua fiscalização, controle e vigilância, que continuará sendo um objetivo inatingível se ousar protegê-la isoladamente. Fato que várias iniciativas já foram adotadas pelos governos das três esferas com o intuito de colaborar com esse produto tão extenso e diversificado. Ao longo dessa faixa encontramos uma série de dificuldades que necessitam de uma integração de esforços para isso. Essa integração é uma realidade e no caso da polícia federal ela vem sendo escrita e executada. Para esclarecer o mote da segurança pública é característica

52 50 marcante em todo o país, em especial, nos estados fronteiriços, a atuação e fortalecimento das ações das forças policiais estaduais na perseguição dos crimes transfronteiriços. Mesmo com essa prática e as demais que já citamos como eventos sazonais, como a operação SENTINELA, ÁGATA, refletem e comprovam essa afirmação, mas não inviabilizam o crime nas fronteiras, visto que, continuamos com sérios problemas em que as falhas na vigilância fronteiriça fazem um grande mal ao Brasil, quando aqui entram drogas e armas e saem riquezas nacionais sem o conhecimento estatal. As operações se dividem em especiais de polícia judiciária, que representam o desencadeamento de fase ostensiva de determinado trabalho investigativo específico e evolutivo sobre uma determinada organização criminosa; e as permanentes, consistindo em esforços policiais específicos e contínuos para o desenvolvimento de ações de polícia ostensiva e, em alguns casos, também investigativa. Mas é óbvio, que há muito a melhorar como a falta de maior controle dos rios e do espaço aéreo da Amazônia que fragilizam a fiscalização e abrem a possibilidade para que embarcações e aeronaves ilegais trafiquem drogas, armas e até animais silvestres. Não há como estar onipresente na faixa de fronteira, razão pela qual se fez necessário dar atenção especial a essa matéria, nos diversos projetos governamentais em desenvolvimento e já em andamento, como citamos em momentos anteriores. Muitos são os pontos de entraves para os serviços, que para o aumento da eficácia dos serviços de polícia nas áreas de fronteira necessitam de melhorias, a citar maior clareza das atribuições do Departamento da Polícia Federal e órgãos estrangeiros equivalentes e interiorização dos serviços. Progrediu essa situação com o advento do Decreto nº (BRASIL, 2011) pelo qual a União instituiu o Plano Estratégico de Fronteiras. No âmbito do Ministério da Justiça, complementarmente a Portaria nº 321 (BRASIL, 2013) 10, estabelece diretrizes e instruções gerais para a realização da Operação Sentinela. Internamente há o Plano de Atuação em Áreas de Fronteira, de junho de 2011 e a Portaria nº 10 Disponível em acesso em 25 ago

53 51 004/2012-DICOR/DPF, de 21 de setembro de 2012, que aborda especialmente a Operação Sentinela no âmbito do DPF (informação verbal) 11. No arranjo estrutural da DPF, tem na Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (DICOR), o organismo interno que prioriza sua atuação na concentração institucional da execução das ações de fronteiras, visto que, não há uma definição direcionada para um único setor interno, através da perseguição das estratégias de Gestão Policial com Priorização da Região de Fronteira, Combate ao Crime Organizado na Fronteira, Investimento em Tecnologia, Ampliação da Cooperação Interna e Ampliação da Cooperação Internacional com o desenvolvimento de conjunto sinérgico de projetos que acabam por reforçar a capacidade da PF nas fronteiras. (informação verbal) 12. Na gestão policial com priorização da região de fronteira a decisão foi à mobilização de maiores efetivos policiais para a região de fronteira, inclusive com concurso específico de vagas, em atendimento ao plano estratégico de fronteiras. Já no combate ao crime organizado integra as operações interâgencias conforme se vê nas figuras 23 e 23 A, nas operações sentinela e ágata. No investimento em tecnologia houve um grande avanço demonstrado na figura 23 B. Relacionado com as ampliações de cooperação em nível nacional e internacional as aproximações integraram as ações, que resultaram num incremento da capacidade de inteligência policial, na realização de atividades de capacitação (teórica e prática) mútuas, no aprimoramento de instrumentos legais e nas participações em operações integradas e simultâneas articuladas que ensejaram na agilidade do apoio logístico e na observação e coleta de dados criminais, ilustradas pelas figuras 23 C a 23 F. Toda essa construção culminou com participações nas seguintes operações de fronteiras e em estados brasileiros: Nova Alianza (Paraguai 2014), Mymba Kuera (foz de Igauçú/PR 2013), Trapézio (Peru 2014), Monte Pollino (Porto de Santos/SP 2014), Bed Bugs (Governador Valadares 2013), Arsenal II (Vitória/ES 2014), Garina (São Paulo-SP 2013), Delivery (Guaíra/PR 2013), Glasnost (Curitiba/PR 2013) e Tétis (Florianópolis/SC 2013). 11 Informação verbal repassada pelo Rubens José Maleiner, delegado da Polícia Federal DICOR no Rio de Janeiro RJ, em palestra na ESG, no dia 15/07/15, Rio de Janeiro, Informação verbal repassada pelo Rubens José Maleiner, delegado da Polícia Federal DICOR no Rio de Janeiro RJ, em palestra na ESG, no dia 15/07/15, Rio de Janeiro, 2015.

54 52 Como resultado exemplificativo dessas operações, façamos a amostragem apresentada do ano de 2014 para ilustrar os avanços como resultados dessa estratégia na figura 23 G. Os recursos são distribuídos as Superintendências Regionais (SR), visto que cada uma é unidade gestora. Como também algumas delegacias, destacando-se a Delegacia de Foz do Iguaçu/PR, com grande importância no contexto de combate a crimes transnacionais. A Operação Sentinela, cujo montante tem estado próximo a R$ ,00 (vinte milhões de reais) por ano e destinados ao Programa GISE (Grupos de Investigações Sensíveis sobre Entorpecentes). A ENAFRON é fundamental nesse cenário de integração, cooperação e sinergia entre as instituições públicas que direta e indiretamente atuam em prol da segurança pública, particularmente na região de fronteira, são elementos indissociáveis de uma atuação estatal potencializada neste cenário, que se concretizam por ações cooperadas de compartilhamento de banco de dados, respeitados limites legais; cooperação em áreas de inteligência; o desenvolvimento de investigações com participação de órgãos com domínio cognitivo específico; a sincronia e a articulação entre diversas agências estatais em ações ostensivas de controle e fiscalização e a não menos importante, a cooperação logística que possibilita a instalação do palco de operações Polícia Rodoviária Federal A Polícia Ferroviária Federal (PRF), nos moldes da PF, também é um órgão permanente, organizado e mantido pela União, responsável pelo patrulhamento das rodovias federais. As atribuições são definidas, principalmente, pelo Código de Trânsito Brasileiro (Polícia de Trânsito) e pelo Decreto n.º (BRASIL, 1995) - combate ao crime, acrescidas as Leis n.º (BRASIL, 1997) e (BRASIL, 1998), e pelo Decreto n.º (BRASIL, 2007), enaltecendo as atividades de fiscalização e o controle do tráfico de menores nas rodovias federais, colaborar e atuar na prevenção e repressão aos crimes contra a vida, os costumes, o patrimônio, a ecologia, o meio ambiente, os furtos e roubos de veículos e bens, o tráfico de

55 53 entorpecentes e drogas afins, o contrabando, o descaminho e os demais crimes previstos em leis. A base da atuação é o trânsito, onde tudo começa. Ao longo dos 61 mil quilômetros de malha federal, a PRF fiscaliza o cumprimento do Código Brasileiro de Trânsito (CTB), previne e reprime os abusos, como excesso de velocidade e embriaguez ao volante, e presta atendimento às vítimas de acidentes. Fiscalizar diariamente as rodovias e estradas federais zelando pela vida daqueles que as utilizam para exercer o direito constitucional da livre locomoção, é uma tarefa hercúlea nesse país continental. Com relação à temática não há normativa interna específica que discipline a atuação fronteiriça da PRF, tampouco setor na estrutura com esse fim. Mas que, na proposta da nova estrutura, essa lacuna foi preenchida pela inclusão da Divisão de Operações de Fronteira. Atualmente em cada unidade da federação tem um núcleo de operações especiais e um de inteligência, ambos operam de acordo com diretrizes do órgão central, com subordinação a Superintendência Regional que fortalecem as ações de fronteira. (informação verbal) 13 Com relação aos investimentos oriundos da ENAFRON ou com recurso próprio, no período de 2011 a 2014, cerca de 400 milhões de reais foram alocados nas estruturas regionais de fronteira, nos campos da tecnologia, capacitação e treinamento, estatística, inteligência e operações. A participação institucional nas operações interagências tem sido efetiva nas edições da operação Ágata, Sentinela, Porteira Fechada e Brasil Integrado. Como protagonistas implantaram dois programas relevantes, o Alerta Brasil que é um instrumento de tecnologia do sistema de monitoramento OCR (leitura das placas dos veículos) com um software inteligente que filtra a movimentação dos veículos na via e aponta essa regularidade como suspeita. Já estão instalados em 35 pontos das rodovias federais, na sua grande maioria na faixa de fronteira. Os resultados ganham números expressivos nas estatísticas policiais como 136 milhões de veículos fiscalizados no período de julho de 2014 a julho de Informação verbal repassada pelo Moisés Dionísio da Silva,inspetor da Polícia Rodoviária Federal no MJ em Brasília DF, Brasília - DF, 2015.

56 54 Outro mecanismo tecnológico de reforço à articulação policial é o Rádio Comunicação Digital. Ambos iniciados nas fronteiras (informação verbal) 14. A integração nas ações de fronteira tem se fortalecido nos últimos anos, envolvendo diversos órgãos governamentais. A interoperabilidade é a alternativa para potencializar os recursos públicos e evitar o desperdício de energia com tarefas sobrepostas ou retrabalhos. Essa modalidade conjunta de todos os órgãos vocacionados para atender as demandas de fronteiras é extremamente essencial, porém, apesar de ser a integração um fato, o diálogo entre todos esses atores carece de uma maior aproximação Força Nacional de Segurança Pública A Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) foi criada em 2004 para atender às necessidades emergenciais dos estados, em questões onde se fizessem necessárias a interferência maior do poder público ou fosse detectada a urgência de reforço na área de segurança. Ela é formada pelos melhores policiais e bombeiros dos grupos de elite dos Estados, que passam por um rigoroso treinamento no Batalhão de Pronta Resposta (BPR). Ela é acionada para potencializar as forças federais e estaduais de fronteira, conforme indicativos das operações mais recentes 15 : ENAFRON/PF/PR - FOZ DO IGUAÇU (Port.1.347/ Apoio ao DPF) - Policiamento ostensivo no combate ao tráfico de drogas, armas e munições, entrada de produtos ilícitos, saída de riquezas e crimes conexos nas fronteiras do Brasil; ENAFRON/SSP/AC (Port. 1633/ Apoio ao Governo do Estado) - Policiamento ostensivo no combate ao tráfico de drogas, armas e munições, entrada de produtos ilícitos, saída de riquezas e crimes conexos nas fronteiras do Brasil; ENAFRON/SSP/AM (Port / Apoio ao Governo do Estado) - Policiamento ostensivo no combate ao tráfico de drogas, armas e munições, entrada de produtos ilícitos, saída de riquezas e crimes conexos nas fronteiras do Brasil; ENAFRON/SSP/MS (Port. 1281/ Apoio ao Governo do Estado) - Policiamento ostensivo no combate ao tráfico de drogas, armas e munições, entrada de produtos ilícitos, saída de riquezas e crimes conexos na fronteira do Brasil com o Paraguai. 14 Informação verbal repassada pelo Marcelo Moreno,inspetor da PRF no Rio de Janeiro RJ, em palestra na ESG, no dia 02/09/15, Rio de Janeiro, Disponível em < acesso em 03 ago

57 Estratégia Nacional de Fronteiras Na abordagem que fizemos do Ministério da Defesa, citamos a edição do Plano Estratégico de Fronteiras, por meio do Decreto n.º 7496 (BRASIL, 2011) em que pese à competência do Ministério da Justiça como partícipe na perseguição dos objetivos a serem alcançados, exercer sua contribuição com ações policiais que aumentam a presença do Estado na faixa de fronteiras, combater os crimes transnacionais, principalmente o tráfico de drogas e de armas em prol das populações fronteiriças e nas divisas de nosso país continental. A SENASP é responsável pelo fortalecimento da interlocução entre os órgãos federais, estaduais e municipais, e nesse particular, para direcionar os objetivos do plano foi criada a Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (ENAFRON), que concentra todas as iniciativas e projetos da SENASP relacionados à segurança pública nas fronteiras, que contemplam projetos nos onze Estados e nos 588 Municípios da faixa. Essa estratégia, além da injeção de investimentos materiais, tem também, o condão de criar um ambiente de aproximação e fortalecimento de ações integralizadoras, nos campos de gestão, de capacitação, de pesquisa e estruturais da segurança pública estadual como um todo. Integra uma das medidas resultantes do advento do plano, e é patrocinado por três ministérios (Defesa, Fazenda e Justiça) e coordenada pela vice-presidência da república, e visa de forma abrangente racionar e reunir ações de combate às vulnerabilidades na região de fronteira, a citar o tráfico ilícito de entorpecentes, o tráfico internacional de armas de fogo, munições e explosivos, o contrabando, a pirataria e o descaminho, a evasão de divisas, a exportação ilegal de veículos, a imigração ilegal de estrangeiros pela fronteira seca do Brasil e o tráfico de pessoas e os crimes ambientais e desmatamento ilegal nos estados amazônicos fronteiriços do Brasil. É forte e imperativa a condição de integração federativa e ministerial, que em primeiro plano vislumbra a composição de um planejamento que otimize os investimentos de forma coordenada e com as necessidades apresentadas pela base, isto é, dos parceiros da estratégia.

58 56 (2014) que: Apresentando um fundamento de concepção da estratégia, ensina Da Silva A Estratégia de Segurança Pública nas Fronteiras (ENAFRON) é um programa que surgiu da necessidade de intensificar o combate aos crimes transfronteiriços e tem seu modelo de gestão baseado na Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA), esta que nasceu da articulação interinstitucional e multidisciplinar com foco no diálogo entre agências especializadas, departamentos, corpos judiciários e do ministério público, e entes não governamentais diretamente ligados ao combate à corrupção e lavagem de dinheiro. Faremos um demonstrativo que apresenta a 1.ª edição dos recursos ofertados pela ENAFRON e os investimentos realizados pelos onze estados fronteiriços: Tabela 1. Propostas apresentadas no SICONV UF PROPOSTA SICONV CONVÊNIO VALOR EMPENHADO DATA DO EMPENHO DATA DO PAGAMENT O VIGÊNCIA AC / /2011 R$ , /12/ /12/2012 AP / /2011 R$ , /12/ /12/2012 AM / /2011 R$ , /12/ /12/2012 MT / /2011 R$ , /12/ /12/2012 MS / /2011 R$ , /12/ /12/2012 PA / /2011 R$ , /12/ /12/2012 PR / /2011 R$ , /12/ /12/2012 RS / /2011 R$ , /12/ /12/2012 RO / /2011 R$ , /12/ /12/2012 RR / /2011 R$ , /12/ /12/2012 SC / /2011 R$ , /12/ /12/2013 TOTAL R$ ,68 Fonte: atualização ENAFRON 2012 federal: Assim ficaram as aquisições por estado fruto dessa parceria com o governo RORAIMA Núcleo de Inteligência de Faixa de Fronteira; Sub Núcleo de Inteligência da PC e PM; Unidade móvel integrada de apoio às unidades da polícia localizadas na Faixa de Fronteira; Reaparelhamento das Unidades da PM, PC e Perícia; Câmara Temática de Fronteira no GGI. AMAPÁ Instalação do GGIF AP; Instalação dos Núcleos Integrados de Inteligência (Laranjal do Jari e Oiapoque); Aquisição de equipamentos, armamentos e viaturas para unidades da Polícia Militar, Polícia civil e Policia Técnica - Oiapoque e Laranjal do Jari.

59 57 AMAZONAS Aparelhamento das Unidades de Inteligência Policial nas Áreas de Fronteiras do Estado do Amazonas; Implantação do Centro Integrado de Segurança Pública de Tabatinga e São Gabriel da Cachoeira; Implantação da Câmara Temática da Enafron /Esfron-AM. ACRE Estruturação dos GGIFs - Purus, Juruá e do Alto e Baixo Acre; Implementação de 7 Núcleos Integrados de Inteligência - Assis Brasil, Brasiléia, Cruzeiro do sul, Capixaba, Feijó, Sena Madureira e Plácido de Castro; Reaparelhamento do Sistema Integrado de Segurança Pública para Operações de Fronteiras das Polícias Militares, Civis e Perícia; Fortalecimento da Segurança Pública nas Vias Hídricas. RONDÔNIA Reaparelhamento do Núcleo Integrado de Inteligência de Fronteira de Guajará-Mirim; Reaparelhamento do Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira GGIF; Reaparelhamento das Forças de Segurança Pública na Linha de Fronteira (Polícia Civil, Polícia Militar e Gerência Especializada em Segurança de Fronteira GESFRON). MATO GROSSO Estruturar o Núcleo Regional de Inteligência de Cáceres; Estruturação do Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira; Reaparelhamento da Perícia e do Grupo Especializado de Policiamento de Fronteira (GEFRON); Aparelhamento de Grupamento de atuação de fiscalização de trânsito rodoviário na região de fronteira. MATO GROSSO DO SUL Estruturação dos GGIFs de Corumbá e Ponta Porã/MS; Fortalecimento do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e Delegacia Especializada em Investigação de Crimes nas Fronteiras (DEFRON); Implantação de Núcleos de Inteligência em Corumbá, Dourados e Ponta Porã/MS; Aprimoramento da Perícia em Corumbá, Dourados e Ponta Porã/MS; Utilização de Materiais Químicos e Envelopes de Segurança durante o Processo de Materialização da Prova Pericial. PARÁ Implementação do Núcleo Integrado de Inteligência - Óbidos e Almeirim; Instalação da Câmara Temática de Fronteira no GGI/E; Reaparelhamento do Centro Integrado de Segurança Pública e das unidades de polícia militar e civil nos municípios de Almeirim e Óbidos. PARANÁ Implantação e estruturação do Batalhão de Fronteira; Implantação e estruturação do GGI-FRON; Implantação e estruturação do Núcleo de Inteligência; Implantação e estruturação do CAPE - Coordenaria de Análise e Planejamento Estratégico. RIO GRANDE DO SUL Instalação de 3 (três) Núcleos Integrados de Inteligência (NIF); Aparelhamento da Coordenadoria Regional de Perícias de Santana do Livramento; Reaparelhamento das unidades de fronteira da Brigada Militar;

60 58 Implementação do Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira GGIF-RS. SANTA CATARINA Núcleos de Inteligência de Fronteira; Câmara Temática de Fronteira no GGI; Reaparelhamento das Unidades da PM, PC e Perícia. Fonte: atualização ENAFRON 2012 A demonstração do panorama acima expõe a grandiosidade que representa essa iniciativa do governo federal, em especial, em potencializar as estruturas estaduais de segurança pública, compensando o desgaste humano e de material das forças policiais na atuação subsidiária de proteção e vigilância das fronteiras, isto é, tornam-se parceiros integradores em apoio a Polícia Federal. Apresentaremos alguns números da segurança pública nas fronteiras, constantes do (RELATÓRIO DO MJ DEPAID ENAFRON INDICADORES, 2013) em ocorrências de natureza com relação direta ou que sofre reflexos dos crimes transfronteiriços, a partir dos principais indicadores informados pelos estados, divididos em cinco grupos: 1 Tráfico de drogas: registros de ocorrências relacionadas ao tráfico e as apreensões de drogas realizadas. 2 Outras apreensões: apreensões de armas de fogo, medicamentos e cigarros. 3 Abordagens: os registros de abordagens de pessoas, veículos e embarcações. 4 Atividades de polícia: incluem registros de autos de prisão em flagrante, inquéritos policiais, laudos periciais e mandados de prisão. 5 Ocorrências criminais: análise dos registros de ocorrências de crimes letais, composto pelo somatório de homicídios e latrocínios as ocorrências de roubos e furtos de veículos e a variável agregada outros roubos. Diz o relatório que em 2013, os estados informaram ter apreendido na faixa de fronteira cerca de 100 toneladas de drogas, sendo que 76,1 toneladas foram apreendidas no Arco Central, com predominância para o estado de Mato Grosso do Sul (71,3 toneladas). Dessas 76 toneladas, 71,8 foram de maconha e 3,7 de cocaína. Quanto ao tipo de droga, a maconha correspondeu a 93,9 toneladas ou 94% do total de apreensões, seguido da cocaína, com 4,3 toneladas (Tabela I), na figura 24.

61 59 Não há como traçar um paralelo com o ano anterior ou posterior em razão dos dados de 2012 não apresentarem uma padronização na coleta, e os dados de 2014 não estarem consolidados. Necessário o registro a seguir para análise e avaliação podendo ser considerados outros dados que venham a corroborar com os números acima apresentados, como se vê nas figuras 25 a 27. Temos na figura 25 a demonstração comparativa dos resultados de apreensões realizadas nos estados fronteiriços nos anos de 2012 e 2013, com um equilíbrio no estado de SC, um decréscimo nos estados do MS, PA e AC e um acréscimo nos estados do RO, RR, MT, RS, AM e AP. No PR a coleta dos dados de 2012 não foi computada. Assim, a solidez que a estratégia se comprometeu a realizar para potencializar as ações policiais na fronteira, tem tido reflexos positivos nessa natureza de ilícito transfronteiriço. Já na figura 26, outro paralelo é traçado para comparar a apreensão de armas de fogo, onde somente o MS, PR, RO e SC, apresentaram números menores de 2012 para 2013, ficando claro o aumento progressivo e gradual nos demais estados. As próximas figuras 27 e 28 ofertam demonstrativos de como o homicídio representa um impacto expressivo da violência resultante de toda a cadeia delituosa dos ilícitos transfronteiriços. A estatística apresenta uma diminuição considerável nos estados AP, AM, PR e RS. Já nos estados do AC e MS uma variação pequena anual para mais e para menos, respectivamente. O que não ocorre nos estados do MT e PA, que reflete um aumento substancial nessa modalidade. Completando o raciocínio acima, a figura 29 graficamente mostra que em 08 (oito) dos 11 estados fronteiriços houve queda no número dos homicídios consumados e em 03 (três) houve aumento no período 2012 e É um sinal referencial que o quadro está evoluindo positivamente, resultado das ações integradas e articuladas dos órgãos governamentais que atuam na faixa de fronteira. Entender a evolução da criminalidade na faixa de fronteira tem sido uma tarefa bastante complexa. É evidente que um estudo mais aprofundado, requer métodos estatísticos mais bem elaborados, assim como dados mais robustos e confiáveis.

62 60 Daí o advento do Sistema Nacional de Estatísticas de Segurança Pública e Justiça Criminal (SINESP), criado pela Lei N.º (BRASIL, 2012), bem definido no Anuário Brasileiro do Fórum Nacional de Segurança Pública 2014: É fruto da vontade política do Governo Federal em dispor de uma ferramenta tecnológica moderna e capaz de fornecer informações ágeis ao planejamento e à tomada de decisão e é tributário de diversas demandas da sociedade por mecanismos e sistemas capazes de incorporar a prestação de contas enquanto pressuposto básico da atividade das instituições de segurança pública. A efetiva implantação do (SINESP), em 2014, foi um marco norteador no aprimoramento do processo de coleta, armazenamento, tratamento e análise de dados de segurança pública e criminal.

63 61 4 DAS COMPETÊNCIAS DAS SECRETARIAS ESTADUAIS DE SEGURANÇA PÚBLICA NAS FRONTEIRAS Após passarmos pelos demais atores envolvidos no assunto, atingimos a figura que representa de maneira mais direta a ação estatal na fronteira frente aos ilícitos que permeiam seus limites. Procuraremos demonstrar como se materializa nos onze estados fronteiriços a aplicação contínua de esforços dos governos federal e estadual nas fronteiras. Dessa forma, para entendermos a dimensão ocupacional de nossa faixa de fronteira, e não ficarmos vislumbrados somente pela extensa porção territorial que nos separa dos países vizinhos, apresentamos a distribuição dentro dos arcos e por estado os municípios que estão vinculados à estratégia: Figura 30: Relação dos municípios fronteiriços Fonte: cdif.blogspot 4.1 ARCO NORTE (AMAPÁ, PARÁ, AMAZONAS, RORAIMA E ACRE) Uma das principais características fisionômicas desta região é a presença de traços naturais comuns, que reúnem a paisagem equatorial-tropical úmida, que se estende do Vale do Oiapoque, no Amapá, ao Vale do Mamoré, em Rondônia, com diferenças sub-regionais nas áreas mais elevadas e nas áreas mais baixas a presença de grandes rios. De forma ilustrativa vemos na figura 29 a faixa de fronteira.

64 Amapá O Estado do Amapá possui 655 quilômetros de fronteira com a Guiana Francesa e 52 quilômetros com o Suriname, em uma região predominantemente ocupada pela Floresta Amazônica, quase desabitada. A escassa ocupação demográfica do território propicia a ação de criminosos que atuam em ambos os lados da fronteira, especialmente nas áreas de tráfico de pessoas, armas, drogas e pedras preciosas. Na entrevista (ANEXO A) enaltece que o governo do Amapá tem em conjunto com os demais órgãos envolvidos tem desenvolvido políticas de integração com intuito de preencher a lacuna de anos de inoperância no estado, que age agora com proficiência nas ações. Entendem ser necessária uma cooperação mais veemente que agregue e aproxime as três esferas de governo num modelo semelhante do GGI, GGIF e países fronteiriços. Como uma forma de materializar essa cooperação, ocorrem reuniões periódicas da SESP e demais órgãos a fim de levantar situações em que seja necessária operação conjunta. Essa participação integrada é fundamental para o sucesso dessa empreitada. A repercussão desse movimento é positiva e oferta uma sensação de segurança para a população local e garante a presença do estado. Os investimentos federais no estado de 2011 a 2013 margearam a cifra de R$ 18,5 milhões de reais, com a contrapartida do convênio pelo estado. Mas de fonte própria de recursos para a fronteira foi informado que foi prejudicado no período. Quando o país fronteiriço (território ultramarinho) participa dessa ação na fronteira, Guiana Francesa, o ajuste é feito com o oficial de ligação do país com as autoridades estatais brasileiras, de comum acordo, sem nenhum formalismo legal. Como ferramenta que auxilia essa condução operacional, a ENAFRON possibilitou aprimorar o apoio logístico dos estados, intensificando o controle e fiscalização nas fronteiras, que fortaleceu a prevenção, o controle e repressão aos crimes fronteiriços. Em especial, os municípios da faixa receberam reestruturação das delegacias e quartéis com equipamentos, armamento e viaturas.

65 Pará As fronteiras são praticamente inabitadas com o Suriname (541 quilômetros) e a Guiana (642 quilômetros). Os crimes transnacionais locais de origem nas regiões fronteiriças de Tabatinga/AM e limítrofes com o Suriname se estendem para outras localidades do Pará. O atrativo forte das organizações criminosas se resume na facilidade de escoamento de sua produção, devido à extensa malha fluvial e extensão territorial do Estado, o que dificulta a atuação policial de controle, fiscalização e repressão Roraima A fronteira com a Venezuela (1.157 quilômetros) é caracterizada pela presença de elevações que formam uma barreira natural para a transposição via terrestre, ponto favorável contra a criminalidade, e também faz fronteira com a Guiana (765 quilômetros). O estado possui 84% de suas fronteiras internacionais em terras indígenas, resultando num enorme vazio demográfico na área limítrofe com outros países. As pistas de pouso clandestinas representam um óbice na atividade policial, pois sendo na faixa de fronteira, na maioria sem acesso por via terrestre, ou com acesso precário Amazonas Faz fronteira com a Venezuela (538 quilômetros), a Colômbia (644 quilômetros) e o Peru (1.565 quilômetros). É uma região de tríplice fronteira (Brasil, Peru e Colômbia) - área especialmente preocupante no que se refere à atuação de organizações internacionais de narcotraficantes. Os grandes rios especialmente o Negro e o Solimões, servem como rota de escoamento da cocaína produzida nos vizinhos Peru e Colômbia.

66 Acre Sua posição é estratégica para os organismos criminosos, pois faz fronteira com o Peru (1.430 quilômetros) e Bolívia (618 quilômetros), dois dos maiores produtores mundiais de cocaína. 4.2 ARCO CENTRAL (RONDÔNIA, MATO GROSSO E MATO GROSSO DO SUL) O Arco representa a transição entre a Amazônia e o Centro-Sul do País, destaca-se ainda por sua relativa homogeneidade fisionômica e cultural, possui características físicas e culturais particulares, que influenciaram na forma de ocupação demográfica, como se vê na figura 30 que ilustra o arco Rondônia Este Estado foi estrategicamente posicionado no Arco Norte, juntamente com outros dois Estados (MT e MS), devido às suas características sóciodemográficas. Rondônia herda uma série de problemas típicos das unidades da federação que se encontram na Amazônia Legal. Possui quilômetros de fronteira com a Bolívia. A cocaína peruana ingressa em Rondônia por dois caminhos. O primeiro é pela divisa Rondônia/Acre, na região conhecida como Ponta do Abunã. No segundo caso, a droga peruana ingressa primeiramente na Bolívia, e depois, é introduzida no Brasil pela divisa Guayaramerin/Bolívia e Guajará-Mirim/RO. Na entrevista (ANEXO A) do Dr. Antônio Carlos, Secretário de Estado de Segurança, Defesa e Cidadania, considera incontestável o avanço alcançado pelos entes federal e estadual nas ações de fronteiras, em especial, o programa ENAFRON, que segundo sua avaliação carece de fortalecimento a fim de assegurar as ações em andamento e a implantação de novas medidas, começando com maiores investimentos federais nas fronteiras. Esclarece ainda que o Estado necessita de recursos para a infraestrutura policial de fronteira, com a adoção de medidas de reforma e construção de unidades, e na aquisição de aeronave própria para transporte de pessoal e

67 65 abordagem no pouso e na decolagem em ambiente geográfico de difícil acesso como é em Rondônia. Observa de maneira positiva a sinergia criada pelas ações conjuntas realizadas quotidianamente na área, através da participação de todos os órgãos envolvidos, com a coordenação do GGIF local. Relacionado com a aproximação com os ministérios do governo brasileiro e com os países limítrofes não firmaram acordos formais (salvo o MJ) ou informais, enaltecendo que quando acontece tem cunho social e visa o bom relacionamento, mas não substitui a ordenação vigente. Fruto da parceria com o governo federal, a ENAFRON tem avaliação positiva pelo Estado, os resultados não são expressivos, mas os índices de criminalidade na faixa de fronteira têm reduzido, mas o que é extremamente relevante é um combate mais sinérgico, eficiente e com melhores equipamentos. Como ação dessa parceria que envolve vários atores em operações sazonais, entende como esforços de policiamento que complementam o serviço ordinário, com a disposição de grande aparato e abrangência. Esse papel de reprimir os crimes fronteiriços causa boa repercussão regional. Para materializar essas ações, os recursos da ENAFRON do ano de 2011 a 2014, giram em torno de R$ 22 milhões de reais, com investimentos em várias áreas de atendimento na fronteira. A participação direta do Estado nos investimentos de fronteira aproxima de R$ 13 milhões de reais, pesando a infraestrutura física de unidades de segurança pública, disponibilizados através do Programa Integrado de Desenvolvimento e Inclusão Socioeconômica do Estado de Roraima Mato Grosso O Estado tem 780 quilômetros de fronteira com a Bolívia. Com exceção da parte mais setentrional dessa fronteira, localizada na região pantaneira, que oferece alguma dificuldade de transposição, o restante dos limites fronteiriços entre o Brasil e a Bolívia no território do Estado do Mato Grosso é de fronteira seca, marcada por uma infinidade de propriedades rurais que, às vezes, abrangem porções dos dois países, além de inúmeras estradas clandestinas ( cabriteiras ) e até mesmo rodovias oficiais que margeiam boa parte dessa fronteira.

68 66 Faz divisa com seis unidades da federação (MS, AM, TO, GO, PA, RO), situação que o projeta como de posição estratégica para os traficantes internacionais. É um dos principais, senão o principal, ponto de entrada e armazenamento (normalmente em fazendas arrendadas) da cocaína produzida na Bolívia, a qual, em seguida, é distribuída para outras regiões do país Mato Grosso do Sul Sua extensa linha de fronteira, a maior parte seca, com os países vizinhos Bolívia (386 quilômetros) e Paraguai (1.131quilômetros), e sua posição estratégica definida pelos limites com o Estado de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e São Paulo, o coloca como base de organizações criminosas internacionais, além de posicioná-lo como rota para o abastecimento do mercado interno de produtos ilícitos originários das seguintes atividades criminosas: Tráfico de drogas (maconha/cocaína/crack); Tráfico de armas e munições; Contrabando e descaminho; Evasão de divisas; Exportação ilegal de veículos; Entrada irregular de estrangeiros; Base de organizações criminosas transnacionais. A entrevista (ANEXO A) foi respondida pela Secretaria, e entendem que os investimentos da SENASP na área de fronteira estão no rumo correto, mas não totalmente em sintonia com os anseios do órgão de segurança pública estadual, em razão de que os investimentos devem ser sistêmicos sem interrupção de continuidade dos projetos, mormente aos recursos humanos. Há um compromisso dos gestores dos órgãos parceiros, com reuniões frequentes, resultando no aperfeiçoamento e fortalecimento da integração e a interoperabilidade regional. Existem acordos de camaradagem com as forças estrangeiras que proporciona uma ferramenta importante no combate aos crimes transfronteiriços, haja vista não ter formalizado acordo de cooperação bilateral.

69 67 É relevante a estratégia em curso pela demonstração de que os números de apreensões de drogas sofreram um acréscimo que refletiu na sensação de segurança na faixa de fronteira. Destacou a realização de cerca de 80 operações interagências, com repercussão e resultados satisfatórios potencializando a integração nas ações. Os investimentos do governo federal no período totalizam cerca de R$ 28 milhões sendo a contrapartida estadual nesse campo de atuação de R$ 1 milhão. De recursos próprios canalizados para a região fronteiriça forma cerca de R$ 6,5 milhões nas unidades policiais. 4.3 ARCO SUL (PARANÁ, SANTA CATARINA E RIO GRANDE DO SUL) O Arco Sul compreende a faixa de fronteira da área mais meridional do País, com um aspecto interessante, e talvez o mais significativo, que revela que esta região é extremamente afetada pela dinâmica transfronteiriça, decorrente do projeto de integração econômica promovida pelo MERCOSUL, ver figura Paraná O Estado do Paraná possui 208 quilômetros de fronteira com o Paraguai. Essa região é utilizada como base de grupos criminosos transnacionais, que se utiliza de portos clandestinos para introduzir no território brasileiro produtos oriundos do tráfico, do contrabando e do descaminho, e do tráfico de armas, munições e drogas ilícitas. Como óbice para a segurança pública destacamos a extensa malha viária vicinal que propicia o escoamento das ilicitudes da região Santa Catarina Na faixa de fronteira são 246 quilômetros com a Argentina. Há a tríplice fronteira e o município de Dionísio Cerqueira pode ser considerado como zona de amortecimento para as ações criminosas que se iniciam na região oeste no Paraná, principalmente nas fronteiras com o Paraguai, de Foz do Iguaçu até Guaíra, incluindo Marechal Cândido Rondon, Toledo e Cascavel.

70 68 Os produtos de contrabando e descaminho partem de pontos intermediários do Paraná, transitando pelas rodovias federais e estaduais e chegam ao Estado do Rio Grande do Sul - grande mercado consumidor. Essa é a realidade local, serve de rota e mercado do crime. Na entrevista (ANEXO A) do Secretário da SESP, Dr. Grubba, foi clara a sua percepção de que o governo federal tem feito um grande esforço para de fato assumir o protagonismo de suas responsabilidades com as questões de segurança pública nas fronteiras, em especial nas ações de combate aos delitos transnacionais, buscando atuar como catalisador para processos de integração de instituições e incentivo a operações de caráter interagências. Em paralelo, o governo federal também vem contribuindo com os Estados na forma de disponibilização de recursos financeiros, por meios de convênios interfederativos, cujo mote, acertadamente, firma-se na premissa de foco nos investimentos estruturantes e não em custeio puro e simples, logo, intercedendo num aspecto essencial em que o Estado muitas vezes não tem condições de atuar. Quando se dirige a questão da integração e interoperabilidade entre todos os órgãos nas três esferas governamentais, opina pelo fortalecimento dos GGIs e na vinculação automática entre os investimentos estruturantes operados e suas respectivas cadeias de custeio. O governo federal faz o investimento de peso, mas o legado de custeio fica com o estado. Mas nem sempre isso é possível, por razões financeiras. Os municípios podem ser inseridos nessa ação. Isso já acontece com o sistema de monitoramento por câmeras, num esforço conjunto da SENASP e os municípios de fronteira. Reforça seu entendimento de que há uma sinergia das organizações, são parceiras e têm demonstrado solidariedade e boa vontade na execução de planejamentos integrados e operações interagências. Com o advento da ENAFRON e seus desdobramentos, do ano de 2011 a 2014, avalia que os índices de criminalidade do estado apresentam indicadores de crimes historicamente baixos, e destoam bastante da média nacional. Mas isso não significa que não há incidência e ela sempre é preocupante, sob todos os pontos de vista. Temos percebido nos últimos tempos que os crimes violentos têm pelo menos dois elementos em comum: ligação com tráfico de drogas e utilização de armas ilegais. Esses dois vetores perpassam necessariamente pela questão das fronteiras, pois é lá que têm início e raízes. Concluímos que os crimes transfronteiriços impõem

71 69 seus reflexos e efeitos não só nas áreas de fronteira, mas alcançam quase a totalidade do território, chegando às regiões metropolitanas e espraiando-se também pelas pequenas e médias cidades de todas as regiões. Com relação às operações sazonais de fronteira em que há participação dos órgãos federais, e estaduais de segurança pública afirma positivamente a sua execução. Diz que é algo sazonal e às vezes tendemos a desqualificá-las, por pensarmos que o ideal é que pudessem ser realizadas permanentemente. Mas isso não é possível. Quando executamos essas operações, verificamos que alguns resultados são muito expressivos, por exemplo: o efeito surpresa, o efeito numérico, a visibilidade, a mobilidade, a ampliação de capacidades (aéreo, fluvial, táticos etc...), a junção de esforços, as oportunidades de aplicação e avaliação de novas estratégias e táticas, a oportunidade de treinamento e capacitação de efetivos, a integração e sinergia entre os órgãos. Reputa esses ganhos como resultados até maiores que os números de apreensões e prisões eventualmente alcançados. O investimento federal da ENAFRON de 2011 a 2014 totalizam R$ ,20 com um valor de contrapartida do estado de R$ ,63, conforme tabela inserida na entrevista no ANEXO A. Foi apresentado um demonstrativo em que Santa Catarina, desde o ano de 2011, aplicou recursos de investimentos direcionados para os principais objetivos estratégicos da segurança pública, destacando a valorização salarial, a modernização da frota operacional, a entrega de kit básico de proteção pessoal, a melhoria de instalações físicas e o aporte tecnológico em recursos e sistemas. Que foram investidos recursos na ordem de 265 milhões de reais, estimando que aproximadamente 25% desses recursos tenham sido direcionados diretamente para as regiões de fronteira, onde se encontra cerca de 20% da força de trabalho da segurança pública Rio Grande do Sul Está localizado no extremo sul do país e possui 724 quilômetros de fronteira com a Argentina e quilômetros de fronteira com o Uruguai. Atualmente, vem crescendo consideravelmente a entrada de drogas através da fronteira com a Argentina (Rio Uruguai), e do contrabando e descaminho, proveniente do Uruguai.

72 70 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS Teremos que iniciar nossa revisão do conteúdo da pesquisa para avaliar minuciosamente os dados coletados, mas sem antes deixar transparente o que significa a integração e a interoperabilidade, termos focais desse trabalho. Então, integração se define como ação ou efeito de integrar ou integrar-se, constituir um todo, completar um todo com as partes que faltavam ou fazer com que alguém ou algo passe a pertencer a um todo, e que se reúnem sob um mesmo objetivo ou preceito 16. Para isso, para nosso entendimento, temos que o Estado ou as instituições devem promover políticas e ações para fomentar essa integração, seja através de potencialização das capacidades de cada ente envolvido e com esse trabalho conjunto melhorar a situação de toda a sociedade. E a interoperabilidade pode ser entendida como uma característica que define a capacidade de organizações de trabalharem em conjunto (interoperar) de modo a permitir e garantir que ocorra uma troca de informações de maneira eficaz e eficiente, com ganhos de tempo e custo operacional 17. Então para que pudéssemos aliar a teoria (pesquisa bibliográfica e documental) com a prática (pesquisa de campo), encaminhamos entrevistas para os cinco ministérios e onze secretarias de estado de segurança públicas, partícipes diretos do objeto de nosso estudo. Infelizmente, tivemos somente o retorno do Ministério da Defesa, da Integração Nacional e das Relações Exteriores, bem como, das Secretarias dos Estados de Rondônia, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Amapá, e as utilizaremos como amostra para a análise de campo, sendo representados os três arcos de fronteira. Após, explorados os assuntos pertinentes, necessários e suficientes para as considerações sobre a solução do problema levantado, estão disponíveis os dados mínimos para uma análise conclusiva a respeito das prováveis possibilidades de solução ao problema levantado e a hipótese formulada, entendendo como está sendo desenvolvido o tratamento governamental com a temática das fronteiras, e suas variações. 16 Disponível em < acesso em 03 ago Disponível em < acesso em 03 ago

73 71 O objetivo deste capítulo, portanto, é apresentar as conexões entre os capítulos anteriores, cujos conteúdos concorrem para a elucidação da questão proposta, e os argumentos de autores nos quais se apoiam as evidências que consubstanciam as preocupações com as fronteiras, a busca pela integração e interoperabilidade governamentais que condicionam oportunidades para o desenvolvimento regional, não olvidando cuidados com a segurança e defesa, indispensáveis para a manutenção da soberania e a integridade territorial do Brasil. Bem como ponto inicial devemos apresentar nossas percepções das competências ministeriais apresentadas. Façamos uma a uma para melhor compreensão. O Ministério da Defesa reúne uma porção considerável da atitude governamental na questão fronteiriça. Traduz a manutenção da soberania na proteção de nosso território e complementa a segurança pública. A política, a estratégia e o livro branco trazem em seu bojo documental momentos bem particularizados e dedicados à fronteira brasileira, em particular a Amazônia considerada estratégica e sensível a invasões de soberania e caminhos para o narcotráfico. É só remeter a leitura ao que asseveramos no capítulo 3 para comprovar a veracidade dessa afirmação. Os números e as respostas à entrevista (ANEXO A) demonstram o esforço visível e coordenado para as ações dos comandos militares nas fronteiras. As estatísticas apresentadas da Operação Ágata dão uma dimensão da logística de guerra que é montada para a sua execução. Esse esforço tem respaldo e reconhecimento, pois, os investimentos realizados apresentaram resultados que em média estão em ascendência positiva nas ações como se vê na consolidação dos dados representados nas figuras 10 e 11 (ANEXO A). No tocante ao efetivo empregado em operações interagências foram nas oito operações. No indicativo operacional foram (dois milhões, quatrocentos e cinquenta mil, duzentos e noventa e sete) eventos, somados a apreensões oriundas de contrabando ou descaminho no valor de R$ ,00 (dois milhões, trezentos mil, oitocentos e sessenta e quatro reais), munições, kg de explosivos e kg de drogas. As ações cívico-sociais totalizam atendimentos. O investimento do MD e comandos militares totalizaram cerca de R$ 130 milhões nas oito operações.

74 72 Em sequencia, percebemos que o Ministério das Relações Exteriores tem relações diplomáticas com todos os países limítrofes. Pesquisado o acervo disponível de acordos internacionais contatamos que são centenas, finalizados e em andamento. Mas, o foco se resume mais nas áreas de desenvolvimento, educação, cultura e saúde. A defesa e a segurança carecem de uma atenção que superem as expectativas regionais na celebração de cooperações e acordos, visto que, essa iniciativa tem que ser da União e não das unidades federadas por limitações legais. Na resposta a entrevista (ANEXO A), foi esclarecido que o ministério mantém Comissões Permanentes responsáveis exclusivamente pela demarcação e integridade dos limites nacionais, sendo coordenadas por unidade específica do Ministério das Relações Exteriores (Coordenação-Geral das Comissões Demarcadoras de Limites - CGDL). Elas zelam pela caracterização permanente da linha de fronteira, ao longo da qual foram distribuídos mais de marcos, de trabalho periódico, que contribui consideravelmente para a cooperação dos países vizinhos, também envolvidos na manutenção da visibilidade da linha fronteiriça. O Ministério das Relações Exteriores presta apoio, igualmente, às iniciativas gestadas no âmbito do Governo Federal para promover a segurança, o desenvolvimento e a integração da faixa de fronteira. Defende que o principal órgão atualmente responsável pela coordenação das políticas públicas para a faixa de fronteira é a Comissão Permanente para o Desenvolvimento e a Integração da Faixa de Fronteira (CDIF), criada por Decreto Presidencial de 08 de setembro de A coordenação cabe ao Ministério da Integração Nacional, que atua como Secretaria Executiva da CDIF. O Itamaraty é representado na CDIF pelos Diretores do Departamento da América do Sul I (DAS I) e do Departamento da América do Sul II (DAS-II). O Itamaraty acompanha, ainda, as operações promovidas pelas Forças Armadas em toda a extensão da faixa de fronteira. Nesses casos, cabe ao Ministério assegurar aos países vizinhos que as operações têm caráter pacífico. Além disso, o Itamaraty facilita o contato com militares dos países vizinhos interessados em acompanhar a operação, por meio de sua Coordenação-Geral de Defesa (CGDEF) e das adidâncias militares existentes na rede de embaixadas brasileiras no exterior. Devido às dimensões da fronteira brasileira e ao processo histórico de formação de nosso país, é preciso ter em conta as assimetrias observadas entre os chamados arcos sul, central e norte da faixa de fronteira. Tais assimetrias

75 73 demandam, por parte do Governo brasileiro, diferentes linhas de ação para promover o desenvolvimento das regiões fronteiriças do país. As comunidades locais participam diretamente da identificação das necessidades e das prioridades de cada trecho da fronteira, por meio de instâncias binacionais, tais como as Comissões e os Comitês de Fronteira, iniciativas que o Brasil mantém com todos os países com que compartilha fronteira, com exceção do Suriname. Apresentam vários mecanismos bilaterais mantidos com os países vizinhos que discriminam o que já anteriormente citamos. Ato contínuo, passemos ao Ministério da Integração Nacional que tem papel fundamental nessa integração e interoperabilidade governamental. No retorno a entrevista (ANEXO A) foi enfatizada que a sua participação tem sido de forma cada vez mais ativa nos fóruns que discutem e deliberam sobre faixa de fronteira. Sua atuação está relacionada com suas atribuições precípuas, quais sejam reduzir as desigualdades regionais e implantar obras públicas na faixa de fronteira, além de apoiar a constituição e aprimoramento de arranjos produtivos locais, estimular os consórcios intermunicipais, buscar alternativas para a cooperação transfronteiriça de entes subnacionais (estados e municípios no caso brasileiro) e ajudar no planejamento de redes de infraestrutura. Já outros organismos nacionais que compõem os fóruns de gestão do território tem preocupação com outros aspectos, quais seja a segurança pública, a defesa, o comércio exterior, etc. Isso demonstra que falta entrosamento que culmine na transversalidade das ações de todos os entes, proporcionando condições para a busca da interoperabilidade, pois, cada órgão, via de regra, atua em suas respectivas competências. Sempre é possível melhorar. Entre os aprimoramentos, está à própria revisão da composição da CDIF, tornando-o órgão deliberativo de caráter mais estratégico. Por outro lado, políticas de fronteira associadas ao desenvolvimento econômico e à cooperação transfronteiriça devem ganhar espaço no debate. No campo do desenvolvimento regional, nos últimos meses (2015) houve intenso debate em torno da construção de um projeto de lei de Plano Plurianual que inserisse a questão fronteiriça sob aquele olhar. Esse processo, de intensa negociação, foi bem sucedido.

76 74 Dentro dessa ordem, o Ministério da Fazenda tem a sua competência institucional centrada no caráter aduaneiro e fiscalização aos crimes de contrabando e descaminho, através da Secretaria da Receita Federal. Tem atuação integradora nas operações interagências em toda a faixa de fronteira somando sua parcela de contribuição nesse modelo interagência que se mostra ideal e aprovado. E finalizando, o Ministério da Justiça representa a fatia maior de toda essa estrutura governamental quando focalizarmos a segurança pública. Todo o trabalho idealizado pelos demais ministérios traz sim reflexos nos números da criminalidade, pois tudo se constrói sistematicamente, onde há uma completude parcial para o todo, sendo que mesmo isoladas as ações de um ou outro ator, as consequências dessa construção são imediatamente sentidas no desvio de conduta aceitável, porque a falha nas formações anteriores que inserem todos os indivíduos na vida em sociedade é visível e tangível. É com seus agentes nas três esferas de governo que os esforços policiais contabilizam os resultados fruto do trabalho preventivo e reativo de suas forças. As estatísticas utilizadas, como amostragem para nossa avaliação, demonstram o avanço positivo na escalada de combate ao crime transfronteiriço, comprovando que o que efetivamente está sendo acrescentado ao sistema de segurança está fazendo a diferença. Infelizmente não temos como perceber ou mensurar o que realmente se traduz nesse resultado o somatório dos esforços dos demais ministérios. Para que se mostrasse essa efetividade teríamos que aprofundar nossa pesquisa de forma mais individualizada e entender cada ação ou tarefa dentro do programa que insere as fronteiras dentro do orçamento de cada órgão. Mas temos que compreender que todo esse fenônemo tem sim passagem por todos os atores que estão em campo. Repetimos que não conseguimos mensurar isso, globalmente, mas as fatias de participação ministerial e secretarias estaduais percebidas, através da integração das atividades e a busca pela interoperabilidade são realidades que aos poucos está mudando o cenário regional.

77 75 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A consistência das informações e os elementos apresentados ao longo deste trabalho permitem a formulação ordenada das consequências internas que podem advir em razão da ausência de uma concentração de esforços de gestão governamental que podem e devem evoluir para uma política para as fronteiras, que viabilize um conjunto de fatores, tendências e ditames da questão fronteiriça. É uma problemática nova pela envergadura governamental que a inseriu nos grandes avanços de políticas, programas e projetos a partir dos anos 90. Mas remonta e têm sua história contada há muitos anos, como fator de discussão e estudo de diversos setores públicos e privados. Nessa linha temporal, em que pese à transparência do discurso que evidencia a necessidade de uma iniciativa voltada para a implantação de uma política uníssona de fronteira, nos ensina Da Rocha (1992) sobre a necessidade de falar sobre fronteira com um único sentido: [...]Entretanto, apesar da continentalidade, das riquezas naturais, falta, ao Brasil, a definição de uma Política de Fronteira, capaz de assegurar a inviolabilidade do território nacional, de dissuadir potências inimigas, da dar segurança a população. Digna de registro a consideração de Alsina Júnior (2009) que traz um recorte exemplificativo da necessidade de declinar para uma política de coesão, de aproximação ao expor sua visão dos entraves à articulação entre as políticas externa e de defesa: [...]No presente estudo, compreende-se o conceito de maneira singela como a perseguição de metas comuns às duas políticas públicas antes mencionadas, visando maximizar os ganhos (ou minimizar os prejuízos) da ação internacional do Brasil. Nessa linha, pode-se recortar a realidade correspondente à interface entre as políticas em tela por meio de um continuum de cinco conceitos diferenciados, cada um deles correspondendo genericamente a uma forma distinta de relação entre elas: incompatibilidade, divergência, harmonização, coordenação e integração. A primeira representaria a ausência de articulação; a segunda, articulação deficiente; a terceira, articulação pouco profunda; a quarta, adequada; e a quinta, ideal. Avaliados os diferentes tratados que discriminam as competências de cada órgão governamental da esfera federal e estadual, vislumbramos que em todos estão sendo observados cuidados normativos com atividades e ações que focalizam

78 76 a região fronteiriça como alvo prioritário de execução operacional, seja em momentos sazonais ou mais formais em suas estruturas. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no Anuário Brasileiro enaltece uma das diretrizes de nosso foco: Em suma, a pretendida integração das instituições de segurança pública e das várias esferas de Poder e de Governo para aumentarmos a eficiência das respostas públicas frente ao crime e à violência não pode prescindir do compromisso inabalável com a produção de dados e com a transparência.(gn) Integrar é e deve ser a palavra de ordem, fruto de uma consciência de interoperabilidade que viabilize essa vontade integradora. Como focalizamos a interpretação final do trabalho com uma dose considerável de informações de ministérios e secretarias estaduais, para avaliar e comparar com os preceitos legais institucionais, tivemos que usar a amostragem das entrevistas respondidas, que inevitavelmente representam um prejuízo no aprofundamento da análise pretendida e substancial para a solução do problema pesquisado, de forma conclusiva. Apesar disso, pela ampla pesquisa bibliográfica, conseguimos observar a atenção que está sendo dispensada ao tema. Ainda não há uma homogeneidade na aproximação das entidades envolvidas para concentrar os recursos financeiros e humanos na execução de tarefas que atendam os anseios da região de fronteira. Mas são muitas as operações sazonais entre Ministérios e órgãos subordinados, que refletem tanto a integração e a interoperabilidade que está sendo estabelecida, como o mais importante, refletindo nos dados estatísticos da criminalidade na faixa de fronteira. Mesmo assim impera a integração com superficial interoperabilidade, dessa forma confirmando a hipótese de nosso trabalho. Como medida suplementar as práticas já idealizadas com o objetivo de oferecer subsídios atrativos para a fronteira, relevante citar a proposta de criação do Conselho Nacional de Fronteiras, pelo Ministério da Justiça em estudo compartilhado com outros Ministérios e as Unidades da Federação. Com a mesma intenção, já foi publicada a Política de Pessoal dos Profissionais de Segurança Pública, de iniciativa da Secretaria Nacional de Segurança Pública, pela Portaria nº 136/2013, publicada no Diário Oficial da União

79 77 do dia 20/11/13 18, com ações para valorizar e melhorar as condições de trabalho, habitação, saúde e educação de policiais destacados para atuar nas fronteiras, a fim de ser avaliada por todos os estados fronteiriços na implantação de suas políticas de recursos humanos. Dessa forma, em nenhum momento tivemos a pretensão de inovar ou trazer algo de novo nessa temática, mas sim contribuir com a reflexão de como está se executando as ações de todos os atores que tem no palco da fronteira a meta de seu propósito, isto é, melhorar o nosso país contribuindo com essa porção territorial gigantesca e desassistida, com os meios que dispõem para acelerar o desenvolvimento e assegurar a defesa e a segurança local. Portanto, verificar se o que se pratica e se faz como ações integradas e interoperadas estão no caminho correto ou se teremos que rever o uso dos desvios, desconcentrando esforços que causam solução de continuidade e prejuízo ao erário. Não temos receio em afirmar que os órgãos governamentais estão alinhados com suas competências de fronteira, mas falta ainda à aproximação concentrada, talvez com a liderança do Conselho de Defesa Nacional (CDN), nas suas competências definidas pelo art. 91 da CF (BRASIL, 1988) e pela lei n.º (BRASIL, 1991), como protagonista de um trabalho que envolva quem hoje já faz sua parte, e outros que venham a contribuir para a discussão e elaboração de uma única alternativa para as fronteiras do Brasil. A qual se constitui na política nacional de fronteiras, incumbida de unir os órgãos federais, estaduais e municipais na concepção de um novo objetivo nacional, qual seja, o de proteger e prover condições integradas para o desenvolvimento, defesa e segurança das fronteiras. Esse pensamento corrobora com o que já pronunciou em seu trabalho o grupo que elaborou as bases para uma proposta de desenvolvimento e integração da faixa de fronteira, que alertaram para a necessidade da criação de um mecanismo institucional permanente destinado à cooperação e integração fronteiriça, capaz de coordenar as iniciativas voltadas para o desenvolvimento, defesa e segurança na faixa de fronteira, evitando-se indesejáveis duplicidades e descontinuidades nas prioridades governamentais estabelecidas, com vistas a otimizar os recursos alocados nos diversos programas e ações em um mesmo momento e de forma ordenada, com gestão apropriada e atuação planejada. 18 Disponível em < acesso em 03 ago

80 78 É oportuna a mensagem que nos traz o pensamento de Wong-Gonzáles (2002, apud TITO, 2009), avançando na interpretação de que a fronteira não se resume na problemática criminal: [...]as fronteiras são sempre vistas como locais do contrabando, do narcotráfico e da violência, em especial na América Latina; todavia quando se depara com o ambiente fronteiriço, constata-se uma paisagem de intenso dinamismo, aproximações culturais diversas e solidariedades de toda ordem[...] E de forma complementar e decisiva o recente relatório de auditoria sobre as fronteiras brasileiras do Tribunal de Contas da União (TCU), que reúne uma série de recomendações para o fortalecimento, controle e aperfeiçoamento no combate aos ilícitos transfronteiriços, que não oportuniza desvios ou dúvidas de quão urgente e importante à ação estatal para apresentar a sociedade um mecanismo que trate as fronteiras em todos os seus aspectos porque os prejuízos dessa paralisia decisória estão trazendo prejuízos irreparáveis. Vejamos o pronunciamento do ministro Augusto Nardes, que destacou a necessidade da definição de uma política nacional de proteção das fronteiras 19 e defende que haja sintonia e cooperação entre as instituições que atuam no controle das fronteiras brasileiras: Estamos sem uma política de fronteiras adequada para proteger a sociedade e que evite a entrada de armas, munições, drogas, produtos contrabandeados e imigrantes ilegais.[...]não existe uma política sistematizada de proteção das fronteiras, o que existe são espasmos de decisões, aliadas à falta de gestão e de políticas de incentivo para o desenvolvimento dessas regiões, além da ausência de integração entre União, Estados e Municípios. Constatamos que os recursos não são bem empregados. Há falta de recursos, de pessoas e o que existe não é empregado de forma adequada.[...]estamos dialogando com o governo para melhorar a governança, para que haja integração entre todos os órgãos envolvidos. Portanto, entendemos que a adequada proteção da faixa de fronteira, insta a conjugação de esforços da União, dos Estados e dos Municípios, ficando a tarefa de conduzir, planejar, investir e formular a política nacional a cargo do Governo federal, dividindo com os Estados a função de garantir a integridade da região limítrofe. No entanto, todo o processo deve ser de iniciativa da União, porquanto esta detém o monopólio da defesa nacional, além de ser responsável pela manutenção da unidade federativa. 19 Disponível em <htpp://sindireceita.org.br/blog/auditoria-do-tribunal-de-contas-da-uniao-apontafragilidade-no-controle-de-fronteiras/> acesso em 16 set

81 79 REFERÊNCIAS ALSINA JÚNIOR, João Paulo Soares. Política externa e poder militar no Brasil: universos paralelos. Rio de Janeiro: Editora FGV, p. (Coleção FGV de bolso. Série Entenda o mundo). AMORIM, Maria Alice Barros Martins. A problemática da segurança pública na fronteira Brasil e Bolívia com foco no Estado do Mato Grosso: Delegada de Polícia Maria Alice Barros Martins Amorim. Rio de Janeiro: ESG, f: il. BARÃO, José Carlos. A ação integrada no controle das fronteiras do Brasil. Rio de Janeiro, Escola Superior de Guerra, 1997, 51 f. BRASIL. Lei n.º 6.634, de 02 de maio de Dispõe sobre a Faixa de Fronteira, altera o Decreto-lei nº 1.135, de 3 de dezembro de 1970, e dá outras providências. Disponível em acesso em: 25 ago Decreto nº , de 26 de agosto de Regulamenta a Lei nº de 02 de maio de 1979, que dispõe sobre a Faixa de Fronteira. Disponível em acesso em: 25 ago Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 05 de outubro de 1988: atualizada até a emenda constitucional n.º 46, de 10 ago. 2005, acompanhada de novas notas remissivas e dos textos integrais das emendas constitucionais da revisão. 38. Ed. Atual. São Paulo: Saraiva, Lei n.º 8.183, de 11 de abril de Dispõe sobre a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional. Disponível em acesso em: 25 ago Decreto nº 2.315, de 04 de setembro de Altera dispositivos do Decreto nº 1.796, de 24 de janeiro de 1996, que aprova a Estrutura Regimental do Ministério da Justiça. Disponível em acesso em: 25 ago Lei Complementar n.º 97, de 09 de junho de Dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas.

82 80 Disponível acesso em: 25 ago Lei nº , de 28 de maio de Dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras providências. Disponível em acesso em 25 ago Ministério da Integração Nacional. Secretaria de Programas Regionais. Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira. Proposta de Reestruturação do Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira/Ministério da Integração Nacional, Secretaria de Programas Regionais, Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira Brasília: Ministério da Integração Nacional, Decreto n. 6061, de 15 de março de Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas do Ministério da Justiça, e dá outras providências. Disponível em acesso em: 25 ago Decreto nº 6.703, de 18 de dezembro de Aprova a Estratégia Nacional da Defesa, e dá outras providências. Disponível em acesso em: 25 ago Presidência da República, Gabinete de Segurança Institucional. Seminário Fronteiras e Segurança Nacional: América do Sul, México e Estados Unidos. Brasília: p.. Lei Complementar n.º 136, de 25 de agosto de Altera a Lei Complementar n.º 97, de 09 de junho de 1999, que dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas, para criar o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas e disciplinar as atribuições do Ministro de Estado da Defesa. Disponível em acesso em: 25 ago Decreto de 08 de setembro de Institui a Comissão Permanente para o Desenvolvimento e a Integração da Faixa de Fronteira CDIF. Disponível em acesso em: 25 ago Decreto nº , de 08 de setembro de Institui a Comissão Permanente para o Desenvolvimento e a Integração da Faixa de Fronteira - CDIF.

83 81 Disponível em acesso em: 25 ago Decreto nº 7.482, de 16 de maio de Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas do Ministério da Fazenda. Disponível em acesso em: 25 ago Decreto nº 7.496, de 08 de junho de Institui o Plano Estratégico de Fronteiras. Disponível em acesso em: 25 ago Decreto n.º 7.638, de 08 de dezembro de Altera o Decreto n.º 7.496, de 08 de junho de 2.011, que institui o Plano Estratégico de Fronteiras. Disponível em acesso em: 25 ago Estado-Maior do Exército. Portaria nº 44, de 20 de abril de Cria o Projeto Estratégico SISFRON e constitui a equipe do Projeto. Boletim do Exército nº 16, Brasília, 20 de abr. de Disponível em acesso em: 25 ago Lei N.º , de 04 de julho de Institui o sistema de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas SINESP; altera as Leis n os , de 14 de fevereiro de 2001, e , de 24 de outubro de 2007, a Lei Complementar n o 79, de 7 de janeiro de 1994, a Lei e o Decreto-Lei n o 3.689, de 3 de outubro de Código de Processo Penal; e revoga dispositivo da Lei n o , de 14 de fevereiro de Disponível em acesso em: 25 ago Livro Branco de Defesa Nacional, Brasília, DF, Disponível em acesso em: 25 ago Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Segurança Pública- SENASP.Departamento de Pesquisa, Análise da Informação e de Desenvolvimento- DEPAID. Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras-ENAFRON. Relatório final. Brasília, DF, 2013.

84 82. Decreto nº de 18, de dezembro de Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do Ministério da Integração Nacional e remaneja cargos em comissão. Disponível em acesso em: 25 ago Ministério da Justiça. Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras. Plano do Programa ENAFRON. Brasília, DF, Disponível em acesso em: 25 ago Ministério da Defesa. Política Nacional de Defesa, Brasília, DF, Disponível em acesso em: 25 ago CAMPOS, Sérgio Flores de Campos. Integração de Forças de Segurança Pública em área de Fronteira. Artigo. Obra Abordagens Atuais de Segurança Pública. Org Rodolfo H. Scheneider. Porto Alegre. EDIPUC, CASTELLO, Iara R. Áreas de fronteira: territórios de integração, espaços culturalmente identificados. In: CASTELLO, Iara R.; HAUSEN, Ênio C.; LEHNEN, Carlos (Orgs.).Práticas de integração nas fronteiras: temas para o Mercosul. Porto Alegre, RS COSTA, Edgar Aparecido e DE OLIVEIRA, Marco Aurélio Machado. Seminário de Estudos Fronteiriços: Corumbá, MS. Campo Grande, MS: Editora UFMS, DA SILVA, Átila Wanderley. Segurança Pública nas Fronteiras: uma análise da Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (ENAFRON), perspectivas e eficiência com foco no Estado de Mato Grosso. UFMT. Cuiabá DA ROCHA, Francisco Heitor Leão. Brasil: política de fronteira. Rio de Janeiro, Escola Superior de Guerra, 1992, 151 f. FERREIRA, Amaro Vieira. Emprego das Forças Armadas na Segurança Pública: questões jurídicas e peculiaridades da atuação no contexto do SISFRON (EMD 1/90)-Delegado de Polícia Federal/ Amaro Vieira Ferreira. Rio de Janeiro: ESG, f.:il. FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública. 8. ed.são Paulo, Disponível em

85 83 acesso em: 22 set Proposta de Reestruturação do Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira. Bases para o desenvolvimento e fortalecimento para a faixa de fronteira. Grupo de Trabalho Interfederativo de Integração Fronteiriça Disponível em acesso em: 25 ago LEITE, Amauri Pereira. O projeto piloto do sistema integrado de monitoramento de fronteiras: concepção e situação atual. Rio de Janeiro: ESG, MILANI, Carlos R. S. Atlas da política externa brasileira. [et. al.] - 1a ed. - Ciudad Autónoma de Buenos Aires: CLACSO; Río de Janeiro: CLACSO; Rio de Janeiro: EDUerj, OLIVEIRA, Tito Carlos Machado de. Uma fronteira para o pôr-do-sol: um estudo geo-econômico sobre uma região de fronteira. Campo Grande: Ed. UFMS,1998. PINTO, J. R. de Almeida, DA ROCHA, A. J. Ramalho e DA SILVA, R. Doring Pinho/organizadores. Desafios na atuação das Forças Armadas. Brasília: Ministério da Defesa, Secretaria de Estudos e de Cooperação, p. ; 22cm. (Pensamento brasileiro sobre defesa e segurança; v.4) ROCHA, Fernando Carlos Wanderley Rocha. Utilização das forças armadas no policiamento das fronteiras, da costa marítima e do espaço aéreo. Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados Seminário de Estudos Fronteiriços (1.:2008:Corumbá,MS) Seminário de Estudos Fronteiriços, 17 a 19 de março de 2008 / Edgar Aparecido Costa, Marco Aurélio Machado de Oliveira, organizadores Campo Grande, MS: Ed. UFMS, p. :II. ; 21 cm. VASCONCELOS FILHO, Sebastião Lopes de. Sistema integrado de monitoramento de fronteiras (SISFRON): uma contribuição para a segurança nacional / Coronel Sebastião Lopes de Vasconcelos Filho. - Rio de Janeiro: ESG, f.: il.

86 84 ANEXO A ENTREVISTA APLICADA A CINCO AUTORIDADES MINISTERIAIS A) MINISTÉRIO DA DEFESA PROBLEMA A política nacional para as fronteiras praticada pelos Ministérios da Defesa, Relações Exteriores, Justiça, Integração Nacional e da Fazenda, nas suas competências, está surtindo os efeitos desejados e atendendo aos anseios dos Estados limítrofes de fronteira na perspectiva da segurança pública desses estados? ENTREVISTA Pergunta 1 Como V. Exa. avalia a participação do MD nas diversas organizações representativas (Conselhos, Comitês...) que discutem a temática fronteiras? Resposta 1 A Comissão Permanente para o Desenvolvimento e a Integração da Faixa de Fronteira (CIDF), criada por decreto presidencial e coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional, é, entre as comissões que tem como temática a faixa de fronteira e que o MD participa, a mais importante e abrangente. Ela atua em toda a faixa de fronteira, e não apenas em relações binacionais, como as comissões fronteiriças Brasil-Peru ou Brasil-França (Guiana Francesa). A CDIF tem como atribuições contribuir para o aperfeiçoamento da gestão das políticas públicas para o desenvolvimento da faixa de fronteira, estimulando a articulação com os governantes locais. É formada por 20 órgãos do Governo Federal e oito entidades convidadas. A atuação da CDIF promove o desenvolvimento socioeconômico dos 588 municípios brasileiros localizados na faixa de fronteira. As atribuições da CDIF vão ao encontro do que prescreve a Estratégia Nacional de Defesa (END) em aspectos como o aumento da participação de órgãos governamentais, militares e civis, no plano de vivificação e desenvolvimento das fronteiras, em especial da Amazônia. A participação do MD na CDIF facilita a coordenação de ações voltadas para a defesa Nacional, agilizando troca de informações e a implementação de projetos, como o Sistema de Vigilância das Fronteiras (SISFRON), que requerem coordenação com órgãos de segurança estatuais e federais que atuam nas fronteiras. Pergunta 2 Das reuniões e decisões tomadas nesses órgãos representativos o que efetivamente foi praticado e está em execução com os demais membros, seja no campo da defesa, segurança ou desenvolvimento? Resposta 2 Ainda tendo como referência a CDIF, em suas reuniões foram discutidos assuntos atinentes a:

87 85 a) procedimentos frente a emergências e catástrofes; b) aproximação do MD com órgãos envolvidos na defesa civil nos Estados; c) articulação de centros de operações de emergências; e d) facilitação da coordenação e cooperação entre o MD e as forças de segurança pública dos Estados, notadamente nas oportunidades em que o Exército exercer poder de polícia na faixa de fronteira, como prescreve a Lei Complementar 97/1999. Pergunta 3 Apesar da constituição desses organismos de convergência de esforços, há uma integração e interoperabilidade do MD com os demais órgãos de governo que atuam nas fronteiras? São ações sazonais? São ações perenes? Poderia explicá-las? Resposta 3 O Ministério da Defesa (MD), dentro da concepção do Plano Estratégico de Fronteiras, realiza as Operações ÁGATA, operação conjunta das Forças Armadas Brasileiras, em coordenação com os entes federativos e seus diversos Órgãos e Agências do Estado Brasileiro, para coibir delitos transfronteiriços e ambientais na faixa de fronteira e as ações do crime organizado, além de intensificar a presença do Estado Brasileiro na faixa de fronteira e incrementar o apoio à população local. A Operação ÁGATA caracteriza-se pelo foco pontual de impacto e de temporalidade, uma vez que ocorre em uma área de operações definida e em um período de tempo determinado. Segue alguns resultados tangíveis das Operações ÁGATAS: a) EFETIVOS EMPREGADOS OPERAÇÃO ÓRGÃO

88 86 b) INDICATIVOS OPERACIONAIS ATIVIDADE Veículos inspecionados Aeronaves inspecionadas Embarcações apreendidas Embarcações vistoriadas e/ou notificadas UNIDADE Operações ÁGATA TOTAL Qnt Qnt Qnt Qnt Armas apreendidas Qnt Contrabando ou descaminho Munição apreendida Explosivo apreendido Em reais Qnt Dados não tabulados Dados não tabulados Kg Drogas apreendidas Kg Pessoas revistadas Qnt Pessoas detidas Qnt Pergunta 4 Na avaliação de V. Exa., a forma como se está tratando as fronteiras está no rumo correto? Qual vossa opinião para adequar ou melhorar a integração/interoperabilidade para sinergia e convergência de investimentos/custos impulsionando os recursos à disposição dos Ministérios engajados? SEM RESPOSTA Pergunta 5 Quais foram os resultados obtidos nas operações Ágatas já realizadas, no campo da defesa e da segurança? Outros campos a acrescentar? Resposta 5 Como as Operações ÁGATA têm por objetivo reduzir a incidência dos crimes transfronteiriços e ambientais e as ações do crime organizado, os resultados obtidos basicamente são do campo da segurança e estão descritos na pergunta 3. Porém pode-se acrescentar o campo cívico-social, quando foram obtidos os seguintes resultados:

89 87 Pergunta 6 Na opinião de V. Exa., essas operações proporcionaram reflexos na segurança pública dos estados fronteiriços parceiros? Resposta 6 O dinamismo das ações, com a profícua interação das Forças Singulares (interoperabilidade) e os entes federativos e seus diversos Órgãos e Agências do Estado Brasileiro certamente proporcionaram reflexos na segurança pública, contribuindo sobremaneira para o incremento da capacidade de operar interagências, principalmente com relação a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e os órgãos de Segurança Pública Estaduais. Pergunta 7 Como missão constitucional do MD, através das FFAA, ser de garantir a defesa da soberania nacional, como V. Exa. avalia o empenho contínuo das FFAA na vigilância das fronteiras, sejam através de operações, instalação de aquartelamentos ou outrem? Resposta 7 Além das Operações ÁGATA, são realizadas operações, no âmbitos das Forças Singulares, que proporcionam uma maior capilaridade e presença das Forças Armadas na faixa de fronteira, que futuramente poderão contar com ferramentas tecnológicas capazes de potencializar a presença naquela região. Tais ferramentas são o SISFRON e o SisGAAz. Pergunta 8 Quais são os valores dos recursos que foram aplicados nas fronteiras desde o ano de 2011? Resposta 8 Natureza da Despesa (ND) VALORES EXECUTADOS (EM R$) - OPERAÇÃO ÁGATA Diárias e passagens (14/15/33) OPERAÇÃO ÁGATA - ANO 2011 Material de consumo (30) Serviços 39 TOTAL MB , , , ,00 EB , , , ,00 FAB , , , ,00 MD ,00 0,00 0, ,00 TOTAL , , , ,00

90 88 OPERAÇÃO ÁGATA - ANO 2012 ND 14/15/ TOTAL MB , , , ,00 EB , , , ,00 FAB , , , ,00 MD ,00 0,00 0, ,00 TOTAL , , , ,00 OPERAÇÃO ÁGATA - ANO 2013 ND 14/15/33 Serviços e Materiais Materiais de Permanentes Consumo (GND 4) (GND 3) TOTAL MB , , , ,00 EB , , , ,90 FAB , , , ,50 MD ,85 0,00 0, ,85 TOTAL , , , ,25 OPERAÇÃO ÁGATA - ANO 2014 ND 14/15/33 GND 3 GND 4 TOTAL MB , , , ,00 EB , , , ,00 FAB , , , ,00 MD , ,00 0, ,00 TOTAL , , , ,00 TOTAL GERAL ÁGATA À ,25 Pergunta 9: Outras considerações que V. Exa. queira acrescentar? NADA ACRESCENTADO

91 89 B) MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERNAS TEMAS DE FRONTEIRA Pergunta nº 1 - Como V. Exa. avalia a participação do MRE nas diversas organizações representativas (Conselhos, Comitês...) que discutem a temática fronteiras? Pergunta nº 2 - Das reuniões e decisões tomadas nesses órgãos representativos o que efetivamente foi praticado e está em execução com os demais membros, seja no campo da defesa, segurança ou desenvolvimento? Pergunta nº 3 - Apesar da constituição desses organismos de convergência de esforços, há uma integração e interoperabilidade do MRE com os demais órgãos de governo que atuam em nossas fronteiras? São ações sazonais? São ações perenes? Poderia explicá-las? Pergunta nº 4 - Na vossa avaliação a forma como se está tratando as fronteiras está no rumo correto ou qual vossa opinião para adequar ou melhorar a integração/interoperabilidade para sinergia e convergência de investimentos/custos impulsionando os recursos a disposição dos ministérios engajados? Pergunta nº 5 - Quais são os acordos/cooperações celebrados com os 10 países da fronteira que envolve um ou mais ministérios, que proporcionam segurança jurídica, e seus objetos refletem na defesa e desenvolvimento do país e na segurança pública dos estados fronteiriços? Pergunta nº 6 - Os estados fronteiriços praticam a política da boa vizinhança e celebram acordos caseiros que não possuem liame legal, mas que facilita a troca de atitudes entre as polícias locais? Como que esse procedimento é visto pelo MRE? Não teria que atuar em parceria com os estados legitimando essas alianças conforme preconiza nossa Lei Maior? Pergunta nº 7 - Quais são os valores dos recursos que foram aplicados nas fronteiras desde o ano de 2011? Obs.: Investimento total R$ R$ R$ R$ Discriminação do objeto Custeio total Discriminação do objeto Acordo/Cooperação a) País

92 Resposta Geral O Brasil tem quase 17 mil km de fronteira terrestre e é o terceiro país no mundo com maior número de vizinhos, depois apenas de Rússia e China. Dez países fazem fronteira com o Brasil. A faixa de fronteira, fixada em 150 km de largura a partir da linha de fronteira propriamente dita, abrange 2,5 milhões de km² e 11 estados brasileiros, nos quais se localizam 588 municípios. A população que vive na faixa de fronteira brasileira é estimada em 10 milhões de pessoas, o que representa mais de 5% da população total do país. Estima-se que 11% da comunidade brasileira no exterior reside na proximidade da fronteira com o Brasil. O Ministério das Relações Exteriores mantém Comissões Permanentes responsáveis exclusivamente pela demarcação e integridade dos limites nacionais. A Primeira Comissão Demarcadora de Limites, sediada em Belém, está encarregada das fronteiras nacionais com o Peru, a Colômbia, a Venezuela, a Guiana, o Suriname e a Guiana Francesa. Por sua vez, cabe à Segunda Comissão Demarcadora de Limites, com sede no Rio de Janeiro, a manutenção da linha de limites com o Uruguai, a Argentina, o Paraguai e a Bolívia. As comissões são coordenadas por unidade específica do Ministério das Relações Exteriores (Coordenação-Geral das Comissões Demarcadoras de Limites - CGDL), sediada em Brasília. As duas Comissões Demarcadoras do Ministério das Relações Exteriores zelam pela caracterização permanente da linha de fronteira, ao longo da qual foram distribuídos mais de marcos. Trata-se de trabalho periódico, para o qual contribui consideravelmente a cooperação dos países vizinhos, também envolvidos na manutenção da visibilidade da linha fronteiriça, por intermédio de conferências realizadas anualmente entre diplomatas e peritos em cartografia. O Ministério das Relações Exteriores presta apoio, igualmente, às iniciativas gestadas no âmbito do Governo Federal para promover a segurança, o desenvolvimento e a integração da faixa de fronteira. O principal órgão atualmente responsável pela coordenação das políticas públicas para a faixa de fronteira é a Comissão Permanente para o Desenvolvimento e a Integração da Faixa de Fronteira (CDIF), criada por Decreto Presidencial de 8 de setembro de A coordenação cabe ao Ministério da Integração Nacional, que atua como Secretaria Executiva da CDIF. O Itamaraty é representado na CDIF pelos Diretores do Departamento da América do Sul I (DAS I) e do Departamento da América do Sul II (DAS-II). Nos termos do Decreto que a criou, a função precípua da CDIF é "Definir (...) critérios de ação conjunta governamental para o desenvolvimento e a integração na área abrangida pela Faixa de Fronteira, estimulando a integração das políticas públicas e a parceria com os demais entes públicos visando a complementaridade das ações." O Itamaraty acompanha, ainda, as operações promovidas pelas Forças Armadas em toda a extensão da faixa de fronteira. Nesses casos, cabe ao Ministério assegurar aos países vizinhos que as operações têm caráter pacífico. Além disso, o Itamaraty facilita o contato com militares dos países vizinhos interessados em acompanhar a operação, por meio de sua Coordenação-Geral de Defesa (CGDEF) e das adidâncias militares existentes na rede de Embaixadas brasileiras no exterior. Devido às dimensões da fronteira brasileira e ao processo histórico de formação de nosso país, é preciso ter em conta as assimetrias observadas entre os 90

93 chamados arcos sul, central e norte da faixa de fronteira. Tais assimetrias demandam, por parte do Governo brasileiro, diferentes linhas de ação para promover o desenvolvimento das regiões fronteiriças do país. As comunidades locais participam diretamente da identificação das necessidades e das prioridades de cada trecho da fronteira, por meio de instâncias binacionais, tais como as Comissões e os Comitês de Fronteira, iniciativas que o Brasil mantém com todos os países com que compartilha fronteira, com exceção do Suriname. Listam-se a seguir, os principais mecanismos bilaterais mantidos pelo Brasil sobre temáticas de fronteira: Argentina: Comissão de Cooperação e Desenvolvimento Fronteiriço Brasil Argentina (CODEFRO); Comitês de Integração Fronteiriça Uruguaiana Paso de Los Libres; Foz do Iguaçu Puerto Iguazú; e Barracão Dionísio Cerqueira Bernardo de Irigoyen. Bolívia: Comitês de Integração Fronteiriça Brasileia Epitaciolândia Cobija; Guajará-Mirim Guayaramerín; Corumbá Puerto Suárez; e Cáceres San Matías. Colômbia: Comissão de Vizinhança e Integração Brasil Colômbia Guiana: Comitê de Fronteira Brasil Guiana Paraguai: Comitês de Fronteira Foz do Iguaçu Ciudad del Este; Mundo Novo Salto del Guairá Guaíra; e Ponta Porã Pedro Juan Caballero. Peru: Comissão Vice-Ministerial de Integração Fronteiriça Brasil Peru Uruguai: Nova Agenda de Cooperação e Desenvolvimento Fronteiriço Brasil Uruguai; Comitês de Fronteira Santana do Livramento Rivera; Chuí Chuy Santa Vitória do Palmar; Jaguarão Rio Branco; Quaraí Artigas; Barra do Quaraí Bella Unión; e Aceguá Aceguá. Venezuela: Grupo de Trabalho sobre Desenvolvimento Fronteiriço Entre os atos bilaterais mais recentes firmados pelo Brasil na área de integração fronteiriça, destacam-se os seguintes: Atos internacionais entre Brasil e Argentina: Acordo sobre Localidades Fronteiriças Vinculadas entre Brasil e Argentina; Acordo, por Troca de Notas, referente ao Estudo de Inventário Hidroelétrico para o Aproveitamento dos Recursos Hídricos Compartilhados dos Trechos Limítrofes do Rio Uruguai e de seu Afluente o Rio Peperi-Guaçu; Protocolo Adicional ao Acordo para a Criação da Comissão de Cooperação e Desenvolvimento Fronteiriço (CODEFRO) entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Argentina; Declaração sobre o Aproveitamento dos Recursos Hídricos Compartilhados no Trecho Limítrofe do Rio Uruguai e seu Afluente, o Rio Peperi-Guaçu; e Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Argentina para a Construção de uma Ponte Internacional sobre o Rio Peperi- Guaçu, entre as Cidades de Paraíso, Brasil, e San Pedro, Argentina. Atos internacionais entre Brasil e Bolívia: Acordo, por Troca de Notas, entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Estado Plurinacional da Bolívia para a Criação dos Comitês de Fronteira Boliviano-Brasileiros; Acordo, por Troca de Notas, entre o Brasil e a Bolívia sobre o Regulamento dos Comitês de Fronteira Boliviano-Brasileiros; Memorando de Entendimento sobre o Apoio ao Projeto Piloto de Sistema de Controle da Redução de Cultivos Excedentários de Coca; e Memorando de Entendimento para a implementação do Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) na Bolívia. 91

94 92 Atos internacionais entre Brasil e Colômbia: Plano Binacional de Segurança Fronteiriça. Atos internacionais entre Brasil e Peru: Acordo para a integração fronteiriça entre Brasil e Peru na área de telecomunicações. Atos internacionais entre Brasil e Uruguai: Acordo para Permissão de Residência, Estudo e Trabalho a Nacionais Fronteiriços Brasileiros e Uruguaios; Ajuste Complementar para a Prestação de Serviços de Saúde; Ajuste Complementar para a Prestação de Serviços de Assistência de Emergência e Cooperação em Defesa Civil; Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Oriental do Uruguai na Área de Assistência Humanitária e Defesa Civil. Comentários Específicos Comentário sobre a pergunta nº 2: Além dos dados já fornecidos, informações adicionais sobre iniciativas nas áreas de segurança e defesa poderão ser obtidas junto aos Ministérios da Justiça e da Defesa. Comentário sobre as perguntas nº 3 e nº 4: Além dos dados já fornecidos, informações específicas sobre a coordenação do Ministério das Relações Exteriores com outros órgãos do Governo brasileiro podem ser obtidas no relatório de gestão elaborado pela Subsecretaria de América do Sul, Central e Caribe (SGAS) do Ministério das Relações Exteriores, a pedido do Tribunal de Contas da União (TCU). O relatório pode ser acessado no seguinte sítio eletrônico: ( 8072&seAbrirDocNoBrowser=1) Comentário sobre a pergunta nº 5: Informações adicionais acerca de outros Acordos bilaterais e multilaterais firmados pelo Brasil poderão ser obtidas no sítio eletrônico do Sistema de Atos Internacionais da Divisão de Atos Internacionais do Ministério das Relações Exteriores ( Comentário sobre a pergunta nº 6: A assinatura, por Entes Federados, de instrumentos de alcance estritamente local não implica violação das competências exclusivas do Ministério das Relações Exteriores, uma vez que os referidos instrumentos não constituem atos internacionais. Comentário sobre a pergunta nº 7: Informações referentes aos recursos aplicados nas fronteiras desde o ano de 2011 poderão ser obtidas junto ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). C) MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL Entrevista INTEGRAÇÃO NACIONAL Irani Braga Ramos Secretário de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional. 1) Como V. Exa. avalia a participação do MIN nas diversas organizações representativas (Conselhos, Comitês...) que discutem a temática fronteiras? O Ministério da Integração Nacional tem participado de forma cada vez mais ativa dos fóruns que discutem e deliberam sobre faixa de Fronteira. A atuação do MI está relacionada com suas atribuições precípuas, quais sejam reduzir as desigualdades regionais e implantar obras públicas na

95 93 Faixa de Fronteira. Dessa forma, tem apoiado a constituição e aprimoramento de Arranjos Produtivos Locais, estimulado os consórcios intermunicipais, buscado alternativas para a cooperação transfronteiriça de entes subnacionais (estados e municípios no caso brasileiro) e ajudado no planejamento de redes de infraestrutura. Outros organismos nacionais que compõem os fóruns de gestão do território tem preocupação com outros aspectos, quais sejam segurança pública, defesa, comércio exterior etc. 2) Das reuniões e decisões tomadas nesses órgãos representativos o que efetivamente foi praticado e está em execução com os demais membros, seja no campo da defesa, segurança ou desenvolvimento? No campo do Desenvolvimento Regional, nos últimos meses houve intenso debate em torno da construção de um Projeto de Lei de Plano Plurianual que inserisse a questão fronteiriça sob aquele olhar. Esse processo, de intensa negociação, foi bem sucedido. Em 2012, houve a sanção da Sra. Presidenta da República da Lei nº , de 9 de outubro de 2012, que permitiu de instalação de lojas francas nas cidades gêmeas fronteiriças. Tal lei resultou em regulamentação no ano de 2014 desenvolvida em boa parte pelo MI, que também definiu a lista das cidades em que essa norma se aplica. 3) Apesar da constituição desses organismos de convergência de esforços, há uma integração e interoperabilidade do MIN com os demais órgãos de governo que atuam nas fronteiras? São ações sazonais? São ações perenes? Poderia explicá-las? Cada órgão, via de regra, atua em suas respectivas competências. 4) Relacionado especificamente a CDIF poderia apresentar o que efetivamente está se praticando e os resultados obtidos e planejados? Um exemplo: o Ministério da Integração Nacional apoiou o desenvolvimento de Planos estaduais para a faixa de Fronteira. Esses planos foram apresentados e discutidos na CDIF com o fim de ajudar a orientar as pautas setoriais dos vários órgãos. 5) Na vossa avaliação a forma como se está tratando as fronteiras está no rumo correto? Qual vossa opinião para adequar ou melhorar a integração/interoperabilidade para sinergia e convergência de investimentos/custos impulsionando os recursos a disposição dos Ministérios engajados? Sempre é possível melhorar. Entre os aprimoramentos, está a própria revisão da composição da CDIF, tornando-o órgão deliberativo de caráter mais estratégico. Por outro lado, Políticas de fronteira associadas ao desenvolvimento econômico e à cooperação transfronteiriça devem ganhar espaço no debate.

96 94 6) Quais são os acordos/cooperações celebrados com os 10 países da fronteira que envolve um ou mais ministérios, que proporcionam segurança jurídica, e seus objetos refletem na defesa e desenvolvimento do país e na segurança pública dos estados fronteiriços? (Se for o caso) 7) Quais são os valores dos recursos que foram aplicados nas fronteiras desde o ano de 2011? Investimento total Discriminação do objeto Obs.: Custeio Discriminação do objeto Acordo/Cooperação a) País 8) Outras considerações que V. Exa queira acrescentar? D) MINISTÉRIO DA FAZENDA Não retornou E) MINISTÉRIO DA JUSTIÇA Não retornou ENTREVISTA APLICADA A ONZE AUTORIDADES DE SEGURANÇA PÚBLICA Resposta da entrevista: ESTADO DE SANTA CATARINA Dr. César Augusto Grubba (Promotor de Justiça do Ministério Público Estadual) Secretário de Estado da Segurança Pública, desde ) Na vossa avaliação a forma como se está tratando as fronteiras está no rumo correto? Sim. Entendo que nos últimos tempos o governo federal tem feito um grande esforço para de fato assumir o protagonismo de suas responsabilidades com as questões de segurança pública nas fronteiras, em especial nas ações de combate aos delitos transnacionais, buscando atuar como catalisador para processos de integração de instituições e incentivo a operações de caráter interagências. Em paralelo, o governo federal também vem contribuindo com os Estados na forma de disponibilização de recursos financeiros, por meios de convênios interfederativos, cujo mote, acertadamente, firma-se na premissa de

97 95 foco nos investimentos estruturantes e não em custeio puro e simples, logo, intercedendo num aspecto essencial em que o Estado muitas vezes não tem condições de atuar. 2) Qual vossa opinião para adequar ou melhorar a integração/interoperabilidade para sinergia e convergência de investimentos/custos impulsionando os recursos a disposição dos órgãos das três esferas governamentais? Para que se possa obter uma melhor integração/interoperabilidade, penso que o caminho é o fortalecimento dos gabinetes de gestão integrada, com formalização e implementação nas regiões de fronteira. Quanto ao aspecto de maior sinergia e convergência dos investimentos/custeios uma medida essencial que se impõe é proceder vinculação automática entre os investimentos estruturantes operados e suas respectivas cadeias de custeio. Ou seja, o Estado é obrigado a garantir, manter e controlar, disponibilizando os recursos necessários, em toda e qualquer implantação de vetor de melhoria ou de investimento em determinado órgão ou serviço na fronteira. Uma forma eficaz de assegurar a continuidade e a perenidade de ações, projetos e programas. Os municípios também podem receber uma parcela de responsabilidade nesse processo. 3) Há uma sinergia entre os órgãos federais e estaduais na atuação operacional nas fronteiras, obedecidas às competências institucionais? Como que se processa? Qual o grau de integração e interoperabilidade? Em Santa Catarina posso afirmar que sim. E já houve inúmeras oportunidades de praticar e avaliar essa sinergia. As organizações são parceiras e têm demonstrado solidariedade e boa vontade na execução de planejamentos integrados e operações interagências. Isto tem se processado por meio dos gabinetes de gestão integrada e da câmara temática fronteira, que têm funcionado bem como meio de articulação para esses objetivos. 4) Quais são os acordos/cooperações celebrados com o(s) país(es) da fronteira que envolvem um ou mais ministérios da União e UF, que proporcionam segurança jurídica, e de que forma os seus objetos refletem na segurança pública do estado? Não possuímos em Santa Catarina acordo/celebração nessa modalidade. 5) Para facilitar a troca de informações na fronteira com o país vizinho, fortalecendo a política da boa vizinhança, alguns estados buscam fechar acordos caseiros que não possuem liame legal, mas que facilita ações conjuntas entre as polícias locais. Há essa prática no vosso estado? Qual o resultado dessa parceria? Para formalizar essa parceria o MRE foi consultado ou faz parte do acordo, pois, teria que atuar em com os estados legitimando essas alianças?

98 96 Já respondido no item acima. 6) Com o advento da ENAFRON e seus desdobramentos, do ano de 2011 a 2014, qual é a avaliação e análise dos índices de criminalidade do estado, que tenham relação com os crimes transfronteiriços e os seus reflexos na segurança pública? Os indicadores de crimes violentos em SC são historicamente baixos, e destoam bastante da média nacional. Mas isso não significa que não há incidência e ela sempre é preocupante, sob todos os pontos de vista. Temos percebido nos últimos tempos que os crimes violentos têm pelo menos dois elementos em comum: ligação com tráfico de drogas e utilização de armas ilegais. Esses dois vetores perpassam necessariamente pela questão das fronteiras, pois é lá que têm início e raízes. Concluímos que os crimes transfronteiriços impõem seus reflexos e efeitos não só nas áreas de fronteira mas alcançam quase a totalidade do território, chegando às regiões metropolitanas e espraiando-se também pelas pequenas e médias cidades de todas as regiões. 7) Como V. Exa avalia as operações sazonais de fronteira em que há participação dos órgãos federais e estaduais de segurança pública? Qual a repercussão na segurança pública dessas operações? A citar ÁGATA e outras. Avalio positivamente. É algo sazonal e as vezes tendemos a desqualificá-las, por pensarmos que o ideal é que pudessem ser realizadas permanentemente. Mas isso não é possível. Quando executamos essas operações, verificamos que alguns resultados são muito expressivos, por exemplo: o efeito surpresa, o efeito numérico, a visibilidade, a mobilidade, a ampliação de capacidades (aéreo, fluvial, táticos etc), a junção de esforços, as oportunidades de aplicação e avaliação de novas estratégias e táticas, a oportunidade de treinamento e capacitação de efetivos, a integração e sinergia entre os órgãos. Reputo esses ganhos como resultados até maiores que os números de apreensões e prisões eventualmente alcançados. 8) Quais são os valores dos recursos que foram conveniados ou outra natureza, na fronteira de vosso estado, desde o ano de 2011 a 2014 com o governo federal e outros entes?

99 97 EXECUÇÃO dos Convênios ENAFRON 2010/2014 CONVÊNIO SICONV VALOR JÁ REPASSADO CONTRAPARTIDA VALOR TOTAL/ VALOR EMPENHADO VALOR PAGO AOS FORNECEDORES OBSERVAÇÃO Radiocomunicação /2010 R$ ,00 R$ 8.164, , , ,00 Encerrado Prestação de Contas remetida 100% Helicóptero PC /2010 R$ ,00 R$ , , , ,00 Aguardando ajuste para utilizar ,00 de rendimentos 100% Reaparelhamento Portaria /2011 R$ ,31 R$ , , , ,53 Encerra-se em 27/12/ % Reaparelhamento Portaria /2012 R$ ,34 R$ , , , ,52 Em prestação de contas. NF sendo pagas até 5/12/ % Radiocom. Digital Portaria 83/ /2012 R$ 0,00 R$ 0, ,67 0,00 0,00 Ajuste no Plano de Trabalho recentemente aprovado 0% SANTA CATARINA CONVÊNIO SICONV VALOR JÁ REPASSADO CONTRAPARTIDA VALOR TOTAL/ VALOR EMPENHADO VALOR PAGO AOS FORNECEDORES OBSERVAÇÃO Videomonit /2013 R$ ,28 R$ , , , ,70 Finalizando processo de entrega de itens 96% TOTAL R$ , ,20 R$ , , ,75 75% EMPENHADO SANTA CATARINA 9) Quais são os valores dos recursos que foram aplicados nas fronteiras desde o ano de 2011 pela SESP?

100 98 Em Santa Catarina, desde o ano de 2011, foram aplicados recursos de investimento direcionados para os principais objetivos estratégicos da segurança pública, que destaco: 1. Valorização salarial 2. Modernização da frota operacional 3. Kit básico de proteção pessoal 4. Melhoria de instalações físicas 5. Aporte tecnológico em recursos e sistemas No item de valorização salarial, foi possível modificar a matriz salarial para subsídio, em todas as categorais profissionais da segurança pública, concedendo substancial aumento de salário e reorganização das estruturas de vencimentos. Nos demais itens, foram investidos recursos na ordem de 265 milhões de reais, provenientes de financiamento do Programa Pacto por Santa Catarina, recursos do BNDES e Banco do Brasil obtidos junto ao governo federal. Estimamos que aproximadamente 25% desses recursos tenham sido direcionados diretamente para as regiões de fronteira, onde possuímos cerca de 20% da força de trabalho da segurança pública.

101 Resposta da entrevista: ESTADO DE RONDÔNIA 99

102 100

103 101

104 102

105 103

106 104

107 Resposta da entrevista: ESTADO DO AMAPÁ 105

108 106

109 107 Resposta da entrevista: ESTADO DE RORAIMA Não retornou Resposta da entrevista: ESTADO DO PARÁ Não retornou Resposta da entrevista: ESTADO DO AMAZONAS Não retornou Resposta da entrevista: ESTADO DO ACRE Não retornou Resposta da entrevista: ESTADO DO MATO GROSSO Não retornou Resposta da entrevista: ESTADO DO PARANÁ Não retornou Resposta da entrevista: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Não retornou

110 Resposta da entrevista: ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL 108

111 109

112 Quais são os valores dos recursos que foram conveniados ou outra natureza, na fronteira de vosso estado, desde o ano de 2011 a 2014 com o governo federal e outros entes? ENTE Obs.: Investimento total , , , Discriminação do objeto Modernizar e aperfeiçoar o controle, a repressão e a investigação dos crimes típicos realizados na faixa de fronteira, com o fortalecimento da presença estatal nessas regiões, através da estruturação do GGIF, fortalecimento do Departamento de Operações de Fronteira-DOF e da Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira- DEFRON, implantação de Núcleos de Inteligência e o aprimoramento da estrutura operacional das Unidades Regionais de Perícia nas cidades consideradas estratégicas nas fronteiras, principalmente nos municípios de Corumbá, Dourados e Ponta Porã/MS, otimizando os serviços prestados à população e contribuindo para a redução da insegurança pública e para o bem-estar social. Implantação de Sistema de Radiocomunicação Profissional Móvel Troncalizado Digital na Faixa de Fronteira do Estado de Mato Grosso do Sul, baseado em protocolo normatizado aberto, para uso em missão crítica, na faixa de frequência de 380 a 400 MHz, para transmissão de voz e dados, com vista ao enfrentamento eficiente e eficaz à criminalidade. Implantar, no âmbito da Estratégia Nacional de Segurança Pública ENAFRON, Sistemas de Videomonitoramento das vias públicas nos municípios de Amambaí, Bela Vista, Coronel Sapucaia, Corumbá, Dourados, Mundo Novo, Naviraí e Ponta Porã, no Estado do Mato Grosso do Sul. - Fonte: SICONV, Abas, Plano de trabalho, Plano de aplicação detalhado valores totais. Convênios: /2011, /2012, /2013 Custeio total , , Discriminação do objeto Modernizar e aperfeiçoar o controle, a repressão e a investigação dos crimes típicos realizados na faixa de fronteira, com o fortalecimento da presença estatal nessas regiões, através da estruturação do GGIF, fortalecimento do Departamento de Operações de Fronteira-DOF e da Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira- DEFRON, implantação de Implantação de Sistema de Radiocomunicação Profissional Móvel Troncalizado Digital na Faixa de Fronteira do Estado de Mato Grosso do Sul, baseado em protocolo normatizado aberto, para uso em missão crítica, na faixa de frequência de 380 a 400 MHz, para transmissão de voz e dados, com vista ao enfrentamento eficiente e eficaz à criminalidade. Implantar, no âmbito da Estratégia Nacional de Segurança Pública ENAFRON, Sistemas de Videomonitoramento das vias públicas nos municípios de Amambaí, Bela Vista, Coronel Sapucaia, Corumbá, Dourados, Mundo Novo, Naviraí e Ponta Porã, no Estado do Mato Grosso do Sul. - Fonte: SICONV, Abas, Plano de trabalho, Plano de aplicação detalhado valores totais. Convênios: /2011, /2012, /2013

113 111 Núcleos de Inteligência e o aprimoramento da estrutura operacional das Unidades Regionais de Perícia nas cidades consideradas estratégicas nas fronteiras, principalmente nos municípios de Corumbá, Dourados e Ponta Porã/MS, otimizando os serviços prestados à população e contribuindo para a redução da insegurança pública e para o bem-estar social. 09. Quais são os valores dos recursos que foram aplicados nas fronteiras desde o ano de 2011 pela SESP? Obs.: Investimento total , , , ,67 Discriminação do objeto Reforma 2ª Del Pol Civil e Regional Aquidauana MS Reforma Reforma da Del Pol Civil Bonito MS Construção Sub Grupamento CBMMS Caarapó MS Construção prédio para acomodar semiaberto Caarapó MS Acomodação Policia Civil e Pericia Fórum, Corumbá MS Reforma do Prédio da 2º Cia PM Corumbá MS Reforma adequação do Batalhão da PM Corumbá MS Construção Unidade de Pericias URPI Dourados MS Construção Solário na Del Pol Civil Glória de Dourados Substituição da cobertura da Del Pol Civil Ponta Porã MS Reforma da 2ª Del Pol Civil Ponta Porã MS Construção UNEI Pantanal Corumbá MS Reforma Del Pol Civil Sidrolândia MS - Reforma da Del Pol Civil Caarapó MS Reforma Banheiros 1ª Del Pol Civil Dourados MS Reforma Del Pol Civil Nioaque MS Reforma da Guarda colocação de reservatório metálico Corumbá MS Reforma do 6º Batalhão Corumbá MS Reforma do Prédio da Policia Civil Deodápolis MS Reforma do Prédio da UNEI Laranja Doce Dourados MS Reforma do Prédio da Policia Civil Itaquirai MS Delegacia da Policia Civil Ivinhema MS Fonte: Planilha, Obras concluídas - Ano de 2007 a 2015 da Coordenadoria de Engenharia e de Projetos/SEJUSP.

114 112 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 5: SisGAAZ PROJETOS ESTRATÉGICOS - SisGAAz Fonte: palestra do Cel Laudecyr MD slide 78 Figura 6: SISFRON Fonte: palestra Cel Laudecyr MD slide 77

115 113 Figura 7: SISFRON - ÓRGÃOS Fonte: palestra Cel Laudecyr MD slide 74 Figura 8: DESMEMBRAMENTO FORÇA TERRESTRE ATUAL FE Fonte: palestra Gen De Nardi Ch EMCFA slide 48

116 114 Figura 9: DESMEMBRAMENTO DA FORÇA E SISFRON FUTURO FE ARTICULAÇÃO BRIGADA LEVE BRIGADA MECANIZADA BRIGADA PARAQUEDISTA BDA DE SELVA E LEVES. BRIGADA ANTIAÉREA COMANDO DE AVIAÇÃO TRANSFORMAÇÃO DE BRIGADA CRIAÇÃO DE BRIGADA CRIAÇÃO DE PEF 45 Fonte: palestra Gen De Nardi Ch EMCFA slide 49 Figura 10: TERRITORIALIDADE DE ABRANGÊNCIA DA OPERAÇÃO ÁGATA Op ÁGATA 1 ÁGATA 2 ÁGATA 3 ÁGATA 4 ÁGATA 5 ÁGATA 6 km km ÁGATA km TOTAL km Fonte: palestra Gen De Nardi Ch EMCFA slide 15

117 115 Figura 11: DADOS OPERAÇÃO ÁGATA 8 Fonte: palestra Gen De Nardi Ch EMCFA slide 16 Figura 11-A: EFETIVOS EMPREGADOS OPERAÇÃO ÓRGÃO Fonte: entrevista MD

118 116 Figura 11-B: INDICATIVOS OPERACIONAIS ATIVIDADE UNIDADE Operações ÁGATA TOTAL Veículos inspecionados Qnt Aeronaves inspecionadas Qnt Embarcações apreendidas Qnt Embarcações vistoriadas e/ou notificadas Qnt Armas apreendidas Qnt Contrabando ou descaminho Em reais Munição apreendida Qnt Dados não tabulados Dados não tabulados Explosivo apreendido Kg Drogas apreendidas kg Pessoas revistadas Qnt Pessoas detidas Qnt Fonte: entrevista MD Figura 12: UNIDADES DO EB NA FRONTEIRA Fonte: palestra Cel Laudecyr MD slide 60

119 117 Figura 13: DESMEMBRAMENTO FORÇA ATUAL BASES AÉREAS CENTROS INTEGRADOS DE DEFESA AÉREA E CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO ESTANDE OPERACIONAL CENTRO DE LANÇAMINTO DE FOGUETES Fonte: palestra Gen De Nardi Ch EMCFA slide 48 Figura 14: DESMEBRAMENTO DA FORÇA FUTURO ARTICULAÇÃO CAÇAS TRANSPORTE / REABASTECIMENTO PATRULHA ASAS ROTATIVAS BUSCA E SALVAMENTO RECONHECIMENTO / CONTROLE E ALARME BASES AÉREAS CENTROS INTEGRADOS DE DEFESA AÉREA E CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO ESTANDE OPERACIONAL CENTRO DE LANÇAMENTO DE FOGUETES Fonte: palestra Gen De Nardi Ch EMCFA slide 49

120 118 Figura 15: ARTICULAÇÃO FINAL COM SISTEMAS ARTICULAÇÃO FINAL FE Fonte: palestra Gen De Nardi Ch EMCFA slide 50 Figura 16: ACORDOS INTERNACIONAIS COM A BOLÍVIA Título do Acordo Assunto Data de Entrada em vigor(no Brasil) Situação Convênio de Livre Trânsito (Ata de Roboré). Comércio Vigente Acordo Demarcação Fronteira BrasileiroVenezuelana Fronteiras Vigente Tratado de Limites e Comunicações Ferroviárias. Fronteiras Vigente Tratado Geral e Convenção Complementar de Limites. Fronteiras Vigente de da Fonte: Figura 17: ACORDO INTERNACIONAL COM A ARGENTINA Texto HTML

121 119 Título do Acordo Assunto Data de Entrada em vigor(no Brasil) Situação Texto HTML Acordo sobre Segurança na Área da Fronteira Tríplice Comum - Brasil/Paraguai/Argentina. Fronteiras Em Tramitacao Fonte: Figura 18: ATA FLS 01

122 120 Fonte: MRE Figura 19: ATA FLS 02

123 121 Fonte: MRE Figura 20: ATA FLS 03

124 122 Fonte: MRE Figura 21: ATA FLS 04

125 123 Fonte: MRE Figura 23: OPERAÇÕES INTEGRADAS

126 124 Crimes Transnacionais: Implicações para Defesa Nacional e Combate pela Polícia Federal Contexto e Conceito Principais Modalidades Combate pela Polícia Federal Estrutura Estratégia Operações II Combate ao Crime Organizado na Fronteira Operação Sentinela Operação Ágata Órgãos Federais de Segurança Ações Contínuas Ações ostensivas e Ações Investigativas Ao longo de toda a região de fronteira Forças Armadas Ações Episódicas e massivas Ações ostensivas Em específicas regiões ou pontos 17/48 Fonte: palestra Dr. Rubens slide 27 Figura 23 A: OPERAÇÕES INTEGRADAS Crimes Transnacionais: Implicações para Defesa Nacional e Combate pela Polícia Federal Contexto e Conceito Principais Modalidades Combate pela Polícia Federal Estrutura Estratégia Operações Operação Sentinela Brasil Região de Fronteira Contrabando Combustível Tráfico de cocaína Tráfico de Maconha Contrabando de Cigarros Tráfico de Armas Bases da Operação Sentinela 19/48 Fonte: palestra Dr. Rubens slide 28. Figura 23-B: INVESTIMENTOS EM TECNOLOGIA

127 125 Crimes Transnacionais: Implicações para Defesa Nacional e Combate pela Polícia Federal Contexto e Conceito Principais Modalidades Combate pela Polícia Federal Estrutura Estratégia Operações III - Investimento em Tecnologia Veículos Aéreos não Tripulados Aeronaves especialmente equipadas Projetos de otimização da capacidade cognitiva policial PEQUI Identificação de perfil químico de drogas 26/48 Fonte: palestra Dr. Rubens slide 29. Figura 23 C: COOPERAÇÕES INTERNAS Crimes Transnacionais: Implicações para Defesa Nacional e Combate pela Polícia Federal Contexto e Conceito Principais Modalidades Combate pela Polícia Federal Estrutura Estratégia Operações IV - Ampliação da Cooperação Interna Operação Sentinela Integração 27/48 Fonte: palestra Dr. Rubens slide 30. Figura 23 D: COOPERAÇÕES EXTERNAS

128 126 Crimes Transnacionais: Implicações para Defesa Nacional e Combate pela Polícia Federal Contexto e Conceito Principais Modalidades Combate pela Polícia Federal Estrutura Estratégia Operações V - Ampliação da Cooperação Internacional Adidâncias Policiais Federais Oficialatos de Ligação Celebração de Acordos com outros Países Participação em Organismos Internacionais 28/48 Fonte: palestra Dr. Rubens slide 31. Figura 23 E: COOPERAÇÕES EXTERNAS Crimes Transnacionais: Implicações para Defesa Nacional e Combate pela Polícia Federal Contexto e Conceito Principais Modalidades Combate pela Polícia Federal Estrutura Estratégia Operações V - Ampliação da Cooperação Internacional América do Sul ARGENTINA PARAGUAI BOLÍVIA PERU COLÔMBIA Gendarmeria Nacional da República da Argentina Ações de Cooperação para Combate do tráfico de drogas, precursores químicos e delitos conexos Secretaria Nacional Antidrogas Operações articuladas de Erradicação de maconha (Operações Aliança e Nova Aliança) Polícia Nacional da Bolívia Troca de Informações e treinamento Investigações Conjuntas Uso compartilhado de VANT Polícia Nacional do Peru Operações de Erradicação e interdição de cocaína (Operação Trapézio) Polícia Nacional da Colombia Operações Simultâneas e articuladas Intercâmbio de inteligência Estudos de perfil químico de droga Capacitações diversas 32/48 Fonte: palestra Dr. Rubens slide 35. Figura 23 F: COOPERAÇÕES EXTERNAS

129 127 Crimes Transnacionais: Implicações para Defesa Nacional e Combate pela Polícia Federal Contexto e Conceito Principais Modalidades Combate pela Polícia Federal Estrutura Estratégia Operações V - Ampliação da Cooperação Internacional Relações com Organismos Internacionais 34/48 Fonte: palestra Dr. Rubens slide 36. Figura 23 G: VALORES DAS OPERAÇÕES 2014 Crimes Transnacionais: Implicações para Defesa Nacional e Combate pela Polícia Federal Contexto e Conceito Principais Modalidades Combate pela Polícia Federal Estrutura Estratégia Operações Operações Especiais de Polícia Judiciária Montantes Pecuniários Crimes Nacionais e Transnacionais Prejuízos causados pelos crimes objeto de operações deflagradas R$ ,30 Bens e valores apreendidos em operações deflagradas R$ ,18 Prejuízos evitados pelas operações deflagradas R$ ,00 Total de valores sob investigação em relação a desvios de recursos públicos R$ ,00 45/48 Fonte: palestra Dr. Rubens slide 47. Figura 24: TABELA DE APREENSÕES

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