A POTENCIALIDADE DA SERINGUEIRA NO ESTADO DO TOCANTINS
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1 A POTENCIALIDADE DA SERINGUEIRA NO ESTADO DO TOCANTINS Caroline Ramos Costa 1 Grécia da Conceicão Reis¹, Edvaldo V. Sant Ana 2. 1 Acadêmica de CST de Gestão em Agronegócio; IFTO Campus Palmas; carol.r.cost@gmail.com 1 Acadêmica de CST de Gestão em Agronegócio; IFTO Campus Palmas; greciareis6@gmail.com 2 Professor, Doutor em Agronomia; IFTO-Campus Palmas; edvaldo@ifto.edu.br RESUMO Esse trabalho teve como objetivo identificar as regiões que existem cultivos de seringueira no Estado do Tocantins, através de um levantamento de campo, quantificar os produtores e seringais existentes no estado e analisar a potencialidade da implantação da cultura da seringueira no Estado do Tocantins. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica e exploratória sobre a cultura verificando uma carência de trabalhos publicados nesta área. De acordo com a revisão de literatura os plantios da cultura da seringueira estão localizados ao longo de todo estado da região sul ao norte, demonstrando uma adaptação da cultura as condições do Tocantins. Palavras-chave: Analisar, Cultivos, Identificar, Tocantins. INTRODUÇÃO A seringueira, cujo nome científico é Hevea brasiliensis, é uma árvore de porte ereto, podendo atingir 30m de altura total sob condições favoráveis, iniciando aos 4 anos a produção de sementes, e aos 6-7 anos (quando propagada por enxertia) a produção de látex (borracha) (IAPAR,2004). A seringueira é uma árvore de grande porte e ciclo perene pertencente à família Euphorbiaceae. Dentre os gêneros pertencentes a esta família, destacam-se Ricinus (mamona), Manihot (mandioca) e Hevea (seringueira). A classificação atual do gênero Hevea compreende 11 espécies de seringueiras, tendo como seu centro de origem a região Amazônica, nas margens de rios e lugares inundáveis de mata de terra firme, ocorrendo preferencialmente em solos argilosos e férteis. O Brasil tornou-se o maior produtor mundial da borracha natural e passou a abastecer o comércio internacional de 1879 a Isso trouxe riqueza e desenvolvimento para cidades como Manaus, Belém e Rio Branco, na época e ainda foi responsável pela colonização do Acre, então território da Bolívia, que mais tarde foi Página 1
2 anexado ao Brasil (LEÃO, 2000). O fim do ciclo da borracha iniciou em 1876 quando Henry Wickham levou para Inglaterra 70 mil mudas de seringueira onde apresentaram notável desenvolvimento. Neste mesmo período, mudas foram levadas para Malásia onde também conseguiram se desenvolver. Em 1913, as seringueiras malaias superavam a produção do Brasil: toneladas contra mil toneladas (LEÃO, 2000). Todavia, apenas os seringais formados fora da região Amazônica tornaram-se viáveis e fizeram crescer a produção nacional da borracha natural. De 1971 a 2004, a produção nacional de borracha natural aumentou 400%, mas ainda é pequena quando comparada com a dos países asiáticos. A cultura da seringueira na Amazônia não obteve sucesso devido ao efeito devastador do fungo Microcylus ulei, causador do mal-dasfolhas (PEREIRA, 2000). A seringueira foi implantada no estado na década de 80 na região Centro-Oeste do Tocantins nos municípios de Fátima, Porto Nacional, Pium e Cristalândia e Paraíso, em geral de modo ainda bastante rudimentar, pela falta de tradição e, principalmente, pela ausência de mão de obra especializada e de técnicos com conhecimentos específicos da cultura. Esses cultivos resultaram do PROBOR (Programa de Incentivo à Produção de Borracha Natural entre 1972 e 1984), que foi um ambicioso programa do governo federal que pretendia tornar o Brasil autossuficiente na produção de borracha. O Estado do Tocantins é composto por dois biomas (Cerrado e Amazônia), além de possuir um total de sete regiões fitoecológicas principais: Floresta Ombrófila; Floresta Ombrófila/Estacional; Floresta Estacional; Formações Pioneiras; Savana/Floresta estacional; e Savana (Cerrado) (SEPLAN 2012). Atualmente, quatro espécies são cultivadas para fins não madeireiros no Estado, incluindo a Seringueira, Pupunha, Neem e Pequi. A área total plantada com cultivos florestais não madeireiros em Tocantins somava o total de 2,3 mil ha em A produção de seringueira no Tocantins é incipiente, e o estado é o 9º produtor, responsável por apenas 0,8% do total nacional. Embora a produção do Tocantins seja pequena o crescimento tem sido acentuado e apresentando uma tendência de crescimento. Entre 2000 e 2011, a produção de látex coagulado no Tocantins passou de 700 para 2,3 mil toneladas, um crescimento de 228%. Houve um crescimento substancial de plantio de Seringueira no Estado nos últimos três anos. Estima-se que até o final de 2015 no Estado tenha chegado mais de 5000 hectares de área de seringueira. O objetivo da pesquisa foi de avaliar a Página 2
3 potencialidade do Estado para a implantação da cultura da seringueira, identificar os produtores e seringais já existentes no estado e divulgar as diversas formas de investimentos bancários existentes para o projeto ECO Seringueira. MATERIAL E MÉTODOS Para a realização deste trabalho foi realizado o levantamento da cultura da seringueira no Estado do Tocantins. Primeiramente foi realizada uma pesquisa bibliográfica e exploratória sobre o tema. Entrevistas com técnicos do Banco da Amazônia (BASA), da Secretaria Estadual da Agricultura e Pecuária (SEAGRO) do Tocantins para buscar os contatos dos produtores. A partir desses contatos, somente a propriedade Boa Vista em Paraíso do Tocantins (Figura 1) foi visitada até o momento. As demais propriedades na região central do Tocantins que estão implantando ou que possuem os seringais no Estado estão sendo quantificadas e relatadas para a exploração da pesquisa. Figura 1. Propriedade Boa Vista, Município de Paraíso do Tocantins. Fonte: próprio dos autores no ano 2014/1. RESULTADOS E DISCUSSÃO Atualmente, o crescimento desta cultura tem se destacado devido ao apoio técnico e linhas de crédito disponíveis para este tipo de produção. A pesquisa constatou que havia uma área plantada de hectares de seringueira no Tocantins em 2011, e até o ano de 2012 foi expandida para hectares, o que significa um crescimento de 55% do plantio em um ano). Para a coordenação desta cultura foi implantado o Página 3
4 programa PROBOR I, II e III do Governo Federal juntamente com a Superintendência da Borracha (SUDHEVEA) Até 2013 a área atualmente ocupada pela cultura é de ha. Há previsão de implantação de mais ha nos próximos três anos, completando um total de ha. A produção do Tocantins é incipiente, e o estado é o 9º produtor, responsável por apenas 0,8% do total nacional. Embora a produção do Tocantins seja pequena o crescimento tem sido acentuado. Entre 2000 e 2011, a produção de látex coagulado no Tocantins passou de 700 para 2,3 mil toneladas, um crescimento de 228%. Dentre as vantagens na produção de seringueiras no Estado, está, segundo a Secretaria de Agricultura, o alto índice de empregabilidade nos seringais, a possibilidade de integrar culturas de curto prazo nos primeiros anos de cultivo das árvores, recuperação de solo degradado, sequestro de carbono, além da criação de um microclima favorável se tornando uma cultura de influência para o estado do Tocantins, além de alavancar a produção se tornar um referencial para estudos geração de lucros. A importância do acompanhamento técnico através da assistência tem sido de grande valia para os pequenos produtores, onde muitos aprenderam a controlar seus custos de produtividade e domínio de técnicas de comercialização. De forma holística o crescimento desta produção é notável e viável para os pequenos produtores. Diante do exposto o objetivo da pesquisa fundamenta-se na avaliação da potencialidade do estado para a implantação da cultura da seringueira, quantificar os produtores e seringais existentes e a divulgação dos diversos projetos de incentivos governamentais para a introdução da cultura nas terras do Tocantins. LITERATURA CITADA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e documentação: Referências: Elaboração. Rio de Janeiro, 2002a. BRASILEIRA, BORRACHA NATURAL. Heveicultura avança forte no Tocantins Disponível em: < > Acessado 06 de Setembro de CAMARGO, A. P., Fábio Ricardo Marin, and Marcelo Bento Paes de Camargo. Zoneamento climático da heveicultura no Brasil. Embrapa Monitoramento por Satélite, Página 4
5 CORTEZ, J. V. Reflexões sobre as projeções de consumo de borracha natural no Brasil até o ano Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha. (Apabor), LEÃO, R. M. A Floresta e o Homem. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais, 2000, 448 p. PEREIRA, J. P; DORETTO, M.; LEAL, A. C.; CASTRO, A. M. G. de; RUCKER, N. A. Cadeia produtiva da borracha natural: análise diagnóstica e demandas atuais no Paraná. Londrina: IAPAR, 85 p., SEAGRO. Dados não publicados Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Tocantins (SEMADES). Reformulação da política estadual de florestas e elaboração do plano estadual de florestas do Tocantins (PEF/TO). Proposta preliminar do plano estadual de florestas (pef/to) - Curitiba, Brasil, SEPLAN. Mapeamento das Regiões Fitoecológicas e Inventário Florestal do Estado do Tocantins: Regiões Fitoecológicas do Tocantins. Secretaria do Planejamento e da Modernização da Gestão Pública do Tocantins. Palmas, Tocantins AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Instituto Federal de Educação Ciências e Tecnologias Campus Palmas e a colaboração da SEAGRO na obtenção de dados ainda não divulgados e nas informações pertinentes para este trabalho. Página 5
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