Subsídios para a discussão da compatibilização da geração de energia hidrelétrica com expansão da agricultura irrigada na bacia do rio São Marcos

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1 Subsídios para a discussão da compatibilização da geração de energia hidrelétrica com expansão da agricultura irrigada na bacia do rio São Marcos Brasília, janeiro de 2014

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3 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO OBJETIVOS GERAL ESPECÍFICOS DESCRIÇÃO GERAL DA BACIA CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA OS EMPREENDIMENTOS HIDRELÉTRICOS A UHE Serra do Facão A UHE Batalha A AGRICULTURA IRRIGADA O Histórico da Agricultura na Bacia A Evolução da Irrigação na Bacia Perspectivas de Expansão das Áreas Irrigadas na Bacia A HIDROLOGIA DA BACIA A DISPONIBILIDADE DE ÁGUA AS DEMANDAS CONSUNTIVAS DE ÁGUA BALANÇO HÍDRICO NA BACIA OS CAMINHOS POSSÍVEIS AUMENTO DA DISPONIBILIDADE DE ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO Medidas administrativas Revisão dos cálculos de demanda de água pela irrigação a) Readequação dos cálculos dos Kcs b) Definição de taxas de uso/ociosidade Alteração dos critérios de outorga para irrigação a) Adoção de vazões menos restritivas b) Adoção de critérios de sazonalidade de uso Conclusões preliminares ATENDIMENTO DE PRÉ-REQUISITOS Cadastramento e regularização de usuários Uso racional de água na irrigação

4 Capacitação para uso racional de água na irrigação Avaliação da irrigação pratica na bacia Certificação de uso racional da água na irrigação Estudos Complementares Determinação da área irrigável Novo modelo de gestão Organização dos usuários Monitoramento Orientado para Gestão (MOG) Sala de Situação Fiscalização Uniformização dos critérios de outorga CONCLUSÕES & RECOMENDAÇÕES CONCLUSÕES RECOMENDAÇÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 63

5 1. INTRODUÇÃO A gestão dos recursos hídricos se desenvolveu e continua a se desenvolver com maior rapidez e perenidade nos locais onde as condições de acesso à água apresentam maiores restrições, quer seja pela sua baixa disponibilidade - em quantidade e/ou qualidade - quer seja pela sua elevada demanda. O Fato é que a insuficiência de água para o atendimento às demandas instaladas e esperadas em uma bacia hidrográfica tende a gerar conflitos intra e intersetoriais em torno deste recurso, fazendo com que governos e comunidades intervenham em sua gestão. No Brasil, a gestão dos recursos hídricos desenvolveu-se com maior intensidade e vigor nas Unidades da Federação e nas bacias hidrográficas onde eram, e ainda são, percebidos conflitos relacionados às restrições ao acesso à água, tanto por questões relacionadas à baixa disponibilidade quanto por questões relacionadas ao excesso da demanda. Notadamente, até o final do século passado, os principais problemas relacionados ao acesso à água eram verificados com maior intensidade apenas no semiárido nordestino, no entorno das grandes cidades brasileiras e, pontualmente, em áreas específicas de Estados do Sul e do Sudeste. Atualmente, outras áreas do País, onde o desenvolvimento acelerado e não planejado da agropecuária, associado à inexistência de planejamento intersetorial de longo prazo, também começa a apresentar também os primeiros conflitos intra e intersetoriais em torno da demanda e da oferta de recursos naturais, entre os quais a água. Entre essas novas áreas de conflito situa-se a bacia hidrográfica do rio São Marcos, na qual a ocupação desordenada e desregrada da agricultura, especialmente a irrigada, se contrapõe ao histórico de planejamento e hegemonia adquirida pelo setor elétrico que, desde meados da década de 60, vem estudando e reestudando a bacia do São Marcos com objetivo de aproveitá-la hidreletricamente. Há tempos, sabia-se que a bacia do rio São Marcos, por suas características climáticas, relevo e solos, poderia se transformar, com uso da irrigação, em uma das principais regiões produtoras de alimentos do Brasil, o que se confirmou a partir das décadas de 80 e 90 e se consolidou neste século. Sabia-se também, desde a década de 60, que as águas efluentes de seus rios poderiam servir à geração de energia hidrelétrica, o que também se confirmou a construção das UHEs Serra do Facão e Batalha. Entretanto, demorou-se a perceber que, se não fosse feita de forma planejada e integrada, a ocupação da bacia do São Marcos por estes dois setores poderia gerar tensões e conflitos em torno dos recursos hídricos, uma vez que, nesta bacia, o sentido de essencialidade da água é realçado por aspectos econômicos e sociais raramente observados em outras regiões brasileiras. É necessário, portanto, que os órgãos gestores de recursos hídricos que atuam na bacia do São Marcos (ANA e OGERHs), em conjunto com os usuários interessados (irrigantes e setor elétrico) e com os colegiados atuantes na bacia, intervenham conjuntamente e de forma construtiva a fim de elaborar 1

6 e implementar alternativas que permitam a coexistência de ambos os setores na bacia, de forma que os dois tenham supridas suas expectativas e continuem gerando riqueza para a região e o País. Nesse sentido, como base referencial para discussão, a SPR/ANA se propôs a elaborar este documento, com subsídios e propostas alternativas que permitam compatibilização da expansão da agricultura irrigada com a geração de energia hidrelétrica, garantindo, assim, a multiplicidade de usos das águas na bacia do São Marcos. Além desta breve introdução, o documento apresenta, na sequencia, os objetivos que o orientam, uma descrição geral da bacia, a caracterização do problema - com o histórico dos setores elétrico e agrícola na bacia, um pouco da hidrologia da bacia, as alternativas propostas para aumento da área irrigada e as conclusões e recomendações. 2

7 2. OBJETIVOS 2.1. GERAL Elaborar uma breve análise sobre a questão dos usos múltiplos da água na bacia hidrográfica do rio São Marcos a partir de elementos coletados pelas equipes técnicas da ANA e de manifestações apresentadas pelos atores interessados. Propor alternativas que garantam os usos múltiplos da água nessa bacia, possibilitando a compatibilização da expansão da agricultura irrigada com a geração de energia pela Usina Hidrelétrica de Batalha ESPECÍFICOS Compor um quadro do uso dos recursos hídricos na bacia do rio São Marcos, particularmente na sua porção superior; Desenvolver e propor medidas que constituam alternativas para o aumento da oferta de água para a irrigação; Desenvolver estratégias e ações voltadas ao aprimoramento das estimativas de consumo e à racionalização do uso da água na irrigação na bacia, com vistas à redução das demandas unitárias; Propor a criação e apoiar a operacionalização de uma Área Especial de Gestão de Recursos Hídricos na bacia do São Marcos, que contemple a regularização e a organização dos usuários, o monitoramento orientado à gestão e a fiscalização integrada, novos padrões de outorga e de uso da água na irrigação. 3

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9 3. DESCRIÇÃO GERAL DA BACIA DO RIO SÃO MARCOS A bacia hidrográfica do rio São Marcos encontra-se inserida na bacia hidrográfica do rio Paranaíba (Figura 1), uma das bacias que compõem a Região Hidrográfica do Paraná. MT DF GO Bacia do Rio Paranaíba Legenda MG socram oãs oir od aicab abíanarap oir od aicab laudatse oãsivid MS Figura 1. Localização da bacia hidrográfica do rio São Marcos. O São Marcos é um rio de domínio da União. Nasce a cerca de 900 m de altitude na divisa dos Estados de Goiás e Minas Gerais. Sua nascente é bastante peculiar, pois está localizada numa extensa vereda, cujas águas escoam, em um extremo, para a bacia do rio Paranaíba, através do rio São Marcos e, no outro extremo, para a bacia do rio São Francisco, através do córrego Arrependido. Depois de percorrer cerca de 480 km, o São Marcos tem sua foz junto ao remanso do reservatório da Usina Hidrelétrica de Emborcação, no rio Paranaíba, do qual é um dos principais afluentes pela margem direita. Em boa parte desse percurso, em seu trecho médio, o rio São Marcos define a fronteira entre os Estados de Goiás e Minas Gerais, como pode-se observar na Figura 2. Os principais afluentes do rio São Marcos são o rio São Bento, e os ribeirões Soberbo, Mundo Novo e da Batalha, pela margem esquerda, e os ribeirões Imburuçu, Ponte Alta, Castelhano, São Firmino, do Cristal, Piscambaia e Samambaia, pela margem direita. O São Marcos drena uma área de aproximadamente 12 mil km 2 pertencente ao Distrito Federal (0,6%) e aos Estados de Goiás (71,9%) e Minas Gerais (27,5%), que corresponde a sua bacia hidrográfica. SP 5

10 Figura 2. Hidrografia principal e divisão político-administrativa da bacia hidrográfica do rio São Marcos. Na Figura 2 também pode-se observar que são 10 os municípios que possuem áreas na bacia do rio São Marcos, sendo 6 do Estado de Goiás (Cristalina, Campo Alegre de Goiás, Catalão, Davinópolis, Ipameri e Ouvidor), 3 de Minas Gerais (Unaí, Paracatu e Guarda-Mor) e Brasília, no Distrito Federal. Nenhuma sede municipal está situada na bacia e, consequentemente, nenhum município tem seu território totalmente inserido na bacia. As altitudes na bacia variam de pouco mais de 600 m, na foz do rio São Marcos, a mais de 1200 m, no Domo de Cristalina 1, como pode ser observado na Figura 3, que apresenta a altimetria da bacia do São Marcos. 1 Localizado no município de Cristalina-GO, seu ponto mais alto coincide com o divisor de águas entre as bacias do rio São Marcos e do São Bartolomeu. Possui um diâmetro de 30 a 40 km, tendo sido originado a partir do arqueamento de corrente tectônica que ocasionou dobramentos em toda área circunvizinha (BRASIL, 2003). 6

11 DF ³ ³ Domo de Cristalina GO MG Km Km Altimetria: Dados ASTER GDEM Foz do São Marcos Figura 3. Altimetria da bacia hidrográfica do rio São Marcos Legenda Legenda laudatse oãsivid laudatse oãsivid socram oãs oir od aicab socram oãs oir od aicab Relevo Relevo Altimetria Altimetria 1252 m 1252 m 610 m 610 m Desde as nascentes do ribeirão Samambaia (ponto extremo mais ao norte) até a foz do São Marcos (ponto extremo mais ao sul), a bacia hidrográfica do rio São Marcos possui um relevo bastante heterogêneo, como pode ser observado no mapa de declividades apresentado na Figura 4. Nos trechos superior e médio superior 2 o relevo é plano a ondulado, em contraste com o trecho médio inferior e parte do inferior, caracterizado pelo relevo acidentado e montanhoso. Junto ao remanso do reservatório da UHE Emborcação, em seu trecho final, o relevo passa a ser fracamente acidentado (PCE et al., 2005a). São expressivas e economicamente muito importantes as áreas planas, localizadas principalmente nas partes mais altas da bacia, onde ocorre a formação de chapadões e vales abertos e suaves. São nestes vales e chapadões que se desenvolveu e desenvolve boa parte da agricultura irrigada na bacia. 2 O trecho médio superior do rio S. Marcos se estende do km 150 até a ponte da BR-040 (km 310), medidos a partir da sua foz. 7

12 Figura 4. Declividades predominantes na bacia hidrográfica do rio São Marcos. Na bacia do São Marcos predomina o clima tropical úmido, com períodos seco e úmido bem definidos durante o ano. Os verões são normalmente chuvosos e os invernos secos. O período chuvoso ocorre nos meses de novembro, dezembro e janeiro A duração do período seco varia de 4 a 6 meses compreendendo, principalmente, os meses de junho, julho, agosto e setembro. A precipitação anual média na bacia é de aproximadamente mm, variando entre cerca 1330 e 1550 mm, de acordo com o local da bacia (Figura 5). A evapotranspiração anual média na bacia é de cerca de 900 mm. As temperaturas médias anuais na bacia variam entre 18 e 22 ºC (Figura 6), sendo o trimestre mais quente correspondente aos meses de janeiro, fevereiro e março, com temperaturas máximas de até 37 o C, e o trimestre mais frio corresponde aos meses de maio, junho e julho, com temperaturas mínimas podendo chegar a 0 C (PCE et al., 2005b) 8

13 Figura 5. Precipitações médias anuais na bacia hidrográfica do rio São Marcos. Figura 6. Temperaturas médias anuais na bacia hidrográfica do rio São Marcos. 9

14 As águas da bacia do rio São Marcos, de forma geral, apresentam boa qualidade, enquadrando-se nas Classes 1 e 2 dos padrões estabelecidos para as águas doces, de acordo com a Resolução CONAMA N º357/05. A inexistência de grandes aglomerados urbanos na bacia certamente contribui para esta situação. Entretanto, a agricultura intensiva, praticada em vários pontos da bacia, sugere a necessidade de se realizar levantamentos e de se monitorar a presença de agrotóxicos em suas águas (BRASIL, 2011). A bacia do São Marcos está integralmente inserida no Bioma Cerrado, apresentando uma vegetação que varia de campos limpos até cerradões, relativamente mais densos. Entre estes dois extremos fisionômicos, pode-se encontrar na bacia uma gama de formas intermediárias, como os campos sujos, os campos cerrados, os cerrados sensu stricto etc. (PCE et al., 2005b). Na Figura 7 é possível observar a vegetação nativa ainda remanescente na bacia. Figura 7. Vegetação nativa remanescente na bacia hidrográfica do rio São Marcos A observação conjunta das Figuras 7 (vegetação nativa remanescente) e 4 (declividades) permite inferir que na bacia do São Marcos, assim como acontece na maioria das áreas antropizadas do Brasil, a manutenção da vegetação nativa se dá, principalmente, nos locais onde o relevo dificulta ou impede a utilização econômica do território. 10

15 As vastas áreas planas localizadas nos chapadões e vales abertos da bacia são ideais para prática da agricultura moderna, que utiliza altos níveis de tecnologia, principalmente relacionada à mecanização e à irrigação. A baixa fertilidade natural dos solos que predominam nestas áreas é facilmente corrigida com a aplicação de fertilizantes e corretivos de solo. Outra importante característica da bacia é a presença de solos profundos e bem drenados, principalmente nos chapadões. Estes solos possuem alta capacidade de infiltração e de armazenamento de água, favorecendo a alimentação dos córregos, rios e ribeirões durante longos períodos de estiagem (PCE et al., 2005b). 11

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17 4. CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA A bacia hidrográfica do rio São Marcos, de relevo heterogêneo, com chapadões e vales abertos em suas porções mais altas, ideais para a agricultura tecnificada, montanhas e vales encaixados com acentuada declividade em suas porções mais baixas, propícios para a geração de energia hidrelétrica, transformou-se em palco de uma significativa disputa pelos recursos hídricos, envolvendo: a geração de energia hidrelétrica, materializada pela construção da UHE Batalha no rio São Marcos, com potência instalada mínima de 52,5 MW (direito de uso da água outorgado a Furnas Centrais Elétricas por meio da Resolução ANA nº489/08). Dotada de reservatório de regulação, seu efeito de acumulação de água para geração hidrelétrica se propaga para cascata de hidrelétricas à jusante de seu eixo, aumentando a garantia física de energia em 25,7 MWHmed, de acordo com informação da EPE (BRASIL, 2011b); e a expectativa de agricultores irrigantes, instalados e que pretendem instalar-se, em expandir as áreas irrigadas sem um projeto global de ocupação devidamente aprovado ou registrado junto aos órgãos gestores, nesta região que é considerada ímpar para a produção de sementes, grãos e hortícolas de alto valor agregado, devido às excepcionais características de clima, relevo e solos. De forma geral, a compreensão do problema passa, obrigatoriamente, pelo aprofundamento do entendimento de como os dois setores envolvidos agricultura irrigada e geração hidrelétrica ocuparam e se desenvolveram na bacia, sendo o litígio gerado, entre outros fatores, pela falta de interlocução entre os litigantes e a inexistência de um planejamento intersetorial para a região. Nesse sentido, vale destacar que os representantes dos governos dos Estados de Minas Gerais e Goiás, bem como os irrigantes mineiros e goianos instalados na bacia, não mencionam, nos documentos encaminhados à ANA, a existência de planos regionais de irrigação ou desenvolvimento agrícola para a bacia do São Marcos, nem a existência de políticas estaduais de desenvolvimento da agricultura irrigada ou linhas de crédito para investimentos em equipamentos, infraestrutura ou desenvolvimento tecnológico, vigentes no período coberto pela presente análise, ações concretas refletindo o reconhecimento do potencial da região e o desejo de contribuir para o seu desenvolvimento sócio-econômico. Sem estabelecer os limites para o desenvolvimento da região, sem metas determinadas para integração dos esforços dos diferentes segmentos, o crescimento da agricultura irrigada ficou na dependência das iniciativas individuais. Outra questão importante, que acirra as discussões em torno da UHE Batalha, refere-se aos litígios de Furnas com agricultores e assentados em torno de acesso ao reservatório e não cumprimento de exigências fixadas na licença ambiental, que mesmo não abordadas neste documento, possam incluir, de algum modo, o acesso aos recursos hídricos. 13

18 De forma geral, constata-se que nenhum planejamento dos setores envolvidos, se existente para a bacia, foi integrado, sendo o conflito potencial e crescentemente mais próximo ignorado. Nenhuma medida de aproximação e mediação de interesses foi promovida até que as obras da usina se aproximassem de seu término, sendo que dos irrigantes partiu o primeiro sinal de perigo, diante da emissão do Marco Regulatório (Resolução ANA n 562/2010), que através do Governo de Goiás, procurou a ANA em busca de uma solução para o conflito. Como todo problema, este também tem suas causas e desdobramentos. Além do conflito já explicitado entre os irrigantes e Furnas pelos recursos hídricos, que arrastou os órgãos gestores e a ANA, afloraram outras disputas subjacentes, não tratadas diretamente neste documento, a saber: irrigantes mineiros x irrigantes goianos, em torno da partilha das águas da bacia do São Marcos; Governo de Minas Gerais x Governo de Goiás, em torno de critérios e exigências para concessão de outorga; e Governo de Minas Gerais x ANA, a respeito de vazões de entrega no rio São Marcos, de domínio da União e que estabelece as fronteira entre os dois estados 4.1. OS EMPREENDIMENTOS HIDRELÉTRICOS De acordo com PCE et al. (2005b), os primeiros estudos voltados ao aproveitamento hidrelétrico da bacia hidrográfica do rio São Marcos foram realizados pelo Consórcio Canambra 3 em conjunto com Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig), em 1965, no âmbito da identificação e avaliação do potencial hidrelétrico do Estado de Minas Gerais. Nesse estudo, o rio São Marcos foi separado em 4 trechos: Inferior: do final do remanso do reservatório da UHE Emborcação, no rio Paranaíba (no km 26 do rio São Marcos), até próximo à foz do ribeirão Segredo (no km 75); Médio Inferior: do km 75 até próximo à foz do ribeirão Ponte Alta (km 150); Médio Superior: do km 150 até a ponte da BR-040 (km 310); e Superior: acima da ponte da BR-040 (Km 310) até as cabeceiras do rio São Marcos (Km 480). Inicialmente foram estudados apenas os trechos inferior, médio inferior e médio superior, totalizando cerca de 310 km do rio São Marcos, excluindo-se o 3 O Consórcio Canambra Consulting Engineers Ltda. foi resultado de ação conjunta do governo brasileiro e do Banco Mundial. A composição do consórcio envolvia empresas canadenses (Montreal Engineering Co. e Crippen Engineering), americana (Gibbs and Hill Inc.) e brasileiras (de acordo com a área de estudo: Cemig, Furnas, Eletrosul etc.). Atuou sob a coordenação do Comitê Coordenador de Estudos Energéticos da Região Centro-Sul, do recém criado Ministério de Minas e Energia (Gomes et al., 2011 e BRASIL, 2008). 14

19 trecho superior da bacia, com mais de 100 km de extensão e 70 metros de queda. Este estudo restringiu o potencial do São Marcos a dois aproveitamentos hidrelétricos: Anta Gorda, a jusante, e Paulistas (atual Batalha), cujo N.A. máximo normal de operação foi fixado na cota 795m, para ficar abaixo da cota do tabuleiro da ponte da BR-040. A energia firme avaliada nesses aproveitamentos, somados, era de 83MW médios (PCE et al. 2005a). Quatro anos depois, em 1969, os estudos foram retomados pela Celg (Centrais Elétricas de Goiás) que confirmou os aproveitamentos, denominados Anta Gorda e Paulistas. Estes novos estudos indicaram um potencial aproveitável cerca de 50% superior ao inicialmente identificado pela Canambra ((PCE et al. 2005a). A década de 70 não assistiu a avanços no detalhamento dos estudos ou mudanças de inventário, o que ocorreu somente em 1984, quando Furnas (Furnas Centrais Elétricas S.A.) providenciou uma revisão dos estudos de inventário da bacia do rio São Marcos. Estes novos estudos foram realizados através da contratação da empresa MDK Engenharia de Projetos Ltda. No ano seguinte foi concluída a reavaliação do potencial hidrelétrico disponível, estabelecendo-se uma nova divisão de quedas para o rio São Marcos, com quatro aproveitamentos, denominados de Paraíso, Serra do Facão, Paulistas e Mundo Novo ((PCE et al. 2005b). Apesar dos esforços nesta década de 80, as ambições de Furnas foram frustradas com a moratória da dívida externa do Brasil, que impediu a obtenção de empréstimos e conduziu a novos modelos de gestão do setor elétrico com a privatização de empreendimentos. Entre os anos de 1997 e 1998, novamente Furnas, por meio de convênio com a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), realizou novos estudos visando a atualização e complementação dos estudos de inventário hidrelétrico da bacia do rio São Marcos, envolvendo o trecho compreendido entre as nascentes do rio São Marcos e o remanso do reservatório de Emborcação. Estes novos estudos de inventário, aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 1999, resultaram na divisão de queda atualmente adotada para o rio São Marcos e apresentadas no Quadro 1 e na Figura 8 (adaptado de PCE et al. 2005b). Depois de promover um reinventário da bacia, à luz dos novos parâmetros, Furnas realiza, em 2004, novo estudo de viabilidade e, durante o Estudo de Impacto Ambiental, dentre os argumentos enumerados em favor do empreendimento, elenca a expansão da irrigação já presente na área, mas limitada pela falta de energia. Quadro 1. Divisão de queda selecionada para o rio São Marcos a partir do reinventário realizado por Furnas nos anos de 1984/85 atualizados em 1997/98 (PCE et al. 2005b). Usina N.A. Reservatório Vol. Reservatório Potência Nº de (m) (km 3 ) Instalada (MW) Unidades máx mín máx mín Mundo Novo 67, ,0 840,0 3,230 0,896 Paulistas 81, ,0 785,0 1,758 0,422 Serra do Facão 224, ,0 742,3 4,641 2,802 15

20 Paraíso 41, ,0 675,0 0,031 0,031 AHE Mundo Novo AHE Batalha AHE Serra do Facão AHE Paraíso AHE Paraíso AHE Mundo Novo AHE Batalha AHE Serra do Facão Remanso da UHE Emborcação Figura 8. Divisão de queda selecionada para o rio São Marcos a partir do reinventário realizado por Furnas nos anos de 1984/85 atualizados em 1997/98 (adaptado de PCE et al. 2005b) Dos quatro aproveitamentos identificados por Furnas no rio São Marcos, apenas dois mostraram-se econômica e ambientalmente viáveis até o momento, atraindo o interesse para a construção de usinas hidrelétricas: o AHE Serra do Facão, cuja usina hidrelétrica já encontra-se em operação com a denominação de UHE Serra do Facão, e o AHE Paulistas, cuja usina hidrelétrica encontra-se em construção com a denominação de UHE Batalha A UHE Serra do Facão A Usina Hidrelétrica Serra do Facão (Figura 9), com potência instalada de 210 MW, está localizada no rio São Marcos a jusante da UHE Batalha, entre os municípios de Catalão e Davinópolis, no Estado de Goiás. Teve sua construção iniciada em fevereiro de 2007 e começou a operar comercialmente em julho de 2010, apenas três anos e meio depois do início das obras. A barragem da UHE Serra do Facão, com mais de 80 m de altura, criou um reservatório com 60 km de extensão, inundando uma área de 218,84 km 2 e capaz de armazenar milhões de metros cúbicos de água. Este reservatório abrange parcialmente áreas de Catalão, Campo Alegre de Goiás, Cristalina, Davinópolis e Ipameri, em Goiás, e Paracatu, em Minas Gerais, sendo que nos dois primeiros municípios está localizada mais de 90% da área do reservatório (SEFAC, 2011). A concessão para exploração do AHE Serra do Facão foi outorgada ao Consórcio GEFAC - Grupo de Empresas Associadas de Serra do Facão (Decreto de 16 de outubro de 2001), vencedor do leilão realizado pela Aneel para a concessão. O GEFAC era constituído pela Alcoa Alumínio S.A.; 16

21 Companhia Brasileira de Alumínio, DME Energética Ltda. e Votorantim Cimentos Ltda. (SEFAC, 2011) Figura 9. Usina Hidrelétrica Serra do Facão, em setembro/2010. Vale destacar que a UHE Serra do Facão não dispõe de DRDH (Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica) nem de outorga de direito do uso da água concedidas pela ANA, uma vez que sua concessão deu-se em 2001, um ano antes do inicio das análises e emissões dos referidos normativos. Em 2006, Furnas e Camargo Corrêa Energia passam a compor o Consórcio mediante a aquisição de parte da composição acionária. A nova composição, autorizada pela Aneel em fevereiro de 2007, passou a ser denominar-se România Participações S.A., sendo formada pelas empresas: Alcoa Alumínio S.A.; DME Energética Ltda., Camargo Corrêa Energia e Furnas. Ainda em fevereiro de 2007 foi emitida a ordem de serviço para o início da obra (SEFAC, 2011) Em fevereiro de 2009 foi assinado o segundo termo aditivo ao contrato de concessão, formalizando a transferência da concessão para a SEFAC (Serra do Facão Energia S.A.), cuja composição acionária é dividida entre a Alcoa Alumínio S.A. (34,97%), DME Energética Ltda. (10,09%), Camargo Corrêa Energia S.A.(5,47%) e Furnas - Centrais Elétricas S.A. (49,47%) (SEFAC, 2011). A licença de operação foi emitida em 18 de novembro de 2009, um dia antes do enchimento do reservatório, com o fechamento das comportas do túnel de desvio. O reservatório atingiu a cota mínima operacional de 732,50m no início de março de 2010, permitindo a operação comercial da Unidade 17

22 Geradora nº 1 a partir de julho de 2010, conforme autorização da Aneel - Despacho Aneel nº 2.001, de 12 de julho de 2010 (SEFAC, 2011) A UHE Batalha A Usina Hidrelétrica Batalha, com previsão 52,5 MW de potência instalada, está localizada no rio São Marcos a montante da UHE Serra do Facão, entre na divisa entre os municípios de Cristalina, no Estado de Goiás, e Paracatu, no Estado de Minas Gerais. Teve sua construção iniciada em meados de 2008 se estendendo até o final do ano de 2013 (a previsão inicial era de que as obras fossem finalizadas até o final de 2010). A Figura 10 mostra o canteiro de obras da UHE Batalha em setembro de Figura 10. Canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Batalha, em setembro/2010 (BRASIL, 2011a). A barragem da UHE Batalha tem 50 m de altura, o que fechará o vale do rio, formando um reservatório de 36 km de extensão e área de 138 km², com volume que chegará a milhões de metros cúbicos. O reservatório, com capacidade de deplecionamento de 15 m, sem paralisação de sua geração, abrangerá apenas áreas dos municípios de Paracatu, em Minas Gerais e Cristalina, em Goiás (PCE et al. 2005b). Os primeiros estudos de viabilidade para a construção da UHE Batalha foram realizados por Furnas entre os anos de 1985 e 1987 em conjunto com a empresa MDK Engenharia de Projetos Ltda. Em 2004, Furnas e as empresas SPEC Planejamento, Engenharia e Consultoria Ltda. e PCE Projetos e Consultorias de Engenharia Ltda. realizaram novo Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE), estimando em R$ 300,4 milhões (referência 18

23 m 3 /s IRRIGAÇÃO E GERAÇÃO DE ENERGIA HIDRELÉTRICA NA BACIA DO RIO SÃO MARCOS outubro/2004) o orçamento para a construção do empreendimento, de acordo com do Despacho n.º No final de 2008, Furnas revisou os valores do empreendimento para R$ 740,1 milhões (BRASIL, 2011b). A reserva de vazões para operação da UHE Batalha (ainda denominada UHE Paulistas), de forma a garantir a disponibilidade hídrica necessária à viabilidade do empreendimento, foi declarada pela ANA por meio da Resolução nº 364, de 29 de agosto de Nesta DRDH também foram fixadas as vazões referentes aos usos consuntivos a serem subtraídas das vazões naturais médias mensais afluentes ao AHE até o ano de Na Figura 11 é apresentado, graficamente, um resumo destas vazões. Em dezembro de 2005, Furnas Centrais Elétricas S.A. venceu o certame para exploração do AHE Paulistas no 1º Leilão de Energia Nova realizado pela Aneel (comercializando 47MW médios ao preço de R$ 114,37/MWh - base: dez/2005) e, no início de 2006, a UHE Paulistas teve sua denominação social alterada para UHE Batalha, conforme Despacho Aneel nº 537, de 15 de março de A outorga de uso de bem público, que permite a exploração da UHE Batalha por Furnas, foi efetivada por meio do Decreto de 25 de julho de O Projeto Básico Ambiental da UHE Batalha foi protocolado por Furnas no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em dezembro de 2006 sendo que Licença de Instalação (LI) somente foi emitida em abril de A ANA, por meio da Resolução n 489, de 19 de agosto de 2008, transformou a DRDH, objeto da Resolução n 364/05, em outorga de direito de uso de recursos hídricos em favor de Furnas Centrais Elétricas S.A., mantendo as mesmas vazões anteriormente estipuladas e descritas na Figura Vazões disponibilizadas para usos consuntivos 6 5,89 5 4,53 4 3,49 3 2,69 2 2,08 1,62 1 1, ,67 Resoluções ANA nº 364/05 e 489/08 Figura 11. Vazões médias anuais, referentes aos usos consuntivos, a serem subtraídas das vazões naturais médias mensais afluentes ao AHE 19

24 Paulistas (Batalha), até o ano de 2040, de acordo com as Resoluções ANA n 364/05 e 489/08. Posteriormente, em 25 de outubro de 2010, por meio da Resolução nº 564, a ANA alterou a Resolução n 489/08, estabelecendo novos valores para as vazões de usos consuntivos a serem subtraídas das vazões naturais médias mensais afluentes ao AHE Batalha (Figura 12). Tal alteração foi provocada pela necessidade de compatibilização entre os usos de irrigação e energia elétrica na bacia do São Marcos e consequente estabelecimento do Marco Regulatório do Uso da Água na Bacia do São Marcos, entre SEMARH/GO, IGAM/MG e ANA. m 3 /s ,59 Vazões disponibilizadas para usos consuntivos 12,62 11,62 10,62 9,62 8,63 13, Resolução ANA nº 564/10 Figura 12. Vazões médias anuais, referentes aos usos consuntivos, a serem subtraídas das vazões naturais médias mensais afluentes ao AHE Paulistas (Batalha), até o ano de 2040, de acordo com a Resolução ANA n 564/10. Como resultado direto, a Resolução ANA n 564/10 permitiu incrementos que variam de 77% (no ano de 2040) a 369% (em 2010) nas vazões disponibilizadas para os usos consuntivos. Na Figura 13 podem ser observadas, em conjunto, as vazões disponibilizadas para usos consuntivos nas Resoluções ANA n 489/08 (e 364/05) e n 564/10, além do incremento na disponibilidade oriundo dessa alteração. Em 2011, relatório elaborado pela CGU (Controladoria Geral da União), apontou problemas de ordem financeira na construção da UHE Batalha. De acordo com a CGU, em 2008, a UHE Batalha já apresentava TIR (taxa interna de retorno) de 3,70% ao ano, bem abaixo do estabelecido como mínimo pelo Conselho de Administração de Furnas e do exigido pela holding Eletrobrás, que é de 10% ao ano. Pelos cálculos da CGU o Valor Presente Líquido (VPL) da UHE Batalha, em dezembro de 2008, já estaria negativo em R$284 milhões. Situação esta certamente agravada pelos atrasos verificados até o momento em sua construção (BRASIL, 2011b). 20

25 Além de outras medidas administrativas, a CGU recomendou a Furnas que sejam atualizados os cálculos de viabilidade (TIR e VPL) da UHE Batalha, levando-se em consideração todos os custos e gastos envolvidos nos empreendimentos. Nessa conta devem entrar os fatores que impactaram os projetos após dezembro de 2008 e os gastos com a compra de energia no mercado para compensar o atraso na entrada em operação das usinas, o que certamente acarretará significava redução da viabilidade da usina. m 3 /s ,63 7,59 6 6,55 5,97 Vazões disponibilizadas para usos consuntivos 4 3,49 2 2,69 2,08 1, ,62 11,62 10,62 9,62 6,73 7,13 7,09 6,93 5, ,53 13,61 7,67 5,94 Resolução ANA nº 489/08 Resolução ANA nº 564/10 Incremento de Vazões Figura 13. Vazões médias anuais reservadas para aos usos consuntivos a montante da UHE Batalha até o ano de 2040, de acordo com as Resoluções ANA n 489/08 e 564/10 e o incremento de vazões provocado pela Resolução n 564/10. No primeiro semestre de 2013 a UHE Batalha iniciou o enchimento de seu reservatório e em novembro de 2013 recebeu autorização da Aneel para iniciar a operação em teste da unidade geradora 1 (UG1), de 26,25MW, sendo que a solicitação do início da operação comercial somente poderá ser efetuada após a conclusão da operação em teste, além de outros condicionantes exigidos pela Aneel A AGRICULTURA IRRIGADA O Histórico da Agricultura na Bacia A característica climática, com períodos de completa ausência de chuvas, associada aos solos de baixa fertilidade natural fator limitador da agricultura à época - fizeram com que a pecuária extensiva em pastagens naturais, ao lado da mineração, se mantivesse por longos anos como a forma predominante de uso do solo na bacia do rio São Marcos. Durante um longo período, a única agricultura praticada era a de subsistência, com pouco ou nenhum excedente para comercialização (MAROUELLI, 2003). 21

26 A partir do século XVIII, a criação de gado ganhou importância e longevidade devido à disponibilidade de mercado consumidor de carne e couro nos centros mineradores da região (Cristalina e Paracatu, principalmente) contribuindo de forma decisiva para sua consolidação e permanência. Até meados dos anos 50, apenas a agricultura para subsistência, as atividades pecuaristas extensivas e a mineração, em Cristalina, mantiveram a população da bacia, ainda assim com acentuado vazio demográfico, como era observado na maior parte da região central do país (BRASIL, 2003 e MAROUELLI, 2003). O cenário na bacia foi significativamente alterado a partir do final dos anos 50, com a construção de Brasília e a implantação da BR-040 que, para ligar Belo Horizonte a Brasília, atravessou o rio São Marcos, cortando de leste a oeste sua bacia hidrográfica. O grande contingente de trabalhadores atraídos para a nova capital, aliado à forte política de ocupação e desenvolvimento da região central do País, fez com que a ação governamental se tornasse grande fomentadora da expansão da agricultura moderna na região. Com isso, algumas políticas, planos e programas criados tiveram impacto decisivo no desenvolvimento do Centro-Oeste e da bacia do São Marcos, tais como: o Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), Programa Especial da Região Geoeconômica de Brasília (Pergeb); e o Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento dos Cerrados (Prodecer) (MAROUELLI, 2003). O II PND ( ), instituído pela Lei n /74, foi lançado com a finalidade estimular a produção de insumos básicos, bens de capital, alimentos e energia. Com forte intervenção estatal, o II PND fomentou a nacionalização dos meios de produção para agricultura (insumos e implementos agrícolas, principalmente), propiciando a sua modernização. Este Plano também definiu uma estratégia de desenvolvimento e ocupação do espaço interior na qual constava a promoção da urbanização nas áreas de ocupação recente ou não consolidadas das Regiões Norte e Centro-Oeste e a organização do desenvolvimento das metrópoles regionais em formação e da região geoeconômica de Brasília. Criado no âmbito do II PND, o Pergeb (1975 a 1979), tinha um espaço geográfico da atuação definido em cinco áreas (eixo Ceres-Anápolis, área de influência das BR-040/050, área de mineração, área do Paranã, e área de Paracatu). O Programa tinha como metas básicas: a abertura de novas oportunidades de emprego nas áreas de origem dos fluxos migratórios, melhoria no abastecimento de Brasília quanto a produtos agrícolas e atenuação da pressão sobre os equipamentos urbanos e serviços sociais do Distrito Federal. Uma das principais ações do programa: investimento no desenvolvimento rural, agro-industrial e estudos de novas oportunidades de negócios (que receberam um terço (1/3) dos recursos previstos), tiveram rebatimento direto na ocupação agropecuária da bacia do São Marcos. (GUIMARÃES E LEME, 2011) 22

27 O Prodecer foi idealizado em 1974, mas sua implementação deu-se somente a partir de Sua coordenação político-institucional ficou a cargo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a coordenação técnica sob responsabilidade da empresa Campo 4, tendo sido financiado pelos Governos do Brasil, do Japão e bancos privados japoneses (PIRES, 1987). Nos anos 80 o Programa deu considerável impulso à agricultura dos cerrados, em especial nos municípios de Unaí, Paracatu, Cristalina, Campo Alegre de Goiás e Formosa, promovendo o assentamento de agricultores provenientes do Sul e Sudeste, selecionados por sua experiência anterior na administração de propriedades agrícolas. O objetivo do Prodecer era estimular e desenvolver a implantação de uma agricultura moderna, eficiente e empresarial, de médio porte, na região dos cerrados, com vistas ao seu desenvolvimento, mediante a incorporação de áreas ao processo produtivo, dentro de um enfoque sustentável. Uma de suas principais linhas de atuação era planejar e fomentar o uso da irrigação nos projetos desenvolvidos na região, o que propiciou a instalação dos primeiros pivôs-centrais na bacia do São Marcos. Outro programa que interferiu, ainda que indiretamente, para os resultados da agricultura na bacia foi o Polocentro (Programa de Desenvolvimento dos Cerrados). Desenvolvido entre os anos de 1975 e 1979, foi um dos principais programas de fomento e desenvolvimento da agricultura no Cerrado (MAROUELLI, 2003). Apesar de nenhuma das 12 áreas selecionadas para sua implantação estar localizada na bacia do São Marcos, os novos métodos e tecnologias desenvolvidos para ocupação dos Cerrados, desenvolvidos no âmbito do Polocentro, certamente influenciaram na forma como a agropecuária se desenvolveu na bacia. O conjunto de programas e estratégias de ocupação da região fez com que fossem desenvolvidas e aplicadas novas tecnologias (sementes, plantio, manejo físico e químico dos solos, irrigação etc.) que possibilitaram significativos e sucessivos aumentos de produtividade nos cerrados, em especial, na bacia do São Marcos, onde o clima e as características dos solos e do relevo - principalmente nos chapadões e vales abertos nas partes altas da bacia - mostraram-se extremamente favoráveis à prática de uma agricultura moderna, com alto grau de tecnificação. Se até o final dos anos 80 as propriedades da região eram voltadas basicamente à produção de grãos (feijão, milho, soja etc.), o início do plantio de hortifrutigranjeiros (batata, alho, cebola etc.), a partir de , deu novo impulso à região, destacando-a como um dos principais pólos produtores de hortifrutis do país. 4 Campo (atual CPA-Campo - Companhia de Promoção Agrícola) é uma empresa de capital binacional, criada para este fim, com 51% das ações pertencentes ao lado brasileiro, representado pela BRASAGRO (Companhia Brasileira de Participação Agroindústria) e 49% do lado japonês, representado pela JADECO (Japan-Brazil Agricultural Development Corporation). Em ambas as partes existem participação governamental e privada (BITTAR, 2011). 23

28 De acordo com informações de produtores rurais da região, os anos 90 também foram marcados pelo grande prejuízo causado pela murcha-de-fusário (Fusarium oxysporum) nas lavouras de feijão carioca e pelo cancro da haste, nas lavouras de soja. Há relatos de que entre os anos de 1994 e 1997, inúmeros equipamentos de irrigação ficaram parados devido à impossibilidade de se irrigar as lavouras de feijão infestadas pelo fusário. Tal situação foi contornada, no final da década, pelo desenvolvimento de variedades mais resistentes e de defensivos agrícolas mais eficientes no controle destas doenças. No entanto, tais doenças continuam a exigir cuidados fito-sanitários e a observância de épocas de plantio adequadas por parte dos agricultores irrigantes. Os problemas com as lavouras de feijão e soja reforçaram a diversificação de culturas na bacia, já observada com a entrada da produção de hortifrutigranjeiros, principalmente no município de Cristalina. Na Figura 14 é mostrada uma área de produção de hortifrutis, sob pivô-central. Figura 14. Área com produção de hortifrutigranjeiros, no município de Cristalina-GO A primeira década do século XXI foi marcada pela consolidação da região como um dos principais pólos produtores de alimentos do País, apesar dos prejuízos causados pela ferrugem asiática nas lavouras de soja e da forte crise agrícola, respectivamente, no início e em meados da década. Ainda em 2009, o município de Unaí apresentou o maior PIB Agropecuário (Produto Interno Bruto da Agropecuária) de Minas Gerais e 7º do Brasil, com mais de R$ 500 milhões e Cristalina posicionou-se com o segundo maior PIB Agropecuário do Estado de Goiás (11º do Brasil), com mais de R$ 24

29 470 milhões (BRASIL, 2012). Ressalta-se que as principais áreas produtoras dos dois municípios localizam-se na bacia do São Marcos, principalmente em sua porção mais alta a montante da UHE Batalha. Associada à quantidade e à diversidade de culturas produzidas na região, principalmente hortifrutigranjeiros, instalaram-se na região inúmeras agroindústrias voltadas ao beneficiamento e processamento da produção, entre as quais se destacam a Goiás Verde Alimentos (Figura 15), o Grupo Bonduelle (francês, líder mundial em vegetais processados), a Fugini Alimentos, a Indústria de Conservas Treze Tílias Ltda. (Incotril) e a Agrícola Whermann. Em várias propriedades, também são produzidas sementes de milho, soja, feijão etc., com receitas unitárias (por hectare) bem superiores às da produção de grãos para processamento e consumo humano e/ou animal A Evolução da Irrigação na Bacia Desde os primeiros projetos de irrigação desenvolvidos na bacia do São Marcos, os pivôs-centrais foram adotados como sendo os equipamentos ideais para se irrigar as grandes extensões de terras dotadas de pequenas declividades - características dos chapadões e vales abertos da bacia. O elevado grau de eficiência energética e de consumo de água e a baixa demanda de mão-de-obra para sua operação transformaram os pivôs-centrais em uma unanimidade na região, sendo pouquíssimos os agricultores irrigantes que não os utilizam. Essa característica permitiu que a SPR/ANA realizasse um levantamento quinquenal, por meio de imagens do satélite Landsat TM 5, da irrigação na bacia do São Marcos entre os anos de 1986 e 2011, o que, em conjunto com o histórico da agricultura na bacia, permitiu a compreensão de como se deu a evolução da agricultura irrigada na região. O levantamento realizado, cujos dados são apresentados na Figura 15, mostra que a partir de 1986 houve um expressivo e consistente avanço da irrigação na bacia do São Marcos, principalmente a montante do eixo da UHE Batalha (Alto São Marcos). Até o ano de 1986 havia apenas 4 equipamentos em toda bacia (3 no alto e 1 no baixo São Marcos), totalizando pouco mais de 500 hectares. 25

30 Área irrigada por pivôs na Bacia do São Marcos Alto São Marcos (1986 a 2011): ha/ano ha Baixo São Marcos Alto São Marcos Total Figura 15. Evolução das áreas irrigadas na bacia do rio São Marcos entre os anos de 1986 e Entre 1986 e 1991, no período coincidente com a implementação do Prodecer e a entrada dos hortifrutigranjeiros na região, as áreas irrigadas passaram a crescer num ritmo médio de hectares ao ano. No Alto São Marcos, a montante da UHE Batalha, o ritmo anual de crescimento no período foi de hectares ao ano. No período de 1992 a 1996, marcado, em seu início pela diversificação do plantio de hortifrutis e, em seu final, pelo surgimento de doenças que causaram extensos prejuízos às lavouras de soja e feijão, as áreas irrigadas mantiveram um ritmo estável de crescimento, da ordem de hectares ao ano. Neste período, enquanto o setor elétrico enfrentava uma crise de investimentos, o setor agrícola, estimulado por programas de estímulo e ignorando os inventários do setor elétrico, foi ocupando progressivamente a bacia do São Marcos, limitado apenas, paradoxalmente, pela disponibilidade de energia para suas bombas. Superadas as principais doenças que incidiram sobre o feijão e soja e intensificada a diversificação das culturas produzidas, o período de 1997 a 2001 apresentou expressiva aceleração no crescimento das áreas irrigadas, chegando a quase de hectares ao ano. Tal aceleração culminou, no período de 2002 a 2006, em um crescimento médio anual da ordem de hectares ao ano, o que permitiu ultrapassar, já em 2006, a marca de 65 mil hectares irrigados, sendo mais de 52 mil hectares irrigados apenas no Alto São Marcos. No último quinquenio analisado ( ) houve uma significativa desaceleração no ritmo de crescimento das áreas irrigadas, para valores em torno de hectares ao ano o que, de acordo com os irrigantes, foi causado por restrições hídricas e de distribuição de energia elétrica, o que demandaria esforços governamentais, na área de infraestrutura, para a retomada de um ritmo mais forte de crescimento da irrigação na bacia. 26

31 Em 2011, de acordo com o levantamento realizado pela SPR/ANA, a bacia do rio São Marcos contava com mais de 80 mil hectares irrigados, sendo mais de 66 mil hectares a montante da UHE Batalha, no Alto São Marcos. Na Figura 16, apresentada na sequencia, cada ponto no mapa da bacia representa uma área circular irrigada por pivô central. Em 2011 existiam mais de mil pivôs centrais na bacia, sendo 818 a montante da UHE Batalha. Figura 16. Pivôs centrais utilizados para irrigação na bacia do São Marcos, com destaque para o Alto São Marcos. Em média, nos 25 anos analisados (1986 a 2011), hectares foram anualmente incorporados à área irrigada da bacia do São Marcos, sendo que, a montante da UHE Batalha, a incorporação de novas áreas para irrigação encontrou um ritmo médio em torno de hectares ao ano. Confrontando os dados deste levantamento com o do realizado, em 2009, no âmbito do Plano da Bacia do Rio Paranaíba (BRASIL, 2011a), verificamos uma nova aceleração do crescimento da irrigação nos últimos dois anos, ocasionada, provavelmente, em parte pela divulgação das discussões em torno do Marco Regulatório (e consequentes restrições a novas outorgas para irrigação) e em parte pela valorização mundial dos alimentos verificada neste período. No último levantamento realizado pela SPR/ANA, utilizando imagens Landsat 8 (resolução espacial de 15 metros) e tendo agosto de 2013 como mês de referência, observou-se nova expansão da área irrigada na bacia do São Marcos que alcançou a marca de hectares irrigados (1.106 pivôs centrais), sendo hectares irrigados a montante da UHE Batalha, através da utilização de 879 pivôs centrais. Como se observa, em que pese 27

32 as restrições estruturais e legais estabelecidas, a irrigação continua se expandindo na bacia Perspectivas de Expansão das Áreas Irrigadas na Bacia Ao observarmos o histórico de crescimento da agricultura irrigada na bacia do São Marcos, apresentado na Figura 15, parece fácil desenvolver um cenário tendencial para o seu desenvolvimento futuro. Entretanto, outros fatores intervenientes, que podem favorecer ou limitar o seu desenvolvimento futuro ainda não estão delimitados. Entre estes fatores, destaca-se o atual desconhecimento da área irrigável 5 existente na bacia, especialmente a montante da UHE Batalha, o que impede a delimitação do crescimento máximo da agricultura irrigada que pode ser suportado pela bacia. Afinal, na bacia, existem áreas naturalmente aptas à agricultura irrigada, sem restrições ambientais ou infraestruturais, além de disponibilidade de água facilmente acessível (áreas francamente irrigáveis), que poderão ser rapidamente incorporadas à agricultura irrigada. Outras áreas, também aptas à agricultura irrigada e sem restrições ambientais, mas com dificuldade de acesso à água e/ou energia elétrica (áreas irrigáveis com restrições infraestruturais) só poderão ser incorporadas no médio prazo, pois dependem da execução de projetos de infraestrutura, geralmente governamentais, para o seu aproveitamento. Nas demais áreas, um conjunto de fatores naturais, ambientais e infraestruturais impedem o desenvolvimento da agricultura irrigada nos padrões atuais (áreas não irrigáveis). Estas áreas dificilmente serão incorporadas, a não ser que, no longo prazo, um conjunto de fatores seja alterado, tais como: redução das restrições ambientais, mudança de métodos praticados e/ou sistemas de irrigação utilizados na bacia, desenvolvimento de plantas mais resistentes ao estresse hídricos etc. O desconhecimento das áreas que ainda poderão ser incorporadas à agricultura irrigada na bacia fez com que as projeções de crescimento da irrigação na bacia do São Marcos fossem simplificadas, baseando-se apenas em expectativas de crescimento realizadas a partir do histórico verificado até aqui. Permanece, portanto, a necessidade de se realizar o mapeamento das áreas irrigáveis na bacia, classificando-as, de forma a orientar um projeto de desenvolvimento global da agricultura irrigada, observadas a infraestrutura necessária e, principalmente, a sustentabilidade dos recursos naturais da região. 5 Entenda-se por áreas irrigáveis aquelas que, excluídas as restrições ambientais (áreas de proteção permanente, reserva legais etc.), disponham em conjunto, de características naturais apropriadas (solos, relevo, clima) e de fontes de água economicamente acessíveis, de forma que, nestas áreas, seja assegurado o retorno dos investimentos feitos e dos custos da irrigação, consideradas as culturas plantadas. As limitações impostas pela precariedade ou ineficiência de infraestrutura de apoio à produção e comercialização (energia elétrica, modais de transportes, obras hidráulicas etc.) apesar de restritivas, podem ser superadas com investimentos públicos e/ou privados. 28

33 Os dados disponíveis permitiram que fossem simuladas várias projeções para o crescimento da irrigação na bacia, tendo sido selecionada a que representa, para os próximos anos, uma expansão anual igual à média verificada nos últimos 10 anos (2001 a 2011). Do ponto de vista dos recursos hídricos, a projeção selecionada pode até ser considera conservadora, uma vez que espera um incremento médio anual de hectares irrigados (3.558 hectares/ano a montante de Batalha) bem superior à média de hectares/ano verificada na bacia entre 1986 e 2011 (2.633 hectares/ano a montante de Batalha) e aos hectares anuais verificados nos últimos 5 anos (2.750 ha/ano a montante de Batalha). Outros cenários analisados foram descartados por apresentaram resultados muito destoantes com o histórico e a realidade da irrigação na bacia, principalmente os que consideram que o crescimento da irrigação na bacia se dê em progressão geométrica. De acordo com a projeção de crescimento adotada, elaborada com base na evolução das áreas irrigadas, observada entre os anos de 1986 e 2011, se não houvessem restrições hídricas, estruturais e/ou ambientais, a bacia do São Marcos deverá atingir um total de mais de 205 mil hectares irrigados até 2040, sendo quase 170 mil hectares apenas na porção superior da bacia, a montante da UHE Batalha, como pode ser observado na Figura 17. hectares Perspectiva de crescimento da área irrigada ( ) Anos Alto São Marcos Bacia do São Marcos Baixo São Marcos Figura 17. Projeções de crescimento da área irrigada na bacia do São Marcos entre os anos de 2011 e 2040, elaboradas com base em taxas históricas de crescimento e sem consideração das restrições hídricas, ambientais e estruturais. 29

34 30

35 5. A HIDROLOGIA DA BACIA 5.1. A DISPONIBILIDADE DE ÁGUA A partir dos problemas, já relatados, a SRE/ANA passou a utilizar, na porção superior da bacia do Rio São Marcos (a montante da UHE Batalha), uma hidrografia discretizada na escala 1:100 mil e implementou estudos específicos para refinamento das informações de vazões de referência nas cabeceiras da bacia, dentre os quais se destacam os estudos descritos nas NT 215/2008/GEREG/SOF e NT 132/2010/GEREG/SOF, esta última tratando especificamente da disponibilidade na bacia do rio Samambaia (sub-bacia do Rio São Marcos). A demanda, ainda existente, por estudos mais aprofundados na bacia do São Marcos fez com o NHI/SPR/ANA também realizasse complementações e incorporasse informações mais detalhadas para a bacia, em relação às estimativas realizadas na etapa de diagnóstico do PRH-Paranaíba, determinando a disponibilidade hídrica na escala 1:100 mil, para trechos de rio à montante da UHE Batalha (6,7mil km², 55% da área da bacia) e, posteriormente, compatibilizando os resultados para a escala do milionésimo. Outros estudos existentes na bacia do rio Samambaia para determinação das vazões de referência foram incorporados, além da consideração da influência dos reservatórios de regularização outorgados no rio Samambaia. Após as complementações nos estudos de disponibilidade realizadas pelo NHI/SPR/ANA, foram definidos vários pontos de controle na bacia, selecionados a partir da localização de estações fluviométricas e nos exutórios de sub-bacias com alta concentração de equipamentos de irrigação, como pode ser observado nas Figuras 20 e 21. Nestes pontos foi calculada a disponibilidade hídrica segundo os principais critérios de vazão de referência utilizados para emissão de outorgas na bacia (Q 95 e Q 7,10 ), além de um critério menos restritivo (Q 90 ). No Quadro 2, montado a partir de dados extraídos da Figura 20, são apresentadas as disponibilidades hídricas, segundo os diferentes critérios de vazão de referência utilizados, em 5 pontos da bacia: 3 no rio São Marcos (próximo à suas nascentes - a montante da confluência com o ribeirão Samambaia; no local da UHE Batalha; e na sua foz - junto ao remanso da UHE Emborcação) 1 na foz do ribeirão Samambaia; e 1 na foz do Córrego do Barreiro. Quadro 2. Disponibilidade hídrica em pontos da bacia do rio São Marcos. Locais Q 95 (m 3 /s) Q 90 (m 3 /s) Q 95 Agosto (m 3 /s) Q 90 Agosto (m 3 /s) Q 7,10 (m 3 /s) Nascentes do rio São Marcos 3,0 3,61 2,21 2,59 1,94 São Marcos na UHE Batalha 24,10 31,01 18,4 22,12 15,90 Foz do São Marcos 54,51 55,65 54,09 54,12 52,71 Ribeirão Samambaia 1,10 1,40 1,01 1,05 0,64 Córrego do Barreiro 0,47 0,77 0,27 0,37 0,31 31

36 5.2. AS DEMANDAS CONSUNTIVAS DE ÁGUA A quantificação das demandas consuntivas existentes na bacia, também calculadas para cada um dos pontos de controle selecionados, foi feita a partir de: Dados iniciais de usos consuntivos levantados no âmbito do Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio do Paranaíba PRH-Paranaíba (BRASIL, 2011a); levantamento das áreas irrigadas realizado pela SPR/ANA, por meio de imagens do satélite Landsat TM 5, capturadas nos meses de agosto e setembro de 2011; e consumo médio de água pela irrigação na bacia do São Marcos, estimadas pela SRE/ANA, quando da elaboração da proposta do Marco Regulatório na bacia do São Marcos (NT nº 104/2010/GEREG/SOF-ANA) 6. A partir de dados iniciais do PRH-Paranaíba, as demandas consuntivas médias anuais na bacia do São Marcos, excetuadas as da irrigação, foram estimadas em 0,83 m 3 /s na porção superior da bacia (a montante da UHE Batalha) e em 0,57 m 3 /s, na porção inferior (a jusante da UHE Batalha), totalizando 1,40 m 3 /s em toda a bacia. A demanda média anual de água pela irrigação em toda bacia foi estimada, para o ano de 2011, em 10,48 m 3 /s, sendo 8,59 m 3 /s no Alto São Marcos (a montante da UHE Batalha) e 1,89 m 3 /s no Baixo São Marcos (a jusante de Batalha), como pode ser observado na Figura 18, que apresenta a evolução da demanda de água pela irrigação na bacia do São Marcos. Em conjunto, as demandas consuntivas atingem a média anual de 11,88 m 3 /s em toda a bacia do São Marcos, sendo 9,42 m 3 /s na porção do Alto São Marcos e 2,46 m 3 /s na porção do Baixo São Marcos, como pode ser observado no Quadro 3. No mesmo Quadro, como exemplo, são apresentadas também as demandas nas sub-bacias do Ribeirão Samambaia e do Córrego do Barreiro, além das demandas para o mês de agosto nestes mesmos pontos. Na Figura 21, além das vazões disponibilizadas, são apresentadas também as demandas médias para o mês de agosto quando ocorre a maior demanda de água pelas culturas na região nos vários pontos de controle definidos para bacia. Lá poderá ser observado o valor estimado da demanda máxima de água na bacia do São Marcos é 35,26 m 3 /s (33,85 m 3 /s da irrigação), sendo 28,58 m 3 /s (27,75 m 3 /s) no Alto São Marcos e 6,68 m 3 /s (6,10 m 3 /s) no Baixo São Marcos. 6 De acordo com a NT nº 104/2010/GEREG/SOF-ANA, o consumo unitário médio anual de água pela irrigação na bacia do São Marcos foi estimado em 0,13 L/s.ha e o consumo unitário máximo mensal, estimado para o mês de agosto, corresponde a 0,42 L/s.ha. 32

37 12,00 10,00 Vazões de consumo pela Irrigação 10,48 8,48 8,00 8,59 m 3 /s 6,00 4,91 6,80 4,00 2,65 3,97 2,00 1,34 1,99 1,89 0,07 0,93 1,68 0,03 0,41 0,66 0,95 0,00 0, Ano Alto São Marcos Baixo São Marcos Bacia do São Marcos Figura 18. Evolução da demanda consuntiva de água pela irrigação na bacia do São Marcos. Quadro 3. Demanda consuntiva de água, média anual e do mês de agosto, na Bacia do São Marcos. Média anual Média de Agosto Bacia/sub-bacia Irrigação (m 3 /s) Outros (m 3 /s) Total (m 3 /s) Irrigação (m 3 /s) Outros (m 3 /s) Total (m 3 /s) Alto São Marcos 8,59 0,83 9,42 27,75 0,83 28,58 Baixo São Marcos 1,89 0,57 2,46 6,10 0,58 6,68 Bacia do São Marcos 10,48 1,40 11,88 33,85 1,41 35,26 Ribeirão Samambaia 2,26 0,09 2,35 7,31 0,08 7,39 Córrego do Barreiro 0,58 0,00 0,58 1,86 0,00 1, BALANÇO HÍDRICO NA BACIA As disponibilidades e demandas de água calculadas para diferentes pontos de controle localizados no rio São Marcos e em vários de seus afluentes são apresentadas, de forma detalhada, nas Figuras 20 e 21. Uma análise geral dos dados de disponibilidade e demanda de água na bacia do São Marcos indicam, desde já, dois sérios problemas de balanço hídrico. O primeiro ocorre no Alto São Marcos, onde as vazões disponibilizadas pela Resolução ANA n 564/10 (considerando os atuais valores de consumo unitário médio anual de água pela irrigação, de 0,13 L/s.ha) para usos consuntivos a montante da UHE Batalha, já foram suplantadas pelas demandas mesmo antes de finalizada a construção da usina. Além disso, as projeções de crescimento da demanda indicam um agravamento progressivo da situação, 33

38 uma vez que as vazões disponibilizadas corresponderão a pouco mais de 50% das demandadas em 2040, como pode ser observado na Figura ,00 25,00 Projeção de vazões demandadas versus disponibilizadas 21,58 24,25 20,00 16,41 18,97 m 3 /s 15,00 10,00 5,00 9,42 7,59 11,39 8,63 13,88 9,62 10,62 11,62 12,62 13,61 0, anos Vazões disponibilizadas (Res. ANA nº 564/10) Vazões demandadas Figura 19. Projeções de aumento das vazões demandadas e das disponibilizadas para usos consuntivos a montante da UHE Batalha, considerando consumo unitário de 0,13 L/s.ha. O segundo problema ocorre em inúmeras sub-bacias de afluentes do rio São Marcos, delimitadas por pontos de controle e no próprio rio São Marcos, a montante da UHE Batalha. Nestes pontos, inclusive naqueles onde a regularização de vazões por reservatórios foi considerada nos cálculos de disponibilidade, a relação entre as vazões disponibilizadas (Q 95 ou Q 7,10 ) e as demandadas (Q D ) são inferiores a 1, indicando que as demandas, muitas vezes, são superiores às vazões disponibilizadas garantidas. Considerando apenas os dados médios anuais, em três pontos de controle, localizados nos exutórios das sub-bacias do ribeirão Samambaia e dos córregos do Barreiro e Guaribinha, foram detectados problemas de disponibilidade de água para os usos já instalados (Quadro 4), sendo a pior situação verificada no ribeirão Samambaia, onde os valores médios anuais de Q 95 /Q D e Q 7,10 /Q D são de 0,47 e 0,27, respectivamente. Se analisada apenas os dados médios para o mês de agosto - quando ocorre a maior demanda de água para irrigação a situação piora significativamente, com 8 pontos de controle apresentando problemas de disponibilidade de água, sendo seis pontos localizados em exutórios de subbacias (ribeirão Moreira, ribeirão Samambaia, córrego do Barreiro, córrego do Veredão, córrego Guaribinha e ribeirão Mundo Novo) e dois no rio São Marcos (um localizado a montante da confluência com o ribeirão Samambaia e o outro na UHE Batalha). Como pode ser observado no Quadro 4, neste cenário, o ribeirão Samambaia também se apresenta como o mais pressionado da bacia, atingindo valores de 0,14 para Q 95 /Q D (demanda mais de sete vezes maior que 34

39 a disponibilidade) e 0,09 para Q 7,10 /Q D (valores de demanda 11 vezes maiores que disponibilidade). Quadro 4. Disponibilidade e demanda média, anual e de agosto, em pontos críticos, na bacia do São Marcos. Bacia/sub-bacia Q 7,10 (m 3 /s) Q 95) (m 3 /s) Q D (m 3 /s) Anual Q 95/Q D Q 7,10/Q D Q 95 (m 3 /s) Agosto Q D (m 3 /s) Q 95/Q D Q 7,10/Q D Ribeirão Moreira 0,11 0,47 0,11 4,27 1,00 0,40 0,36 1,11 0,31 Rib. Samambaia 0,64 1,10 2,35 0,47 0,27 1,01 7,39 0,14 0,09 Córrego do Barreiro 0,31 0,47 0,58 0,81 0,54 0,27 1,86 0,15 0,17 Córrego do Veredão 0,35 0,53 0,27 1,96 1,30 0,30 0,88 0,34 0,40 Córrego Guaribinha 1,00 1,53 1,40 1,09 0,71 0,87 4,48 0,19 0,22 Rib. Mundo Novo 0,63 0,96 0,62 1,55 1,02 0,56 2,00 0,28 0,32 Rio São Marcos (1) 1,94 3,00 1,73 1,73 1,12 2,21 5,04 0,44 0,39 Rio São Marcos (2) 15,90 24,10 9,42 2,56 1,69 18,40 28,58 0,64 0,56 (1) a montante da confluência com o ribeirão Samambaia; (2) na UHE Batalha Uma análise geral do balanço entre disponibilidades e demandas hídricas na bacia do São Marcos indica a necessidade urgente de se encontrar alternativas não só para se compatibilizar a expansão da agricultura irrigada com a geração de energia hidrelétrica, mas também para que esta expansão não se torne geradora de conflitos entre os próprios agricultores irrigantes, o que parece eminente e inevitável, caso a gestão de recursos hídricos na bacia continue a se desenvolver da mesma forma verificada até aqui. 35

40 Figura 20. Disponibilidades e demandas médias anuais de água em diferentes pontos de controle, na bacia do rio São Marcos. 36

41 Figura 21. Disponibilidades e demandas médias do mês de agosto, em diferentes pontos de controle, na bacia do rio São Marcos. 37

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