Órgãos intervenientes no comércio exterior brasileiro. Câmara de Comércio Exterior (Camex) 1
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- Lucinda Marcela Almada Bicalho
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1 Órgãos intervenientes no comércio exterior brasileiro Câmara de Comércio Exterior (Camex) 1 Competências A Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão integrante do Conselho de Governo, tem por objetivo a formulação, adoção, implementação e a coordenação de políticas e atividades relativas ao comércio exterior de bens e serviços, incluindo o turismo. 2 Entre as competências definidas pelo Decreto 4.732, de 10 de junho de 2003, destacam-se: estabelecer as diretrizes para as negociações de acordos e convênios relativos ao comércio exterior, de natureza bilateral, regional ou multilateral; 1 Consultar: CAMPOS, Diego Araujo. Comércio Internacional. Florianópolis: Conceito, 2010 e LUZ, Rodrigo. Comércio Internacional e Comércio Exterior. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, Ver site: < br/sitio/interna/interna. php?area=1&menu=434>. definir diretrizes e procedimentos relativos à implementação da política de comércio exterior visando à inserção competitiva do Brasil na economia internacional; coordenar e orientar as ações dos órgãos que possuem competências na área de comércio exterior; definir, no âmbito das atividades de exportação e importação, diretrizes e orientações sobre normas e procedimentos, para os seguintes temas, observada a reserva legal: a) racionalização e simplificação do sistema administrativo; b) habilitação e credenciamento de empresas para a prática de comércio exterior; c) nomenclatura de mercadoria; d) conceituação de exportação e importação; e) classificação e padronização de produtos; f) marcação e rotulagem de mercadorias; g) regras de origem e procedência de mercadorias; 119
2 orientar a política aduaneira, observada a competência específica do Ministério da Fazenda; formular diretrizes básicas da política tarifária na importação e exportação; estabelecer diretrizes e medidas dirigidas à simplificação e racionalização do comércio exterior; estabelecer diretrizes e procedimentos para investigações relativas a práticas desleais de comércio exterior; fixar diretrizes para a política de financiamento das exportações de bens e de serviços, bem como para a cobertura dos riscos de operações a prazo, inclusive as relativas ao seguro de crédito às exportações; fixar diretrizes e coordenar as políticas de promoção de mercadorias e de serviços no exterior e de informação comercial; opinar sobre política de frete e transportes internacionais, portuários, aeroportuários e de fronteiras, visando à sua adaptação aos objetivos da política de comércio exterior e ao aprimoramento da concorrência; orientar políticas de incentivo à melhoria dos serviços portuários, aeroportuários, de transporte e de turismo, com vistas ao incremento das exportações e da prestação desses serviços a usuários oriundos do exterior; fixar as alíquotas do imposto de exportação, respeitadas as condições estabelecidas no Decreto-Lei 1.578, de 11 de outubro de 1977; fixar as alíquotas do imposto de importação, atendidas as condições e os limites estabelecidos na Lei 3.244, de 14 de agosto de 1957, no Decreto-Lei 63, de 21 de novembro de 1966, e no Decreto-Lei 2.162, de 19 de setembro de 1984; fixar direitos antidumping e compensatórios, provisórios ou definitivos, e salvaguardas; decidir sobre a suspensão da exigibilidade dos direitos provisórios; homologar o compromisso previsto no artigo 4. da Lei 9.019, de 30 de março de 1995; definir diretrizes para a aplicação das receitas oriundas da cobrança dos direitos de que trata o inciso XV deste artigo; 120
3 alterar, na forma estabelecida nos atos decisórios do Mercado Comum do Sul (Mercosul), a Nomenclatura Comum do Mercosul de que trata o Decreto 2.376, de 12 de novembro de Ressalte-se que os atos expedidos pela Camex devem considerar, ainda, os compromissos internacionais firmados pelo país, em particular junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), ao Mercosul e à Associação Latino- -Americana de Integração (ALADI). Conselho de Ministros A Camex tem, como órgão de deliberação superior e final, um Conselho de Ministros, composto pelos seguintes Ministros de Estado: do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que o preside; Chefe da Casa Civil da Presidência da República; das Relações Exteriores; da Fazenda; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; do Planejamento, Orçamento e Gestão; e do Desenvolvimento Agrário. Podem ser convidados a participar das reuniões do Conselho de Ministros da Camex titulares de outros órgãos e entidades da Administração Pública Federal, sempre que constar da pauta assuntos da área de atuação desses órgãos ou entidades, ou a juízo do presidente da República. Secretaria de Comércio Exterior (Secex) 3 Competências 4 Formular propostas de políticas e programas de comércio exterior, e estabelecer normas necessárias à sua implementação. 3 Consultar: CAMPOS, Diego Araujo. Comércio Internacional. Florianópolis: Conceito, 2010 e LUZ, Rodrigo. Comércio Internacional e Legislação Aduaneira. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, Ver site: < gov.br>. Propor medidas, no âmbito das políticas fiscal e cambial, de financiamento, de recuperação de créditos à exportação, de seguro, de transportes e fretes, e de promoção comercial. 121
4 Propor diretrizes que articulem o emprego do instrumento aduaneiro com os objetivos gerais de política de comércio exterior, bem como propor alíquotas para o imposto de importação, e suas alterações. Participar das negociações em acordos ou convênios internacionais relacionados com o comércio exterior. Implementar os mecanismos de defesa comercial. Apoiar o exportador submetido a investigações de defesa comercial no exterior. A Secex está dividida em quatro departamentos Operações de Comércio Exterior (Decex) Competência O desafio de expandir as vendas externas brasileiras a patamar coerente com o potencial do país norteia as principais iniciativas conduzidas pelo Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex). Assim, são empreendidos esforços para o aperfeiçoamento dos mecanismos de comércio exterior brasileiro e implementadas ações direcionadas à sua simplificação e adequação a ambiente de negócios cada vez mais competitivo. Negociações Internacionais (Deint) Competências Negociar e promover estudos e iniciativas internas destinados ao apoio, informação e orientação da participação brasileira em negociações de comércio exterior. Desenvolver atividades de comércio exterior junto a organismos e participar de acordos internacionais. Coordenar, no âmbito interno, os trabalhos de preparação da participação brasileira nas negociações tarifárias em acordos internacionais e opinar sobre a extensão e retirada de concessões. 122
5 Defesa Comercial (Decom) Atribuições e competências Ao Departamento de Defesa Comercial (Decom), compete: examinar a procedência e o mérito de petições de abertura de investigações de dumping, de subsídios e de salvaguardas, com vistas à defesa da produção doméstica; propor a abertura e conduzir investigações para a aplicação de medidas antidumping, compensatórias e de salvaguardas; recomendar a aplicação das medidas de defesa comercial previstas nos correspondentes Acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC); acompanhar as discussões relativas às normas e à aplicação dos Acordos de defesa comercial junto à OMC; participar em negociações internacionais relativas à defesa comercial; acompanhar as investigações de defesa comercial abertas por terceiros países contra exportações brasileiras e prestar assistência à defesa do exportador, em articulação com outros órgãos governamentais e com o setor privado. Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior (Depla) Competências Ao Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior (DEPLA), compete: propor e acompanhar a execução das políticas e dos programas de comércio exterior; formular propostas de planejamento da ação governamental, em matéria de comércio exterior; desenvolver estudos de mercados e produtos estratégicos para expansão das exportações brasileiras; 123
6 planejar e executar programas de capacitação em comércio exterior dirigidos às pequenas e médias empresas; planejar a execução e manutenção de Programas de Desenvolvimento da Cultura Exportadora; acompanhar, em fóruns e comitês internacionais, os assuntos relacionados com o desenvolvimento do comércio internacional e do comércio eletrônico; elaborar e editar material técnico para orientação da atividade exportadora; produzir, analisar, sistematizar e disseminar dados e informações estatísticas de comércio exterior; formular estratégias de parcerias entre órgãos e entidades públicas e privadas, para o desenvolvimento de ações e programas relacionados com a promoção das exportações; participar de comitês e fóruns nacionais e internacionais relacionados à promoção das exportações; implantar a Rede NUCEX, em parceria com os governos estaduais, órgãos e entidades envolvidas com o comércio exterior; coordenar as atividades do Projeto MDIC/JICA (Agência de Cooperação Internacional do Japão) na promoção das exportações brasileiras para o mercado japonês; coordenar as ações de desenvolvimento e implementação do Programa Estado Exportador; coordenar atividades, implementar ações e prestar informações sobre comércio exterior. 5 Consultar: CAMPOS, Diego Araujo. Comércio Internacional. Florianópolis: Conceito, 2010 e LUZ, Rodrigo. Comércio Internacional e Comércio Exterior. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, Conselho Monetário Nacional (CMN) 5 O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional. Foi criado pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e sofreu algumas alterações em sua composição ao longo dos anos. 124
7 O CMN tem a responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país. Sua composição atual é: Ministro da Fazenda, como Presidente do Conselho; Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão; Presidente do Banco Central do Brasil. Seus membros reúnem-se uma vez por mês para deliberarem sobre assuntos relacionados com as competências do CMN. Em casos extraordinários, pode acontecer mais de uma reunião por mês. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções, normativos de caráter público, sempre divulgados no Diário Oficial da União e na página de normativos do Banco Central do Brasil. De todas as reuniões são lavradas atas, cujo extrato é publicado no DOU. Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc) como órgão de assessoramento técnico na formulação da política da moeda e do crédito do país. A Comoc manifesta-se previamente sobre os assuntos de competência do CMN. Além da Comoc, a legislação prevê o funcionamento de mais sete comissões consultivas. O Banco Central do Brasil é a Secretaria-Executiva do CMN e da Comoc. Compete ao Banco Central organizar e assessorar as sessões deliberativas (preparar, assessorar e dar suporte durante as reuniões, elaborar as atas e manter seu arquivo histórico). Banco Central do Brasil (Bacen) 6 6 Ver site: < gov.br>. Competências É de competência exclusiva do Banco Central do Brasil: emitir papel-moeda e moeda metálica; executar serviços de meio circulante; receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais; 125
8 realizar operações de redesconto e empréstimos de assistência à liquidez às instituições financeiras; regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais; autorizar, normatizar, fiscalizar e intervir nas instituições financeiras; controlar o fluxo de capitais estrangeiros, garantindo o correto funcionamento do mercado cambial. 7 Consultar: CAMPOS, Diego Araujo. Comércio Internacional. Florianópolis: Conceito, 2010 e LUZ, Rodrigo. Comércio Internacional e Comércio Exterior. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, Ver site: < gov.br>. Secretaria da Receita Federal (SRF) 7 A Secretaria da Receita Federal do Brasil é um órgão específico, singular, subordinado ao Ministério da Fazenda, exercendo funções essenciais para que o Estado possa cumprir seus objetivos. É responsável pela administração dos tributos de competência da União, inclusive os previdenciários, e aqueles incidentes sobre o comércio exterior, abrangendo parte significativa das contribuições sociais do país. Auxilia, também, o Poder Executivo Federal na formulação da política tributária brasileira, além de trabalhar para prevenir e combater a sonegação fiscal, o contrabando, o descaminho, a pirataria, a fraude comercial, o tráfico de drogas e de animais em extinção e outros atos ilícitos relacionados ao comércio internacional. 8 As competências da Receita Federal do Brasil podem ser sintetizadas como: administração dos tributos internos e do comércio exterior; gestão e execução das atividades de arrecadação, lançamento, cobrança administrativa, fiscalização, pesquisa e investigação fiscal e controle da arrecadação administrada; gestão e execução dos serviços de administração, fiscalização e controle aduaneiro; repressão ao contrabando e descaminho, no limite da sua alçada; preparo e julgamento, em primeira instância, dos processos administrativos de determinação e exigência de créditos tributários da União; 126
9 interpretação, aplicação e elaboração de propostas para o aperfeiçoamento da legislação tributária e aduaneira federal; subsídio à formulação da política tributária e aduaneira; subsídio à elaboração do orçamento de receitas e benefícios tributários da União; interação com o cidadão por meio dos diversos canais de atendimento, presencial ou a distância; educação fiscal para o exercício da cidadania; formulação e gestão da política de informações econômico-fiscais; promoção da integração com órgãos públicos e privados afins, mediante convênios para permuta de informações, métodos e técnicas de ação fiscal e para a racionalização de atividades, inclusive com a delegação de competência; atuação na cooperação internacional e na negociação e implementação de acordos internacionais em matéria tributária e aduaneira; gestão dos recursos materiais, financeiros, humanos e tecnológicos. Ministério das Relações Exteriores (MRE) 9 Segundo o Decreto 5.979, de dezembro de 2006, as atribuições do MRE são as seguintes 10 : Artigo 1.º O Ministério das Relações Exteriores, órgão da administração direta, tem como área de competência os seguintes assuntos: 9 Consultar: CAMPOS, Diego Araujo. Comércio Internacional. Florianópolis: Conceito, 2010 e LUZ, Rodrigo. Comércio Internacional e Legislação Aduaneira. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, Ver site: < gov.br>. I - política internacional; II - relações diplomáticas e serviços consulares; III - participação nas negociações comerciais, econômicas, técnicas e culturais com governos e entidades estrangeiras; IV - programas de cooperação internacional e de promoção comercial; e V - apoio a delegações, comitivas e representações brasileiras em agências e organismos internacionais e multilaterais. Parágrafo único. Cabe ao Ministério auxiliar o presidente da República na formulação da política exterior do Brasil, assegurar sua execução e manter relações com Estados estrangeiros, organismos e organizações internacionais. 127
10 11 CAMPOS, Diego Araujo. Comércio Internacional. Florianópolis: Conceito, Ver: < br/siscomex/siscomex. html>. Siscomex 11 O que é Siscomex 12? O Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) é um instrumento informatizado, por meio do qual é exercido o controle governamental do comércio exterior brasileiro. É uma ferramenta facilitadora, que permite a adoção de um fluxo único de informações, eliminando controles paralelos e diminuindo significativamente o volume de documentos envolvidos nas operações. É um instrumento que agrega competitividade às empresas exportadoras, na medida em que reduz o custo da burocracia. O Siscomex promove a integração das atividades de todos os órgãos gestores do comércio exterior, inclusive o câmbio, permitindo o acompanhamento, orientação e controle das diversas etapas do processo exportador e importador. O Siscomex começou a operar em 1993 para as exportações e em 1997 para as importações. É administrado pelos chamados órgãos gestores, que são: a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), a Receita Federal do Brasil (RFB) e o Banco Central do Brasil (BACEN). As operações registradas via sistema são analisadas on-line tanto pelos órgãos gestores quanto pelos órgãos anuentes que estabelecem regras específicas para o desembaraço de mercadorias dentro de sua área de competência. Dicas de estudo Recomendamos a leitura dos livros: CAMPOS, Diego Araujo. Comércio Internacional. Florianópolis: Conceito Editorial, LUZ, Rodrigo. Comércio Internacional e Legislação Aduaneira. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
11 Recomendamos os seguintes sites: < < < < < < Referências CAMPOS, Diego Araujo. Comércio Internacional. Florianópolis: Conceito Editorial, Relações Internacionais para Provas e Concursos. Niterói: Impetus, LUZ, Rodrigo. Comércio Internacional e Legislação Aduaneira. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, MAIA, Jayme. Economia Internacional e Comércio Exterior. 12. ed. São Paulo: Atlas,
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